terça-feira, novembro 24, 2009
sábado, novembro 21, 2009
Paulo Kellerman na antologia luso-canária De La Saudade a la Magua
Eis os antologiados:
A. M. Pires Cabral, António Manuel Venda, Maria do Rosário Pedreira, Fernando Esteves Pinto, Filomena Marona Beja, Gonçalo M. Tavares, José Carlos Barros, Lídia Jorge, Miguel Real, Maria Antonieta Preto, Paulo Bandeira Faria, Paulo Kellerman, Rui Costa, José Rivero Vivas, Eduvigis Hernández Cabrera, Anelio Rodríguez Concepción, José Manuel Hernández, Gabriel Cruz, Víctor Ramírez, Roberto Cabrera, Quintín Alonso Méndez, Javier Hernández Velázquez, José Manuel Brito, Eduardo Delgado Montelongo, Alicia Llarena, Agustín Díaz Pacheco.
E a apresentação da obra no original:
El viaje no tiene por qué ser necesariamente exterior, puede serlo como pretexto, pero abundan viajes interiores no sólo consistentes en desplegar mapas y abrir portulanos, y es entonces cuando se intenta acceder a la compleja condición humana. Un recorrido de tales características conduce al encuentro con personas que habitan diferentes geografías; en éste caso, escritores de distintas orillas. Es así como durante numerosos e intensos meses fue forjándose, a través de una incesante labor, el posibilitar la coexistencia literaria de veintiséis hacedores narrativos de Canarias y Portugal, considerando, además, la ascendencia lusa en la historia del Archipiélago, y que las ficciones de tales autores, canarios y portugueses, fueran debidamente conocidas sobre todo por los lectores, sin olvidar a la crítica».
quinta-feira, novembro 19, 2009
Miguel Carvalho levou o Aqui na Terra a Urgezes, Guimarães. Uma lição sentida
Transbordamentos Infinitos - Colóquio na Sala de Reuniões da FLUP. 4 e 5 de Dezembro de 2009
O Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa organiza um colóquio internacional destinado a reflectir, em termos teóricos e/ou aplicados, sobre as diferentes expressões, formais e culturais, da dramaturgia contemporânea, a sua circulação e a sua relação com a cena. O colóquio terá lugar na Sala de Reuniões da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, nos dias 4 e 5 de Dezembro de 2009.
Transbordamentos infinitos: A dramaturgia contemporânea
O carácter híbrido das dramaturgias contemporâneas é uma realidade cuja análise implica, hoje, a consciencialização de novos paradigmas, capazes de darem conta das constantes mutações da forma dramática que se afirma e se coloca para além do espaço meramente genológico. A forma canónica do drama de tradição aristotélico-hegeliana vive, há largas décadas, um processo de aparente “transbordamento infinito”, expressão introduzida por Jean-Pierre Sarrazac para traduzir as mais diversas e caleidoscópicas configurações do drama contemporâneo. É a este abandono de toda e qualquer modelização unificadora que, por exemplo, o conceito de “rapsodização”, proposto pelo mesmo autor nos anos 80, pretendeu dar resposta. Tendo como ponto de partida a sugestão avançada por Peter Szondi de que “o sentido está na forma”, este colóquio visa empreender uma reflexão crítica alargada sobre os mais repetidos processos de “desterritorialização” do drama, o mesmo é dizer da notória e permanente renovação que caracteriza a condição da escrita dramática contemporânea.
