Depois de, no final de 2012, se ter editado a sequência das Aventuras de Sheila e Said iniciada com a 2ª edição de Perigo Vegetal de Ramón
Caride e ilustrado por Miguelanxo Prado, com a Ameaça na Antártida e O Futuro
Roubado, mais a peça de teatro juvenil de Luís Mourão, O Homem Que Via Passar
as Estrelas e a poesia de Filipa Leal, com Vale Formoso, 2013 chegará com nomes
que vão deixar a sua marca no catálogo da Deriva: Henrique Manuel Bento Fialho,
Ricardo Gil Soeiro, José Ricardo Nunes, Aurelino Costa, João Pedro Mésseder,
Catarina Costa e Hugo Neto. Junta-se Thomas Wynn e F.L. Coolidge com Pensar
Como Um Neandertal (título ainda provisório) e o bibliófilo do século XVIII,
Gaetano Volpi, com Do Prazer de Ter Livros. Não é, ainda, tudo: contamos com
Robert L. Stenvenson, Carlo Ginzburgo, Anselm Kiefer, Olivier Py, Jean-Claude
Pinson, Jacqueline Bardolph, Samuel T. Coleridge, das coleções Pulsar e
Cassiopeia do ILC/Deriva e, na sociologia, Mikhail Backhtin, Michel Pialoux e
Christhian Corouge, edições impulsionadas por Bruno Monteiro. Editaremos
igualmente os estudos dos 18º Encontros Luso-Galaico- Franceses do Livro
Infantil e Juvenil, com o título de Literatura Infanto-Juvenil e Educação
Literária. Uma hipótese para 2013 será uma tradução de Brucnher, mas o projeto ainda se encontra muito embrionário. Daremos mais informações entratanto.
segunda-feira, dezembro 31, 2012
2013 vai continuar a ser Livro Infantil na Deriva
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Em 2013 poderá adquirir alguns títulos da coleção de ficção da Deriva
Os últimos livros da coleção de ficção da Deriva têm nomes como Xavier Queipo, Pedro Teixeira Neves, João Paulo Sousa, Paulo Kellerman e Anjel Rekalde. |
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2013 continuaremos a presença da boa literatura juvenil
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Em 2013 continuaremos a editar livros de ensaio literário
2013 contará com mais feiras do livro com a coleção de narrativa da Deriva
2013 vai continuar a poesia na Deriva
domingo, dezembro 30, 2012
2013 vai continuar com a Deriva sociológica
Uma coleção que vai apresentar-se em 2013 com mais títulos. Até agora, Ludwig Wittgenstein, Ricardo Jorge e Bruno Monteiro que organizou uma antologia sobre a História Social do Porto |
A Deriva histórica em 2013
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2013: a intervenção política da Deriva vai, seguramente, continuar
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Em 2013: coleção Cassiopeia do ILC/Deriva
A coleção Cassiopeia conta com os nomes de Pedro Eiras, Gonçalo Vilas-Boas, Teresa Martis de Oliveira e Samuel Taylor Coleridge |
Em 2013: coleção Pulsar ILC/Deriva
A coleção Pulsar conta com nomes como Sarrazac, Quignard, Compagnon,Jean-Claude Pinson e Mallarmé. O preço médio de cada livro é de 8 euros. |
O Pensamento Tornado Dança, Estudos em torno de George Steiner, org. por Ricardo Gil Soeiro
Primeiro estranha-se, depois, entranha-se. Um livro sobre George Steiner, editado pelo Centro de Estudos Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e organizado por Ricardo Gil Soeiro. Li somente a comunicação de Vasco Graça Moura e de João Lobo Antunes. Preparo-me para ler o resto ainda hoje com participações extremamente interessantes para o conhecimento de Steiner. Ver aqui.Guardo para vocês, e sobre a Educação, tão importante para este filósofo, trechos sobre a comunicação de João Lobo Antunes que deixo à consideração e reflexão de todos:
«Uma das teses fundamentais é a de que a educação exige o culto de valores de dificuldade, e repete a citação de Spinoza, que tudo o que é excelente é raro e difícil. No ensaio ''Elogio da Dificuldade'', chamei a atenção para o facto de que o que se pede hoje ao ensino não é muito diferente do que se exige na aquisição de um bem de consumo - automóvel, a parelho de vídeo, computador - ou seja, quer-se barato, de boa qualidade e ''amigo do utilizador''. Mas, de facto, a missão da educação não é primariamente fazer com que os estudantes se sintam felizes na escola, como afirmava Woodrow Wilson, presidente de Princeton, antes de se transferir para a Casa Branca. A educação deve, sim, fornecer instrumentos de felicidade, e esta é necessariamente uma construção pessoal, para a qual a escola pode contribuir dando músculo às qualidades de espírito e de carácter indispensáveis à jornada.
