quinta-feira, novembro 07, 2013

Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux, o início

No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux (França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário, o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a subjectividade dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano todos os aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as vicissitudes que representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma melhoria das condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde mais suportar as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em preservar intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer intrusões e pressões.