quarta-feira, junho 30, 2010

WENDY & LUCY - estreia quinta-feira [Medeia Filmes, Teatro Campo Alegre]

Apesar do encerramento das quatro salas de cinema no  espaço no Bom Sucesso, as exibições da Medeia Filmes no Cine-teatro do Campo Alegre  vão continuar.

Quinta-feira, dia 1 de Julho, estreia , no cinema Medeia Teatro do Campo Alegre,  WENDY & LUCY. 
O quarto filme da cineasta americana Kelly Reichardt, e o primeiro a estrear comercialmente em Portugal. Apadrinhada por Gus Van Sant e Todd Haynes (diz-me que padrinhos tens...), Reichardt adapta um conto do escritor Jonathan Raymond, com quem já trabalhara, que escreve sobre este “estado variado, com florestas, cidades, deserto.”
Cinema Medeia Teatro do Campo Alegre. Todos os dias às 18h30 e 22h.

segunda-feira, junho 28, 2010

Apresentação de Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes, dia 2, pelas 18:30 no Porto (Livraria Índex)



Apresentação de Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes, por Pedro Eiras, dia 2 de Julho, pelas 18.30, na Livraria Índex.

TEatroensaio apresenta "As Espingardas da Senhora Carrar" de Bertolt Brecht


O TEatroensaio apresenta "As Espingardas da Senhora Carrar" de Bertolt Brecht, com encenação de António Durães.  De 30 de Junho a 24 de Julho de 2010, de quarta a sábado, pelas 22 horas.
(excepto 7 e 8 de Julho). Apresentação extra domingo, 11 de Julho de 2010

Local: Oficina 1, Cace Cultural do Porto (antiga central eléctrica do freixo, Rua do Freixo 1071, estacionamento gratuito)
Sinopse:
 Durante a Guerra Civil espanhola, uma família de pescadores luta pela sua sobrevivência, mas também pela sua honra.  Mãe Carrar procura proteger os filhos, impedindo-os de lutar mesmo contra os generais fascistas de Franco. Não lhe falta coragem nem força, pretende apenas a neutralidade que a seus olhos evitará o derramamento de sangue. Apesar do Medo e da crítica de todos os que a rodeiam.  A guerra não a deixa em paz e traz-lhe injustamente a morte do filho mais velho, lançado à pesca pela mãe, na tentativa frustada de o afastar do conflito. Ao sofrimento ninguém pode fechar os olhos e Mãe Carrar envolve-se, entrega as armas que havia escondido ao esforço da guerrilha, juntando-se à resistência juntamente com o seu filho mais novo.

Porto, naçom de falares, de Alfredo Mendes


Quarta-feira, dia 30 de Junho, pelas 18.30, será apresentado  Helder Pacheco, o livro  Porto, Naçom de Falares, de Alfredo Mendes, da Âncora Editores, no Palacete dos Viscondes de Balsemão.

Pimenta Negra (versão em papel) n.º2 já em circulação


A edição do 2º número do Pimenta Negra (versão em papel), correspondente ao mês de Junho, já está pronto para ser lido e descarregado via internet, e amanhã estará em circulação gratuitamente.


O conteúdo desta edição contém textos sobre ecologia social, transgénicos, permacultura, cidades em transição, massa crítica (bicicletada)  e uma citação de Gilles Deleuze. Traz ainda notícias da produção de pão rebelde e de pizzas populares, do GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental), uma extensa  listagem de livros e leituras recomendadas,  sobre o o horror futebolístico,  e um texto do livro «A Mobilização Global, breve tratado para atacar a realidade, seguido do texto «O Estado-Guerra, do filósofo catalão Santiago López-Petit, conhecido pelo seu pensamento radical, próximo de Deleuze e Foucault.


