domingo, dezembro 30, 2007
Catálogo de Venenos, de Marilar Aleixandre. Poesia da Galiza
segunda-feira, dezembro 03, 2007
200 anos de denúncia da escravatura. 8 e 9 de Dezembro na Ler Devagar e na Eterno Retorno
quarta-feira, novembro 14, 2007
Dorregarai, A Casa-Torre de Anjel Rekalde apresentado por Rui Pereira, dia 16 no Porto e a 17 em Coimbra
quarta-feira, outubro 31, 2007
Nova morada
Até já, portanto.
terça-feira, outubro 16, 2007
13os Encontros Luso-Galaicos-Franceses do Livro Infantil e Juvenil. Porto, Biblioteca Almeida Garrett, 15-17/11. A Deriva presente
Do livro à cena
Conferências e debates Ateliers/encontros para o público adulto
Exposições – venda de livros Ateliers/encontros/espectáculos para o público infantil
15 de Novembro (5ª feira)
Recepção aos participantes
Abertura oficial (com apresentação do cd-rom relativo aos 12os Encontros)
Intervalo
10:30 – Panorâmicas da literatura dramática galega, portuguesa e francesa
Blanca-Ana Roig Rechou (Rede LIJMI / Univ. de Santiago de Compostela)
Ana Margarida Ramos (Rede LIJMI / Univ. de Aveiro), José António Gomes (Rede LIJMI / ESE do Porto) e Sara Reis da Silva (Rede LIJMI / Univ. do Minho)
Hermes Salceda Rodríguez (Univ. de Vigo)
12:00 – Inauguração das exposições bibliográficas (literatura dramática portuguesa, galega e francesa) e de ilustrações (Inês Oliveira – Portugal; e Óscar Villán – Galiza)
Almoço
14:00 – Ateliers
Teatro escolar no Ensino Primário – Chus Pereiro (Galiza)
Da escrita literária ao teatro – Catarina Lacerda (Teatro do Frio -Portugal)
Do livro à cena – Adelina Carvalho (Portugal)
16:00 – Manuel António Pina e a experiência de escrita teatral em primeira pessoa Manuel António Pina (Portugal)
Sara Reis da Silva (Portugal)
17:00 – Apresentação de livros
A Ninfa do Atlântico de Maria José Meireles, ilustrações de Evelina Oliveira; História de Alberto de Emília Nóvoa, ilustrações de Fedra Santos (Campo das Letras)
Boas Noites – Paula Carballeira (Edicións Xerais de Galicia)
18:15 – História de um segredo de Álvaro Magalhães, encenação de João Luiz pelo Teatro Pé de Vento
16 de Novembro (6ª feira)
9:30 – Teatro para a Infância e a Juventude e Representação
Grupo Garfo – Carlos Labraña e Ánxela Gracián (Galiza)
João Paulo Seara Cardoso (Teatro de Marionetas do Porto)
Karin Serres (escritora e encenadora - França)
Intervalo
11:15 – Escrita para Teatro e Representação no contexto galego
Euloxio Ruibal e Cândido Pazó (Galiza)
Apresentação da Programação de Teatro Infantil do Centro Dramático Galego
Cristina Domínguez (Galiza)
Almoço
14:00 – Ateliers
Teatro escolar no Ensino Primário – Chus Pereiro (Galiza)
Mediador da leitura – procura-se! – Cristina Taquelim (Portugal)
Do livro à cena – Adelina Carvalho (Portugal)
16:00 – Apresentação do Guia Didáctico elaborado a partir de As laranxas máis laranxas de todas as laranxas, de Carlos Casares Mouriño por Pilar Sampedro (autora) e Óscar Villán (ilustrador) (Galiza)
16:30 – Álvaro Magalhães e a experiência da escrita teatral em primeira pessoa
Álvaro Magalhães (Portugal)
José António Gomes
18:00 – Sessão de Conta Contos
Paula Carballeira e Cândido Pazo (Galiza) e Cristina Taquelim (Portugal)
17 de Novembro (sábado)
9:30 – As formas de Teatro para a Infância e Juventude e as realidades dos diferentes espaços linguísticos
José Caldas (Portugal)
João Luiz (Companhia Pé de Vento, Portugal)
Euloxio Ruibal (Galiza)
11:15 – A realidade do teatro escolar
Miguel Vázquez Freire (Galiza)
Francisco Beja (ESMAE / Portugal)
Intervalo
12:00 – Apresentação de O Segredo Maior (poemas musicados), de João Lóio, pelo Grupo Vocal Canto Décimo, direcção de Guilhermino Monteiro
Encerramento
ENCONTROS/ATELIERS E ESPECTÁCULOS PARA CRIANÇAS
Equipa de animação da BMAG e BPMP
15 de Novembro (5ªfeira)
10:30
Equipa de animação da BMAG
Teatro de fantoches “Corre, corre cabacinha” conto tradicional recontado por Eva Mejuto
14:00
Óscar Villán (Galiza)
Como ilustrar um livro para crianças
16 de Novembro (6ªfeira)
10:30
Equipa de animação da BPMP
Teatro de sombras” O sapo encontra um amigo” de Max Velthuijs pel
Eric Many (França)
14:00
Em torno do álbum “Hipólito, o Filantropo”
Organização
