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Paulo Kellerman no Bar Abrelatas. Leiria. Janeiro de 2014 |
segunda-feira, janeiro 27, 2014
Paulo Kellerman com a Deriva em 2014
Quintas de Leitura de Fevereiro. Já podem reservar bilhetes
terça-feira, janeiro 21, 2014
Apresentação de Crónicas Peugeot. Na Gato Vadio. Dia 31/01, 21:00
Filipa Leal e Aurelino Costa nas Correntes d' Escritas
Ainda é oficioso, mas poderemos avançar já com a informação: Filipa Leal (A Cidade Líquida e Outras Texturas, O Problema de Ser Norte, A Inexistência de Eva e Vale Formoso, na Deriva Editores) e Aurelino Costa (Domingo no Corpo, Deriva) vão estar nas Correntes d' Escritas.
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segunda-feira, janeiro 20, 2014
Deriva/Ensaio
- A Formação da Mentalidade Submissa, de Vicente Romano, 16,20
- Intoxicação Linguística, de Vicente Romano, 14,40
- Utopias Piratas, de Peter Lamborn Wilson, 12,50
- O Espírito Nómada, de Kenneth White, 18,90
- Futuro Primitivo, de John Zerzan, 8,80
- A Mobilização Global, seguido de Estado-Guerra, de Santiago López-Petit, 15, 50
pedidos e contactos: infoderivaeditores@gmail.com
Hoje, apresentação de Antologia da Cave. Na Almeida Garrett, pelas 21:30
O número impressiona num país avesso a estas coisas da poesia: 25 anos de Café/Bar Pinguim, 56 poetas que serão antologiados neste livrinho e que vai ser apresentado logo à noite na Biblioteca Almeida Garrett, aqui no Porto. Durante 25 anos, com mais ou menos regularidade, muita gente passou por ali dizendo poemas, ouvindo, lendo e comentando. Fumava-se e bebia-se com gosto, e sempre coma poesia. Durante todo este tempo, o Joaquim Castro Caldas o Isaque Ferreira, o Pedro Lamares e o Rui Spranger serviram de orientadores encartados a pessoas a quem só interessava ouvir poesia e sem trazer qualquer senha de presença. Das poucas vezes que por lá passei (as sessões no Pinguim começavam à meia noite, eu levantava-me às sete da manhã e a minha idade não perdoa!) senti esse abraço que só eles poderiam dar. Relembro-me sempre muito do Joaquim e da sua completa anarquia, as história que contava passadas com Juliette Greco, com o Leo Ferré, o comboio partilhado em Paris com o Samuel Beckett, as noites com o Ary dos Santos e Natália Correia que lhe tinha um carinho especial (estas histórias estarão escritas?). Mas não posso esquecer também a generosidade do Spranger, do Isaque, a presença da Filipa Leal, os poemas de Pedro Ribeiro, de João Habitualmente, do Daniel Maia-Pinto Rodrigues e do Pedro Lamares, entre outros.
Estes 25 anos e a presença destes 56 poetas são de um trabalho inestimável que o futuro poderá dar razão, ou não. Pelo nosso lado, a Antologia da Cave tem todo o sentido.
segunda-feira, janeiro 13, 2014
Diálogo construído numa grande superfície à sua beira ou de como não se compra Suicidas
- Boa tarde. Tem Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho?
- Um momento. Vou ver aqui no computador. Hmmm...hmmm....
- Sim?
- Temos. Está aqui registado Suicidas, sim senhor! Só há um.
- Ok. Obrigado. Onde? Não o vejo na estante da poesia, nem na dos autores portugueses.
- Só há um, mas no Algarve!
- Desculpe? (admiração e espanto)
- O que temos aqui registado é que só temos um exemplar, mas numa livraria do Algarve. (mostra enfado)
- Mas estamos no Porto, carago! (alguma irritação)
- Posso pedir (revira os olhos em círculo) para lá. Leva 5 a 8 dias! (olha para longe, sem fitar ninguém em particular)
- Ao menos em Lisboa. Não há lá nenhum. Pelas contas demoraria 2 a 3 dias! (produz-se um sorriso amarelo)
- É o que temos. (como quem está a falar com um atrasadão)
Hoje, na Fnac de Sta. Catarina, Porto
Na Fnac de Sta. Catarina, no Porto, já se encontra à venda Dos espaços confinados, de Catarina Costa, o seu segundo livro.