Participações confirmadas:
Fernando Matos Oliveira (Universidade de Coimbra)
Francisco Frazão (Universidade de Lisboa / Culturgest)
Graham Saunders (University of Reading)
Jean-Pierre Sarrazac (Université Paris III - Sorbonne nouvelle)
Manuela Veloso (ISCA-Instituto Politécnico do Porto)
Maria Helena Serôdio (Universidade de Lisboa)
Mickael de Oliveira (Universidade de Lisboa)
Miguel Ramalhete Gomes (Universidade do Porto)
Pedro Eiras (Universidade do Porto)
Rui Pina Coelho (Escola Superior de Teatro e Cinema / Universidade de Lisboa)
Sebastiana Fadda (Universidade de Lisboa)
Vera San-Payo de Lemos (Universidade de Lisboa)
Organização
Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa
Comissão organizadora
Alexandra Moreira da Silva
Paulo Eduardo Carvalho
quarta-feira, novembro 18, 2009
Henrique Fialho escreve sobre O Mundo Sólido
Sou informado, através de uma breve nota biobibliográfica reproduzida numa das badanas de O Mundo Sólido (Deriva, Março de 2009), que João Paulo Sousa (n. 1966) publicou, anteriormente, alguns ensaios e dois romances: A Imperfeição (2001) e Os Enganos da Alma (2002). Sei que o segundo romance, publicado pelas Quasi Edições, foi escrito no âmbito de uma bolsa atribuída pelo Ministério da Cultura em 2001. E sei que o primeiro foi publicado pela Campo das Letras. Infelizmente, escaparam-me ambos. Recomponho-me da falta com a leitura de O Mundo Sólido, uma narrativa que dificilmente poderei classificar de romance, mesmo tendo em conta a dimensão mais reduzida do romance actual. O Mundo Sólido oferece-nos, em aproximadamente 120 páginas muito bem escritas, um monólogo interior sem quebras, sem parágrafos, escrito como quem narra o pensamento de um homem circulando nos labirintos da memória. Esta opção por um texto sem divisões confere à leitura uma experiência estética que, ao contrário de outras, não se reduz à gratuitidade do mero efeito estilístico. Assim escrito, o texto reproduz a forma de um bloco compacto, ao mesmo tempo que cria a sensação de estarmos perante um monólito cuja erosão se tornará perceptível à medida que a leitura avança.
Francisco, um homem a entrar na chamada meia-idade, arquitecto de profissão, pai de Álvaro, viúvo, é o actor principal de uma viagem interior motivada por uma carta do filho que lhe anunciará uma trágica notícia. O texto começa, pois, com a suspensão de um dia de trabalho ─ projecto da nova biblioteca de Ravenna ─, para vir a terminar, depois dessa digressão interior pelo passado, mais ou menos onde havia começado, ou seja, com Francisco concentrado num novo projecto: museu de Ferrara. Talvez a consistência temporal da narrativa fosse outra se o texto terminasse com Francisco a pensar no projecto inicial. Assim, entre o projecto da nova biblioteca de Ravenna e o projecto do novo museu de Ferrara, somos confrontados com uma dispersão temporal que nos leva a crer haver entre o princípio e o fim da narrativa um aparente hiato que nos escapa. Por outro lado, o itinerário memorialista de Francisco processa-se do presente para o passado, não respeita nenhuma coerência cronológica, errando antes por momentos distintos da vida que se inter-relacionam com a naturalidade de quem salta de etapa para etapa sem nunca sair do mesmo lugar. E esse mesmo lugar é, precisamente, o lugar da memória, um lugar íntimo, porventura sólido, porventura volúvel. É que «a memória é uma arca com muitas fendas, por onde não se cansa de expelir o que julgávamos arrumado e definitivo» (p. 67).
Assim como o confronto com as fotografias torna explícita a manipulação da memória sobre a realidade, também o confronto com o passado aclara a ductilidade da memória. O mundo sólido surge como uma imagem que Francisco guarda do seu avô, quando este lhe fala, numa pousada de Valença do Minho, desses mundos aos quais devemos a nossa protecção. Mas esses mundos estão num estado de ruína na vida de Francisco, nomeadamente o edifício familiar, essa espécie de antigo anfiteatro romano onde todos os crimes são justificáveis. A família é o edifício em ruínas que aparece, não sem ironia, no centro das atenções deste O Mundo Sólido. Francisco é um homem desabrigado e desprotegido, a doença que ele diz ter, contra todos os diagnósticos médicos, é a doença de um homem em pânico perante a solidão que o confina. Ele é um homem desprotegido, sobretudo por não se poder proteger de quem mais o ameaça, ou seja, dele próprio. O contraste é exaltante: entre os projectos de novos edifícios, a ruína da vida privada, a ruína do edifício familiar, desse edifício evocado nas palavras de Salazar como a base, o pilar fundamental, de uma unidade que conferiria «a indispensável solidez ao nosso mundo» (p. 84).
