sábado, dezembro 21, 2013
segunda-feira, dezembro 16, 2013
Na Livraria Utopia, as novidades da Deriva
Livraria Utopia, na Rua da Regeneração, 22, no Porto |
Outra das Livrarias que marcam o Porto: a Utopia onde pontifica o Herculano que conheci nos idos de 80, em Coimbra, quando andávamos a publicar na Centelha. Ele, rock e anarcas, eu poesia, situacionistas e marxistas libertários. Seja como for ficámos amigos até hoje. Ainda lá não se pode beber um copo, mas há um café ao lado bem simpático. Como alfarrabista, encontram-se livros de História e Filosofia que nenhum «grande espaço» tem a veleidade de ter. E outra coisa: tem um stock de poesia de invejar qualquer pessoa de bom gosto. Aberto da 10h às 19h. É na Rua da Regeneração, 22 (à Praça da República). O Herculano tem lá, se não todo, grande parte do espólio glorioso da Deriva.
As novidades da Deriva que lá pode encontrar são estas:
- Segmento, de Hugo Neto (Poesia)
- Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho (Prosa poética)
- Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes (Poesia)
- Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge (Ensaio/Sociologia/Movimento Operário)
- Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa (Poesia)
- Ao Encontro de Max Frisch, de Teresa Martins de Oliveira (Ensaio, ILC)
- Samuel Taylor Coleridge, Biographia Literaria, de Jorge Bastos da Silva
Na Livraria Gato Vadio as novidades da Deriva
Livraria Gato Vadio, na Rua do Rosário, 281, no Porto |
Na Livraria Gato Vadio podemos encontrar todas as novidades da Deriva e o seu catálogo mais antigo. Pode-se beber um copo e falar um pouco com quem aparecer. Um local óptimo no Porto para, ao fim do dia, estar. Devagar e tudo. É na Rua do Rosário, 281 e quando dissemos ao fim da tarde é mesmo assim: só abre às 17h. Bem feito, para os adoradores do trabalho e dos ritmos sincopados dos escravos modernos! Às sextas está lá o António sempre com ideias novas e com dois dedos de conversa sempre prontos. Um amigo sincero.
São estas as novidades que lá pode encontrar:
- Segmento, de Hugo Neto (Poesia)
- Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho (Prosa poética)
- Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes (Poesia)
- Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge (Ensaio/Sociologia/Movimento Operário)
- Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa (Poesia)
- Ao Encontro de Max Frisch, de Teresa Martins de Oliveira (Ensaio, ILC)
- Samuel Taylor Coleridge, Biographia Literaria, de Jorge Bastos da Silva
terça-feira, dezembro 03, 2013
Catarina Nunes de Almeida, no Porto, com alunos do Secundário
As turmas de Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa na Secundária Aurélia de Sousa, no Porto |
Zaida Braga e Catarina Nunes de Almeida |
Foi no dia 27 de Novembro que Catarina Nunes de Almeida se encontrou com estudantes de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto. A convite do JornalESAS e do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da mesma escola. A moderar o debate e a apresentar a Catarina esteve Zaida Braga, também ela autora de livros de apoio à disciplina de Português e Literatura (Mensagem http://www.centroatl.pt/titulos/desafios/mensagem.php3 e Lusíadas http://www.centroatl.pt/titulo/desafios/lusiadas.php3 ).
A sessão foi esclarecedora e sentiu-se algum entusiasmo na exposição sobre poesia, como ela deve ser sentida e lida por todos. Falou-se da poesia contemporânea e de nomes marcantes que a Catarina afirmou serem importantes para o conhecimento actual e do que se faz em Portugal: para além da Filipa Leal, que esteve presente neste encontro no ano passado, leram-se poemas de Jorge Sousa Braga, de Daniel Faria e de Gonçalo M. Tavares, citando-se igualmente a obra de Maria Rosário Pedreira (aqui foram alunas que pediram), dos nossos trovadores da Idade Média, de Camões e Fernando Pessoa.
