Utilizador recente dos singulares mecanismos da Internet, fui alertado por um amigo para um artigo de José Pacheco Pereira (JPP) sobre os piratas da blogosfera. Não o li, JPP não é das minhas leituras obrigatórias, mas disseram-me que ele escreveu certo sobre esse nojo anónimo.
Por mim, digo desde já que passo à frente sempre que encontro um ANÓNIMO. Por ele ser um produto da não-existência.
Sou daqueles que tentam sempre encontrar o rosto da palavra proferida, tenho esse democrático defeito. Respondo sempre com a palavra serena à bala e ao insulto.
Vem isto a propósito de, neste mês de Abril, - mês que em Portugal é sinónimo de Liberdade – eu ter sido alvo da atitude desengonçada de dois anónimos que, no frenesim da sua pena, tingiram de nojo esse delicioso espaço de Liberdade que é a Internet.
No primeiro, no espaço destinado aos “comentários” de uma notícia publicada num qualquer blogue, escreveram, esta enormidade:
“cuidado com o Vítor Pinto Basto, que esse gajo tem ligações com a ETA e ao seu braço armado dos “patas negras” de Salamanca”.
No segundo, comentando um texto com o título “Há demasiada gente a viver um conflito que dói”, chegou este pêlo cheio de sebo prolixo:
“A Comissão para o Apoio aos Blogues Chatos e Às-Moscas, subsidida pelo Ministério da Cultura e pela Embaixada da República da Moldávia, vem em apoio deste blogue emitir um comentário gratuito”.
No primeiro comunicado, o brincalhão deveria ter mais cuidado com o melindre da acusação. Penso ter ficado claro no livro que escrevi - “Gente que dói - conflito basco por quem o vive” que o Vítor Pinto Basto não tem nem nunca teve ligações com a ETA. No livro, não se fala nos “pata negra” (o presunto com esse nome é bom e caro) e muito menos de Salamanca (onde só fui duas vezes, uma em trabalho para cobrir a última Cimeira Ibero-americana).
No segundo blogue, o escrito faz-me lembrar o género de alguma prosa publicada recentemente e que, a espaços, considero divertida mas também cansativa por ser demasiado repetitiva e sem substância. Lamentável a ligação do Ministério da Cultura e da Moldávia ao desajeitado comentário. Essa instituição e esse país dão rosto ao que fazem e, também por isso, merecem-me todo o respeito.
Porém, em ambos os casos, irritou-me a prepotência de quem escreveu escondido. Anulando, assim, a existência da necessária e democrática interlocução. Falaram, somente escrevendo e escondendo quem assim escreve sem rosto. Ao esconderem-se, não falaram escrivivendo, que é como quem diz: mataram o autor daquelas palavras anónimas. Por consequência, por se terem suicidado assim, são o que é vulgar-se chamar-se de “nulidade autêntica”.
Dizem-me que a PIDE, que muita gente parece agora querer esquecer, alimentava-se desses anónimos, quais vampiros que produzem fascismos e agem como execráveis déspotas.
A vida não se compadece com esses estranhos fantasmas, insuportáveis pústulas da democracia que, em vez de falarem com a clarividência dos humanos, respiram com a náusea de quem já morreu e ainda não sabe.
A esses defuntos anónimos - a que prometo jamais responderei, a partir deste momento - transmito a minha esperança de que tenham a coragem de assinar com o seu nome o que escrevem em qualquer lugar deste planeta Terra, que eu quero cobrir de sonho e alegia.
Enquanto isso não acontece, não esqueçam que hoje é 25 de Abril.
Vítor Pinto Basto
NdoE: sobre este artigo quero que seja garantido a todos o conhecimento desta «pérola» que me foi mandada para aqui por este anónimo (que possivelmente já não o será tanto):
Por mim, digo desde já que passo à frente sempre que encontro um ANÓNIMO. Por ele ser um produto da não-existência.