Hoje, na Livraria Latina, Porto
Estante de poesia da Livraria Latina, no Porto. Pode contar-se com Compositores do período barroco, do José Ricardo Nunes, com Dos Espaços confinados, de Catarina Costa e Bartlebys reunidos, de Ricardo Gil Soeiro
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sábado, janeiro 11, 2014
Na Gato Vadio, Porto. Os livros da Deriva
Eis a montra da Gato Vadio com os livros da Deriva simpaticamente expostos num espaço de debate já importante no Porto. Os nossos livros lá estão mais as últimas novidades, sem as ânsias e as «escolhas de mercado» dos grandes espaços cada vez mais claustrofóbicos.
O Inverno da investigação, por Diogo Ramada Curto, no Público de 30. 12. 2013. Onde se fala da Deriva e de Bruno Monteiro
Investigação em Humanidades e Ciências Sociais à beira de
uma hecatombe
O Inverno da investigação
Diogo Ramada Curto
Uma enorme desorientação e escolhas políticas erradas
puseram a investigação em Humanidades e Ciências Sociais à beira de uma
hecatombe que corre o risco de desperdiçar uma geração promissora
Este ano o
Inverno chegou à investigação das Humanidades e Ciências Sociais com a força de
uma hecatombe. Um autêntico desastre, de consequências imprevisíveis, a revelar
uma total desorientação por parte de quem nos governa! A Fundação para a
Ciência e Tecnologia (FCT), sob tutela do Ministério da Educação e Ciência, com
responsabilidades no financiamento da pesquisa em Portugal, perdeu o controlo
sobre o processo de atribuição de contratos de investigação por cinco anos. E,
apesar de ser obrigatório reconhecer que o número de contratos a concurso até
aumentou, passando de centena e meia para duas centenas, a contestação está por
todo o lado. Porquê?
Mariano
Gago, em entrevista ao Expresso do passado dia 14, pôs o dedo na ferida, e
denunciou a política errada de falta de confiança nas instituições
universitárias e de pesquisa. Na mesma linha, poder-se-á argumentar que a
responsabilidade na criação de concursos altamente contestados denuncia falta
de autoridade, mais propriamente científica, por parte de quem decide, governa
e torna obscuros os meandros de um processo que não tinha, até agora, sido
objecto de tanta discussão. Muito concretamente, em todas as áreas se torna
evidente que não foram contempladas candidaturas de excelência. Qualquer que se
seja o sentido que se atribua à putativa “excelência”, irmã gémea do
“empreendedorismo” — um chavão a pretexto do qual se reduzem custos para
aumentar produtividade.
No que
respeita às ciências sociais e humanas, há dois aspectos interligados que podem
ajudar a perceber as referidas faltas de autonomia e autoridade. Refiro-me à
remodelação do Conselho Científico na mesma área, que se politizou
partidariamente e para o qual o ministro da tutela começou por nomear a sua
própria mulher e um amigo de juventude, director de um centro de investigação
sempre mal classificado pela própria FCT. Bem mais importante ainda é mencionar
que o número de contratos foi reduzido para metade. Ou seja, se em 2012 foram
dados cerca de 20% do total dos contratos às ciências sociais, este ano os
mesmos passaram para quase 10%.
Pertenci ao
anterior Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades da FCT e
assisti a tentativas do mesmo género para reduzir a importância da área. Por
isso mesmo, percebo bem que só graças a um novo Conselho — com menos autonomia,
autoridade e experiência — foi mais fácil fazer gato-sapato. Mais. Com a
redução do número de contratos atribuídos à área em causa, é normal que tenham
vindo ao de cima possíveis escolhas arbitrárias, algumas distorções parciais e,
sobretudo, uma enorme incapacidade para fazer reconhecer como legítimos
critérios de avaliação que não são uniformes.