APPLIJ – Associação Portuguesa para a Promoção do Livro Infantil e Juvenil
Gálix – Asociación Galega do Libro Infantil e Xuvenil LIJMI – Rede Temática de Literatura Infantil e Juvenil do Marco Ibérico Consulado Geral da França
Apoios
Câmara Municipal do Porto – Biblioteca Almeida Garrett Editora Campo das Letras Ministério da Cultura – Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas Casa da Leitura (Fund. C. Gulbenkian) Conselleria de Cultura da Xunta de Galicia Edicións Xerais de Galicia ELOS – Associação Galego-Portuguesa de Investigação em Literatura Infantil e Juvenil Caixanova Livraria Index
terça-feira, outubro 09, 2007
Grandes Autores para Pequenos Leitores, coordenação de José António Gomes e Blanca-Ana Roig Rechou
JOSÉ ANTÓNIO GOMES é professor adjunto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Dirige a revista Malasartes: Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude. É membro da Rede Temática LIJMI («Las literaturas infantiles y juveniles del marco ibérico. Su influencia en la formación literaria y lectora»). Participou com comunicações e conferências sobre Literatura para a Infância e Juventude e Literatura Portuguesa Contemporânea em congressos nacionais e internacionais, sendo autor de numerosas publicações nestes âmbitos. Com o nome literário João Pedro Mésseder assinou livros de poesia e cerca de dezena e meia de títulos no âmbito da literatura para crianças.
BLANCA-ANA ROIG RECHOU é catedrática de Língua e Literatura Galegas na Universidade de Santiago de Compostela. Dirige, desde 1995, no Centro Ramón Piñeiro para a Investigación en Humanidades, o projecto «Informes de Literatura» e coordena, no mesmo Centro, o projecto «Diccionarios de Literatura», do qual já se publicaram os volumes Diccionario de termos literarios (a-d) (1998) e (e-h) (2003). É a Investigadora Principal da Rede Temática LIJMI, que conta com apoio à actividade de investigação do Ministério da Educação e Ciência de Espanha e de outras instituições públicas e privadas. Participou em numerosos congressos e jornadas nacionais e internacionais nos quais apresentou conferências e comunicações. Lecciona cursos de doutoramento e de formação contínua sobre Literatura Infantil e Juvenil galega. É autora de livros, artigos e recensões sobre Literatura infantil e Literatura galega em livros e publicações periódicas.
sábado, outubro 06, 2007
Jovens Ensaístas lêem Jovens Poetas, Biblioteca Florbela Espanca, Matosinhos, Quinta-feira, dia 11 de Outubro
Biblioteca Florbela Espanca, Matosinhos
Quinta-feira, 11 de Outubro de 2007
concepção: Pedro Eiras
15h – Sessão 1: Poética e Mostração
moderação: Helena Lopes
Marinela Freitas: Sinónimos inter/ditos: Catarina Nunes de Almeida e o erotismo no feminino
Mariana Leite: Poesia e ciência - Século XXI, odisseia no saber?
João Paulo Sousa: O poema em prosa na obra de Luís Quintais
16.30h – Sessão 2: O Lugar da Poesia
moderação: Andréia Azevedo Soares
Catarina Nunes de Almeida: Imagens da cidade na novíssima poesia portuguesa
Miguel Ramalhete Gomes: Morar e Rememorar – o lugar em A Cidade Líquida, de Filipa Leal
Raquel Ribeiro: “A noite a princípio é o homem sem casa”: vestígios da escrita e a aparição do divino na “noite escura” de Daniel Faria
18.00h – Sessão 3: Em Diálogo com Outras Artes
moderação: Daniel Jonas
Margarida Gil dos Reis: Uma fotografia para Manuel de Freitas
Helena Lopes: Talvez as fotografias vagamente / desfocadas sejam as mais belas – Poesia e Cinema
Joana Matos Frias: Do corpo espacejado à cirurgia estética: o teatro anatómico da poesia
21.30h – Sessão 4: Panorâmica da Mais Jovem Poesia
moderação: Marinela Freitas
José Ricardo Nunes: A vida e a escrita nalguma poesia portuguesa recente (sumário)
Andréia Azevedo Soares: Édipo às avessas: a poesia como lugar de (re)encontro com o pai
Daniel Jonas: A minha geração
Encontram mais informação no site da Câmara Municipal de Matosinhos:
http://cmmatosinhos.wiremaze.com/pagegen.asp?SYS_PAGE_ID=821970&id=700
segunda-feira, setembro 17, 2007
Filipa Leal nas Quintas da Leitura a 27 de Setembro
27 de Setembro de 2007 no Café Teatro do Campo Alegre, pelas 22 horas.