O mundo interior desta personagem arquitectada por João Paulo Sousa chega-nos como uma pedra atirada contra um corpo frágil, o texto estilhaça toda e qualquer previsibilidade com um rigor que desconforta. Repare-se como Francisco lembra a falecida mulher: «A morte da minha mulher, ocorrida tão pouco tempo depois do reconhecimento clínico da doença, libertou-me do cerco em que eu me deixara encerrar e deu-me a possibilidade de respirar de novo a plenos pulmões» (p. 30); ou como a vontade de ter um filho acaba reduzida a um gesto violento e egoísta que apenas gerará asfixia e produzirá frustrações, sendo, então, a família um edifício que serve para «esmagar o indivíduo» (p. 72); ou ainda como o enamoramento por Laura, a empregada (suposta amante) do falecido pai de Francisco, redundará numa autoflagelação silenciosa: «era a mim que pretendia dilacerar as feridas, sem, no entanto, as revelar a quem quer que fosse, até que o extremo sofrimento apagasse de vez a causa da minha angústia» (p. 82). «Acomodado na sua clausura» (p. 103), Francisco é um homem angustiado, desprotegido e solitário, sobretudo por se limitar a esperar que algo lhe aconteça (note-se o contraste com Galeotto, o amigo italiano), por se acomodar às circunstâncias sem nada fazer para superar o cerco que ele julga ser-lhe imposto de fora, quando, na realidade, não parece senão ser um cerco nascido por dentro, na intimidade, como uma doença que nenhum médico logrará diagnosticar.
Henrique Fialho
Os livros da Deriva distribuídos no Brasil
segunda-feira, novembro 16, 2009
XV Encontros Luso-galaico-franceses
O flyer dos XV encontros é do Gémeo Luís
Olh'á avaliação fresquinha ou os saldos de Natal
Blood Story
Ontem li, no DN, as declarações de Augusto Santos Silva sobre os mortos dos combatentes do ultramar, que se elevam a 10000, afirmando que «não esqueceremos o seu sangue derramado». Ficou bem a ASS lembrar o sangue derramado pelos soldados portugueses desde o armistício de 11 de Novembro de 1918 até aos da Bósnia e Afeganistão. Fica sempre bem a um governante tal lembrança. Mas ainda quero ver um ministro do Trabalho lembrar de igual modo e com a mesma veemência publicitária o sangue derramado pelos trabalhadores ao longo de largos anos pelos direitos conquistados e que estão a ser desbaratados agora. É que não acabei a história do Sr. Neto: quando ele chegou a Portugal, depois de 1918, teve de enfrentar não só a reacção republicana pós-sidonista, como arcou com o início da ditadura salazarista. Por alguma razão não imigrou, mas conheceu gente que morreu a combater contra a repressão. Desses ninguém fala.
A função das poetas em 1923
«Emquanto, no Velho e no Novo Mundo a Mulher luta, em quasi todos os paízes, pelas regalias politicas e pela liberdade de acção, invadindo todas as profissões, declamando nos comícios, arrostando as mais violentas lutas, Portugal dá-mnos, gentilmente, sonoros nomes de moreninhas e líricas poetisas… […] Os cogumelos têem uma extraordinária semelhança com as poetisas: além de se reproduzirem prodigiosamente, usam chapeus, como elas e, se há alguns saborosos e suculentos, outros todavia envenenam perigosamente…. As poetisas em fazem hoje, em Portugal, quasi uma seita…. (Dias-Sancho, 1923:391)»
segunda-feira, novembro 09, 2009
Miguel Carvalho no INEGI e nas Conversas à 5ª, dia 12 de Novembro (18:30)
Nesta próxima sessão venham descobrir para que serve e o que deve de ser o Jornalismo, numa conversa com a participação do convidado Miguel Carvalho, jornalista da Visão e autor do livro “Aqui na Terra”. Como reflexão prévia para a conversa, sugerimos a leitura crítica de dois textos:
A influência de uma notícia, o seu impacto na sociedade……….a visão de um Jornalista.
APAREÇAM!
sábado, novembro 07, 2009
Pré-publicação de A Invenção da Teatralidade, de Jean-Pierre Sarrazac. Tradução e prefácio de Alexandra Moreira da Silva
Tradução e posfácio de Alexandra Moreira da Silva
«A arte só pode reconciliar-se com a sua própria existência
se voltar para o exterior o seu carácter de aparência, o seu
vazio interior»
Adorno, Teoria estética
Aliás, desconfio que Gordon Craig e o seu Contra-Regra terão confrontado o seu Amador de Teatro com esta irremediável vacuidade do palco apenas para lhe incutirem a ideia de que a Arte do Teatro[2] já nada tem que ver com a plenitude e o jorro da vida, mas muito mais com os movimentos furtivos, erráticos e desencarnados da morte - «Esta palavra morte, nota Craig, surge naturalmente na escrita, por aproximação com a palavra vida constantemente reclamada pelos realistas».
