quinta-feira, abril 29, 2010
Literatura Argentina na Deriva
Em Setembro, na Deriva, Florencia Abbate, com Magic Resort ( cujo site pode ser visto aqui) e Ricardo Romero, com Ninguna Parte (em entrevista aqui)
Florencia Abbate nasceu em Buenos Aires, no dia 24 de Dezembro de 1976. Licenciada em Letras pela Universidad de Buenos Aires - UBA, é jornalista cultural e autora dos romances "El Grito" e "Magic Resort".
Ricardo Romero nasceu no Paraná, em 1976. Licenciado em Letras pela Universidade de Córdoba, vive, actualmente, em Buenos Aires. Ninguna Parte é o seu primeiro romance. Dirige a revista literária Oliverio.
Em 2006, publicou um livro de contos, Tantas Noches como sean necesarias.
Patrícia Gomes, que esteve até há pouco em Buenos Aires e vive actualmente em Barcelona fará a tradução para o português.
Poesia de Calças de Ganga (Filipa Leal)
«As noites Poesia em Vinyl são serões em ambiente de calças de ganga para descomplicar a poesia. O público é jovem, um tanto diferente do habitual em sessões de leitura» explica Raquel Marinho que, em conjunto com Luís Filipe Cristóvão, organiza o projecto.
Uma reportagem do semanário SOL, para ler aqui:
(para ler clicar nas imagens)
Derivas de Maio
As Derivas de Maio convidam-no, e à Suzana Ralha, ao António Alves da Silva, ao Rui Pereira e ao Santiago López-Petit a passar pelo Café Concerto da ESMAE, no dia 22 de Maio, pela manhã e tarde de um sábado. A falarmos e a encontrarmos saídas.
«E se a Revolução significasse,
«E se a Revolução significasse,
antes de tudo, Educação?»
Tentações, Ensaio sobre Sade e Raul Brandão de Pedro Eiras
Tentações - Ensaio sobre Sade e Raul Brandão
Com Pedro Eiras e Eugénia Vilela
Eugénia Vilela apresentou, ontem, à noite, Tentações de Pedro Eiras, na FNAC do GAIASHOPPIN.
A colecção CASSIOPEIA é fruto de uma parceria entre a Deriva e o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
terça-feira, abril 27, 2010
Tentações. Fnac do Gaiashopping, 28 de Abril (quarta) 22h
Tentações - Ensaio sobre Sade e Raul Brandão
Com Pedro Eiras e Eugénia Vilela
FNAC - Gaiashopping - 28 de Abril (quarta) 22:00
sábado, abril 24, 2010
terça-feira, abril 20, 2010
Pedro Eiras com Tiago Sousa Garcia e Gonçalo Vilas-Boas na Fnac de Sta. Catarina
Fotos de Pedro Ferreira
Pedro Eiras na apresentação de Tentações na Fnac de Santa Catarina a 14 de Abril. Na foto de cima com Gonçalo Vilas-Boas do Instituto de Literatura Comparada da FLUP. Na de baixo, com Tiago Sousa Garcia.sexta-feira, abril 16, 2010
Fernando Ramalho, no Le Monde Diplomatique, escreve sobre Chega de Fado
Bom, a crítica de Fernando Ramalho sobre Chega de Fado de Paulo Kellerman, neste número de Abril do Le Monde Diplomatique, é densa, pormenorizada e criteriosa. Sinceramente gostámos de a ler. Apontamos esta parte final:
«Quase sempre, a tensão principal é entre a angústia de manter as coisas como estão e a incerteza de mudar o rumo das coisas, sendo que, também quase sempre, a opção que vence é a segunda. É por isso que, em certo sentido, este livro é uma espécie de elogio da determinação e do optimismo, mesmo que o desenraizamento que implica a mudança seja a semente que criará novas raízes, ou seja, novos bloqueios, angústias, incertezas. Apesar disso tudo, valerá a pena viver o risco. Ao «chega de fado» talvez valesse a pena acrescentar chega de raízes, chega de etimologia».
Pedro Teixeira Neves escreve sobre Chega de Fado na TicketLine Magazine
No último número da TcketLine Magazine, revista de grande tiragem e divulgação, e na sua página de Livros, Pedro Teixeira Neves escreve sobre Chega de Fado de Paulo Kellerman referindo-se-lhe como um dos maiores contistas da nova geração de escritores portugueses. Um nota importante de um crítico (PnetLiteratura), também ele, contista e escritor.
segunda-feira, abril 12, 2010
Apresentação “Chega de Fado”, Paulo Kellerman, com argumentos gastronómicos .....