Se é verdade que a escola fácil não cumpre a missão de preparar para a vida difícil e se, como nota Steiner, a simplificação, o nivelamento por baixo, a ''diluição'', são autênticos crimes, há infelizmente entre nós a tendência para criar a dificuldade espúria, gratuita, como por exemplo pela mudança imprevisível das regras do jogo, pelo currículo empanturrado, pela mesquinhez do pormenor inútil, da pergunta matreira ou pela distância soberba que nega o mandato sagrado de ensinar.
A escola fácil a que me refiro é a que cede à demagógica satisfação dos caprichos, a que fecha os olhos à burla científica, à incompetência de mestres e alunos, que se submete ao relativismo que nega o mérito individual, que procura o consenso que nivela pelo menor denominador, que entende que os valores se não distinguem, e aceita, como dizia Séneca, que os vícios se transformem em costumes.
Steiner quer expulsar os vendilhões do templo, aqueles professores que ele chama ''assassinos da esperança e da perfectibilidade dos jovens'', aqueles que reduzem as matérias a uma ''inanidade cinzenta'', que vão deixando cair gota a gota o mais corrosivo dos ácidos - o enfado.
Segundo Steiner, para ensinar é preciso ser um ''doador, ser um pouco louco, estar nu e não ter vergonha da sua nudez'' e, como diz noutro escrito, ser afligido por uma doença crónica: a doença do optimismo.»
João Lobo Antunes, Lições de George Steiner,O Pensamento Tornado Dança, Lisboa, Roma Ed. 2009
sábado, dezembro 29, 2012
Onde se fala da Balsa da Medusa
The Raft of the Medusa, de Gericault |
Deparei-me, na leitura de um livro elementar para a compreensão
da actual crise do capitalismo, com a seguinte frase de Anselm Jappe: «(...)O
equivalente do fetichismo da mercadoria na vida psíquica individual é o
narcisismo. Aqui, o termo não designa apenas uma adoração do próprio corpo ou
da própria pessoa. Trata-se de uma grave patologia, bem conhecida na
psicanálise: uma pessoa adulta conserva a estrutura psíquica dos primeiríssimos
anos da sua infância, quando ainda não havia distinção entre o eu e o mundo.
Qualquer objecto exterior é vivido pelo narcisista como uma projecção do seu
próprio eu, e, em contrapartida, esse eu permanece terrivelmente pobre devido à
sua incapacidade para se enriquecer através de relações autênticas com objectos
exteriores – com efeito, para o conseguir, o sujeito deveria primeiro conhecer
a autonomia do mundo exterior e a sua própria dependência em relação a ele.»
Este livro, Sobre a Balsa da Medusa (Antígona, 2012),
levanta a questão importante de saber qual o papel da «arte» - já em decomposição
desde o início do século XX - na crise do capitalismo quando um dos maiores
crimes contra a Humanidade foi cometido por este: a saber, o fim do próprio Homem e das
suas características essenciais para com o mundo envolvente. O capitalismo, com
a sua fúria reguladora de todos os aspetos da vida, retirou a capacidade de
perceber o Mundo desde a modernidade. Coincidência*: Descartes ao defender o
seu Penso logo existo, só criou essa falsa relação com o Mundo. Separou o Eu de
tudo o que o envolve, o que criou a tal patologia grave de que fala Jappe e que Freud desconheceu por ainda não ser tão clara essa separação no século XIX. Se
a arte morreu foi porque foi incapaz de entender esta separação material e
todas as pistas que foram desenhadas para a ultrapassar foram votadas ao fracasso na arte
contemporânea (o dadaísmo e o surrealismo são técnicas, tal como o abstracionismo e
infelizmente não foram seguidos).