Ilusão ou simulacro?
Partindo do principio de que a arte teatral do século XX continua a ter como base a imitação, o que deverá ser alvo de debate, esta imitação, no pensamento de Craig e de tantos outros – entre os quais um número importante de realistas – já não implica a submissão do espectador a uma ilusão, mas muito mais a observação crítica de um simulacro… Estaria tentado a dizer que a ribalta e a cortina vermelha foram, de facto, abolidas a partir do momento em que o espectador passou a ser convidado pelos actores ou por um outro mentor do jogo – contra-regra, encenador, autor, etc. – a interessar-se não tanto pelo acontecimento do espectáculo mas sobretudo pela forma como aparece o próprio teatro no coração da representação – pelo aparecimento daquilo a que chamamos teatralidade… Mudança de regime no teatro, que se liberta do espectacular associando o espectador à produção do simulacro cénico e ao seu desenvolvimento. Mudança implícita e difícil de circunscrever no caso de muitos criadores. Mudança perfeitamente identificável e explícita em Brecht, que deseja que «o teatro confesse que é teatro», e já antes em Pirandello: Não anuncia, o Contra-Regra de Esta noite improvisa-se[3], todas as noites ao público que vamos «tentar ver funcionar este jogo no seu estado puro, esta simulação, este simulacro, a que normalmente se chama teatro»?
Na transição do século XX, o teatro toma consciência, à semelhança das outras artes de representação, do seu vazio interior e projecta este vazio para o exterior. Uma tal reviravolta não teria tido lugar sem a junção, de Zola a Craig passando por Antoine, Lugné-Poe e Stanislavski, de um certo número de requisitos prévios essenciais: o aparecimento do encenador moderno, que tende a tornar-se no autor do espectáculo; a emancipação da cena relativamente ao texto; a focalização progressiva dos artistas na essência da sua arte, naquilo que é especificamente teatral; a autonomização completa – para além mesmo do compromisso e da indivisão proposta pela síntese wagneriana das artes ou Gesamtkunstwerk – do teatro e do teatral relativamente às outras artes e técnicas que contribuem para a representação… Sempre que tentamos definir a revolução que se produz neste momento da história do teatro damos particular atenção, merecidamente, à consagração do encenador e ao fim da tutela absoluta do dramático sobre o teatral; mas seria lamentável esquecermos um outro factor cuja importância só poderemos avaliar se estivermos face ao buraco negro do palco: a revelação da teatralidade graças ao esvaziamento do teatro.
De Roland Barthes, citamos de bom grado a famosa definição segundo a qual «a teatralidade é o teatro menos o texto». Contudo, será importante não esquecermos a sua luminosa apresentação do Bunraku, essa forma teatral onde, segundo Barthes, «as fontes do teatro estão expostas no seu próprio vazio» e onde «aquilo que é eliminado do palco é a histeria, ou seja, o próprio teatro, e o que é colocado no seu lugar é precisamente a produção do espectáculo: o trabalho substitui a interioridade»[4]. Se a teatralidade é o teatro quando este se transforma numa forma autónoma, então este processo de formalização não poderia concretizar-se, como se pode ler em Mitologias[5] (a propósito da luta livre tomada como paradigma de um teatro da exterioridade), sem «o esgotamento do conteúdo pela forma».
A ideia de um teatro crítico, que vai germinar nos anos cinquenta sob a protecção do TNP de Vilar, do Berliner Ensemble de Brecht e do Piccolo Teatro de Strehler, não se limita, como muitas vezes se pretendeu, à crítica do social pelo teatro. No espírito de Roland Barthes e de Bernard Dort, os dois principais instigadores desta ideia, a dimensão crítica e política da actividade teatral só tem sentido quando fundamentada numa crítica activa do próprio teatro e na libertação do potencial de teatralidade. Percebemos, então, que os animadores da revista Théâtre populaire[6] tenham escolhido como alvo todo um teatro psicológico e burguês cuja «interioridade», o «natural» e a continuidade proclamada entre a realidade e o teatro figuram como valores. No lado oposto, os artistas e escritores citados por Dort e Barthes – Brecht, evidentemente, mas também Pirandello ou Genet – não deixam de insistir na ruptura, na disjunção entre o real e a cena. Para dar a deixa ao mundo, para dar corpo à sua crítica da sociedade, o teatro deve, antes de mais, proclamar a sua insularidade: o palco já não está ligado à realidade pela peneira ou pelo sifão dos bastidores; já não é o lugar de um transbordamento anárquico do real mas um espaço virgem, um espaço vazio, uma página em branco na qual vão ser inscritos os hieróglifos em movimento da representação teatral.