A Cidade Líquida
Poesia de Filipa Leal
Apresentação de Inês Pedrosa
Leituras de Inês Veiga de Macedo, Susana Menezes, Pedro Lamares e Filipa Leal.
Fotografia de Mafalda Capela
Perfomance de Tânia Carvalho
Vídeo David Bonneville
Música de MEME, voz Ana Deus e Marta Bernardes, Rui Lima e Sérgio Martins, guitarra, Nuno de Sousa, guitarra e teclados.
Produção FCD / Teatro de Campo Alegre
sexta-feira, agosto 31, 2007
quinta-feira, julho 26, 2007
Dorregarai - A Casa-Torre, de Anjel Rekalde (extracto do I Capítulo).
A casa-torre
Primeira Parte
1834-1839
Os cinco rapazes saíram praticamente só com o que tinham em cima. Levavam pouca roupa e alguma comida para a viagem e uma inquietação que parecia sair-lhes pelo colarinho da camisa a julgar pela forma com que puxavam por ele com os dedos nervosos.
Da copa do carvalho uma coruja de plumagem esbranquiçada observava-os enquanto caçava.
A revolta dos bascos tinha-se iniciado poucos meses antes. O descontentamento da população tinha-se juntado às intrigas palacianas e ao dos oficiais afectos a D. Carlos V de tal maneira que a detenção e o fuzilamento do general Santos Ladrón de Cegama tinha provocado uma reacção que terminou numa mobilização geral. Os insurrectos ocuparam, em primeiro lugar, as praças de Vitória e de Bilbau assim como numerosos municípios mais pequenos, onde se apoderaram das armas depositadas, encomendadas para a criação de milícias do país para o caso de uma invasão estrangeira.
No território basco peninsular não havia exército nem os seus habitantes estavam sujeitos ao serviço militar. O alistamento em caso de guerra externa era geral, pai por filho. Da mesma forma, os batalhões de terços desmobilizavam-se, depois de terminado o confronto, para voltar aos seus trabalhos habituais.
Com essas armas armazenadas, relíquias de antigas batalhas, ergueu-se o movimento carlista. Eram apenas baionetas, sabres e algumas espingardas de percussão danificadas sem munição.
O governo liberal de Madrid, afecto à rainha regente Cristina, opôs-se a este levantamento e, à falta de efectivos militares próprios das províncias insurrectas, enviou o exército de Portugal sob o comando do general Sarsfield. A soldadesca espanhola entrou no país basco como um touro numa louçaria, esmagando e destruindo tudo à sua passagem. Em menos de uma semana tomou as cidades de Bilbau e de Vitória e expulsou os rebeldes para a montanha.
Zumalakarregi reuniu as forças dispersas e organizou-as em batalhões móveis, ligeiros, capazes de evoluir e manobrar com rapidez. Os comandos e os grupos de guerrilhas, expulsos das províncias ocidentais, agruparam-se em Navarra e constituíram um novo exército no qual a falta de recursos militares era compensada pela audácia e pela surpresa das acções. O êxito face a Sarsfield propagou-se pelos vales como uma epopeia lendária e, tal como noutros tempos, face aos invasores franceses, a população juntou-se às milícias resistentes.
Joaquim Garaiar saiu ao caminho atrás de José Maria Arbelaiz. Alguns anos antes este tinha abandonado a aldeia para entrar para um convento de frades. Em crianças tinham sido amigos, mas desde que se tinha ido embora não o voltara a ver até que, dias atrás, quando Joaquim voltava do trabalho no bosque, ouviu um rastolhar que nascia por debaixo de uns tojos.
Aproximou-se para ver. Escondido, por detrás do matagal, estava o frade que o afastou com enérgico gesto com a mão.
— Fora! Vai-te embora! Que ninguém te veja a falar comigo!
Joaquim parou desconcertado no meio do carreiro.
— O que se passa?
— Tens de me ajudar. Foram ao mosteiro, revistaram-no à procura de armas e escapei por milagre por uma janela no telhado.
— O que aconteceu? O que é que queres?
— Agora, não te posso dizer. Pode passar alguém. Vem à noite, traz-me qualquer coisa para comer e falaremos.
Com o luar, quando a família foi dormir no fim do dia, Joaquim escapou-se do seu quarto em silêncio, com o coração a palpitar de impaciência e os bolsos cheios de broa de milho e algumas tiras de carne da matança que tinha retirado da despensa. Chegou ao local onde tinha deixado o seu amigo e assobiou com precaução na escuridão. Ao fim de alguns instantes ouviu uns passos nas suas costas, na direcção contrária à que pressupunha estar o monge escondido. O seu medo foi tal ao sentir-se apanhado que esteve prestes a desatar a correr pelo monte, ladeira abaixo.
— Calma, sou eu.
— Que susto! Não te esperava desse lado. Pensei que alguém me tinha seguido.
— Ninguém veio atrás de ti. Estava a vigiar e tomei as minhas precauções.
O perseguido comeu as provisões com fome de lobo. Joaquim ouvia-o comer e engolir quase sem mastigar. Não podia ver o seu rosto no escuro, mas sem saber por quê, imaginou-o abatido.