A versão em papel pode ser descarregada aqui.

domingo, junho 27, 2010

Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes apresentado nas Centro Cultural das Caldas da Raínha

Luís Mourão, José Ricardo Nunes e cá o editor.
Fotos de Margarida Araújo

Centro Cultural das Caldas da Raínha a 25 de Junho. Sala cheia e amigos muitos. Algum calor. A Margarida Araújo tirou a(s) foto(s) e acompanhou-nos sempre com um sorriso e simpatia. A Isabel Castanheira, da Livraria Loja 107, uma referência da cultura caldense, também. O jantar foi óptimo no Restaurante Pachá (um robalo cozido envolto em massa, com batatas e bróculos, mais um vinho do Douro que era de repetir, sempre, teimosamente). As Caldas da Raínha sabem receber como ninguém, razão pela qual quero ir já ao próximo lançamento... o Luís Mourão que não se lembrava de ter ido às Caldas, não se cansava de dizer que voltaria (teve uma intervenção excelente durante a apresentação, diga-se). Quanto ao actor José Ramalho que leu a prosa irónica e algo cruel do autor foi de uma competência extraordinária. Leu-a muito bem.
O José Ricardo Nunes e a Margarida Araújo apresentaram-nos igualmente uma edição de autor surpreendente de uma Viagem à Costa Rica. As fotografias e o arranjo gráfico são, claro, dela própria. Mas disso falaremos num outro post.

Petição contra o fecho da Biblioteca Nacional por dez (!!) meses

Custou-me a acreditar. É, contudo, verdade: A BNP vai fechar dez meses - coisa pouca.
http://www.peticao.com.pt/encerramento-bnp

quinta-feira, junho 24, 2010

Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes [pré-lançamento]


PAINTER WORKING (Lucian Freud)

    Não acreditava no meu corpo.
   Estendia o braço na minha direcção. Empunhava o pincel a escorrer tinta e veracidade, delineando a figura ausente: tudo próximo. Mais amplamente.
    Não lhe reconhecia legitimidade. Transpunha de si para a imagem. Eu, de seguida. E no jornal – página inteira – o retrato acabado ainda antes de a tinta aderir à tela. Antes da descoberta da pigmentação. Antes de cada coisa ter um nome. Antes de se dividir.
   Um corpo expectante, sem instinto predador, que assumiu posição defensiva. A recuar, na minha direcção, até ao negrume que o envolve a partir das minhas mãos.
    Equivalente.
   À margem desse acontecimento, as palavras não serviam de explicação. Frágeis. Referências perdidas no desabamento dos conceitos e das alusões.
   Fechava. Encobria com a opacidade da revelação.
   Qualquer história redundante. Nenhuma lhe acrescentaria peso e dimensão: versos repetidos, manchas de tinta – gestos mecânicos que lançavam a suspeita sobre a figura. Sem olhar. Queima quando atinge, eu sei, mas não porque tenha o poder de acrescentar algo de novo com a sua assinatura. Unicamente pelo imperativo da preservação.
   As palavras não lhe serviram. Nunca servem. O ditado e a sua melodia, de carteira em carteira, aperfeiçoados até ao eco. Depois, nas escadas do metropolitano ou na corrente da sala de espera de um médico, por exemplo: assassinas.
    Compondo. O sentido não se deixa captar – músculos, tensão, energia. A morte rompia até me abandonar. Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes


[Aos leitores que o desejem, a Deriva pode fazer chegar um exemplar autografado e com dedicatória]

Apresentação de Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes, por Luís Mourão, dia 25 de Junho, pelas 21.30, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.

quarta-feira, junho 23, 2010

Alfabeto Adiado, José Ricardo Nunes [pré-lançamento]