Espaço também houve para a poesia da Catarina e para a análise, embora fugaz, dos livros Metamorfose das Plantas dos Pés e Bailias. Do seu próximo livro também se falou, mas ainda será cedo para falar nele.
segunda-feira, novembro 25, 2013
O Aquário e Perigo Vegetal na Fnac do Norteshopping
Na Fnac do Norteshopping em Matosinhos podem ser encontrados O Aquário, de João Pedro Mésseder e Perigo Vegetal, de Ramón Caride. Ambos no Plano Nacional de Leitura.
terça-feira, novembro 19, 2013
Crónicas Peugeot. O que são? Que história por detrás do livro?
No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu
Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux
(França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos
nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e
convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as
tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário,
o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a subjectividade
dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano todos os
aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as vicissitudes que
representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma melhoria das
condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde mais suportar
as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em preservar
intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer intrusões e
pressões.
«Aqui estão “lançadas sobre o papel as palavras da língua
falada”, palavras simples, por vezes brutais e frequentemente cómicas: as
palavras de Christian Corouge, operário da fábrica Peugeot de Sochaux e
delegado sindical, trocadas com o sociólogo Michel Pialoux por ocasião de
entrevistas gravadas entre 1983 e 1986. Corouge analisa os métodos Peugeot de
gestão da mão-de-obra, as técnicas de repressão dos militantes bem como as
técnicas de resistência, a convivialidade entre operários, indissociável do
sucesso de uma greve. Resistir no local de trabalho é também ultrapassar o
horizonte estreito que ele poderia impor ao formular um questionamento político
sobre a representação dos operários e a delegação do poder, sobre as relações
com os intelectuais e com a cultura, sobre o lugar das mulheres e dos
imigrantes.»
Célestin Saldana, «Compte rendu», Le Monde Diplomatique,
Dezembro de 2011.
«Christian Corouge, operário da Peugeot, dialogando com o
sociólogo Michel Pialoux, traz um olhar singular sobre as desilusões da causa
operário no último terço de século. Um caso exemplar de produção intelectual
partilhada entre um artesão do intelecto e um pensador da actividade operária.
(…) Estando para lá do simples testemunho pela sua reflexividade, a pesquisa
comporta um interferência original, explícita e cultivada, entre aspirações
sociais e ciências sociais. Desde quando foi realizada, ela contribuiu para a
renovação na etnologia e na sociologia das investigações sobre a sociedade
francesa, e daquilo que podemos designar por movimento etnográfico francês.»
Nicolas Hatzfeld, «Da la chaine à la plume», La Vie des
Idées, 5 de Setembro de 2011.
Congresso Trabalho e Movimento Operário. Barreiro, 28/29 de Novembro
http://www.cm-barreiro.pt/NR/rdonlyres/24A75758-06EC-45A0-A483-7465213DCF1C/102089/programapdf.pdf
Através de Vanessa Almeida (tem uma intervenção sobre a luta
das mulheres nas greves de 1943) recebemos o programa do Congresso Trabalho e
Movimento Operário a realizar-se no Barreiro a 27 e 28 de Novembro. Vejam, com
o cuidado que merece, o programa e lá pontificam entre outros Fernando Rosas,
Paula Godinho e João Carlos Louçã, este último referindo o estado de
precariedade e exploração dos trabalhadores e trabalhadoras dos Call Centers
(em 2014, a Deriva irá publicar um trabalho deste autor sobre o tema). Ontem
como hoje, as lutas operárias e de trabalhadores têm uma palavra a dizer e, nos
tempos que correm, uma iniciativa destas será sempre de louvar.