Esta, e outras razões, são essenciais para perceber as
escolhas da Deriva na poesia: trata-se de, através da leitura do mundo interior
ou exterior, tocar, reduzir essa separação entre o eu e o Mundo material,
levando o Homem a procurar essa totalidade. Não é tarefa fácil, mas é um
caminho a seguir, seguramente.
*Coincidência ainda maior: ao ler este livro de Anselm Jappe,
li, em simultâneo, um artigo de Pedro Eiras na Textos e Pretextos, nº17, que
comparava esta frase de Descartes a uma outra a que se opunha Herberto Hélder
«Portanto, cada vez menos sei se posso ser, porque (nas circunstâncias) o ‘penso
logo existo’ cai pela base, digamos da própria cabeça.», em Photomaton &
Vox.
Textos e Pretextos, nº17 sobre Herberto Helder
Chegou-me às mãos o último número, o 17, de Textos e Pretextos, revista do Centro de Estudo Comparatistas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, toda ela dedicada a Herberto Hélder. A direção é de Margarida Gil dos Reis e este número é particularmente bem sucedido: tem, do poeta, um inédito.
Mas a colaboração é vasta, contando-se com Manuel Gusmão, Gustavo Rubim, Ritas Novas Miranda, António Guerreiro, Luís Maffei, Maria Filomena Molder, Rosa Maria Martelo, Silvina Rodrigues Lopes, Jorge Fernandes da Silveira, João Ferreira Duarte, Filipa Leal, Hugo Milhanas e Miguel Cardoso.
Destacamos aqui o excelente artigo de Pedro Eiras num exercício comparativo entre Descartes e Herberto Hélder e um poema igualmente
inédito e belíssimo de Filipa Leal.
A revista faz 10 anos o que é de saudar.
quinta-feira, dezembro 20, 2012
Deriva 2013
Depois de, no final de 2012, se ter editado a sequência das
aventuras de Sheila e Said iniciada com a 2ª edição de Perigo Vegetal de Ramón
Caride e ilustrado por Miguelanxo Prado, com a Ameaça na Antártida e O Futuro
Roubado, mais a peça de teatro juvenil de Luís Mourão, O Homem Que Via Passar
as Estrelas e a poesia de Filipa Leal, com Vale Formoso, 2013 chegará com nomes
que vão deixar a sua marca no catálogo da Deriva: Henrique Manuel Bento Fialho, Ricardo Gil Soeiro, José Ricardo Nunes, Aurelino Costa, João Pedro Mésseder, Catarina Costa e Hugo
Neto. Junta-se Thomas Wynn e F.L. Coolidge com Pensar Como Um Neandertal
(título ainda provisório) e o bibliófilo do século XVIII, Gaetano Volpi, com Do
Prazer de Ter Livros. Não é, ainda, tudo: contamos com Robert L. Stenvenson,
Carlo Ginzburgo, Anselm Kiefer, Olivier Py, Jean-Claude Pinson, Jacqueline
Bardolph, Samuel T. Coleridge, das coleções Pulsar e Cassiopeia do ILC/Deriva
e, na sociologia, Mikhail Backhtin, Michel Pialoux e Christhian Corouge,
edições impulsionadas por Bruno Monteiro. EEditaremos igualmente os estudos dos 18º Encontros Luso-Galaico- Franceses do Livro Infantil e Juvenil, com o título de Literatura Infanto-Juvenil e Educação Literária.
Novidades da Deriva: Literatura Juvenil
Ameaça na Antártida e O Futuro Roubado, a continuação de Perigo Vegetal, de Ramón Caride e ilustrado por Miguelanxo Prado.
Últimas Novidades da Deriva
Wittgenstein, Jean-Claude Pinson. Samuel Taylor Coleridge e Filipa Leal constituem as últimas novidades da Deriva. Podem ser pedidas para a editora ou para a distribuidora, a Companhia das Artes.
terça-feira, dezembro 18, 2012
Mallarmé na Deriva. Primeira tradução portuguesa de Crise de Versos por Rosa Maria Martelo e Pedro Eiras
Pela primeira vez em português, esta obra de Mallarmé é traduzida por Rosa Maria Martelo e Pedro Eiras. Edição bilingue foi patrocinada pelo Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa da FLUP. Na Deriva Editores é editada na coleção Pulsar.
