quinta-feira, setembro 30, 2010

A Mobilização Global seguida de O Estado de Guerra, Santiago López-Petit

Na capa de A Mobilização Global seguida de O Estado de Guerra uma imagem dos confrontos na Grécia. Não é por acaso. Não foi uma coincidência.
 


Se existe na actualidade uma sensação difundida, ela é a de uma profunda incerteza. A incerteza está presente a todos os níveis. O planeta azul prossegue o seu solitário caminho pelo universo, ainda que, porventura um dia, venha a transformar-se num féretro gigantesco. A sociedade é cada vez mais um mero nome para a cobiça de uma multiplicidade de comportamentos sociais, de itinerários e destinos  individuais. O homem, por seu lado, abandonado a si mesmo, está destinado a lutar só para não se afundar na exclusão. Incerteza  vivida, pois, como insegurança permanente: medo de perder o trabalho, medo de envelhecer, medo por não sabermos o que será dos  nossos filhos… Esta insegurança que sobrevoa a nossa existência como uma nuvem negra, não só nos mostra a vulnerabilidade a que estamos submetidos, como nos recorda que somos perfeitamente supérfluos. Estamos sós face ao mundo. Ou, o que é o mesmo, interiorizámos aquilo que os nossos governantes nos repetem incessantemente, «a vossa situação depende apenas de vós mesmos». E acreditamos que é assim. Temos nós próprios que sair do atoleiro, o que dito pelas palavras próprias da cultura empresarial, temos de nos autoavaliar continuamente. Contra nós mesmos, contra os companheiros da minha secção, contra os trabalhadores dos outros países que se esfalfam por conseguir a mesma produção cobrando menos. Incerteza que gera insegurança, insegurança que produz medo. Medo do outro que é como eu, porque é como eu. Medo do outro, que é estrangeiro, porque não é como eu. Surgem formas perversas de socialidade (gangs juvenis, hooligans, etc.), proliferam os comportamentos racistas e xenófobos. Identidades políticas anseiam por ter um Estado. O inimigo esconde-se por trás da ama que embala o berço. 
in A Mobilização Global seguida de O Estado de Guerra, Santiago López-Petit, Deriva Editores, 2010.

segunda-feira, setembro 27, 2010

Conto da Travessa das Musas, João Pedro Mésseder (texto) e Manuela São Simão (ilustração)

APALAVRADO, textos de Luis Maffei e Pedro Eiras

 encenado por Renata Portas
com um texto de Luis Maffei, La Venturosa (por Mariana Schou)
 e um texto de Pedro Eiras, Bela Dona (por Isabel Fernandes Pinto).
Temporada de 28 de Setembro a 03 de Outubro, 21h 30, (com excepção do dia 01/10)
Actividades paralelas: Conversa com Pedro Eiras, após espectáculo, dia 02/10
Local de apresentação: Auditório do Grupo Musical de Miragaia: Rua Arménia 10/18.
Mais no Projecto Apalavrado.
 

Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes






Encomende Alfabeto Adiado aqui.

.   

domingo, setembro 26, 2010

Estranhas Criaturas, Henrique Manuel Bento Fialho

Estranhas Criaturas apresenta-se sob a epígrafe de Calvino:
Relegada durante longas eras em esconderijos longínquos, desde que fora apeada do sistema das espécies agora extintas, a outra fauna voltava à luz vinda das caves da biblioteca onde se guardam os incunábulos, lançava-se em grandes saltos dos capitéis e dos algerozes, empoleirava-se nas cabeceiras dos dormentes. As esfinges, os grifos, as quimeras, os dragões, os hircocervos, as harpias, as hidras, os unicórnios, os basiliscos retomavam a posse da sua cidade. | Italo Calvino

Depois é um desfilar de Estranhas Criaturas.... como esta:


HIRCOCERVOS

   As estantes estão cheias, a cabeça cheia de pó, o chão desarrumado. Não admira que os pés tropecem, que a cinza ameace o céu limpo. Todo o azul celeste mete medo, todo o mar. Caminham por dentro dos músculos as notícias, o futuro antecipado, as previsões metrológicas.
   Ao carpir das sirenes, os homens chegam-se às varandas. Abrem os estores, dilatam as pálpebras, olham por cima dos pijamas os lençóis da cama onde pernoitam arrumados. Costas com costas, pobres cães vadios, esperam a hora de ir para os empregos. Perfumados. Trabalham o cansaço, uma dor na coluna vertebral, aquele ouvi dizer que sabia como quem traz prendas para casa. Uma consola para o menino, um adereço para a Barbie.
   Fazem flexões, alongam os músculos, esticam os ossos como quem estica os cordões à bolsa, o estendal de pendurar a alma todos os dias, à mesma hora, até que o coração diga basta. A um canto, o grito incita a fome: gostamos dos aranhiços, das pulgas, das infiltrações. Única distracção no caminho das horas.