— Porque não foste até à tua casa, onde está a tua família?
— Era muito perigoso. Estão perto de Oleta e da estrada. É possível que estejam à espera para me prenderem.
José Maria Arbelaiz era religioso por obrigação. O irmão mais velho tomaria conta da fazenda familiar e para o segundo não havia sítio no casario. D. Pedro, o pároco que os visitava regularmente e comia uma vez por semana nas cozinhas melhor fornecidas da freguesia, procurou uma colocação e encontrou-lhe um lugar no velho convento dos monges.
José Maria ali entrou para se instruir e adaptar-se à vida da ordem. Ali foi apanhado pelas perseguições da autoridade liberal, pelos ataques ao património da Igreja e pela falta de cobrança das rendas eclesiásticas devido à pobreza da população.
Como outros frades envolveu-se, em seguida, nas teias da insurreição. Andou no contrabando de armas, na espionagem e na vigilância das forças inimigas. Viajou como correio devido ao seu conhecimento dos carreiros do gado impossíveis de controlar pelo exército, e rapidamente entrou para as listas de mandados de captura dos guardas da província.
Era um jovem vivaço. Diziam dele que tinha um duende sob a pele que o mantinha sempre acordado. Qualquer sobressalto fazia-o correr antes de olhar e voltava a cabeça de imediato para ver o que se passava atrás de si, como se receasse uma punhalada imprevista ou o aparecimento de um inimigo. Esta ansiedade tinha-o livrado de ser presa dos soldados. Quando lia uns avisos, retirado na sua cela, sentiu os primeiros passos de botas nos silenciosos corredores do mosteiro. Intuiu que era a tropa que o procurava e escapou-se pela clarabóia no telhado.
Com a boca ainda cheia de broa de milho contou ao seu amigo Joaquim.
— Um soldado velho espreitou e apontou a espingarda pela janela por onde eu tinha fugido. Chegou a disparar, sem pontaria, pois não me apanhou. Atirei-lhe com uma telha, a que escapou por milagre e ninguém mais apareceu para me perseguir.
Falavam em sussurro, com medo, conscientes de que a noite propaga as palavras à distância. No entanto, estavam encobertos pela natureza adormecida, os grilos incansáveis, a passagem da brisa entre as árvores e os ruídos inquietantes dos caçadores da escuridão. (...)
Tradução de Francisco Marques
quarta-feira, julho 25, 2007
Os próximos livros da Deriva
Agosto - Dorregarai, A Casa-Torre, de Anjel Rekalde. Romance histórico.
Setembro - Grandes Autores para Pequenos Leitores - Literatura para a Infância e a Juventude: elementos para a construção de um cânone, coord. de José António Gomes e Blanca-Anna Roig Rechou. Ensaio.
Setembro - Vozes do Alfabeto, de João Pedro Mésseder, ilustrações de João Maio Pinto. Infantil.
Outubro - A Intoxicação Linguística, de Vicente Romano. Ensaio.
Outubro - Apócrifo, de José Ricardo Nunes. Poesia.
Novembro - O Espírito Nómada de Kenneth White. Ensaio.
Novembro - Catálogo de Venenos, Marilar Aleixandre. Poesia.
terça-feira, julho 17, 2007
Dorregarai, A Casa-Torre de Anjel Rekalde, traduzido por Francisco Marques e a editar este mês pela Deriva
A capa espanhola de Dorregarai, A Casa-Torre e Anjel Rekalde
quinta-feira, julho 05, 2007
Dia 6 de Julho, sexta, às 21:30, na Galeria Sargadelos, debate sobre Futuro Primitivo de John Zerzan
terça-feira, julho 03, 2007
Da Sombra que Somos, de Maria Sofia Magalhães: 4 de Julho, Palacete Balsemão, 21:30 (à Carlos Alberto)
Apresentação do livro de poesia ”Da Sombra que Somos”
Dia 4 de Julho | quarta-feira | 21:30 horas
Palacete Balsemão | Praça Carlos Alberto | Porto
Livraria Poetria
domingo, junho 24, 2007
Livraria Orfeu, em Bruxelas: apresentação de Dragona, de Xavier Queipo
Plano Nacional de Leitura: O Elefante que não era Elefante, Galinhas à Solta e Perigo Vegetal na nova listagem
O Elefante que Não era Elefante, Marta Rivera Ferner - INCLUÍDO NO PLANO NACIONAL DE LEITURA - para o 1º ano de escolaridade - Destinado à Leitura Orientada na Sala de Aula - Grau de Dificuldade II
Perigo Vegetal, de Ramón Caride - INCLUÍDO NO PLANO NACIONAL DE LEITURA - para o 6º ano de escolaridade - Destinado à Leitura Orientada na Sala de Aula - Grau de Dificuldade II
terça-feira, junho 19, 2007
Debate, dia 6 de Julho, pelas 21:30, sobre Futuro Primitivo de John Zerzan na Galeria Sargadelos, Porto
É na Galeria Sargadelos, aqui no Porto, que se vai debater o Futuro Primitivo de John Zerzan, a convite de André Martins. Vamos, com todo o gosto. As intervenções iniciais, porque esperamos outras mais tarde e de todos, são de António Alves da Silva e Rui Pereira. Lá estarei, também, para falar de um livro que me deu grande prazer editar.