2. A
ausência de reconhecimento que suscita uma instituição como a FCT, ou seja, o
pôr em causa de uma instituição do sistema de investigação em Portugal, está
presente em muitas outras escalas do frágil edifício científico que caracteriza
as humanidades e as ciências sociais. Um inventário, mesmo que incompleto, das
debilidades deste edifício não implica que tivesse existido uma qualquer época
dourada, do passado recente ou longínquo.
Arrisco
mesmo traçar um diagnóstico das debilidades em causa, a partir de cinco grandes
linhas, sem preocupações de as apresentar por ordem. Antes de mais, o modo como
as carreiras se organizam favorece a figura do professor transformado em
administrador, aspirando a um poder de direcção, mas totalmente separado da
figura carismática do professor reconhecido pelas suas investigações, criações
e capacidades de inovação. Num quadro dominado pelos administradores
burocratas, os que investigam raras vezes têm capacidade para impor as suas
escolhas, sobretudo quando se trata da nomeação dos mais jovens e brilhantes
investigadores. Logo, as nomeações dos mais jovens acabam por ser decididas
quer por meros critérios de gestão, quer por parte dos que chegaram ao poder
por via administrativa.
Num quadro
de cinzentismo e de depreciação do valor dos mais carismáticos
professores-investigadores, alguns dos critérios de excelência e de
internacionalização — duas das palavras mágicas dos diplomas que organizam a
investigação em Portugal — assumem carácter meramente formal. Por exemplo,
conheço quem por ter passado umas semanas ou uns meses com o cartão de uma
qualquer biblioteca universitária norte-americana exiba os galões de “visiting
scholar” ou mesmo de “visiting professor” desta ou daquela universidade da Ivy
League. O mesmo se passa em relação à participação em colóquios ou em redes
ditas internacionais. É que são sobretudo dignos de pacóvios muitos dos casos
de puro exibicionismo de sinais exteriores de internacionalização.
Curiosamente, são os professores-administradores os que mais ufanos se mostram
na acumulação de tais títulos de internacionalização — que fazem sorrir uma
nova geração de investigadores que, apesar de precária, se tem mostrado muito
mais capaz de se internacionalizar.
Atribuo à
obsessão pelos critérios bibliométricos o mesmo peso que um
professor-administrador incapaz de distinguir entre níveis aprofundados de
fazer ciência e as meras obras de divulgação. Claro que, pelo menos nas
humanidades e ciências sociais, a bibliometria tem dois tipos de utilidade. Por
um lado, serve para encontrar um critério de aparente objectividade que esconda
situações de inegável arbitrariedade quando se trata de escolher, classificar e
nomear. Por outro lado, permite que as escolhas meramente administrativas se
baseiem em indicadores de produtividade e de boa gestão. Aqui bate, talvez, um
dos pontos de maior dissolução de todo o edifício: a incapacidade de impor
verdadeiros critérios de inovação científica baseados numa cultura crítica,
analítica e problematizadora.
Não é,
aliás, por acaso que os maiores defensores da bibliometria quantitativista são
os que mais facilmente definem a investigação a partir de temas — não de
problemas — com falsas preocupações de exaustividade. É que as listas de temas,
tal como em muitos casos a exibição de teorias, modelos e metodologias, a cargo
dos que já foram denominados como os seus cães de guarda, servem para
demonstrar uma espécie de poder e para criar a ilusão da existência de escolas.
Ora, estas últimas vão ao encontro da valorizada noção de grandes projectos,
com financiamentos avultados, exibidos à maneira dos velhos troféus de caça,
mas que raras vezes se encontram ligados à inovação criativa.
