sábado, abril 26, 2008

Paulo Kellerman e Luís Mourão na Arquivo, em Leiria, dia 29/04. Às 18:30


Na Livraria Arquivo, em Leiria, a 29 de Abril (terça) pelas 18:30, vai estar o Luís Mourão a apresentar o último livro de contos de Paulo Kellerman «Silêncios entre Nós». O Paulo e o Luís conversarão convosco e criar-se-á, esperamos todos, mais um bom momento de literatura em forma de conto e de conversas à volta dela. Em jeito de causa-efeito. Vamos lá estar todos e conhecer mais de perto este novo livro do Paulo.

quinta-feira, abril 24, 2008

Versos para Adormecer, José Ricardo Nunes

Versos para Adormecer

Ontem, para adormecer, embalei-me
nos versos que acontecem antes
de adormecer, quando o sono já manda
e o corpo não obedece à ordem
de acender a luz e procurar papel
e caneta. Antes de adormecer escrevi
os versos que escrevo agora, à secretária,
numa pausa apressada, para combater
o stress com desactualizada ortografia. E lembro-me
que voltei a pensar neles de manhã, na sonolência
do autocarro, ao chegar ao terminal. O corpo
vinha então aos versos, a despropósito,
estava parado a ser. De manhã,
à entrada de Lisboa, os versos são por vezes coisas
que coloco em paralelo ao rio.

Apócrifo, José Ricardo Nunes, Deriva, 2007

domingo, abril 20, 2008

Brutal – 3º Festival Internacional de Poesia Contemporânea em Zagreb. Filipa Leal presente





A edição deste ano, acontecerá de novo em dois espaços previlegiados da cidade: na livraria-café Booksa e no bar Gjuro II, que este ano conta com a presença de 11 jovens poetas de nove países europeus, entre os quais Portugal.

Há 3 anos que este festival é organizado, e há 3 anos que o Instituto Camões vem a apoiar esta iniciativa, que tem contado com uma presença portuguesa desde o início. Este ano, a convidada é a poetisa e jornalista Filipa Leal.

No final do festival será publicado um livro (à semelhança das edições anteriores) com os poemas de todos os participantes. Os poemas estarão nas suas línguas originais e também serão apresentadas as respectivas traduções em croata.

Durante essa semana, os estudantes da Cátedra de Língua e Literatura Portuguesas da Faculdade de Letras da Universidade de Zagreb terão a oportunidade de conhecer Filipa Leal um pouco melhor, através de um Workshop de Poesia que dinamizará na Faculdade.

15, 16 e 17 de Abril de 2008
Livraria-café Booksa e no bar Gjuro II
Zagreb
Do site do Instituto Camões



A Deriva não resiste a editar O Problema de Ser Norte na língua croata:



Problem je biti sjeverno
Bio je to stih s drvećem okolo.
Imao je problem što je sjeverno
i što je dan i što je tako oprečan prirodi.
Bio je to stih bez zraka
ali s drvećem okolo,
a ja u središtu, dolje, na kamenim
stubama, puna zelenila i hladnoće
razmišljam kako i dalje ne shvaćam
oprečnu prirodu pred svojim očima.
Jer ako je drveće jedini
krajolik ovoga stiha, svugdje okolo,
a ja u središtu, dolje, na kamenim
stubama još uvijek, ako se okrenem, ako umrem,
hoće li to drveće još uvijek biti krajolik ovoga stiha,
kako da ga volim
a da me

neka
posebna
tišina još

ne prekine?


O Problema de Ser Norte, Deriva, 2008

abril/maio

Debord



Raoul Vaneigem - La vie s'ecoule

segunda-feira, abril 07, 2008

Alberto Sughi «descobre» Paulo Kellerman

No blog de Alberto Sughi fala-se de Paulo Kellerman e do seu Silêncios entre Nós (tradução, um pouco livre, para Il Silenzo dentro di noi) a sair muito em breve, ainda no final deste mês. Vamos conhecê-lo aqui , um pintor que foi referido pelo Paulo em vários dos seus contos.

A Metamorfose das Plantas dos Pés, de Catarina Nunes de Almeida publicado em Itália. Sairá em Julho pela Deriva

Catarina Nunes de Almeida
La metamorfosi delle piante dei piedi(A metamorfose das plantas dos pés)
traduzione italiana di Martino Baldi
LietoColle - Collana Erato

... bisogna ricominciare dal corpo, amare la vita che è in noi, farla crescere ogni giorno come una pianta dentro, non lasciarla morire. Corpo come luogo vegetale, come biologia dell’uomo: un filone che collega Catarina Nunes de Almeida, non solo a Daniel Faria, ma anche a Jorge Reis-Sá, un filone poetico portoghese inaugurato forse da Al Berto con quel suo zibaldone portatile che era O medo (La paura), che ha anche alimentato una nuova generazioni di giovani scrittori talentuosi e precoci quale Catarina Nunes de Almeida, figli del tempo nostro, e quindi bambini in rovina, come direbbe José Luís Peixoto. Dopo Prefloração, suo libro d’esordio, nella lettura di questa nuova raccolta poetica di Catarina ho avuto la conferma dell’impressione di freschezza verde della sua poesia, bella e sofferta, consapevole del mondo e aperta ad esso, come una pillola di ossigeno, un palliativo poetico per i mali umani che, come diceva Gil de Biedma, sono dell’anima, ma si leggono nel corpo come un libro aperto.
dalla postfazione di António Fournier