segunda-feira, novembro 18, 2013
No último Expresso, Henrique Fialho escolheu
domingo, novembro 17, 2013
19º Encontros Luso-Galaicos-Franceses do Livro Infantil e Juvenil
Um dos mais bonitos cartazes que os Encontros já produziram |
O programa dos 19º Encontros |
Esta é a ficha de inscrição dos encontros que pode ser usada por quem está a pensar (e bem) participar nos Encontros |
sexta-feira, novembro 15, 2013
Morrer na Praia, de Filipa Leal. Em exibição no Teatro de Campo Alegre
Peça provocatória de Filipa Leal sobre uma mulher que perdeu o marido na praia. Tudo o que é dito, pode não ser exactamente aquilo que é. Tudo o que não é dito, pode ser exactamente aquilo que é. Filipa Leal já nos habituou ao paradoxo, à metáfora e principalmente à inteligência crítica. São vinte minutos de uma saudável loucura, num diálogo muito bem construído. Na minha opinião é um crime não ir vê-la. Há uma sessão às 21:30 e outra às 22:00. O bilhete é a 3 euros.
Morrer na Praia, de Filipa Leal
Com Inês Veiga de Macedo e Ana Lopes Gomes
Vídeo de Tomás Baltazar
Ontem, na UPP. Apresentação de Crónicas Peugeot
O editor, Bruno Monteiro e José Madureira Pinto da FLUP |
Foi na Universidade Popular a apresentação de Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge. Não esteve muita gente, antes pelo contrário. Doze pessoas num dia de futebol de tudo ou nada, que isto de Portugal não ir ao Mundial do Brasil ainda seria uma desgraça. Pelos vistos, foi mais uma vez o jovem Cristiano Ronaldo, o sempre eterno herói nacional a colocar-nos no mapa futebolístico. Longe da valorização merecida anda quem trabalha todos os dias para ganhar a vida e sobreviver com o que o lhe dão e tiram todos os dias. Era isso que queríamos debater. Connosco estiveram Bernard Despommadéres, adido cultural do consulado francês, responsável pela última vinda de Pialoux ao Porto, Virgílo Borges Pereira que trazia uma mensagem de Pialoux, José António Gomes, Sérgio Vinagre, José Soeiro e outras gentes não deixaram em vão a preocupação de relacionar o trabalho sociológico inovador de Pialoux com a classe operária da Peugeot de Sochaux. Para quem teima, em tempos de resistência antiliberal, em não esquecer que ainda há explorados. E exploradores. Agora, Lisboa e Coimbra. E, provavelmente, o Porto outra vez. Sem futebóis.
Hoje. Na UPP. Apresentação de Crónicas Peugeot. Às18:30
sábado, novembro 09, 2013
As escolhas do poeta Rui Almeida, hoje, no Expresso
Gostamos das todas as escolhas de Rui Almeida, um poeta que muito respeitamos, mas enche-nos particularmente de orgulho as que nos são dirigidas quando referiu Compositores do Período Barroco de José Ricardo Nunes e Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho. Hoje, no Expresso.
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Henrique Manuel Bento Fialho,
José Ricardo Nunes
quinta-feira, novembro 07, 2013
Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux, o início
No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu
Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux
(França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos
nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e
convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as
tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário,
o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a
subjectividade dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano
todos os aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as
vicissitudes que representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma
melhoria das condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde
mais suportar as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em
preservar intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer
intrusões e pressões.
Florencia Abbate em Lisboa, na Fundação José Saramago, 25 de Novembro, 18:30
O livro de Florencia Abbate, Magic Resort, editado pela Deriva, irá estar disponível no encontro |
Florencia Abbate vai estar em Lisboa na Fundação José Saramago, em Lisboa |
Sessão de leituras - organizado pela Casa da América Latina
com a Fundação José Saramago - Florencia Abbate
25 de Novembro, 18h30, na Fundação José Saramago
A escritora e jornalista argentina Florencia Abbate, autora
de Magic resort, editado pela Deriva Editores, é a convidada para mais uma
sessão de leituras, inserida no ciclo de leituras organizado pela Casa da
América Latina com a Fundação José Saramago.
Florencia Abbate é autora dos romances El grito (2004) e Magic resort (2007) editado pela Deriva em Portugal, bem
como das obras poéticas Los Transparentes (2000), La niña bonita (2000) e Una
sola alma somos: Mapuches (2006).