É no dia 6 de Julho (sexta), pelas 21:30. A Galeria é na Rua Mouzinho da Silveira, 294. Tel.: 222011666.
William Morris e a Beleza da Vida, edições &etc
William Morris, A Beleza da Vida, Conferência no Twon Hall, Birmingham, em 1880. Livro recém- editado pela &etc
segunda-feira, junho 18, 2007
Gonçalo M. Tavares e Paulo Kellerman na Bulhosa, em Lisboa, dia 28 de Junho, às 18:30
domingo, junho 17, 2007
Da Sombra que Somos, de Maria Sofia Magalhães. Apresentações
Capa de Gémeo Luís
As letras arrumadas
descodificam
a solidão
na ausência de sentidos.
Movo os olhos
e recebo a luz.
Esqueço as mãos
descomprometidas
do mundo.
Apresentações:
Lisboa - Livraria Barata, 29 de Junho pelas 18:30
Porto - Livraria Poetria / Palácio Balsemão (ao Carlos Alberto), 4 de Julho, 21:30
quinta-feira, junho 14, 2007
Henry David Thoreau e o espírito nómada
terça-feira, junho 12, 2007
Já à venda - Futuro Primitivo de John Zerzan
Para saber mais sobre o livro e sobre o autor clicar em John Zerzan.
domingo, junho 10, 2007
Meridionais, de João Pedro Mésseder a 15 de Junho em Évora e Avis
Edição de Junho do le Monde - A Formação da Mentalidade Submissa de Vicente Romano
Tapoquê?
Thomas Mann editado pelo lulu.com
domingo, junho 03, 2007
Intervenção de José António Gomes na Feira do Livro do Porto a 1 de Junho de 2007
• onde cada novo livro de poesia de qualidade não é lido por mais de 300 a 500 leitores;
• onde os livros de ensaio têm destino semelhante;
• onde, devido às baixas tiragens, é quase impossível manter colecções de bolso com livros a preços módicos;
• onde não há revista literária que por muito tempo se aguente;
• onde os jornais ditos de referência reduzem cada vez mais o espaço dedicado à divulgação e crítica de livros, substituindo-o por secções de ‘faits divers’ e noticiário sobre frivolidades;
• onde encerram livrarias todos os anos;
• onde muitas editoras e distribuidoras vivem, cada vez mais, em situação de insolvência, numa asfixia lenta, mitigada por efémeros ‘balões de oxigénio’ (a publicação de ‘novidades’, umas após as outras);
• onde o mercado editorial se encontra completamente desregulado (cerca de 80% nas mãos das grandes superfícies (FNAC, hipermercados, Livrarias Bertrand) e o resto nas mãos de livrarias com a corda na garganta), um mercado a ser absorvido, de modo crescente, por um punhado de grandes grupos empresariais, cujo único fito é o lucro;
• onde as grandes superfícies forçam as editoras a ruinosas margens de desconto, o que, paradoxalmente, resulta em aumento generalizado dos preços de venda a público;
• onde entramos na maioria dessas grandes superfícies e nunca encontramos o livro que queremos, pois os escaparates estão inundados de ‘best sellers’ de autores anglo-saxónicos e de outros produtos editoriais altamente tóxicos;
• onde a maioria das famílias portuguesas possui pouquíssimos ou quase nenhuns livros em casa;
• onde existem muitas vilas, e até cidades, sem uma única livraria digna de tal nome;
• onde, quando morreu Augusto Abelaira, ouvimos falar da presença do então presidente da República no lançamento de um livro de José Mourinho, mas nada lhe ouvimos dizer, nesses mesmos dias, acerca da personalidade do autor de “A Cidade das Flores”;
• onde as Bibliotecas Públicas se vêem e acham para arrancar uns tostões aos orçamentos das autarquias a fim de acudir a necessidades várias: crescimento dos fundos documentais, actividades de promoção da leitura, etc.; e onde por vezes são inauguradas, com pompa e circunstância, Bibliotecas Públicas quase sem livros, por autarcas que não perdem um minuto por dia com a leitura;
• onde, sobre a actividade cultural, predomina uma visão economicista e se encara com frequência a cultura – assim a vêem os que nos têm governado – como uma actividade mercantil e um espectáculo mediático;
• onde o louvável e necessário projecto da Rede de Bibliotecas Escolares avança mais lentamente do que seria desejável (por exemplo, no Porto, em cerca de 60 escolas do 1º ciclo, apenas metade ou menos de metade possui bibliotecas integradas na Rede).