Última das
debilidades do edifício das humanidades e ciências sociais: são poucas ou
nenhumas as condições que favorecem a investigação e o ensino universitário que
delas deveria resultar. Por exemplo, não existem bibliotecas em construção, com
colecções pensadas de forma integrada — um processo lento que não é
substituível pelo acesso a bases de dados, ainda por cima truncadas e
desactualizadas. Ora, a existência de uma boa biblioteca — conforme disse, há
muito, Marc Bloch a propósito da história comparada — fará mais pela
interdisciplinaridade do que todos os discursos programáticos a seu respeito. É
aqui que será necessário uma maior concentração de esforços, para que os gastos
em pessoal e na sua formação sejam devidamente rentabilizados. Por exemplo, não
seria mais razoável evitar a dispersão de recursos em Lisboa, num raio de dois
quilómetros, por pequenas bibliotecas de centros e universidades, e
simplesmente dotar de meios a Biblioteca Nacional?
3. Com a
chegada do Inverno, imagino que o edifício a que me refiro poderia ser bem
diferente. A esperança que ainda tenho talvez seja resultado de trabalhar e
escrever diariamente na Biblioteca Nacional, uma instituição onde, apesar de
todos os cortes e da falta de meios, o acolhimento aos leitores é caloroso. Mas
o que mais me determina resulta de me cruzar, no meu quotidiano, com colegas
mais novos, investigadores de uma geração que trabalha em posições precárias, mas
com rasgo e capacidade crítica e problematizadora. O respeito que tenho por
essa nova geração, que não beneficiou das condições privilegiadas de
estabilidade e segurança de emprego que usufruí desde os meus 22 anos, é
imenso. Não resisto, por isso, a evocar aqui três casos que apontam para
caminhos muito diferentes.
Bruno
Monteiro, um jovem sociólogo do Porto que não tem 30 anos, e cujo primeiro
grande livro aguarda publicação, representa bem essa nova geração de
investigadores em que valeu a pena investir. Herdeiro de uma tradição de
pesquisa sedimentada por várias gerações de cientistas sociais do Porto, de
Madureira Pinto a Virgílio Borges Pereira, tem demonstrado nos seus trabalhos
um conhecimento aprofundado, crítico e analítico, do Porto e do Vale do Ave.
Utilizando este território como uma base, Monteiro, graças às condições de
estabilidade que a Universidade do Porto lhe tem sabido proporcionar, tem
conseguido multiplicar as suas áreas de interesse e cruzar saberes. Entre as
suas actividades, os seus estudos publicados por uma pequena editora
independente, Deriva, e traduções por ele coordenadas, merecem ser destacados,
enquanto propostas originais em que os conhecimentos disciplinares se cruzam em
função da colocação de problemas, Ricardo Jorge, A peste bubónica do Porto
(2010); Ludwig Wittgenstein, Observações sobre “O Ramo Dourado” de Frazer
(2011); História Social do Porto (2011); Michael Pialoux e Christian Corouge,
Crónicas Peugeot (2013).
Porém, as
condições, os resultados e as expectativas sugeridos pelo caso de Bruno
Monteiro quase parecem excepcionais no confronto com dois outros casos. Por um
lado, o de uma brilhante investigadora, doutorada há três anos, que tem agora
40 anos. Doutorou-se tarde, por ter tido sempre de trabalhar ao mesmo tempo que
investigava. A estabilidade do trabalho de professora num liceu de província
constituiu-se como uma prioridade, quando vieram os filhos e depois o divórcio.
Neste momento, a necessidade de assistência à família leva-a a angariar outros
trabalhos — como tradutora, ghostwriter e tarefeira de projectos científicos —
para suplementar o seu ordenado. Seria um devaneio arriscar tudo numa bolsa.
Porém, sem esta a sua disponibilidade para se dedicar à escrita,
necessariamente morosa, de artigos para poder ser avaliada afigura-se como uma
quimera. O seu potencial, no qual irei continuar a acreditar, está pois
comprometido neste círculo vicioso do qual dificilmente conseguirá fugir. E só
por hipocrisia com todos os que se confrontam com situações precárias se poderá
argumentar que a necessidade aguça o engenho...
Último caso:
um aluno que conheço por se ter licenciado na faculdade onde ensino, onde
acabou por se doutorar com bolsa da FCT, vai interromper a sua bolsa de
pós-doutoramento que lhe foi concedida também pela FCT. Concorreu à bolsa de
uma prestigiada fundação de pesquisa brasileira e foi escolhido como um dos
quatro investigadores em mais de uma centena de candidatos. Partirá em Janeiro.