Licenciada em Letras pela Universidade de
Buenos Aires, com uma especialização em literatura argentina e
latino-americana, Abbate é também Doutora em Filosofia e Letras pela mesma
universidade. Escreveu para os jornais La Nación, Página 12, Diario Perfil e El
País, entre outros.
terça-feira, novembro 05, 2013
Próximo livro da colecção A Ordem das Coisas/Deriva: Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux
A capa do próximo livro da colecção de Sociologia, A Ordem das coisas/Deriva Editores, coordenada por Bruno Monteiro. Crónicas Peugeot é uma obra muito marcante de Michel Pialoux que a escreveu juntamente com a colaboração do operário da Peugeot, Christian Corouge que nos ano 80 se envolveu numa longa luta com a administração desta empresa automóvel.
A apresentação pública do livro vai ser na Universidade Popular do Porto (UPP), na Rua da Boavista, no dia 15 de Novembro, pelas 18:30.
domingo, novembro 03, 2013
«Morrer na Praia», peça de teatro de Filipa Leal no Teatro de Campo Alegre, no Porto
Soube ontem: Morrer na Praia vai estar no Teatro de Campo Alegre, no Porto em 15 e 16 de Novembro. Também não sei como se processa a compra de bilhetes, mas vão por mim, e tentem saber na bilheteira do teatro como se podem comprá-los.
Último JL: António Carlos Cortez faz a crítica de «Compositores do Período Barroco», de José Ricardo Nunes
«O livro mais recente de José Ricardo Nunes poderá não ser encontrado nas secções dedicadas à poesia. Com um título suficientemente ''estranho'' para quem não identifique a Deriva como chancela editorial que tem vindo a publicar poetas mais jovens (Catarina Nunes de Almeida, Filipa Leal, Ricardo Gil Soeiro, Pedro Eiras ou Luís Maffei são alguns dos autores do seu catálogo), este Compositores do Período Barroco pode muito bem passar por ser uma espécie de compêndio sobre a música daquele período, espécie de guia dos mais relevantes compositores daquele tempo. Em todo o caso, importa ver que o título, até por nos poder conduzir a um equívoco, é já uma relevante pista de leitura...» Assim se inicia a longa e rigorosa crítica no último Jornal de Letras, de António Carlos Cortez sobre Compositores do Período Barroco de José Ricardo Nunes, recém editado pela Deriva e presente em todos as livrarias. Vale a pena consultá-lo.
Apresentação de Segmento, de Hugo Neto. Com Filipa Leal, dia 2 em Lisboa
Hugo Neto ao fazer a sua intervenção, ladeado por Filipa Leal e cá pelo editor |
Palavras também dirigidas à Filipa |
Lançamento de Segmento, de Hugo Neto, foi ontem em Lisboa, no Ateneu. Mais concretamente no Bar Primeiro Andar, junto ao Coliseu, nas Portas de Santo Antão. Contou com a presença de Filipa Leal e houve emoção como só ela é capaz de transmitir numa passagem de testemunho sentida. Muita gente, gente interessada e com disponibilidade para conhecer um jovem poeta como o Hugo. Gente que não desiste de saber como se pode construir um novo quotidiano baseado na compreensão da poesia. No fundo, tão simples como isso. Vai ser muito difícil esquecer aqueles momentos.
quinta-feira, outubro 31, 2013
Um poema de Hugo Neto, em Segmento. Lançamento no sábado em Lisboa
Hugo Neto com o Sado ao fundo. 2013 |
terça-feira, outubro 29, 2013
Ler Que se Lixe a Troika, de João Camargo. 2ª edição
2ª edição |
João Camargo na última manifestação do QSLT, Lisboa, 26 de Outubro de 2013 Foto Paulete Matos |
Um livro com em excelente levantamento das principais manifestações dos últimos três anos em Portugal e que marcam indelevelmente a política portuguesa. A contestação ao sistema partidário actual, de modo a aprofundar a democracia, é uma constante do livro de João Camargo, assim como o levantamento das principais causas da chamada «crise» austeritária que nos (des)governa. Fundamental ler. Já na 2ª edição.