Num país assim que – afirma-o José Mário Branco numa das suas canções (falando sintomaticamente de Luís de Camões e do século XVI português) – “te mata lentamente”, num país assim, só nos podemos congratular com campanhas e programas de promoção do livro e da leitura, como o Plano Nacional de Leitura, cuja divisa é LER MAIS.
Campanhas que passam, como esta passa, pela Escola Pública. (Pois, que se saiba, estar equipada com Biblioteca Escolar não é requisito essencial para que uma escola privada funcione; donde, as públicas são melhores do que as privadas.) A Escola que é, neste país, um dos poucos espaços onde a Literatura, a verdadeira Literatura, trabalhada de modo continuado e persistente graças aos professores, vai sobrevivendo. Para a maioria dos jovens, o único espaço, a bem dizer, onde lhes é dada a possibilidade de conviver com o literário.
2. Um segundo tópico a que gostaria de aludir – indirectamente relacionado com o PNL e directamente ligado à questão da promoção do livro – prende-se com a qualidade da Leitura, a qualidade dos livros, a qualidade das selecções que se propõem. Prende-se com o modo como passamos pelos ‘clássicos’ e pelos grandes livros, mesmo os da chamada literatura infantil, como gato por vinha vindimada, e nos deixamos encandear pelo novo só porque é novo – sendo muitas vezes medíocre. E prende-se eventualmente com a qualidade das actividades de promoção da leitura e de animação. Por vezes pergunto-me: anima-se sim; mas o quê?, e como? E, em boa verdade, promove-se?
Aqui não resisto a evocar por graça um dos episódios mais hilariantes do “Dom Quixote de La Mancha”. Refiro-me ao capítulo VI, cujo título é, na versão de Aquilino Ribeiro, “[Capítulo] Que trata do largo escrutínio que o cura e o barbeiro fizeram na livraria do nosso engenhoso fidalgo”.
Nesta passagem se narra a iniciativa do cura amigo de Dom Quixote que, certa manhã, com a ajuda do barbeiro, trata de lançar ao fogo quanto livro mau, quanto mau romance de cavalaria encontra na biblioteca pessoal de Dom Quixote. Livros responsáveis, segundo o cura – que era homem de saber e bom gosto literário – pelos desvarios mentais do ‘cavaleiro da triste figura’.
Não advogando que se queimem livros, e lembrando-me sempre de outras muitas fogueiras e censuras de má memória, não quero deixar de dizer que esta espécie de parábola de Cervantes é uma lição sobre a qual nem sempre temos sabido meditar. É dos mais admiráveis textos que conheço sobre a questão da promoção da leitura, a promoção dos bons livros. Por isso entendo – como outros já têm explicado melhor do que eu – que seria preferível a divisa do PNL ser LER MELHOR em vez de LER MAIS. Com as implicações que este ‘slogan’ deveria ter.
sábado, junho 02, 2007
Meridionais, de João Pedro Mésseder. Texto de apresentação de Paula Cruz no Clube Literário do Porto a 18 de Maio de 2007
Os textos são breves, densos, condensados, volumes gnómicos, muitas vezes aforísticos (a lembrar um outro título do autor, Abrasivas). Por vezes aproximam-se da aguarela pela sua aquosidade e leveza, em outros momentos são incisivas legendas. Todos eles são porosos, dados à respiração nítida e a um líquido silêncio, inundado de uma memória de um mar liso, muito azul e de uma planície, paradoxalmente, vertical.
O poema inaugural de Meridionais apresenta-se com uma reconfortante certeza:
“Afinal
o mundo
tem um centro” (p.7)
Esse centro é Delfos, o cordão umbilical dos poetas. Não é preciso procurar mais. Delfos, reverenciado por todo o mundo grego como o umbigo do universo, é o começo, a génese, o centro. É também em Delfos, na água bebida na “Fonte Castalia” que reside a graça poética. Não, seguramente, a “graça” / inspiração de Mésseder: afinal quem bebe “a água que jorra do umbigo da terra” são os outros – aqueles que buscam “um grão de juventude” (p. 8) – não ele. O desejo de distanciamento desses outros que necessitam dessa “água” é mais do que vincado: são eles – esses que a bebem – não ele.
O silêncio de Mésseder não é uma metáfora gasta, mas sinestésico que se vê e se respira. É esse silêncio que se encontra em Epidauro, no teatro. Este anfiteatro reproduzia de forma audível, nas últimas bancadas, o som de um alfinete atirado ao chão. No entanto, é mais fácil hoje ouvir hoje um alfinete cair, do que respirar a nitidez inteiriça do silêncio.
À estética aprumada de Mésseder não falta a pulsão da justiça social. O poeta não esquece Elgin, lorde inglês que no séc. XIX retirou parte das esculturas sobreviventes do Parténon e as levou para Inglaterra, nem Teodósio – imperador e cristão – que antes tinha destruído esse mesmo templo. Dois lamentáveis exemplos da afirmação e legitimação da nobreza (ou de uma espécie de nobreza). Estranhamente, estas vis linhagens têm sido as eleitas, sendo preteridos os homens que “a troco de um soldo – como é justo” (p. 16) erguem templos. A propósito de Ídhra, a ironia continua: a bela e maternal ilha agasalhou em seu regaço corsários que se tornaram homens ricos (não ricos homens). Conclui o poeta: “Assim se fundam nobres genealogias de ladrões”. (p. 17).