Apresentação de Chega de Fado, de Paulo Kellerman a 17 de Abril (Sábado), na Livraria Arquivo
Com a presença d’ O Gato - Grupo de Teatro (Encenador: Pedro Wilson).
O convívio (e o lanche / jantar / ceia) continua no Bar Alinhavar...
A quem não bastarem os argumentos literários, eis os argumentos gastronómicos (cortesia da Lídia)....
- Mini muffin de laranja com peru fumado e molho arando;
- Caixinhas de milho com ceviche de camarão, manga e lima;
- Mini croquete monsieur;
- Empadinhas picantes de chouriço;
- Biscoito de queijo;
- Mini folhado de alheira;
- Tranche de café e chocolate com creme de queijo e framboesa;
- Bolinhos de coco;
- Bolinhos de gema;
- Quadrados de chocolate e caramelo;
- Muffins de chocolate com ganache;
- Fruta.
Arquivo - Av. Comb. da Grande Guerra (Leiria)
Alinhavar - Largo de Infantaria 7 (Leiria)
Poesia em Vinyl com Filipa Leal
Quinta-feira, a partir das 21h30, o restaurante Vinyl, vai receber Filipa Leal, cujos poemas serão lidos pelo actor André Gago. No fim, os Soaked Lamb tocarão blues do seu último álbum, Hats & Chairs.
O «Poesia em Vynil» é um projecto organizado por Raquel Marinho e Luís Filipe Cristóvão, com o objectivo de divulgar novos poetas e novos músicos.
O «Poesia em Vynil» é um projecto organizado por Raquel Marinho e Luís Filipe Cristóvão, com o objectivo de divulgar novos poetas e novos músicos.
domingo, abril 11, 2010
Um Incómodo Técnico em Relação aos Fragmentos, de Pascal Quignard
Um calcanhar partido, um braço quebrado excitam vivamente o espírito em direcção a um corpo que se tornou impossível, que a infância viveu muito simplesmente na indissociação, depois na mastigação, cuja memória foi toda como que atormentada. Fantasia da beleza e da plenitude de um corpo ao qual nenhum mármore nem nenhum escultor saberiam chegar, e do qual o fragmento deixa a possibilidade, ou a esperança.
Um Incómodo Técnico em Relação aos Fragmentos, de Pascal Quignard, (Tradução de Pedro Eiras) Nas livrarias e aqui. |
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Chega de Fado, Paulo Kellerman
Claro que me sinto terrível, ao pensar isto; da mesma forma que me senti terrível no parque, quando pensei em homens que passeiam cães como se fossem seus filhos e homens que passeiam os seus filhos como se fossem cães (sinto de novo um incómodo no estômago, ao consciencializar este pensamento repugnante; e contraio-me ligeiramente, talvez até tenha feito uma careta de repulsa; a miúda atenta e preocupada, pergunta: estás doente papá?). Mas é precisamente por isso que não consigo deixar de a olhar, tentando talvez captar a atenção, o seu interesse; porque, na verdade, suponho que gostaria de discutir este assunto com alguém, conversar sem correr o risco de ser recriminado, confessar-me a alguém com pecados semelhantes; perceber que não sou o único.
Francisco/ Ângela, in Chega de Fado, Paulo Kellerman
sábado, abril 10, 2010
ENTREVISTA A SANTIAGO LÓPEZ-PETIT (COLECTIVO SITUACIONES, BUENOS AIRES)
SANTIAGO LÓPEZ-PETIT
El querer vivir, más exactamente, el querer vivir como desafío, desplaza la disyuntiva en la medida en que reivindica el problema mismo: ¿cómo se construye (colectivamente) una vida política? Porque ésta es la verdadera cuestión que ni el normativismo ni la intensificación de la vida encaran. De nuevo: ¿cómo politizar la existencia, es decir, resistir(se) al poder, cuando estamos cada vez más solos, cuando estamos abandonados a nosotros mismos, cuando el capitalismo se confunde con la realidad y la propia vida parece constituirse en una forma de dominio? Para ello se hace necesario pensar el querer vivir siguiendo una aproximación nominalista. Vivir será, entonces, conjugar el verbo “querer vivir”, lo que significa que es el querer vivir el que abre las vidas que vivimos o no vivimos. Como el contar produce los números. Vivir es, por tanto, la expansión del querer vivir, y esa expansión es posible porque nosotros somos una contracción del infinito y de la nada.