domingo, outubro 27, 2013
Apresentação de Segmento, de Hugo Neto
Eis a primeiríssima obra de Hugo Neto que a Deriva vai publicar já a 2 de Novembro. Setubalense, Hugo Neto é um jovem estudante de Letras de Lisboa e que trabalha em restauro de obras de arte. Esta semana iremos dar notícias e propor às pessoas irem conhecê-lo no Bar Primeiro Andar, junto ao Coliseu (nas Portas de Santo Antão, 110, 1º andar, claro!), em Lisboa. A apresentação ficará a cargo de Filipa Leal.
sábado, outubro 26, 2013
Fotos da apresentação de Dos Espaços Confinados, Coimbra
A Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho soube criar um espaço agradável numa verdadeira homenagem ao livro. Foi um prazer conhecê-la e conversar com as dezenas de amigos e indefectíveis da poesia de Catarina Costa. O ambiente era, portanto, óptimo e foi assim até ao fim da conversa que se manteve com a Catarina. A Sandra leu alguns textos do livro e as pessoas ficaram a saber da nítida diferença entre o seu último livro e este. Ouviram atentas (até emocionadas, como foi dito) as palavras construídas com o cuidado e rigor que a autora imprime à sua escrita. Uma certeza: Catarina Costa foi convidada in loco para estar presente no próximo Mal Dito, Festival de Poesia em Coimbra, e em Novembro, Aurelino Costa disponibilizou-se para apresentar Dos Espaços Confinados, na Póvoa de Varzim, no Diana Bar.
Esperemos agora que a Fnac e a Bertrand se apercebam da novidade que constitui esta poesia e sejam pródigos na distribuição. O público de poesia só terá a ganhar.
Sobre Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa
«Nessa época fui trabalhar para longe, um sítio urbano, mas
agreste. Não respirava nem ar de cidade nem de campo, a atmosfera era em mim um
peso abafado, de exalações entorpecidas a corroerem por dentro as divisões da
hospedaria, o meu quarto.» É a poética muito própria de Catarina Costa que
assim se exprime, sendo criada por estranhas linhas que se interceptam e cruzam
em cidades imaginadas, estruturas urbanas constituídas por centros e
arrabaldes, campos que sugerem proximidades contraditórias, que se relacionam
com vultos que agem e se movem num aparente caos, metáfora da modernidade.
Não deixa de ser notável que a autora consiga de um modo tão
eficaz ligar ruas, espaços, escadas, janelas,
soleiras, vultos esquivos que se movem à noite, envoltos em halos de
luz, mas com o aviso do tempo sempre presente, fustigado em cada criação
poética. Tempo e luz, acção e claridade apresentam-se quase sempre, na poesia
de Catarina Costa, como uma dialéctica necessária ao poema. Será por isso que
diz: «Os espaços, os objectos, o próprio horizonte estão dentro da nebulosidade
própria de uma época e só os reconhecemos pelo hábito de darmos forma ao que
nos rodeia.»
É com esse desassombro poético que as palavras de Catarina
Costa assumem, no papel, uma identidade tão própria, quase ao ponto da emoção,
quando, numa escultura formada de palavras se deixa envolver por possíveis
nostalgias: «Escrevia-te para que chegássemos a um acordo sobre o nada. E sem
que me respondesses eu continuava a escrever-te cartas e mais cartas porque,
tal como tu, também eu queria perceber o porquê de uma tão grande percentagem
de matéria negra.»
Cidade, tempo, linhas, palavras, luz, noite, gente, seriam
as chaves óbvias para acalmar o caos criado por Catarina Costa, mas que ninguém
certamente terá a ousadia de usar, porque esse contraponto seria a ordem, o fim
da poesia.
António Luís Catarino
Coimbra, 25 de Outubro de 2013
sexta-feira, outubro 18, 2013
Apresentação de Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa em Coimbra
sexta-feira, outubro 11, 2013
Apresentação de Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa com nova data e local
Confirma-se: dia 25 de outubro, sexta-feira, pelas 21:30 horas terá lugar a apresentação de Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa. Será na Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho, em Coimbra. Seguirá convite para todos.
