segunda-feira, setembro 22, 2008

Lawrence Pettener, poeta inglês, no Clube Literário do Porto a 11 de Outubro (17h). Com leituras poéticas traduzidas por Filipa Leal



O guindaste branco espalha as suas asas
Poesia de Lawrence Pettener
na presença do poeta inglês

Leitura e tradução portuguesa de Filipa Leal
11 de Outubro, pelas 17h
Clube Literário do Porto

Lawrence Pettener vive em Bristol, mas costuma identificar-se como sendo “Irlandês de Liverpool”. A sua poesia está traduzida em várias línguas europeias e tem feito leituras em cidades como Berlim, Liubliana e Amesterdão. Licenciado em Literatura inglesa e Mestre em Escrita Criativa, tem trabalhado como revisor em publicações periódicas e textos literários. Na primeira visita ao Porto, Lawrence Pettener promete fazer uma leitura dos seus poemas não só em inglês mas também em irlandês gaélico.

Filipa Leal nasceu no Porto. Formada em Jornalismo, é Mestre em Estudos Portugueses e Brasileiros. Publicou «lua-polaroid», «Talvez os Lírios Compreendam», «A Cidade Líquida e Outras Texturas» e «O Problema de Ser Norte». Tem participado em vários Encontros de Poesia, nomeadamente na Galiza, em Pisa, Zagreb e Bristol. Integra, desde 2004, os Seminários de Tradução Colectiva de Poesia Viva da Fundação da Casa de Mateus.



Lawrence Pettener e Filipa Leal no Festival de Poesia de Bristol, 7 de Setembro de 2008

terça-feira, setembro 16, 2008

«9 de 9. Poesia actual portuguesa.» Presença de Catarina Nunes de Almeida e Filipa Leal

Aqui vai a notícia tal como nos chegou:

«La editorial Centro de Estudios Literarios y de Arte de Castilla y León (Celya ) ha editado la publicación '9 de 9. Poesía actual portuguesa', que recopila poemas en portugués y su traducción al español de nueve jóvenes autores de Portugal.
Los autores seleccionados son todos ellos «jóvenes poetas nacidos trasla revolución de los claveles y la caída del régimen dictatorial salazarista en Portugal», según explicó ayer el poeta zamorano JesúsLosada, encargado de coordinar la publicación y traducir los poemas al español.
La obra es el cuaderno número 18 de la colección Aedo de poesía y
su publicación ha sido posible gracias al patrocinio de la Fundación CajaRural de Zamora, que ha sufragado el coste de los dos mil ejemplares editados.
El libro, de 24 paginas, se distribuirá gratuitamente a través de CajaRural, así como en universidades y centros de estudio de Portugal. La publicación recopila nueve poemas de otros tantos autores portugueses, algunos de los cuales, pese a su juventud, ya gozan de reconocimiento en Portugal y han traducido parte de su obra a otros idiomas europeos, según explicó a Efe Jesús Losada.
El primero de los poemas es de José Luis Peixoto, uno de los escritores más importante del panorama literario portugués, que tiene en su haber el premio José Saramago, «el equivalente al premio Planeta español», ha asegurado el autor de la publicación.
El libro incluye también versos de los poetas de Oporto José RuiTeixeira, Rui Lage y Filipa Leal, así como de los lisboetas Pedro Sena Lino, Vasco Gato y Catarina Nunes de Almeida.
La publicación se completa con los poemas de Joao Ricardo Lopes, natural de Fafe; y Jorge Reis-Sá, autor originario de Vila Nova de Famalicao. Losada indicó que esta publicación quiere ser un anticipode una antología más amplia que prepara sobre la literatura y la poesía portuguesa.»
NB: a foto de Jesús Losada neste post é de Luis Calleja

quinta-feira, setembro 11, 2008

A Intoxicação Linguística, próximo livro de Vicente Romano. Em breve nas livrarias

Capa de Gémeo Luís

Depois de A Formação da Mentalidade Submissa, Vicente Romano edita, na Deriva, A Intoxicação Linguística. Estará, muito em breve nas livrarias.

Introdução — Jornalismo e Língua

Pela sua própria natureza, a informação é selectiva. Devido às limitações espácio-temporais, aos condicionamentos profissionais, ideológicos, culturais, etc., os jornalistas vêem-se sempre obrigados a seleccionar. Quase nunca dispõem do tempo, do espaço e da autodeterminação suficientes para dizer o que gostariam. Daí que possa afirmar-se que um domínio superior da língua, o seu uso consciente e competente seja uma das qualidades fundamentais do jornalista. Entre os jornalistas, embora sejam raros, podem existir casos de ingenuidade profissional, mas em informação nada há que seja inócuo.
O uso correcto da língua contribui para a eficácia da comunicação, para o aumento do conhecimento, quer dizer, para que a ignorância se reduza e para a ampliação da liberdade humana. Por isso há que cuidar e dominar a língua, os recursos expressivos para a transmissão de informações.
Em tempos de guerra, de incerteza e de angústia social como os actuais, é fácil recorrer ao sensacionalismo, à manipulação orientada da emocionalidade. Sim, os profissionais da informação não podem renunciar à sua sensibilidade ante a dor e a exploração dos seres humanos. As suas reportagens e as suas palavras reflectem a sua posição perante os factos, mesmo quando tentam ocultá-los. Mas não se pode esquecer que estes profissionais são observadores, não actores. E, ainda que a verdade possua muitas caras e seja difícil obtê-la por inteiro, podem, sim, aproximar-se dela.