Encomende Estranhas Criaturas aqui

sexta-feira, setembro 24, 2010

Em breve: Guias Sonoras e outras abrasivas, de João Pedro Mésseder (Posfácio de Ana Margarida Ramos)





Guias Sonoras e outras abrasivas,
de João Pedro Mésseder



O espelho é a única janela de onde se vê o tempo a passar.
*
Quando alguém morre na casa, o espelho não chora a sua ausência, pois guardou para sempre um duplicado.
*
A memória é uma máquina de emaranhar espectros de estrelas e caudas de cometas.
*
Encontrei um par de botas velhas e sujas de pó. São como um mapa que a mente se apressa a percorrer.


"Lembre-se, a este propósito, que as guias sonoras são relevos descontínuos colocados na beira das estradas destinados a emitir vibrações que alertam o condutor, impedindo-o de ultrapassar o limite das rodovias. Consideradas como formas de informação de retorno táctil, são especialmente úteis para casos de distracção ou de adormecimento. Balizamento de vias ou orientação de viajantes, as guias funcionam como uma espécie de barreira sensorial aparentemente invisível, mas criadora de uma rota de navegação segura. O penúltimo texto desta breve antologia, intitulado «Apóstrofe rodoviária» é, a todos os títulos, significativo na união dos dois conceitos: «Abrasivas do sono automóvel, perpetuadoras da sobrevida, ó guias sonoras!» A apóstrofe, seguida da exclamação, é esclarecedora quanto ao tom, ironicamente corrosivo, de muitos dos fragmentos poéticos." do posfácio de Ana Margarida Ramos

Em Setembro, na Deriva


Com o Outono chegam, também mais livros:

Poesia e afins:
Guias Sonoras, de João Pedro Mésseder
Estranhas Criaturas, de Henrique Manuel Bento Fialho

Ensaio:
A Peste Bubónica no Porto, de Ricardo Jorge

ILC / Deriva [Col. Pulsar:

Para que serve a Literatura?, de Antoine Compagnon [Col. Pulsar]

Narrativa:

Nenhum Olhar, Ricardo Romero
Magic Resort, Florencia Abbate

Infantil:

Conto da Travessa das Musas, João Pedro Mésseder e Manuela São Simão


Faça já o seu pedido para deriva@derivaeditores.pt

segunda-feira, setembro 20, 2010

Para que serve a literatura?, Antoine Compagnon [trad. José Domingues de Almeida]

Para que serve a literatura?, Antoine Compagnon   [trad. José Domingues de Almeida]

Ao lado da questão teórica ou histórica tradicional: «O que é a literatura?», coloca-se hoje com maior premência uma questão crítica e política: «O que pode a literatura?», que valor a sociedade e a cultura contemporâneas atribuem à literatura? Que utilidade? Que papel? «A minha confiança no futuro da literatura, declarava Italo Calvino, assenta na certeza de que há coisas que só a literatura nos pode dar». Será este ainda o nosso credo?

Nascido em 1950, Antoine Compagnon ensinou na Sorbonne e na Universidade Columbia de Nova Iorque. É, desde 2006, Professor Catedrático de Literatura Francesa Moderna e Contemporânea: história, crítica, teoria no Collège de France. É nomeadamente o autor de La Troisième République des Lettres (1983), Les cinq Paradoxes de la Modernité (1990) e Les Antimodernes, de Joseph de Maistre à Roland Barthes (2005).