Situaciones: Santiago, querríamos retomar un ya largo diálogo entre nosotros. En esta oportunidad, intentamos descubrir las cualidades de lo que llamamos un impasse, así como las posibilidades que podamos crear en él. Aspiramos a preguntarte qué cosa es una vida política en las actuales circunstancias. Pero vamos de a poco. Para empezar, hay en tus libros una fenomenología que nace de la derrota del movimiento obrero y se orienta hacia el nihilismo y el afianzamiento de un capitalismo al que, entre otros propiedades, lo presentas como idéntico o a la realidad y como haciendo un Uno con ella. ¿Podemos partir de acá?
[...]
Hasta ahora me he limitado a introducir el querer vivir. Falta, sin embargo, desplegar lo que podría llegar a ser una política del querer vivir, una política que defiende el querer vivir como desafío. Para ello se hace necesario plantear la cuestión del nihilismo. Pero vayamos poco a poco y empecemos por situar el querer vivir en el interior del debate filosófico actual. Asumido el marco postmoderno parece que sólo hay dos formas de reaccionar, evidentemente, con todas sus muchas variantes: una ética del consenso basada en una racionalidad dialógica o un arte de vivir que persigue construir la vida de uno mismo como obra de arte. Comunicación frente a estética de la existencia. Socialdemocracia más o menos radical frente a formas diferentes de individualismo.
El querer vivir, más exactamente, el querer vivir como desafío, desplaza la disyuntiva en la medida en que reivindica el problema mismo: ¿cómo se construye (colectivamente) una vida política? Porque ésta es la verdadera cuestión que ni el normativismo ni la intensificación de la vida encaran. De nuevo: ¿cómo politizar la existencia, es decir, resistir(se) al poder, cuando estamos cada vez más solos, cuando estamos abandonados a nosotros mismos, cuando el capitalismo se confunde con la realidad y la propia vida parece constituirse en una forma de dominio? Para ello se hace necesario pensar el querer vivir siguiendo una aproximación nominalista. Vivir será, entonces, conjugar el verbo “querer vivir”, lo que significa que es el querer vivir el que abre las vidas que vivimos o no vivimos. Como el contar produce los números. Vivir es, por tanto, la expansión del querer vivir, y esa expansión es posible porque nosotros somos una contracción del infinito y de la nada. Pero ese nominalismo – la vida es un nombre ya que sólo existe el querer vivir – no comporta un decisionismo. En la circularidad del vivir que abre el querer vivir no existe tal decisión. Sólo decidimos “querer vivir” cuando el querer vivir se debilita (por la enfermedad, por el miedo…), cuando no puede hacer frente a la resistencia del ser.
Habiendo recuperado así un concepto de querer vivir construido sobre la ambivalencia del infinito y de la nada, el paso siguiente será intentar vaciarlo de ambigüedad política. La propuesta “hacer del querer vivir un desafío” permitirá salir de esta indeterminación que hubiera impedido una política radical. El desafío requiere tres determinaciones: 1) La afirmación de la nada o el no-futuro como palanca. 2) La experiencia de un Nosotros. 3) El gesto que crea un mundo.
El querer vivir como desafío es el camino que conduce a una vida política. Ese es para mí el objetivo. No se trata de vivir con mucha intensidad, ni de vivir muchas vidas. Eso no son más que propuestas internas a la lógica del capital. Se trata de tener tan sólo una vida política. La cuestión del nihilismo interviene en este punto. La relación con el nihilismo, o mejor, una determinada relación con el nihilismo, es lo que posibilita ese desafío hecho con el querer vivir. En la explicación anterior la relación con el nihilismo se plasma como no-futuro. Ese no-futuro, ese “resistir sin esperar nada” es un componente esencial del desafío.
[...]
En definitiva, se trata de acercar querer vivir y nihilismo, afirmación del querer vivir y profundización del nihilismo, porque ponerlos en relación abre un camino para una práctica crítica. En última instancia, la intuición que está detrás de ese acercamiento es que el nihilismo puede constituir una auténtica potencia al servicio del querer vivir, y una potencia que puede empujarlo más allá de sí. Por eso fue para mí fundamental el análisis de la frase “no hay nada que hacer” ya que ella – en la medida que es pensada y vivida en su radicalidad – abre la puerta a una verdadera travesía. Cuando no hay nada que hacer, todo está por hacer. Entonces se abre una travesía del nihilismo. El acercamiento entre nihilismo y querer vivir presupone, por tanto, que el nihilismo no toca fondo y que no se invierte, es decir, no existen dos nihilismos como dice Nietzsche, uno activo y otro pasivo. Existe un solo nihilismo, y ese nihilismo actúa como una potencia de vaciamiento. En mi libro “Amar y pensar” identifico esa potencia de vaciamiento con el odio, con el odio libre.
