(mais um figurino de Sandie Mourão)
O texto que aqui se publica é um corpo vivo que sofreu múltiplas transformações de pormenor, quer ao longo dos ensaios quer durante a sua representação, e que continua a sofrer. A versão que vão ler corresponde ao estado do texto após dezenas de ensaios e representações.Os desenhos são uma pequena parte dos figurinos feitos, para o espectáculo, por Sandie Mourão.
Porque é de teatro que falamos e teatro é coisa viva, é natural (melhor, desejável) que o texto se mova e se molde. Porque é teatro didáctico (dito assim parece coisa feia, mas não é…), ainda mais justificações encontramos para que o texto se faça à medida das estrelas, perdão, dos alunos.
O Homem que via passar as estrelas é um texto dramático à espera de quem encarne estas personagens: Newton, Próspero, Mercúrio, Vénus, Marte, Urano, ….
E tem, como suporte, um Manual de Exploração Pedagógica, da autoria de Paulo Simões, onde se apresentam várias actividades a desenvolver dentro e fora da sala de aula. Diz Paulo Simões:
"a astronomia não se reduz à observação astronómica – e mesmo esta não tem de ser limitada à observação nocturna. A própria observação nocturna pode ser proposta como uma actividade simples, passível de ser desenvolvida com o auxílio de familiares dos alunos, à porta de casa, no quintal, numa varanda ou num passeio, ao princípio da noite.”
[…] quando chegam à escola, os nossos alunos já adquiriram uma série de conhecimentos sobre astronomia. Já sabem que o Sol nasce todos os dias,, que se põe também todos os dias; que a Lua se vê à noite e que não é sempre igual, que as estrelas são cheias de picos – senão não se chamavam estrelas... Com alguma sorte, sabem que o sol é uma estrela – uma estrela maior que todas as outras e sim, que está mais perto de nós do que as outras estrelas, e como sabem pensar e gostam de o fazer, concluem rapidamente que no Verão estamos mais perto do Sol – ou melhor, que o Sol está mais próximo de nós – e que o frio do Inverno é causado pelas nuvens, que não deixam passar o calor do sol, e pelo maior afastamento do Sol. Já viram horas de desenhos animados e jogaram horas de jogos onde aparecem planetas e “sóis”... em suma, trazem um corpo de conhecimentos sobre astronomia invejável... e maioritariamente errado.Com quem aprenderam? Com todos nós! Não foram eles que inventaram o nascer do Sol. Paulo Simões, in O HOMEM QUE VIA PASSAR ESTRELAS.
Uma belíssima ideia para trabalhar com os alunos em Língua Portuguesa, E.V.T., Expressão Dramática, Área de Projecto, Ciências Físico-Químicas, História… O desafio está lançado!