Suspenderá a bolsa, na certeza de que o seu futuro em Portugal é muito incerto.
Felicitei-o, como mandam as regras, mas guardei para mim a ideia de que não irá
voltar.
4. Como em
qualquer edifício, são vários os que têm responsabilidades sobre o estado em
que se encontra a construção. A FCT, as universidades e centros de pesquisa e,
sem dúvida mais limitados, os próprios investigadores situam-se em patamares
diferentes de escolhas e execução. Porém, neste Inverno que agora começa, a
hecatombe vinda de cima — suscitada por uma enorme desorientação e por erradas
escolhas políticas — tem consequências difíceis de admitir. Sobretudo quando se
trata de sacrificar o elo mais fraco e de transformar em vítimas os
investigadores de uma nova e promissora geração.
sábado, dezembro 21, 2013
segunda-feira, dezembro 16, 2013
Na Livraria Utopia, as novidades da Deriva
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Livraria Utopia, na Rua da Regeneração, 22, no Porto |
Outra das Livrarias que marcam o Porto: a Utopia onde pontifica o Herculano que conheci nos idos de 80, em Coimbra, quando andávamos a publicar na Centelha. Ele, rock e anarcas, eu poesia, situacionistas e marxistas libertários. Seja como for ficámos amigos até hoje. Ainda lá não se pode beber um copo, mas há um café ao lado bem simpático. Como alfarrabista, encontram-se livros de História e Filosofia que nenhum «grande espaço» tem a veleidade de ter. E outra coisa: tem um stock de poesia de invejar qualquer pessoa de bom gosto. Aberto da 10h às 19h. É na Rua da Regeneração, 22 (à Praça da República). O Herculano tem lá, se não todo, grande parte do espólio glorioso da Deriva.
As novidades da Deriva que lá pode encontrar são estas:
- Segmento, de Hugo Neto (Poesia)
- Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho (Prosa poética)
- Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes (Poesia)
- Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge (Ensaio/Sociologia/Movimento Operário)
- Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa (Poesia)
- Ao Encontro de Max Frisch, de Teresa Martins de Oliveira (Ensaio, ILC)
- Samuel Taylor Coleridge, Biographia Literaria, de Jorge Bastos da Silva
Na Livraria Gato Vadio as novidades da Deriva
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Livraria Gato Vadio, na Rua do Rosário, 281, no Porto |
Na Livraria Gato Vadio podemos encontrar todas as novidades da Deriva e o seu catálogo mais antigo. Pode-se beber um copo e falar um pouco com quem aparecer. Um local óptimo no Porto para, ao fim do dia, estar. Devagar e tudo. É na Rua do Rosário, 281 e quando dissemos ao fim da tarde é mesmo assim: só abre às 17h. Bem feito, para os adoradores do trabalho e dos ritmos sincopados dos escravos modernos! Às sextas está lá o António sempre com ideias novas e com dois dedos de conversa sempre prontos. Um amigo sincero.
São estas as novidades que lá pode encontrar:
- Segmento, de Hugo Neto (Poesia)
- Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho (Prosa poética)
- Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes (Poesia)
- Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge (Ensaio/Sociologia/Movimento Operário)
- Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa (Poesia)
- Ao Encontro de Max Frisch, de Teresa Martins de Oliveira (Ensaio, ILC)
- Samuel Taylor Coleridge, Biographia Literaria, de Jorge Bastos da Silva
terça-feira, dezembro 03, 2013
Catarina Nunes de Almeida, no Porto, com alunos do Secundário
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As turmas de Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa na Secundária Aurélia de Sousa, no Porto |
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Zaida Braga e Catarina Nunes de Almeida |
Foi no dia 27 de Novembro que Catarina Nunes de Almeida se encontrou com estudantes de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto. A convite do JornalESAS e do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da mesma escola. A moderar o debate e a apresentar a Catarina esteve Zaida Braga, também ela autora de livros de apoio à disciplina de Português e Literatura (Mensagem http://www.centroatl.pt/titulos/desafios/mensagem.php3 e Lusíadas http://www.centroatl.pt/titulo/desafios/lusiadas.php3 ).