O Homem que Via Passar as Estrelas, de Luís Mourão. Prefácio de Máximo Ferreira
Um livro da autoria de Luís Mourão, já dramatizado por vários grupos teatrais (Teatro da Trindade, Nariz, etc.) e essencial para brincarmos a sério com as estrelas e com os planetas como diz no prefácio Máximo Ferreira. Uma obra de teatro para jovens, que facilmente pode ser montado em contexto escolar e que é transversal a várias disciplinas. Recomendado pelo PNL, tem um precioso guia de Atividades de Astronomia na Escola proposto por Paulo Simões.
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O Homem que Via Passar as Estrelas
Notícias das Guerras Napoleónicas, de Isabel Pereira Coutinho. Com prefácio de Luís Oliveira Ramos
Fotografia da Capa de Pedro Ferreira |
Perdido o seu original durante muito tempo no Mosteiro de Santa Maria do Pombeiro, com o nome de Dietário (diário) foi recuperado por Maria Isabel Pereira Coutinho e fixado para o português atual, com notas históricas valiosíssimas como nos dá conta Luís de Oliveira Ramos que prefacia as Notícias das Guerras Napoleónicas (1807-1816). Toda uma história das invasões francesas e da resistência que se lhe opôs terminantemente pelos portugueses.
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Notícias das Guerras Napoleónicas: Dietário do Mosteiro de Santa Maria do Pombeiro 1807-1816
Vozes do Alfabeto, um livro para crianças de João Pedro Mésseder e ilustrado por João Maio Pinto
Cada letra tem um poema de João Pedro Mésseder com belíssimas ilustrações de João Maio Pinto. Recomendado pelo PNL e um bom presente de Natal.
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domingo, dezembro 16, 2012
Câmara Clara escureceu. Acho que nós também
Finish...
Sessão na UPP sobre Manuel António Pina
José António Gomes, Bruno Monteiro e Sousa Dias |
Três momentos da sessão sobre Manuel António Pina na Universidade Popular do Porto. O filme de Alberto Serra sobre o poeta e jornalista merece que se conte uma pequena história igual a tantas outras neste país: o filme, que foi comentado por estes amigos de Manuel António Pina, é da RTP1, pertence-lhe por direitos de autor à «nossa» televisão pública. Acontece que a estação não quer editar o filme em DVD e comerciá-lo, mas também não deixa que o usem. Isto é, deixam-no numa espécie de limbo, cujos prejudicados serão o público e a memória de Pina. E pronto, não tenho mais nada a dizer. Lindo, não é?
De qualquer maneira, foi uma sessão nada convencional e muito afastada de uma homenagem. Viveu-se uma boa tarde, avivando as memórias e conversando. Acredito que nestas coisas nada se perde; tudo se ganha.
Preparando Domingo no Corpo, de Aurelino Costa
9 de dezembro, na Póvoa. Preparando Domingo no Corpo, de Aurelino Costa, que irá ser apresentado nas Correntes de Escritas em fevereiro de 2013. O poeta e pintor Anxo Pastor e a Otília são igualmente responsáveis pelo grafismo e pelas belíssimas ilustrações que irão ser incluídas no livro. Ondjaki apresenta e prefacia-o.
quarta-feira, dezembro 12, 2012
'Quem Me Procurará Entre os Homens?', 15 de dezembro, 17:00, na Universidade Popular do Porto. Uma conversa sobre Manuel António Pina
Mais um Bairro dos Livros entre 14 e 16 de dezembro. Nos Aliados
O Bando dos Gambozinos musicou poetas em Com Quatro Pedras na Mão. A Deriva editou
José Gomes Ferreira contado por João Pedro Mésseder em Conto da Travessa das Musas
Um belo conto de João Pedro Mésseder sobre o Porto e a Travessa das Musas rua emblemática desta cidade onde nasceu o poeta José Gomes Ferreira. As ilustrações são de Manuela São Simão. |
terça-feira, dezembro 11, 2012
Os Oquepena dançaram em Oslo!