    
As colecções Pulsar e Cassiopeia, resultantes de uma parceria com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras do Porto, dão a conhecer estudos muito relevantes no âmbito da Teoria da Literatura.
Na Pulsar, foram já editados Jean‑Pierre Sarrazac (com A Invenção da Teatralidade seguido de Brecht em Processo e O Jogo dos Possíveis), Pascal Quignard (com Um Incómodo Técnico em Relação aos Fragmentos).
Na Cassiopeia, que já acolheu um inédito de Pedro Eiras, intitulado Tentações: Ensaio sobre Sade e Raul Brandão, teremos brevemente um ensaio sobre Kafka: Kafka, um Livro sempre Aberto, de Teresa Martins de Oliveira e Gonçalo Vilas-Boas.


domingo, setembro 19, 2010

O Cheiro dos livros [o blogue de Jorge Fallorca ]

«De uma maneira geral, os livros sabem ao cheiro do café»
Sam Savage

É esta a epígrafe do novo blogue de Jorge Fallorca. A seguir com atenção aqui.
E à laia de justificação, fica aqui um post de Abril:

"À medida que me liberto da presença parasita de inéditos, ocorre-me a ideia – e porque não? – de me entregar à escrita de um livro póstumo, concebido como este diário começado há um ano a que chamo O Cheiro dos Livros. Segundo o patusco Walser «Quando se vai a caminho dos sessenta, devemos saber pensar noutra forma de vida.» A quem ele o diz, acabo de calcorrear esse caminho; de momento, sem carro. Deixo o livro com a capa pronta, tenho vindo a rever e a eliminar parte do que fui anotando nos últimos catorze meses." 

sábado, setembro 18, 2010

Ideias para o regresso às aulas # 2 Homem que via passar as estrelas

(mais um figurino de Sandie Mourão)

Mesmo antes do texto e depois do prefácio de Máximo Ferreira, um aviso:

O texto que aqui se publica é um corpo vivo que sofreu múltiplas transformações de pormenor, quer ao longo dos ensaios quer durante a sua representação, e que continua a sofrer. A versão que vão ler corresponde ao estado do texto após dezenas de ensaios e representações.Os desenhos são uma pequena parte dos figurinos feitos, para o espectáculo, por Sandie Mourão.
Porque é de teatro que falamos e teatro é coisa viva, é natural (melhor, desejável) que o texto se mova e se molde. Porque é teatro didáctico (dito assim parece coisa feia, mas não é…), ainda mais justificações encontramos para que o texto se faça à medida das estrelas, perdão, dos alunos.

O Homem que via passar as estrelas é um texto dramático à espera de quem encarne estas personagens: Newton, Próspero, Mercúrio, Vénus, Marte, Urano, ….
E tem, como suporte, um Manual de Exploração Pedagógica, da autoria de Paulo Simões, onde se apresentam várias actividades a desenvolver dentro e fora da sala de aula. Diz Paulo Simões:

"a astronomia não se reduz à observação astronómica – e mesmo esta não tem de ser limitada à observação nocturna. A própria observação nocturna pode ser proposta como uma actividade simples, passível de ser desenvolvida com o auxílio de familiares dos alunos, à porta de casa, no quintal, numa varanda ou num passeio, ao princípio da noite.”
[…] quando chegam à escola, os nossos alunos já adquiriram uma série de conhecimentos sobre astronomia. Já sabem que o Sol nasce todos os dias,, que se põe também todos os dias; que a Lua se vê à noite e que não é sempre igual, que as estrelas são cheias de picos – senão não se chamavam estrelas... Com alguma sorte, sabem que o sol é uma estrela – uma estrela maior que todas as outras e sim, que está mais perto de nós do que as outras estrelas, e como sabem pensar e gostam de o fazer, concluem rapidamente que no Verão estamos mais perto do Sol – ou melhor, que o Sol está mais próximo de nós – e que o frio do Inverno é causado pelas nuvens, que não deixam passar o calor do sol, e pelo maior afastamento do Sol. Já viram horas de desenhos animados e jogaram horas de jogos onde aparecem planetas e “sóis”... em suma, trazem um corpo de conhecimentos sobre astronomia invejável... e maioritariamente errado.Com quem aprenderam? Com todos nós! Não foram eles que inventaram o nascer do Sol. Paulo Simões, in O HOMEM QUE VIA PASSAR ESTRELAS.