A sessão foi esclarecedora e sentiu-se algum entusiasmo na exposição sobre poesia, como ela deve ser sentida e lida por todos. Falou-se da poesia contemporânea e de nomes marcantes que a Catarina afirmou serem importantes para o conhecimento actual e do que se faz em Portugal: para além da Filipa Leal, que esteve presente neste encontro no ano passado, leram-se poemas de Jorge Sousa Braga, de Daniel Faria e de Gonçalo M. Tavares, citando-se igualmente a obra de Maria Rosário Pedreira (aqui foram alunas que pediram), dos nossos trovadores da Idade Média, de Camões e Fernando Pessoa.
Espaço também houve para a poesia da Catarina e para a análise, embora fugaz, dos livros Metamorfose das Plantas dos Pés e Bailias. Do seu próximo livro também se falou, mas ainda será cedo para falar nele.
segunda-feira, novembro 25, 2013
O Aquário e Perigo Vegetal na Fnac do Norteshopping
Na Fnac do Norteshopping em Matosinhos podem ser encontrados O Aquário, de João Pedro Mésseder e Perigo Vegetal, de Ramón Caride. Ambos no Plano Nacional de Leitura.
terça-feira, novembro 19, 2013
Crónicas Peugeot. O que são? Que história por detrás do livro?
No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu
Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux
(França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos
nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e
convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as
tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário,
o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a subjectividade
dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano todos os
aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as vicissitudes que
representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma melhoria das
condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde mais suportar
as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em preservar
intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer intrusões e
pressões.
«Aqui estão “lançadas sobre o papel as palavras da língua
falada”, palavras simples, por vezes brutais e frequentemente cómicas: as
palavras de Christian Corouge, operário da fábrica Peugeot de Sochaux e
delegado sindical, trocadas com o sociólogo Michel Pialoux por ocasião de
entrevistas gravadas entre 1983 e 1986. Corouge analisa os métodos Peugeot de
gestão da mão-de-obra, as técnicas de repressão dos militantes bem como as
técnicas de resistência, a convivialidade entre operários, indissociável do
sucesso de uma greve. Resistir no local de trabalho é também ultrapassar o
horizonte estreito que ele poderia impor ao formular um questionamento político
sobre a representação dos operários e a delegação do poder, sobre as relações
com os intelectuais e com a cultura, sobre o lugar das mulheres e dos
imigrantes.»
Célestin Saldana, «Compte rendu», Le Monde Diplomatique,
Dezembro de 2011.
«Christian Corouge, operário da Peugeot, dialogando com o
sociólogo Michel Pialoux, traz um olhar singular sobre as desilusões da causa
operário no último terço de século. Um caso exemplar de produção intelectual
partilhada entre um artesão do intelecto e um pensador da actividade operária.
(…) Estando para lá do simples testemunho pela sua reflexividade, a pesquisa
comporta um interferência original, explícita e cultivada, entre aspirações
sociais e ciências sociais. Desde quando foi realizada, ela contribuiu para a
renovação na etnologia e na sociologia das investigações sobre a sociedade
francesa, e daquilo que podemos designar por movimento etnográfico francês.»
Nicolas Hatzfeld, «Da la chaine à la plume», La Vie des
Idées, 5 de Setembro de 2011.