Lembramos que o lançamento deste livro esteve agendado para este fim de semana, mas problemas técnicos levaram aos seu adiamento.
Neofascismos e apatias
Não sei se, hoje, Portugal não simpatizaria com uma solução parecida com a de Marine Le Pen que entretanto atinge já os 24% de votos em França. Não digo isto para provocar o que quer que seja. Não tenho grande vontade de provocar alguém, muito menos essa entidade cada vez mais abstracta que é o «povo».
Digo-o porque me incomoda verdadeiramente a extrema-direita e tudo o que ela representa como o regresso a valores que julgava já ultrapassados: a submissão da mulher, a estupidez do racismo, as hierarquias infalíveis, a força como finalidade última da acção humana, o preconceito e a homofobia, a eliminação dos fracos, o ódio à paz e à cultura, a valorização da guerra. Basta isto para me pôr a penantes para resistir. Com qualquer forma de resistência, diga-se. E sei de muita gente que o fará com alegria, até. O que me incomoda verdadeiramente (repito) é a aliança que o fascismo actual faz com a tecnologia e o capitalismo banqueiro e de tipo «asiático». Isto sim, faz um caldo que pode levar a vitórias eleitorais com o símbolo último da austeridade como argumento fundador.
Entretanto, sairei hoje para ir ver Hanna Arendt. E pensar que Eichman era um tipo vulgar. É essa vulgaridade que cria os piores monstros. A apatia do povo português assusta-me tanto como ele.
quarta-feira, outubro 09, 2013
Aqui na Terra, do jornalista Miguel Carvalho, à venda na Nova Almedina do ArrabidaShopping
Está à venda na Nova Almedina do Arrabida Shopping, no Porto, o livro Aqui na Terra, do jornalista da Visão, Miguel Carvalho e editado na Deriva
terça-feira, outubro 08, 2013
Alteração da data de lançamento de Dos Espaços Confinados
Devido a problemas técnicos que não foram resolvidos em tempo útil pela tipografia com que trabalha a Deriva, o lançamento do livro de Catarina Costa, Dos Espaços Confinados, que estava previsto para este fim de semana, em Coimbra, foi adiado para dia 26 de outubro, em local a anunciar. Lamentamos muito este facto e pedimos desculpa a todos e em especial à autora.
segunda-feira, outubro 07, 2013
Recensão de Literatura para a Infância e a Juventude e Educação Literária no El Correo Gallego
Recensão a "Literatura para a infância e juventude e educação literária", um volume coletivo organizado por Madalena Teixeira da Silva e Isabel Mociño González, com a chancela da Deriva Editores. Também foi publicada no "El Correo Gallego".
quinta-feira, outubro 03, 2013
Entrevista a Catarina Costa, autora de Dos Espaços Confinados
1
Catarina Costa |
No dia 11 de outubro, pelas 21:30, na Casa da Escrita, em Coimbra, Catarina Costa apresentar-nos-á o seu Dos Espaços Confinados, o último livro de poemas que publicou, em conjunto com a Deriva Editores. Temos a certeza que este seu novo livro irá ser um acontecimento poético que obrigará à atenção que merece. Eis a entrevista que a autora nos deu:
Catarina, não é a primeira vez que edita.
Fale-nos da sua criação poética anterior.
De facto, publiquei um livro em 2008, “Marcas de urze”, pela Editora Cosmorama. É um livro de poemas curtos escritos em verso e com uma linguagem mais apoiada em imagens herméticas. Em virtude de a minha escrita ter-se modificado muito desde então, este meu primeiro livro provoca-me hoje alguma estranheza.
Como surgiu Dos Espaços Confinados?
De facto, publiquei um livro em 2008, “Marcas de urze”, pela Editora Cosmorama. É um livro de poemas curtos escritos em verso e com uma linguagem mais apoiada em imagens herméticas. Em virtude de a minha escrita ter-se modificado muito desde então, este meu primeiro livro provoca-me hoje alguma estranheza.
