João Pedro Mésseder, 21 de Março de 2006.
– Quase todas as palavras derivam de outras palavras e, das primeiras, outras novas faço derivar. Nesta permanente deriva me justifico. Melhor: justifico verbalmente a deriva que me desvia dos que preferem não derivar, dos que só gostam de ser como… palavras primitivas. É que, ou muito me engano, ou os senhores (ao contrário dos servos da gleba) nunca morreram de amores por prefixos, sufixos, aglutinações, justaposições ou… amálgamas (mots-valises dizem os gauleses).
(Por enquanto é quase só letra, ou melhor, palavras. Mas a deriva, bem entendido, também dá para, no momento certo, poder inventar outra palavra. Das compridas: atlovaiemàsoahnapaetnega.)
– Onde guardaste o espelho?
Palavras
Quando inclino, pouso
o aparo e as escrevo,
aguardo que delas se
desprenda alguma coisa
e se perca na roleta
translúcida do ar
até na casa certa
se deter.
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