Congresso Trabalho e Movimento Operário. Barreiro, 28/29 de Novembro
http://www.cm-barreiro.pt/NR/rdonlyres/24A75758-06EC-45A0-A483-7465213DCF1C/102089/programapdf.pdf
Através de Vanessa Almeida (tem uma intervenção sobre a luta
das mulheres nas greves de 1943) recebemos o programa do Congresso Trabalho e
Movimento Operário a realizar-se no Barreiro a 27 e 28 de Novembro. Vejam, com
o cuidado que merece, o programa e lá pontificam entre outros Fernando Rosas,
Paula Godinho e João Carlos Louçã, este último referindo o estado de
precariedade e exploração dos trabalhadores e trabalhadoras dos Call Centers
(em 2014, a Deriva irá publicar um trabalho deste autor sobre o tema). Ontem
como hoje, as lutas operárias e de trabalhadores têm uma palavra a dizer e, nos
tempos que correm, uma iniciativa destas será sempre de louvar.
segunda-feira, novembro 18, 2013
No último Expresso, Henrique Fialho escolheu
domingo, novembro 17, 2013
19º Encontros Luso-Galaicos-Franceses do Livro Infantil e Juvenil
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Um dos mais bonitos cartazes que os Encontros já produziram |
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O programa dos 19º Encontros |
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Esta é a ficha de inscrição dos encontros que pode ser usada por quem está a pensar (e bem) participar nos Encontros |
sexta-feira, novembro 15, 2013
Morrer na Praia, de Filipa Leal. Em exibição no Teatro de Campo Alegre
Peça provocatória de Filipa Leal sobre uma mulher que perdeu o marido na praia. Tudo o que é dito, pode não ser exactamente aquilo que é. Tudo o que não é dito, pode ser exactamente aquilo que é. Filipa Leal já nos habituou ao paradoxo, à metáfora e principalmente à inteligência crítica. São vinte minutos de uma saudável loucura, num diálogo muito bem construído. Na minha opinião é um crime não ir vê-la. Há uma sessão às 21:30 e outra às 22:00. O bilhete é a 3 euros.
Morrer na Praia, de Filipa Leal
Com Inês Veiga de Macedo e Ana Lopes Gomes
Vídeo de Tomás Baltazar
Ontem, na UPP. Apresentação de Crónicas Peugeot
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O editor, Bruno Monteiro e José Madureira Pinto da FLUP |
Foi na Universidade Popular a apresentação de Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge. Não esteve muita gente, antes pelo contrário. Doze pessoas num dia de futebol de tudo ou nada, que isto de Portugal não ir ao Mundial do Brasil ainda seria uma desgraça. Pelos vistos, foi mais uma vez o jovem Cristiano Ronaldo, o sempre eterno herói nacional a colocar-nos no mapa futebolístico. Longe da valorização merecida anda quem trabalha todos os dias para ganhar a vida e sobreviver com o que o lhe dão e tiram todos os dias. Era isso que queríamos debater. Connosco estiveram Bernard Despommadéres, adido cultural do consulado francês, responsável pela última vinda de Pialoux ao Porto, Virgílo Borges Pereira que trazia uma mensagem de Pialoux, José António Gomes, Sérgio Vinagre, José Soeiro e outras gentes não deixaram em vão a preocupação de relacionar o trabalho sociológico inovador de Pialoux com a classe operária da Peugeot de Sochaux. Para quem teima, em tempos de resistência antiliberal, em não esquecer que ainda há explorados. E exploradores. Agora, Lisboa e Coimbra. E, provavelmente, o Porto outra vez. Sem futebóis.
Hoje. Na UPP. Apresentação de Crónicas Peugeot. Às18:30
sábado, novembro 09, 2013
As escolhas do poeta Rui Almeida, hoje, no Expresso
Gostamos das todas as escolhas de Rui Almeida, um poeta que muito respeitamos, mas enche-nos particularmente de orgulho as que nos são dirigidas quando referiu Compositores do Período Barroco de José Ricardo Nunes e Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho. Hoje, no Expresso.
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quinta-feira, novembro 07, 2013
Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux, o início
No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu
Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux
(França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos
nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e
convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as
tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário,
o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a
subjectividade dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano
todos os aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as
vicissitudes que representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma
melhoria das condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde
mais suportar as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em
preservar intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer
intrusões e pressões.