Como surgiu Dos Espaços Confinados?
Comecei a
escrever os textos que compõem Dos
espaços confinados ainda sem ter uma ideia para o livro que daí iria
resultar. Depois verifiquei que os
motivos de muitos dos textos se desenvolviam tendo como pano de fundo espaços
físicos que acabavam por ser interiorizados e onde ressaía uma certa ideia de
fechamento, ou de confinamento, como se houvesse algo mais ou menos indefinido
a prender as personagens.
Enganamo-nos quando dizemos que Dos Espaços Confinados é um livro de poesia (excelente por sinal) onde se cruzam vários caminhos em espaços quase sempre urbanos? Porquê essa procura na cidade?
Enganamo-nos quando dizemos que Dos Espaços Confinados é um livro de poesia (excelente por sinal) onde se cruzam vários caminhos em espaços quase sempre urbanos? Porquê essa procura na cidade?
Essa procura
faz-se na cidade, que associo, com a ilusão que lhe possa estar subjacente, à pluralidade
das escolhas. De qualquer modo, a referência explícita à cidade é mais patente
na primeira parte do livro, que foi a que escrevi há mais tempo.
As pessoas que aparecem em Dos Espaços Confinados são vultos
fugidios. Limitam-se às suas actividades repetitivas, enquadradas na sociedade,
dando ideia que fogem de qualquer coisa. Do tédio? De que fogem, afinal?
Não sei. Algumas
das personagens foram baseadas em pessoas com quem me fui cruzando e que me
apareceram efectivamente como vultos. Nunca as conheci o suficiente para
decifrar os seus movimentos.
Qual a situação actual, no país, para os jovens poetas? Em Coimbra há a Casa da Escrita, mas é suficiente?
Qual a situação actual, no país, para os jovens poetas? Em Coimbra há a Casa da Escrita, mas é suficiente?
Todos os espaços
culturais, como a Casa da Escrita, são valiosos na divulgação de novos
trabalhos. Penso que a situação actual que o país atravessa afecta a poesia
apenas enquanto objecto de mercado. A poesia parte não poucas vezes de algum
tipo de conflito e por isso não julgo que as crises sejam um obstáculo à sua
escrita, que continuará a ser realizada marginalmente ou não.
Catarina, já pensa no seu próximo livro?
Catarina, já pensa no seu próximo livro?
De certo modo,
sim. Eu escrevo de uma maneira mais ou menos continuada consoante os diferentes
períodos de vida sem pensar em termos de construção de um livro. Ciclicamente,
olho para aquilo que escrevi e começo a dar-lhe uma estrutura.
segunda-feira, setembro 23, 2013
António Ramos Rosa - A Mão de Água e a Mão de Fogo
A Mão de Água e a Mão de Fogo : antologia poética / António
Ramos Rosa ; posf. Maria Irene Ramalho Sousa Santos. Capa: António Luís Catarino PUBLICAÇÃO: Coimbra : Fora
do Texto, 1987 DESCR. FÍSICA: 279 p. ; 21 cm COLECÇÃO: Poesia nosso tempo ; 45
Em 1987 a Fora do Texto, de Coimbra, editou A Mão de Água e Mão de Fogo, uma antologia de António Ramos Rosa que acompanhou, junto com António Martins, a edição da obra. Tem posfácio de Maria Irene Ramalho sendo que a capa é cá do editor, nessa ocasião vivendo nessas paragens. Marcou-me imenso o trabalho que tive com António Ramos Rosa e vivi intensamente os seus períodos de euforia e também de profundo silêncio que alternavam entre si. Marcou-me a profundidade da sua inteligência e os seus gestos de grande generosidade traduzidos pela oferta de um desenho ou pelas palavras escolhidas e que se nos dirigia, como se fosse um poema que construía. Até sempre.