Se algum facto político me conseguiu ainda chocar foi a
«cerimónia» de entrega do Nobel da Paz à coisa chamada UE. Não que a Europa não
seja um projeto interessante e socialmente útil se não tivesse sido assaltado
por esta gente neoliberal que o transformou num grupo político cujo único
sentido é a sua própria sobrevivência à custa dos povos e dando as mãos às mãos
dos banqueiros.
Avivemos pois a memória. Os povos europeus foram dos mais
massacrados a nível mundial levando o seu sofrimento à demência de duas guerras
arrasadoras só num único século. Para trás desse século, o que restou, o que
resta da História, não é coisa fácil de analisar. São tempos de razias mundiais
de monarquias dissolutas que, muitas vezes por birras pessoais, outras por
cobiça, outras ainda por ódios nacionalistas sem sentido, levaram à morte, à
fome, à humilhação de centenas de milhar de europeus, para não dizer de
milhões. As ditaduras, os absolutismos vários, os totalitarismos deixaram o seu
rasto de prisões, de massacres, de genocídio de povos, muitos deles indefesos.
Portanto, se alguém conhece a matriz genética dos governos europeus são os seus
povos. Infelizmente conhecemo-los bem e à sua pequena história e, mesmo que a
queiram apagar de supetão, teimaremos em mostrá-la tal como ela é: um desfilar
de incompetências e de vaidades que, num dia qualquer, havemos de recusar em
bloco.
Os discursos de ontem foram terríveis na sua vacuidade. Foram
vazios e quase criminosos porque lhe faltou a centelha de esperança que se deve
dar a quem passa mal, como hoje a Europa passa. O prémio de Oslo, a toque dos
Oquestrada (Oquepena!), foi aproveitado por aquela gente ridiculamente
perfilada que está nos governos europeus. O prémio dos povos esses recebê-lo-ão
pelas suas mãos quando os pusermos dali para fora e criarmos uma Constituição Europeia digna desse nome e de quem cria riqueza e trabalho, motor de todas as sociedades.
quinta-feira, dezembro 06, 2012
Encontros Luso-Galaico-Franceses do Livro Infantil e Juvenil e Hortas Verticais
Hoje, nos 18.os Encontros Luso-Galaico-Franceses do Livro Infantil e Juvenil, foram apresentados O Futuro Roubado e Ameaça na Antártida, de Rámon Caride, duas narrativas que continuam a saga dos irmãos Sheila e Said de Perigo Vegetal. Falou-se sobre as possibilidades de exploração pedagógica em sala de aula e fora dela - http://aventurasdesheilaesaid.blogspot.pt/ - e houve ainda tempo para um concorrido workshop sobre hortas verticais, dinamizado por João Alves e Ana Sofia, da Land Scapes.
terça-feira, dezembro 04, 2012
Edição espanhola de Os Mundos Separados que Partilhamos, de Paulo Kellerman
Só soubemos hoje. A editora espanhola é a Baile del Sol (grande nome para uma editora, diga-se), a capa é interessante e Paulo Kellerman está de parabéns. Vamos dando notícias. |
segunda-feira, dezembro 03, 2012
As aventuras Sheila e Said
As aventuras de Sheila e Said |
domingo, dezembro 02, 2012
Workshop sobre a exploração pedagógica dos livros da Aventuras de Said e Sheila, nos 18º encontros luso-galaico-franceses do livro infantil e juvenil
No dia 6 de dezembro, realizar-se-á uma Workshop sobre a exploração pedagógica, às várias disciplinas do currículo escolar, das Aventuras de Said e Sheila, de Ramón Caride. Estas aventuras compreendem Perigo Vegetal, Ameaça na Antártida e Futuro Roubado e são recomendadas pelo Plano Nacional de Leitura. Nessa sessão, onde estará presente o autor, apresentar-se-ão atividades de Língua Portuguesa, História, Geografia, Ciências Naturais, Ciências Físico-Químicas, para além de um debate que queremos participado com professores de várias escolas e alunos da ESE do Porto. Os animadores do debate serão Paula Cruz, João Sousa (Landscape) e António Luís Catarino.