É a pulsão social, o sentido ético que não deixa nunca de ser o farol, o sul, a coluna vertebral destes cadernos fragmentados.
A revisitação feita pelo sujeito poético leva-nos, por vezes, a uma minimalização do presente e faz sobressair o elemento natural. É a natureza que perdura. Ela estava antes dos deuses e continua depois deles. A presença quase obsessiva do mar é disso exemplo: ”mar de laranjeiras”, “o mar de oliveiras”, o “liso mar azul”, “o mar sem fúria” ou mesmo o “azul sarónico”. Quase que nos atrevemos falar de uma eco-poesia.
Os deuses gregos, que partilhavam o divino com os mortais, já partiram. Na areia restam apenas “estilhas dos ossos de Ícaro”. Aquele que queimou as asas de cera ao querer subir ainda mais alto. Agora estamos abandonados a nós próprios.
Depois deste Sul grego que, brincando com as palavras, norteia Meridionais, temos outro sul: o Alentejo. Um Alentejo mítico e mitificado. Um Alentejo revolucionário e resistente, um Alentejo cujo vibrante silêncio é estratégia de sedução.
A paleta de cores muda. Já não é apenas o branco e o azul: a paisagem está agora marchetada de amarelos, ocres e castanhos. São deste caderno palavras-chave a planície, a verticalidade, a justiça, a cal, o vento e numa estrutura menos visível, mas muito presente: a esquerda.
O vento de que se fala talvez seja real, mas é também uma vontade de mudança, de um rumo novo a um outro sul: um sul ao sul do Sul.
Numa “receita” filológica, Mésseder explica a génese do Alentejo enquanto país: A um rio – o Tejo – juntou-se um advérbio: além. Com homens, vinho e pão rude e digno temos um país:
“Junta o rio e seu advérbio: nasce um país. Com homens, vinho, um pão difícil.” (p.34)
O Alentejo é, aqui, anunciado como um país que exige ser nomeado como se fosse uma planície, um sopro na paisagem. O mar do sul, do Caderno Grego, transforma-se aqui numa “terra interminável”, de “horizonte inteiro e raso onde – nada dir-se-ia – está inscrito” (p.64). Há um cuidado em limpar as palavras e em “resgatá-las” na sua inteireza: caiá-las. Mas a planície, a vastidão, não esquece nunca a verticalidade e a justiça. Metonimicamente, o Alentejo representa a revolução. Além Tejo, há homens que são “pilares de sangue e suor que atravessaram séculos de paisagens golpeadas.” (p. 59). Diz Mésseder que esses pilares de sangue “nunca cessaram de florir por dentro da fome”. Esta imagem é violenta e fortíssima: “florir por dentro da fome”. Se florir implica um renascer e uma Primavera (quiçá um Abril?), a fome é a opressão. Contudo, nem a fome conseguiu aniquilar a esperança e o sonho. O Alentejo afirma-se assim como o berço de uma “ambição civil” (p. 59), ambição essa que ainda vive, mais que não seja nas palavras. (p. 60). Palavras que alguns se esforçam por apagar, como se fiz algures: “as palavras que morrem com os anos” (p. 60)
O breve texto “Torre do Castelo de Beja”: “Como um homem erguido do chão, o orgulho da pedra vertical.” (p. 67) reserva em si mesmo a essência da Revolução: o erguer-se, o levantar-se do chão, o construir-se, o orgulhar-se de si e da sua verticalidade. Esta prosa mínima dialoga directamente com “Operário em Construção” de Vinicius: “E o operário disse: Não!”. É esse o orgulho vertical, a frontalidade, a dignidade, o rigor, o florir por dentro, mesmo contra a fome, contra a opressão, com as nobrezas imerecidas.
O poema “Domingo em Nisa” (p. 41) é um olhar duro sobre um país povoado e sobre uma certa forma de ser português, longe da sombra divina dos deuses gregos. «Domingo em Nisa» é também Cesário e Nobre («Georges! anda ver meu país de romarias e procissões»). É um texto de uma violência atroz, porque nos mostra desabridamente parte do que somos (ou do que nos tornamos). É o mostrar de um Portugal «abrasivo» – «o sol golpeia o ar» –, sem a limpidez grega («imundos de poeira»). O cheiro do fumeiro, do suor, a soneira e as cólicas: a noiva branca, os convidados «barbeados e bovinos» e os «absurdos / longos vestidos de noite para um evento diurno». Contudo, nem esta forma de estar, de ser ou ir sendo, deslustra o ser Meridional.
quinta-feira, maio 31, 2007
Páginas Soltas: João Pedro Mésseder entrevistado por Bárbara Guimarães. Dia 1 de Junho, pelas 20:45h
sexta-feira, maio 25, 2007
A Deriva nas Feiras do Livro de Lisboa e Porto
Feiras do Livro:presente nos Pavilhões da CENTRALIVROS.