(...)
quarta-feira, novembro 04, 2009
Animavadia: Curtas de Animação na Gato Vadio. Entrada Livre na sexta e no sábado, pelas 22:30. Talvez com pipocas
Sessão 1
Sexta-feira, 6 de Novembro, 22h30
Programa:
Fantasmagorie Émile Cohl 1:16(1908)
Rooty Toot Toot John Hubley 7:34(1951)
Ex Libris Garik Seko 10:26(1982)
The Old Man and the Sea Alexander Petrov 20:29(1999)
Anna & Bella Borge Ring 7:48(1984)
Tyger Guilherme Marcondes 4:31(2006/II)
Sex and Violence Bill Plympton 6:53(1997)
Presto Doug Sweetland 5:18(2008)
Oktapodi Julien Bocabeille, et all 2:25(2007)
Sessão 2
Sábado, 7 de Novembro, 22h30
Programa:
Bambi meets Godzilla Marv Newland 1:37(1969)
Grasshoppers Bruno Bozzetto 8:45(1990)
Huset Pa Kampen Pjotr Sapegin 7:11(1998)
Father and Daughter Michael Dudok de Wit 8:09(2000)
The Chubbchubbs Eric Armstrong 5:25(2002)
Fallen Art Tomek Baginski 5:41(2004)
Maestro Geza M. Toth 4:31(2005)
Rabbit Run Wrake 8:20(2005)
Even Pigeons Go To Heaven Samuel Tournoux 8:49(2007)
BURN·E Angus McLane 7:18(2008)
boas animações!
terça-feira, novembro 03, 2009
Um video do Agrupamento de escolas da Trofa com João Pedro Mésseder
segunda-feira, novembro 02, 2009
Com Quatro Pedras na Mão, no top de vendas de Outubro na Centésima
Deriva e ILC: a Colecção Pulsar e Cassiopeia
domingo, novembro 01, 2009
Três Cantos: Os Velhos Samurais ou o Retorno das Audácias
Está bem que não foi um concerto memorável e não se exigia isso; no fundo, ninguém se despedia de ninguém, nem a isso obrigaria as circunstâncias. Também é verdade que os parques de estacionamento em redor do Coliseu do Porto estavam plenos de méganes, safranes e dedras e que o pessoal era portador de um espírito revivalista igual ao das suas já um pouco proeminentes barrigas. O cabelo ralava, embora teimosamente comprido. Os blusões de cabedal sairam por um instante do guarda-fato lá de casa. Mas isso não nos impede de dizer que foi inesquecível o momento em que estes três velhos samurais pisaram o palco e começaram a dedilhar as violas para nos dizer o que lhes vai e ao que vêm. E isso ninguém nos pode tirar: a incomodidade (o José Mário Branco chama-lhe inquietação) perante uma política e uma vida que não votámos e um sentimento de desconforto que não se escondeu ali naquelas horas de trabalho, como lhes chamou o Sérgio Godinho. Para nós foi muito mais que isso. Temos as chaves dos carros nos bolsos, mas temos os filhos precários; poderemos ter plasmas em casa, mas já não suportamos a televisão; desistimos dos ppr, mas temos as propinas e os empréstimos que nos entram em casa; assinamos protestos, mas ninguém nos ouve; comprámos a casa, mas temos a sensação de que ela poderá ser engolida pelo banco à primeira falha da prestação; compramos lâmpadas de baixa energia, mas eles estão a marimbar-se para quioto. Talvez por isso, a Rosalinda ou o Charlatão tenha sido acompanhados à letra e a uma só voz. Como, talvez por isso, aplaudimos demoradamente as velhas canções do GAC/Vozes na Luta. Saiu um pouco fora de moda? Talvez, mas é mesmo assim.