Guias Sonoras, de João Pedro Mésseder. Por Ana Margarida Ramos
"Em termos poéticos, os textos aqui reunidos, até pelo seu carácter lapidar, actuam também como roteiro de uma certa visão do mundo,assumidamente contra-corrente, no sentido em que contrariam o pensamento mais comum e apelam a uma reflexão sobre a realidade e a contemporaneidade. Pequenas farpas afiadas, algumas profundamente perturbadoras, os pequenos textos impõem-se também do ponto de vista ideológico, submetendo conceitos, ideologias e, sobretudo, as palavras a um crivo crítico, às vezes desconcertante, capaz de as desconstruir e obrigar à reflexão.Mais insistentemente revisitados, conceitos como a «Democracia», noções como o Tempo, a Noite (muitas vezes associada ao sono e à insónia, mas também à escuridão e, por oposição, à Luz), o Silêncio, a Amizade e uma determinada imagem de Portugal e dos portugueses e da própria contemporaneidade são recriados com uma certa acidez e um desencanto que só, mais esporadicamente, ecoava em Abrasivas. Assim, a dimensão profundamente lírica daquele volume, visível no canto poético de algumas experiências sensoriais ou no culto da palavra enquanto conjugação de significado e significante, perseguida nas suas múltiplas acepções, reveladora do extraordinário fascínio pela linguagem, é atenuada por um relevo crescente da dimensão interventiva dos textos, sobretudo dos introdutórios, a tal capaz de agredir, por atrito, a superfície das consciências. A metáfora da lixa, presente como elemento paratextual na primeira edição, é agora substituída pela das guias sonoras, objectos destinados a evitar o adormecimento. Por outro lado, lidas enquanto balizas físicas, as guias sonoras obrigam a seguir uma rota pré-estabelecida, condicionando a liberdade. Esta sugestão aparentemente contraditória também ecoa em alguns textos, reveladores da fragilidade da humanidade." do posfácio de Ana Margarida Ramos
Chega de Fado, de Paulo Kellerman
O último livro de Paulo Kellerman editado pela Deriva. Uma entrevista a Novos Livros: |
1- O que representa, no contexto da sua obra, o livro «Chega de Fado»?
R- É a quarta colectânea de contos que publico na Deriva. Tecnicamente, continuo a tentar diversificar e explorar as potencialidades das formas mais breves de narrativa, seja o conto, a micro-narrativa, o diálogo dramático. Tematicamente, perpassa por todo o livro – o que acontece pela primeira vez, de modo consistente – um certo desejo de indignação e insurreição, que caracteriza as personagens (normalmente apáticas e conformadas, quase desistentes) mas que também pode ter uma leitura mais abrangente e ser lido no contexto do nosso actual momento social. Daí o título do livro, no sentido em que o termo “fado” pode designar, de forma abrangente, um certo estado de espírito melancólico e dramático, resignado, uma persistente lamúria e passividade, uma desistência sofrida, uma saudade passiva do que foi.
2- Qual a ideia que esteve na origem do livro?
R- O livro é constituída por dezenas de estórias que foram escritas ao longo dos últimos dois anos e, na sua maioria, divulgadas no blogue. Parti do conceito do título e seleccionei, sequenciei e, por vezes, reescrevi todas essas estórias de forma a formar os dez “capítulos” que constituem o livro; cada um destes “capítulos” é composto por um número variável de contos que retratam diversos momentos do relacionamento entre as personagens que integram esse “capítulo” e tendem a derivar para uma intenção de resolução, de superação, de confrontação. O livro nunca deixa de ser uma colectânea de contos, onde cada estória é autónoma e vale por si, mas encerra igualmente uma leitura mais subliminar, já que cada um dos “capítulos” pode ser visto como um esquiço de uma novela em potência.
3-Pensando no futuro: o que está a escrever neste momento?
R- Estórias que vou colocando no blogue, uma peça de teatro e os primeiros alinhavos de um romance que não sei se virá a ser efectivamente escrito.