Uma belíssima ideia para trabalhar com os alunos em Língua Portuguesa, E.V.T., Expressão Dramática, Área de Projecto, Ciências Físico-Químicas, História… O desafio está lançado
!

quarta-feira, setembro 15, 2010

Literatura Argentina: "Magic Resort" de Florencia Abbate e "Nenhum Lugar" de Ricardo Romero



"Magic Resort" de Florencia Abbate e "Nenhum Lugar" de Ricardo Romero estão quase, quase a chegar.




Florencia Abbate nasceu em Buenos Aires, no dia 24 de Dezembro  de  1976. Licenciada em Letras pela Universidad de Buenos Aires - UBA, é jornalista cultural e autora dos romances "El Grito" e "Magic Resort".
Ricardo Romero nasceu no Paraná, em 1976. Licenciado em Letras pela Universidade de Córdoba, vive, actualmente, em Buenos Aires. Ninguna Parte é o seu primeiro romance. Dirige a revista literária Oliverio. Em 2006, publicou um livro de contos, Tantas Noches como sean necesarias.  Patrícia Gomes, que esteve até há pouco em Buenos Aires e vive actualmente em Barcelona fará a tradução para o português.

domingo, setembro 12, 2010

Ideias para o Regresso às Aulas # 1 - Conto da Travessa das Musas

O Conto da Travessa das Musas tem todos os ingredientes para se transformar num divertido texto dramático. O irrequieto João,  o polícia Bigodes, gordo e pachorrento, as histórias de bruxas e de fadas da velha tia, as brincadeiras na rua, o senhor Olímpio que às vezes  «afogava a solidão em  que vivia em copinhos de tinto», carrinhos de rolamentos, velhas de bigode, funcionários cansados como aquele  que deu nome ao poema de Gomes Ferreira, ilustre morador desta mesma Travessa, o merceeiro... 
Personagens e histórias à espera de serem contadas, recontadas, mostradas, encenadas...




Quem agarra o desafio?

sábado, setembro 11, 2010

O Homem que Via Passar as Estrelas, um texto de teatro para a infância e juventude - a importância da Expressão dramática na Escola

 A propósito do lançamento próximo de O Homem que Via Passar as Estrelas, um texto de teatro para a infância e juventude de Luís Mourão (texto), Sandie Mourão (figurinos/ilustração); manual de exploração pedagógica  de Paulo Simões e prefácio de Máximo Ferreira recuperámos um artigo de  Ana Paula Couceiro Figueira  publicado  originalmente na revista Psychologica e posteriormente aqui.

O Palco da Vida: A expressão dramática enquanto instrumento operatório do desenvolvimento das competências sociais  | Ana Paula Couceiro Figueira

    [...] Ajudar os alunos a serem sujeitos independentes/autónomos, criativos, expressivos, auto-afirmativos, assertivos, desinibidos, comunicativos, capazes de tomar decisões, a saberem resolver problemas, em suma, a serem auto-regulados e autocontrolados, deverá ser a maior prioridade educacional, hoje.
    Julgamos que todos os membros da equipa educativa deverão envidar esforços no sentido de, simultaneamente à preocupação sobre os conteúdos estritamente escolares, formais, e dos meios que facilitam a sua aquisição, enquadrar nos seus programas, projectos ou acções, temáticas relacionadas com as condições que propiciam a aprendizagem (motivação, controlo das emoções e estados de humor, percepção de competência e de capacidade, expectativas, aspirações, atitude positiva face à escola, estabelecimento de objectivos de aprendizagem, percepção da instrumentalidade dos conteúdos, métodos e condições de estudo, aptidões sociais, …). No mesmo sentido, consideramos que, igualmente, uma forma possível de poder realizar este princípio, poderia ser ou existir, não a título facultativo, mas com cariz curricular , a disciplina de Expressão Dramática, desde a Educação de Infância ao Ensino Superior.    [...]
 A Expressão Dramática entendida, não na sua vertente terapêutica (ex. Psicodrama), de remediação ou recuperação, nem como mera estratégia para veicular mensagens formais, antes, no seu vector preventivo/profiláctico, como instrumento de aprendizagem e de desenvolvimento, propiciador de experiências relacionais/sociais.
Em rigor, a Expressão Dramática    [...]  parece cumprir, julgamos, os objectivos de desenvolvimento social. [...] De facto, a Expressão Dramática, tendo em consideração os aspectos afectivo/sociais, cognitivo/linguísticos e psicomotores de desenvolvimento, perspectiva-se como um instrumento de actualização e potenciação das aptidões sociais. Tendo em conta, igualmente, comportamentos verbais e não verbais, encerra os componentes fundamentais das competências sociais. É uma prática que põe em acção a totalidade da pessoa, favorecendo, através de actividades lúdicas, o desenvolvimento e uma aprendizagem global (cognitiva, afectiva, sensorial, motora, estética). Neste sentido, ela partilha das intenções da finalidade geral da educação que é o desenvolvimento global da personalidade (Landier & Barret, 1994).
    Consideramos que todas as outras disciplinas curriculares podem potenciar ou fomentar as capacidades sociais dos indivíduos. Todavia, para além de serem esses os seus objectivos mais específicos e prioritários, são os professores de Expressão Dramática aqueles que, por “não terem preocupações de conteúdos estritos escolares”, estão em melhor posição, teoricamente, têm mais disponibilidade para o desenvolvimento holístico do indivíduo. [...]


