Filipa Leal integra a lista para o «Prémio Literário Casino da Póvoa», hoje divulgada, com a sua obra «A inexistência de Eva» (Deriva,2009). A decisão será anunciada dia 23 de Fevereiro, na abertura da da 12ª edição do Correntes d’Escritas.
Filipa Leal, além de «A Inexistência de Eva», publicou na Deriva «O Problema de ser Norte» (2008) e «A Cidade Líquida e Outras Texturas» (2006). O
Expresso considerou-a, em 2010, um dos talentos para a próxima década:
«NASCEU no Porto, numa casa no centro da cidade que tinha um enorme armário, refúgio de brincadeiras secretas. Aos onze anos disse: "Quero ser escritora. A poesia já estava lá, ocupando o espaço do silêncio. Escrever poemas significa "ir ao mais profundo e à superfície de nós próprios", diz. "Apesar de a poesia ser um lugar cheio de artifícios, é onde me sinto com maior exactidão. Pego no meu real, desdobro-o e alargo para o campo da imaginação». O processo começa assim: "Deixo-me habitar pelas palavras e pelas imagens, o poema só acontece muito depois". Desde 2005 já publicou cinco livros, entre eles "Cidade Líquida'' e ''A lnexistência de Eva", na editora Deriva, um livro de contos, "Lua Polaroid". Em breve, vai trabalhar com uma editora espanhola. Entretanto, construiu uma casa de alicerces sólidos para as suas palavras. Escreve coisas como esta: "A melancolia é uma questão de tempo, disse-me o homem. Era um homem que existia, normal como os que existem." Entre os 18 e os 21 à anos, cursou jornalismo em Londres. Fez um mestrado em literatura portuguesa e brasileira. Agora, que vive em Lisboa, é jornalista no "Diário Câmara Clara', na RTP2, faz recensões de livros em revistas, participa em numerosos recitais de poesia... A escrita escasseia-lhe na voragem do tempo. "Os meus dias são acordar, fazer 50 coisas necessárias e pelo caminho tentar uma vida pessoal. O livro é sempre o último a pendente". E a condição de poeta à procura do seu lugar? Filipa prefere contar uma história: "Num encontro de escritores em Zagrebe, tínhamos de descrever o nosso quotidiano. Uma finlandesa começou: acordo, vou à varanda, faço um chá, leio o jornal, volto à varanda... Nós, os outros, desatámo-nos a rir."» in Expresso/Única de 6 de Março de 2010 [Talentos Para a Próxima Década]
Jornalista cultural, fez uma breve passagem pela rádio (Rádio Nova - PÚBLICO) e foi editora do suplemento «Das Artes, Das Letras» do jornal O Primeiro de Janeiro. Actualmente, integra a equipa do programa Câmara Clara, da RTP2. Tem colaborações dispersas em vários jornais e revistas (EXPRESSO, Egoísta, MeaLibra, Os Meus Livros, Colóquio-Letras, entre outros).
Está representada em diversas antologias, em Portugal e no estrangeiro, e o Bando dos Gambozinos musicou um dos seus poemas, agora disponível no álbum «Com Quatro Pedras na Mão». Integra, desde 2004, os Seminários de Tradução Colectiva de Poesia Viva da Fundação da Casa de Mateus. Em 2010, «A Cidade Líquida e Outras Texturas» foi publicada em Espanha, pela Sequitur.
Almeida Faria, Carlos Vaz Marques, Fernando Pinto do Amaral, Patrícia Reis e valter hugo mãe, definiram a seguinte lista esta lista para o «Prémio Literário Casino da Póvoa»:
A Inexistência de Eva, Filipa Leal, Deriva
Anthero, Areia & Água, Armando da Silva Carvalho, Assírio & Alvim
Arado, A. M. Pires Cabral, Cotovia
Curso Intensivo de Jardinagem, Margarida Ferra, & Etc
Guia de Conceitos Básicos, Nuno Júdice, Dom Quixote
Mais Espesso que a Água, Luís Quintais, Cotovia
Necrophilia, Jaime Rocha, Relógio D’Água
O Anel do Poço, Paulo Teixeira, Caminho
O Livro do Sapateiro, Pedro Tamen, Dom Quixote
O Viajante Sem Sono, José Tolentino Mendonça, Assírio & Alvim
A 22 de Fevereiro, dia anterior ao arranque da 12ª edição do Correntes d’Escritas, o júri reúne pela última vez para decidir qual o vencedor do prémio, decisão que será anunciada no dia 23, na sessão pública de abertura do Encontro. O prémio é entregue no dia 26, na sessão de encerramento.