__________
Paulo Kellerman
Chega de Fado
Deriva Editores, 13€
A crítica ao crítico, ou a continuação da história de uma recensão
Eu, ontem, fui ver um filme fascistóide, disfarçado de épico. Está lá tudo o que enforma a ideologia: desde o culto da força à incomodidade espacial da imigração, desde a necessidade premente da disciplina à conquista da felicidade terrena, desde a construção de uma nova ordem à conquista territorial, agora transposta para o espaço. Como nova afirmação da humanidade, transformada numa «Una
nimidade», que tudo justifica. Nem lhe falta um filósofo de serviço. Quem? O grande Soljenitsyn, esse mesmo, o adorador de Pinochet. O filme em si é uma tanga, mas é perigoso, devido à sua crítica ao capitalismo e ao dinheiro «que tudo corrompe» (outro valor fascista) que pode confundir os mais incautos ou os distraídos. Hollywood adapta-se aos tempos. O nome do filme? Cloud Atlas.
Mas não vos contei tudo. Há uma cena inicial do filme que vale a pena contar-vos: passa-se no terraço de um prédio, para onde se organizou a apresentação de um livro de um escritor mais ou menos falhado, isto é, que não vendia nada, isto é outra vez, regulado pelo gosto do mercado, que assim é que deve ser. O escritor arfava de raiva contra um crítico que, rodeado de gajas boas, bebia uma coisa entre o gin tonic e um martini branco. O editor acalmava-o. O escritor lembrava-lhe uma antiga recensão destruidora da sua carreira e vai daí atira o crítico pela janela fora. As pessoas no cinema riram-se. O escritor vai para a prisão. O editor ganha balúrdios com o best seller em que se torna o novo livro. A vingança só é completamente terminada com a reclusão forçada do editor num lar para velhos que tenta recriar o célebre Voando Sobre Um Ninho de Cucos, de Kubrik.
Não gosto da ideia de criticar um crítico e fazer alarde avacalhado disso mesmo aqui nas redes sociais ou no cinema. Revela aquilo a que chamamos de anti-intectualismo básico, para além de falta de bons fígados a que um punhado de jovens escritores deviam tomar atenção. Principalmente, quando esse crítico tem razão. Mas aí também se encontra o gérmen desse fascismo atual e da indigência de quem julga muito bom o que escreve e o que vende. Infelizmente, não é assim e o mercado (essa coisa que se diz reguladora) também faz comprar o que lhe convém. O nothing box dos tempos que correm.
nimidade», que tudo justifica. Nem lhe falta um filósofo de serviço. Quem? O grande Soljenitsyn, esse mesmo, o adorador de Pinochet. O filme em si é uma tanga, mas é perigoso, devido à sua crítica ao capitalismo e ao dinheiro «que tudo corrompe» (outro valor fascista) que pode confundir os mais incautos ou os distraídos. Hollywood adapta-se aos tempos. O nome do filme? Cloud Atlas.
Mas não vos contei tudo. Há uma cena inicial do filme que vale a pena contar-vos: passa-se no terraço de um prédio, para onde se organizou a apresentação de um livro de um escritor mais ou menos falhado, isto é, que não vendia nada, isto é outra vez, regulado pelo gosto do mercado, que assim é que deve ser. O escritor arfava de raiva contra um crítico que, rodeado de gajas boas, bebia uma coisa entre o gin tonic e um martini branco. O editor acalmava-o. O escritor lembrava-lhe uma antiga recensão destruidora da sua carreira e vai daí atira o crítico pela janela fora. As pessoas no cinema riram-se. O escritor vai para a prisão. O editor ganha balúrdios com o best seller em que se torna o novo livro. A vingança só é completamente terminada com a reclusão forçada do editor num lar para velhos que tenta recriar o célebre Voando Sobre Um Ninho de Cucos, de Kubrik.
Não gosto da ideia de criticar um crítico e fazer alarde avacalhado disso mesmo aqui nas redes sociais ou no cinema. Revela aquilo a que chamamos de anti-intectualismo básico, para além de falta de bons fígados a que um punhado de jovens escritores deviam tomar atenção. Principalmente, quando esse crítico tem razão. Mas aí também se encontra o gérmen desse fascismo atual e da indigência de quem julga muito bom o que escreve e o que vende. Infelizmente, não é assim e o mercado (essa coisa que se diz reguladora) também faz comprar o que lhe convém. O nothing box dos tempos que correm.
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