Ana Teresa Pereira e o elogio de José Tolentino Mendonça
Foto de José Miguel Rodrigues |
Há algo de muito justo e nobre no último artigo de José Tolentino Mendonça na Revista do Expresso desta semana, quando se refere a Ana Teresa Pereira como «uma das mais extraordinárias escritoras (que) continua a ser uma perfeita desconhecida». Assim é. Pessoalmente, nunca compreendi este silêncio à volta da autora, mesmo depois de ter ganho o Grande Prémio de Romance e Novela da APE de 2012. Mas deparo-me, mesmo assim, com outro mistério: é que já não é o primeiro prémio, nem o segundo, nem sequer o terceiro que ganha. Tem perto de trinta livros publicados e conheço-a desde os anos 80 fidelizando um público entre o qual me incluo, desde a célebre colecção da Caminho policial. Avanço outras hipóteses: Ana Teresa Pereira tem uma escrita gótica, nada fácil, rebuscada e muito centrada nas teias do corpo e do invisível, das emoções. Mas não me fio que seja isso, porque há quem escreva mal e tenha a distinta lata de pensar que o faz e ainda por cima seja reconhecido. Avento mais uma: viver na Madeira, com as tais insularidades que se pagam caro, no afastamento dos círculos literários do continente. Mas não, não pode ser isso, porque há vários exemplos que o negam. E, paulatinamente, vejo-me na contingência de dar razão a Paulo Kellerman, outro escritor premiado com um APE e a Henrique Manuel Bento Fialho que já escreveu sobre isso. É possível que este «esquecimento» tenha a ver com a escolha pelo conto que Ana Teresa Pereira realizou e, ainda por cima, com uma grande qualidade literária. E tenho receio que tenha razão o Paulo quando diz que, neste país, o conto é um estilo maldito. Talvez seja, mas existir José Tolentino Mendonça que a fez lembrar dá-me outro alento e pensar que ainda há justiça por cá.
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Jovens Ensaístas Lêem Jovens Poetas, coord. Pedro Eiras
O encontro «Jovens Ensaístas Lêem Jovens Poetas» aconteceu
no Auditório da Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos, a 11 de Outubro de
2007, organizado pela Câmara Municipal de Matosinhos, com concepção inicial e
coordenação de Pedro Eiras.
Nesse dia, a todos os títulos memorável pelo seu interesse e
pela novidade no campo da crítica e do ensaio literário, ouviram-se as
intervenções de Marinela Freitas, Mariana Leite, João Paulo Sousa, Catarina
Nunes de Almeida, Miguel Ramalhete Gomes, Raquel Ribeiro, Margarida Gil dos
Reis, Helena Lopes, Joana Matos Frias, José Ricardo Nunes, Andréia Azevedo
Soares e Daniel Jonas.
Jovens Ensaístas Lêem Jovens Poetas começou por ser um ciclo
de palestras em torno de um desafio comum. Realizou-se no dia 11 de Outubro de
2007, em quatro sessões de comunicações e debates, no Auditório da Biblioteca
Florbela Espanca, com organização da Câmara Municipal de Matosinhos. (…)
Durante todo o dia 11 de Outubro, um público numeroso e
fidelíssimo acompanhou e dialogou com estas leituras da mais jovem poesia. O
livro que agora se publica corresponde aos doze textos, revistos, eventualmente
repensados a partir dos debates. (…)
Da mais premente contemporaneidade se fala também neste
livro. Os doze autores chegaram ao ensaio precisamente no momento em que os
poemas aqui lidos eram escritos. Pretende-se dar conta desse encontro. Alguns
dos autores deste livro, embora se apresentem aqui como ensaístas, são também
poetas revelados nas décadas de 1990-2000, e chegam a ser estudados em alguns
ensaios.
Geram-se pois, ao mesmo tempo, coincidências e dispersão –
igual-mente produtivas. Por um lado, há referências que se cruzam, repetem,
permitem definir projectos do que seja a poesia hoje. Para uma escrita
necessariamente em transformação, dizem-se assim algumas cartografias
possíveis.
Do Prefácio, por Pedro Eiras
Preço: 10,80 euros
Referência 1504006
ISBN 978-972-9250-37-8
Edição: Maio 2008
PP: 184
Formato: 210 x 145
Capa: Brochado
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