En mi último libro que lleva por título “La movilización global” he tratado de estudiar en qué consiste esta movilización. Se podría afirmar que en este libro se habla de una sola cosa: la realidad. De esa realidad que se ha hecho enteramente capitalista, y que no deja nada afuera. En este sentido, bien puede decirse, que la realidad es absoluta. El texto vendría a ser esa realidad hecha absoluto autodesplegándose en su necesidad interna, mostrándose cómo es, y también cómo funciona. En este desvelarse ganamos numerosos conceptos, especialmente el de movilización global que ya hemos avanzado. La movilización global sirve para describir la globalización neoliberal pero va mucho más allá poniéndose como el verdadero fundamento de la realidad misma. Asimismo se avanzan definiciones nuevas, como la democracia en tanto que articulación de Estado-guerra y de fascismo postmoderno, o la del poder como poder terapéutico. Pero la realidad al separarse de sí en su desplegarse, al salir de la tautología, nos muestra también sus puntos débiles. En particular, aparece ante nuestros ojos la que es la nueva cuestión social: el malestar. Porque la realidad tritura nuestras vidas existe un profundo malestar social que no siempre puede ser encauzado, y que bajo la forma de fuerza del anonimato se hace presente. La fuerza del anonimato se plasma en los espacios del anonimato que constituyen verdaderos agujeros negros para el poder. En los espacios del anonimato el querer vivir se hace colectivamente desafío. Es muy fácil definir lo que es un espacio del anonimato: es aquel lugar en el que la gente pierde el miedo. La fuerza del anonimato es sobre todo un poder destituyente. Con los espacios del anonimato, la política nocturna adquiere una dimensión colectiva.
[Entrevista na íntegra aqui]
sexta-feira, abril 09, 2010
Derivas de Maio (Programa)
Estas segundas derivas propõem-se debater a educação e a revolução. Um binómio nem sempre conjugado e que foi convenientemente separado à nascença. Mas nem sempre foi assim: em todas as revoluções dignas desse nome o amor, o quotidiano, a educação pertenciam às mesmas ondas de choque. Em cada inovação e transformação revolucionárias no campo livre da educação o Estado soube recuperá-las e cedê-las à sua classe e aos seus sequazes. Trata-se, portanto, de inventar caminhos impossíveis de serem recuperáveis, ou seja, de criar situações verdadeiramente irreversíveis.Nos campos da realidade e do quotidiano, pretende-se igualmente transformá-los de modo a criar objectos reconhecíveis pelos deprimidos do mundo inteiro; um modo moderno de superação niilista dos novos cadáveres esquisitos e das nossas máscaras acinzentadas em que nos tornámos.Vamos promover estes e outros debates entre nós, que teimamos em realizá-los. As Derivas de Maio convidam-no e à Suzana Ralha, ao António Alves da Silva, ao Rui Pereira e ao Santiago López-Petit a passar pelo Café Concerto da ESMAE, no dia 22 de Maio, pela manhã e tarde de um sábado. A falarmos e a encontrarmos saídas.
«E se a Revolução significasse, antes de tudo, Educação?»
9:30 – Entrega do certificado de presença
9:45 – Abertura
Moderação: António Luís Catarino
11:30 – António Alves da Silva, Professor
Debate
12:30 – Intervalo para almoço
«Fazer o Pensar e Pensar o Fazer – Como atacar a Realidade?»
Moderação: António Luís Catarino
14:30 – Rui Pereira, Jornalista
15:00 – Santiago López-Petit, Filósofo. Universidade de Barcelona
Debate
16:00 –– Apresentação do livro de Santiago López-Petit, A Mobilização Global seguido de O Estado-Guerra e Outros Textos. Tradução e Comentários de Rui Pereira. Deriva Editores, 2010
17:00 – Projecção do Filme El Taxista Ful de Jordi Solé (Jo Sol)
domingo, abril 04, 2010
Chega de Fado | Paulo Kellerman - Ficção?
Regresso ao livro mas sou incapaz de me concentrar. Olho em redor mas nada me capta a atenção, nada me entusiasma a curiosidade; a miúda continua a correr de um lado para o outro, juntamente com outros miúdos. Há mais mães espalhadas pelos bancos (óculos escuros no cimo da cabeça e telemóveis nas mãos, olhares absortos), alguns casais de avós com máquinas fotográficas nas mãos e tristeza (ou será apenas indiferença?) nos olhares;gritos distantes da gente que joga futebol na outra ponta do parque misturados com os ruídos do tráfego da cidade, dissolvendo-se no sussurro dos pássaros escondidos pelas árvores.