É que,
A expressividade da pessoa humana implica o corpo como
condição da tradução dessa expressividade; implica o
enquadramento ambiental como possibilidade de diálogo
existencial na personalidade estruturada e amadurecida e
na personalidade em estruturação e amadurecimento
progressivo (…)
Miranda Santos, 1972, pp. 314-315.
e
É tão importante o contributo do corpo para as expressões
humanas que se poderia falar duma colaboração
indispensável do mesmo para essas expressões ou até
duma “intencionalidade corporal”.
Miranda Santos, 1972, p. 317.



  LER NA ÍNTEGRA AQUI.

sexta-feira, setembro 10, 2010

Perigo Vegetal na sala de aula

Said e Sheila vivem, no ano 2075, no interior da Galiza, mas estão ligados em comunicação ao mundo global do passado. Uma gigantesca companhia transnacional, a C.U.B., tenta apoderar-se de todas as sementes de cereais existentes como parte de um plano para dominar toda a agricultura do planeta.
O Perigo Vegetal (Ramón Caride e Miguelanxo Prado) é apenas a primeira aventura destes dois corajosos irmãos. Em breve, na Deriva,  as aventuras irão continuar com Ameaça na AntártidaO Futuro Roubado.  

No blogue as Aventuras de Sheila e de Said, algumas possibilidades de exploração pedagógica:


FICHA DE OBSERVAÇâO DO LIVRO - Perigo Vegetal

uma questão de género



Plano Nacional de Leitura 
Livro recomendado no programa de português do 6º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula - Grau de Dificuldade II.



Travessa do Conto das Musas : Modo de Usar




O Conto da Travessa das Musas é uma viagem por um tempo antigo - uma história que se passou no Porto há muitos anos. Uma história de um menino sem tempo para ficar quieto. Uma história que fala de mercearias, de lojas de miudezas, de carrinhos de linhas e fivelas, de José Gomes Ferreira, de um polícia gordo e pachorrento, de carrinhos de madeira e de flocos de neve (os rebuçados...). 
Uma história de um tempo em que os meninos brincavam na rua. Uma história que se passa no Porto, no centro do Porto com o João. 
 Uma história que vale bem a pena o desafio de procurar a Travessa das Musas.

Esta narrativa de João Pedro Mésseder, ilustrada por Manuela são Simão é um livro que gera cumplicidades entre gerações, afinal muitas das realidades ali aludidas já não fazem parte deste  quotidiano de playstations, mp4 e toques polifónicos, mais ainda ressoam na cabeça de alguns pais e de quase todos os avós....

Aviso: Este livro convida à partilha de memórias e pode ser acompanhado de alguns rebuçados flocos de neve...

Sugestão: Por que não construir - depois do livro - um carrinho de rolamentos?  Isso é que era... Eles iam gostar...

quinta-feira, setembro 09, 2010

Para que serve a Literatura? de Antoine Compagnon, traduzido por José Domingues de Almeida