Feira do livro de Lisboa: Pavilhão 127, 131, 135, 139
Feira do Livro do Porto: Tenda C3 e C5
Boas feiras!
Gonçalo M. Tavares
quarta-feira, maio 23, 2007
Salvem a crítica literária nos jornais?
domingo, maio 20, 2007
Futuro Primitivo de John Zerzan, a publicar dentro de dias
John Zerzan nasceu em 1943, em Oregon, EUA, e é licenciado em Ciências Políticas pela Stanford University e em História pela San Francisco State University. Preso em 1966, nos EUA, pela sua participação nos movimentos de desobediência civil e contra a guerra do Vietnam, conhecidos pelos tumultos de Berckeley. Abandonou, mais tarde, uma carreira universitária na University of Southern California. Hoje, dedica-se à educação de crianças e à jardinagem. Promove, ainda, conferências sobre o Primitivismo e Paleo-Anarquismo em todo o mundo. Destaca-se como escritor e filósofo do chamado Primitivismo com a edição de Elements of Refusal (Left Bank Books, Seattle, 1988) e de Future Primitive (Autonomedia, New York, 1994) livro agora traduzido para português pela Deriva e que lhe deu projecção internacional ao serem traduzidas versões para várias línguas. Questioning Technology (Freedom Press, Londres, 1988), The Mass Psychology of Misery, Tonality and the Totality, The Catastrophe of Postmodernism e The Nihilist's Dictionary contam-se entre as suas obras mais recentes. Em 2002, edita Against Civilization: Readings and Reflections, em Los Angeles.
As ideias de John Zerzan situam-se na crítica à tecnologia e à cultura simbólica como origem da degenerescência da Humanidade que a iniciou com o advento da agricultura e da domesticação de toda a vida humana e da natureza. Rejeita, portanto, a divisão social e sexual do trabalho e o patriarcado, assim como a separação entre a Natureza e a Cultura. Singular, na visão de Zerzan, é a síntese de várias correntes filosóficas que elabora na crítica à sociedade moderna e pós-moderna como suportes que fazem parte de um mundo que se encontra moribundo. As fontes teóricas do Primitivismo a que Zerzan dá voz vão desde Adorno, aos situacionistas, à antropologia, ao luddismo, à ecologia e ao feminismo, assim como às correntes igualitárias e anti-autoritárias americanas e europeias. O Futuro Primitivo é, para nós, a obra mais marcante de John Zerzan. Para além de reflectir uma revisitação teórica da Pré-História, ataca violentamente as ideias preconcebidas da antropologia oficial e dá-nos a possibilidade de encontrar uma ténue saída para a catástrofe iminente.
«Definir» um mundo não alienado seria impossível e talvez indesejável, mas creio que podemos e deveríamos tentar revelar o não-mundo dos nossos dias e como se chegou até ele. Caímos num monstruoso erro ao adoptarmos a cultura simbólica e a divisão do trabalho, abandonando um mundo de deslumbramento, compreensão e totalidade e esperando por um Nada que nós encontramos, hoje, na doutrina do progresso. Vazia, cada vez mais vazia, a lógica da domesticação, com as suas exigências de domínio total, mostra-nos a ruína de uma civilização que destrói tudo em que toca. Presumir a inferioridade da natureza favorece o domínio de sistemas culturais que não tardarão a tornar a Terra inabitável.
O pós-modernismo diz-nos que uma sociedade sem relações de poder não é mais que uma abstracção. É uma mentira, a menos que aceitemos a morte da natureza e que renunciemos para sempre ao que foi e que poderá, um dia, vir a ser de novo. Turnbull falou-nos da intimidade entre os Mbuti e a floresta, e da sua maneira de dançar como se fizessem amor com ela. Na fímbria de uma vida onde todos os seres são iguais, onde não existia nenhuma abstracção e que se esforça ainda por manter-se viva, eles «dançam com a floresta, dançam com a lua». (Futuro Primitivo, 2007, Deriva). Esta edição portuguesa da Deriva é acompanhada por um prefácio do autor.
John Zerzan
segunda-feira, maio 14, 2007
«Meridionais» de João Pedro Mésseder no Clube Literário a 18 de Maio, Sexta-feira, pelas 21:30. Apresentação de Paula Cruz
segunda-feira, maio 07, 2007
António Mega Ferreira escreve sobre a poesia de Filipa Leal na Os Meus Livros de Maio.
domingo, maio 06, 2007
O J. foi baleado
Não me venham, portanto, com merdas: o J. conheceu cedo demais a violência física bem longe dos lares da classe média. Num bairro cada vez mais gueto, onde a droga impera e até baixou de preço. Estamos a educá-lo numa falha sísmica. Nem Rousseau nos pode valer. Trata-se de estupidez e avidez de lucros e, aí, as defesas que temos são políticas.