Florencia Abbate em Lisboa, na Fundação José Saramago, 25 de Novembro, 18:30
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O livro de Florencia Abbate, Magic Resort, editado pela Deriva, irá estar disponível no encontro |
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Florencia Abbate vai estar em Lisboa na Fundação José Saramago, em Lisboa |
Sessão de leituras - organizado pela Casa da América Latina
com a Fundação José Saramago - Florencia Abbate
25 de Novembro, 18h30, na Fundação José Saramago
A escritora e jornalista argentina Florencia Abbate, autora
de Magic resort, editado pela Deriva Editores, é a convidada para mais uma
sessão de leituras, inserida no ciclo de leituras organizado pela Casa da
América Latina com a Fundação José Saramago.
Florencia Abbate é autora dos romances El grito (2004) e Magic resort (2007) editado pela Deriva em Portugal, bem
como das obras poéticas Los Transparentes (2000), La niña bonita (2000) e Una
sola alma somos: Mapuches (2006).
Licenciada em Letras pela Universidade de
Buenos Aires, com uma especialização em literatura argentina e
latino-americana, Abbate é também Doutora em Filosofia e Letras pela mesma
universidade. Escreveu para os jornais La Nación, Página 12, Diario Perfil e El
País, entre outros.
terça-feira, novembro 05, 2013
Próximo livro da colecção A Ordem das Coisas/Deriva: Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux
A capa do próximo livro da colecção de Sociologia, A Ordem das coisas/Deriva Editores, coordenada por Bruno Monteiro. Crónicas Peugeot é uma obra muito marcante de Michel Pialoux que a escreveu juntamente com a colaboração do operário da Peugeot, Christian Corouge que nos ano 80 se envolveu numa longa luta com a administração desta empresa automóvel.
A apresentação pública do livro vai ser na Universidade Popular do Porto (UPP), na Rua da Boavista, no dia 15 de Novembro, pelas 18:30.
domingo, novembro 03, 2013
«Morrer na Praia», peça de teatro de Filipa Leal no Teatro de Campo Alegre, no Porto
Soube ontem: Morrer na Praia vai estar no Teatro de Campo Alegre, no Porto em 15 e 16 de Novembro. Também não sei como se processa a compra de bilhetes, mas vão por mim, e tentem saber na bilheteira do teatro como se podem comprá-los.
Último JL: António Carlos Cortez faz a crítica de «Compositores do Período Barroco», de José Ricardo Nunes
«O livro mais recente de José Ricardo Nunes poderá não ser encontrado nas secções dedicadas à poesia. Com um título suficientemente ''estranho'' para quem não identifique a Deriva como chancela editorial que tem vindo a publicar poetas mais jovens (Catarina Nunes de Almeida, Filipa Leal, Ricardo Gil Soeiro, Pedro Eiras ou Luís Maffei são alguns dos autores do seu catálogo), este Compositores do Período Barroco pode muito bem passar por ser uma espécie de compêndio sobre a música daquele período, espécie de guia dos mais relevantes compositores daquele tempo. Em todo o caso, importa ver que o título, até por nos poder conduzir a um equívoco, é já uma relevante pista de leitura...» Assim se inicia a longa e rigorosa crítica no último Jornal de Letras, de António Carlos Cortez sobre Compositores do Período Barroco de José Ricardo Nunes, recém editado pela Deriva e presente em todos as livrarias. Vale a pena consultá-lo.
Apresentação de Segmento, de Hugo Neto. Com Filipa Leal, dia 2 em Lisboa
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Hugo Neto ao fazer a sua intervenção, ladeado por Filipa Leal e cá pelo editor |
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Palavras também dirigidas à Filipa |
Lançamento de Segmento, de Hugo Neto, foi ontem em Lisboa, no Ateneu. Mais concretamente no Bar Primeiro Andar, junto ao Coliseu, nas Portas de Santo Antão. Contou com a presença de Filipa Leal e houve emoção como só ela é capaz de transmitir numa passagem de testemunho sentida. Muita gente, gente interessada e com disponibilidade para conhecer um jovem poeta como o Hugo. Gente que não desiste de saber como se pode construir um novo quotidiano baseado na compreensão da poesia. No fundo, tão simples como isso. Vai ser muito difícil esquecer aqueles momentos.
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