 Excerto de Para que serve a Literatura? de Antoine Compagnon,
  traduzido por José Domingues de Almeida
      Lemos porque, mesmo se ler não é imprescindível para se viver, a vida se torna mais livre, mais clara, mais vasta para aqueles que lêem do que para aqueles que não lêem. Para já, num sentido muito simples: a vida torna-se mais fácil – pensava nisso ultimamente na China – para aqueles que sabem ler, não só as informações, as instruções, as receitas médicas, os jornais e os boletins de voto, mas também a literatura. Depois, foi-se supondo durante muito tempo que a cultura tornava as pessoas melhores, e que proporcionava uma vida melhor. Francis Bacon disse tudo: «A leitura torna um homem completo, a conversação torna um homem desenvolto, e a escrita torna um homem preciso. É por isso que, se um homem escreve pouco, necessita de uma boa memória; se conversa pouco, necessita de um espírito vivo; e se lê pouco, necessita de muita astúcia, para parecer saber o que não sabe». Segundo Bacon, próximo de Montaigne, a leitura evita-nos ter de recorrer ao fingimento, à hipocrisia e à astúcia; ela torna-nos, pois, mais sinceros e verdadeiros, ou simplesmente melhores.
 As colecções Pulsar e Cassiopeia, resultantes de uma parceria com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras do Porto,  dão a conhecer  estudos muito relevantes no âmbito da Teoria da Literatura.

quarta-feira, setembro 08, 2010

Para que serve a Literatura?, Antoine Compagnon

Para que serve a Literatura? [La Littérature, Pour Quoi Faire ?]

Um ensaio essencial que problematiza o espaço e o valor da literatura hoje, de Antoine Compagnon (traduzido por José Domingues de Almeida).


Antoine Compagnon, autor de La Seconde Main Ou Le Travail De La Citation, Le Demon De La Theorie: Litterature Et Sens Commun e Les Cinq Paradoxes De La Modernité, apenas para referir os mais conhecidos, conhece agora uma tradução portuguesa,  resultante de uma parceria da Deriva Editores com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa,da Faculdade de Letras do Porto. 



As colecções Pulsar e Cassiopeia, resultantes de uma parceria com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, da Faculdade de Letras do Porto,  dão a conhecer  estudos muito relevantes no âmbito da Teoria da Literatura.
Na  Pulsar, foram já editados Jean‑Pierre Sarrazac (com A Invenção da Teatralidade seguido de Brecht em Processo e O Jogo dos Possíveis), Pascal Quignard (com Um Incómodo Técnico em Relação aos Fragmentos).  Na Cassiopeia, que já acolheu  um inédito de Pedro Eiras, intitulado Tentações: Ensaio sobre Sade e Raul Brandão, teremos brevemente um ensaio sobre Kafka: Kafka, um Livro sempre Aberto, de Teresa Martins de Oliveira e Gonçalo Vilas-Boas.

sábado, setembro 04, 2010

Miguel Carvalho na IX FEIRA DO LIVRO DE GONDOMAR


No próximo dia 7 de Setembro, terça-feira,pelas 21:30 Miguel Carvalho (Grande Prémio Gazeta 2009) apresenta o livro AQUI NA TERRA (2.ª ed.) , na IX Feira do Livro de Gondomar.
Aqui na Terra é o retrato de um certo Portugal. País aquém e sempre além, onde o humano e o divino moldam as circunstâncias da nossa condição. Relatos de um País que, por vezes, não vem no mapa. Quadros e figuras que constituem uma geografia de afectos e desamores, de entregas e renúncias, de comédias humanas e tragédias colectivas. Nestas reportagens, desenha-se um território de sombras e luzes, de martírios e pantomina, de identidade e resignação, habitado por existências vestidas do avesso e «estórias» de trazer pela mão. Um País, enfim, que levamos inscrito por dentro. Mas sempre descrito como quem o olha de fora. País coitadinho e honrado.País em grande ou maltratado.País santificado e do Diabo, onde por vezes anda tudo ligado.




quarta-feira, setembro 01, 2010

Filipa Leal e Catarina Nunes de Almeida no Metro de Varsóvia

Wiersze w Metrze / Poesia no Metro é um projecto inspirado nos Poems on the Underground  que teve a primeira edição em 1986, em Londres.
O objectivo da Wiersze w Metrze Wiersze/ Poesia no Metro é dar a conhecer a poesia contemporânea europeia.  Vozes de toda a Europa cruzam-se, por estes dias em Varsóvia,  em português Filipa Leal, Catarina Nunes de Almeida e Nuno Brito.
Nesta edição haverá lugar para happenings,competições de  haiku, poesia em graffiti,performances poéticas, workshops.
 
Toda a informação aqui.