II

Porém, como dizia o senador norte-americano Hiram Johnson, em 1917, a verdade é a primeira vítima da guerra. Em termos semelhantes se manifestara no seu, Da Guerra, o general prussiano Carl von Clausewitz, cem anos antes: “Uma grande parte das notícias que recebem na guerra é contraditória, outra parte ainda maior é falsa e a maior parte é bastante duvidosa…”. Em suma, concluí Clausewitz, «a maioria das notícias é falsa e o temor dos seres humanos reforça a mentira, não a verdade».
Como demonstraram a II Guerra Mundial, o desmembramento militar da Jugoslávia, a Guerra do Golfo ou as agressões contra o Afeganistão, o Iraque e o Líbano, as palavras do senador norte-americano no princípio do século XX, como as do general prussiano no início do século XIX não perderam validade. Pelo contrário, reforçaram-se mais e mais.
O controlo da informação e difusão de notícias e imagens foi sempre utilizado como uma arma essencial para submeter vontades e conquistar consciências. Por isso, o Pentágono não deixou ver qualquer imagem da Guerra do Golfo, anunciada como a primeira guerra televisionada na História, nem a administração norte-americana mostrou os corpos das vítimas do 11 de Setembro, como não permite, hoje, a difusão de qualquer notícia ou imagem do Afeganistão ou do Iraque que não esteja controlada, isto é, manipulada pela CIA e pelo Pentágono. E, para maior sarcasmo, isto é feito por um governo que proclama aos quatro ventos a liberdade de expressão como um dos pilares da sua organização social.
O objectivo consiste, naturalmente, em que apenas se conheça uma versão dos factos, ou seja, a comunicação unidireccional e unilateral, irreversível. Mas, por definição, a comunicação engloba o elemento da reciprocidade, da dicção e da contradição, da partilha do conhecimento. Por isso é contraditória com a vontade autoritária, a qual recorre à força e à violência física. Reciprocidade significa franqueza, abertura aos outros. Na comunicação aberta são o conhecimento e o raciocínio que se concretizam. A violência, seja esta física seja psicológica, deforma o pensamento, uma vez que não indaga acerca do verdadeiro e do falso. Os meios que se fecham impedem a comunicação. Não são recursos de violência física, não são bombas, mas transformam os seres humanos em coisas e a política que se transmite por seu intermédio não pode senão estar submetida à coacção que os meios exercem sobre os fins (Pross, 1971).
(...)
In, A Intoxicação Linguística, Vicente Romano. Em breve distribuido nas livrarias

Spike Island's Canteen, Free event

Poetry reading by Filipa Leal and Lawrence Pettener, Sat 06 September, 3:30pm
Join us for an informal afternoon when Leal and Pettener will read as part of the Bristol Poetry Festival 2008.
Filipa Leal was born in Porto, Portugal in 1979. She is a poet, a writer of fiction and a journalist. She is the author of three collections of poetry: Perhaps the Lilies Understand, The Liquid City and Other Textures, and The Problem of Being North. Filipa will be reading her own work which she has translated from Portuguese into English
Lawrence Pettener is a Bristol-based poet. His work has been translated into various European languages, and he has given readings in Berlin, ljubljana and Amsterdam.Free Event: 3.30pm, Saturday 06 SeptemberSpike Island Canteen

quarta-feira, setembro 03, 2008

Joaquim Castro Caldas (1956-2008)


Um Apocalipse

agora é que tinha graça encher campos de relva de soldados e derrubá-los com os braços, pegar-lhes pelos capacetes e pô-los nos sítios do globo que nos apetecesse, agarrar no ar obuses e mísseis e espetá-los uns contra os outros, empurrar tanques por desfiladeiros, desligar centrais nucleares e bombas e amontoar dinheiro para o derreter e queimar, cobrir o jogo de lágrimas verdadeiras a conta gotas nos olhos dos homenzinhos armados em grandes, os que chamam melancolia ao amor e nostalgia à humildade, os que monopolizam e manipulam a história, informatizam a eternidade, esquecem-nos ou esquecem-se
in Mágoa das Pedras, Deriva, 2008