Peter Handke, sempre gostei de ler-te e ouvir as tuas opiniões. Soube, só agora, que te censuraram uma peça que ia estrear na Comédie Française. Não queria acreditar quando me explicaram (não bastava só a leitura de um absurdo) que te censuraram por teres ido ao funeral de Milosevic e de te pores ao lado dos sérvios, o que quer dizer, dos vencidos. Nestas coisas há sempre vencidos e, como também sabes muito bem, são os vencedores a organizar os tribunais. É por isso que não vês, lá em Haia, nem croatas, nem bósnios, nem albaneses. Esses são aparentemente livres.
Pois aqui, desde já, proclamo a tua liberdade, sem que saiba muito bem a dimensão dessa mesma liberdade que perseguiste sempre e é já com algum estupor que gritas para deixarem de comparar o incomparável, de banalizar Hitler ou Ceausescu. Tu, aqui, és livre. Seja lá, hoje, o que isso for.
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