ELE (curioso): Qual é a tua?
EU (apontando): A que tem o boné cor de laranja.
[...]
Fico a Vê-lo afastar-se, caminhando lentamente; o cão vai farejando o chão, um pouco mais atrás, indiferente ao dono. Há crianças que param durante uns instantes a olhar o cão mas nenhuma se aproxima, talvez receosas, talvez envergonhadas.
Um homem passeia o cão. Como eu que passeio a minha filha.Paulo Kellerman, Chega de Fado
Chega de Fado, o quarto livro de contos de Paulo Kellerman editado pela Deriva, representa a consolidação do percurso discreto mas sólido, e em diversos aspectos ímpar, que este escritor tem vindo a desenvolver. Explorando ao máximo as potencialidade na narrativa breve e marcado por uma construção original. Chega de Fado é um livro habitado por vinte personagens que, unidas em duplas, compõem dez “capítulos” que o formam; em cada um destes “capítulos” (verdadeiros esquissos de potenciais romances), as estórias vão-se sucedendo sob diversas formas narrativas (contos, micro-narrativas, diálogos dramáticos) e evoluindo ou desenvoluindo até à inevitável, e por vezes inconsequente, confrontação total.
Desta multiplicidade de estórias, formatos e vozes nasce uma radiografia desapaixonada e incisiva do quotidiano, um retrato cru dos gestos e dos silêncios, das banalidades e das frustrações, das esperanças e dos secretismos que atravessam as relações e caracterizam a precariedade e imprevisibilidade dos comportamentos e sentimentos de todos nós. Numa escrita elegante e sensível, Paulo Kellerman compõe ambientes urbanos e impessoais perpassados pela omnipresença da incomunicação e da melancolia, ambientes sombrios povoados por seres ávidos de intimidade e compreensão mas incapazes de alcançar uma qualquer forma de felicidade, mesmo que transitória. Ambientes saturados de pessimismo e desânimo, de apatia e solidão, de impotência, de desconforto existencial; até que alguém se insurge e grita chega de repetição e passividade monotonia, chega de lamúria; chega de fado.
Desta multiplicidade de estórias, formatos e vozes nasce uma radiografia desapaixonada e incisiva do quotidiano, um retrato cru dos gestos e dos silêncios, das banalidades e das frustrações, das esperanças e dos secretismos que atravessam as relações e caracterizam a precariedade e imprevisibilidade dos comportamentos e sentimentos de todos nós. Numa escrita elegante e sensível, Paulo Kellerman compõe ambientes urbanos e impessoais perpassados pela omnipresença da incomunicação e da melancolia, ambientes sombrios povoados por seres ávidos de intimidade e compreensão mas incapazes de alcançar uma qualquer forma de felicidade, mesmo que transitória. Ambientes saturados de pessimismo e desânimo, de apatia e solidão, de impotência, de desconforto existencial; até que alguém se insurge e grita chega de repetição e passividade monotonia, chega de lamúria; chega de fado.
Chega de Fado nas livrarias e na loja online da Deriva.
sábado, abril 03, 2010
sexta-feira, abril 02, 2010
Chega de Fado, de Paulo Kellerman (nas livrarias)
"Sim, talvez continue à espera que chegues. Que venhas: e sorrias.Dirás (possivelmente) que tiveste saudades e olharás para mim em silêncio, durante um instante; e depois? Um beijo, breve, na face ou na testa ou no cabelo; e pegarás no meu copo de água, beberás um pouco. Depois, ficaremos em silêncio, olhando-nos, confortáveis. Sem nada para dizer, para acrescentar." (Paulo Kellerman, Chega de Fado)
Chega de Fado é um livro sobre os intervalos da vida. Sobre os entretantos que ocupam mais que a própria vida. Não há aqui epifanias, revelações, apenas quotidianos e banalidades. Os piores quotidianos e as piores banalidades, porque são exactamente aquelas que não queremos ver, aquelas que não admitimos viver. Chega de fado não é sobre a "vidinha," é sobre as vidas dos outros e a nossa. Vidas precárias, sentimentos precários, sensações precários. Um retrato da nossa imperfeição.
Um livro sobre a indiferença, sobre as barreiras, sobre as insuficiências das palavras e dos silêncios.
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