Sou daqueles que tentam sempre encontrar o rosto da palavra proferida, tenho esse democrático defeito. Respondo sempre com a palavra serena à bala e ao insulto.
Vem isto a propósito de, neste mês de Abril, - mês que em Portugal é sinónimo de Liberdade – eu ter sido alvo da atitude desengonçada de dois anónimos que, no frenesim da sua pena, tingiram de nojo esse delicioso espaço de Liberdade que é a Internet.
No primeiro, no espaço destinado aos “comentários” de uma notícia publicada num qualquer blogue, escreveram, esta enormidade:
“cuidado com o Vítor Pinto Basto, que esse gajo tem ligações com a ETA e ao seu braço armado dos “patas negras” de Salamanca”.
No segundo, comentando um texto com o título “Há demasiada gente a viver um conflito que dói”, chegou este pêlo cheio de sebo prolixo:
“A Comissão para o Apoio aos Blogues Chatos e Às-Moscas, subsidida pelo Ministério da Cultura e pela Embaixada da República da Moldávia, vem em apoio deste blogue emitir um comentário gratuito”.
No primeiro comunicado, o brincalhão deveria ter mais cuidado com o melindre da acusação. Penso ter ficado claro no livro que escrevi - “Gente que dói - conflito basco por quem o vive” que o Vítor Pinto Basto não tem nem nunca teve ligações com a ETA. No livro, não se fala nos “pata negra” (o presunto com esse nome é bom e caro) e muito menos de Salamanca (onde só fui duas vezes, uma em trabalho para cobrir a última Cimeira Ibero-americana).
No segundo blogue, o escrito faz-me lembrar o género de alguma prosa publicada recentemente e que, a espaços, considero divertida mas também cansativa por ser demasiado repetitiva e sem substância. Lamentável a ligação do Ministério da Cultura e da Moldávia ao desajeitado comentário. Essa instituição e esse país dão rosto ao que fazem e, também por isso, merecem-me todo o respeito.
Porém, em ambos os casos, irritou-me a prepotência de quem escreveu escondido. Anulando, assim, a existência da necessária e democrática interlocução. Falaram, somente escrevendo e escondendo quem assim escreve sem rosto. Ao esconderem-se, não falaram escrivivendo, que é como quem diz: mataram o autor daquelas palavras anónimas. Por consequência, por se terem suicidado assim, são o que é vulgar-se chamar-se de “nulidade autêntica”.
Dizem-me que a PIDE, que muita gente parece agora querer esquecer, alimentava-se desses anónimos, quais vampiros que produzem fascismos e agem como execráveis déspotas.
A vida não se compadece com esses estranhos fantasmas, insuportáveis pústulas da democracia que, em vez de falarem com a clarividência dos humanos, respiram com a náusea de quem já morreu e ainda não sabe.
A esses defuntos anónimos - a que prometo jamais responderei, a partir deste momento - transmito a minha esperança de que tenham a coragem de assinar com o seu nome o que escrevem em qualquer lugar deste planeta Terra, que eu quero cobrir de sonho e alegia.
Enquanto isso não acontece, não esqueçam que hoje é 25 de Abril.
Vítor Pinto Basto
NdoE: sobre este artigo quero que seja garantido a todos o conhecimento desta «pérola» que me foi mandada para aqui por este anónimo (que possivelmente já não o será tanto):
«Que se passa? Está a ficar mole? Sentido, soldado!! A luta contra estes tipo de liberdades de expressão deve ser quotidiana e implacável! Implacable...perdão, implacável! Em Buenos Aires, nos saudosos anos de 1977-78, tínhamos belas técnicas para travar estas veleidades... Ai Buenos Aires querida! Disponha para o que quiser. O futuro da civilização ocidental, cristã e branca está nos seus ombros, caro ALC. Nas imortais palavras desse querido amigo Augusto P.: sea implacable, carajo! RdlPvS General na reserva Jogador de bridge».
É evidente, que a partir de hoje, os comentários serão objecto de moderação.
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