 Reflection, Lucian Freud, 1985

[Pré-lançamento de Alfabeto Adiado]
EU, EM 1963

Em 1963 eu ainda não tinha nascido e por isso não poderia ter ouvido essas palavras, pronunciadas por alguém, de súbito iluminado, subitamente alguém, alguém que lê à janela, vai o meu pai a passar
A fractura não me separara, não me erguera ainda nos ossos quebradiços para repetir um ritmo alheio, a entoação difusa que já existia antes de ser criada
Não era ainda eu, em 63, essa curta palavra, desprezível, que deita abaixo as árvores e depois separa os ramos do tronco e sacrifica as folhas e verga florestas inteiras pelo puro prazer de deitar à terra nomes que não lhe sobrevivem
Porque se trata de uma palavra verdadeiramente estranha, eu, ofensiva, protagonista da discórdia, de um desentendimento
Eu não tinha sido ainda derrotado, em 63, pelo anónimo pulsar que desde o início contamina as ascendências
Havia ninguém de um lado e doutro e o meu pai vinha puxar a vara que crescia na areia com uma ideia de origem no rosto, eu suspendia a minha própria concepção, vazio, como se o mar me revirasse
O mal não alastrara, a funda secura que remete ao silêncio não tomara conta das aldeias mais remotas, ainda o terror abençoado de quem escuta não começara a dissipar-se depois do inaudível ter tomado um pouco de carne e aparecer na boca de alguém, porventura o meu pai
Não sei porque penso sempre nas analogias, como se escrever na tábua das comparações devesse salvar-me de um destino mais verdadeiro, mas depois procuro uma razão e o sangue solta-se um pouco por dentro e oiço a voz do meu pai numa fotografia, eventualmente revelada em 63
Havia autocarros de dois andares e a juventude perseguidora do meu pai, um rosto esclarecido, com vontade de mim, perdido na fantasia de um abismo, já um pouco eu ali desenvolvido
Eu já era verdadeiramente o meu pai, nesse ano distante, quando os papéis consumiam tudo e o futuro deixava de ser possível
Eu, o meu pai, um livro obscuro e o ano de 1963, agora que a praia está deserta e se aproxima o cinquentenário e eu posso livremente desenvolver-me, expandir-me, configurar-me, sentindo que as barreiras se dissolvem à medida que se erguem
Ninguém me toma, vontade dispersa na areia
Eu não é palavra que se diga muitas vezes e espalha-se com lentidão e não acode assim que o nome fica cativo da memória
Eu queria falar mas estou longe de um centro e a ignorância que me desvia o sangue guarda apenas acolhimento para as crianças que brincam longe de mim
Adopto, recebo, incorporo, tal como nesse ano remoto foi permitido que o mal viesse a nascer e a ganhar volume assinalável
As coisas nunca são o que parecem e posso encontrar, eu, numa raiz, num veio valioso de minério, a feroz contaminação que prolonga o conhecimento e a ausência, o instinto feliz e uma oratória desadequada aos nossos tempos
Como se eu desistisse de ir ao meu encontro e escutasse de um outro, tudo ainda informulável, aí por 63


José Ricardo Nunes, Alfabeto Adiado, Deriva Editores, 2010




[Aos leitores que o desejem, a Deriva pode fazer chegar um exemplar autografado e com dedicatória]

Apresentação de Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes, por Luís Mourão, dia 25 de Junho, pelas 21.30, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.


Mobilização Global e El Taxista Ful no Gato Vadio, dia 26




Debate sobre A Mobilização Global de Santiago Lopéz-Petit, no Gato Vadio, seguido da projecção de El Taxista Ful,  dia 26 de Junho, pelas 21:30.  Com o António Alves da Silva (Pimenta Negra) e com o Rui Pereira (responsável pela tradução e notas de A Mobilização Global )
 

Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes [Apresentação]



«Quem sou eu, na voragem dos rostos?
Era só uma palavra o que mendigava às pessoas. 
Palavra atrás de palavra. Até nada sobrar desse alfabeto adiado.
Passados anos percebi. Eu, sentado a escrever. Indigente.»  
[texto da contracapa]



Apresentação de Alfabeto Adiado, de José Ricardo Nunes, por Luís Mourão, dia 25 de Junho, pelas 21.30, no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha.

[Aos leitores que o desejem, a Deriva pode fazer chegar um exemplar autografado e com dedicatória]

Un xeito de pensar, Cen mil saramagos, Xavier Queipo

                
                 Cen mil saramagos, Xavier Queipo
Saramago, é sabido, ademais do apelido do único escritor portugués ao que lle concederon o Premio Nobel de Literatura (logo de esquecer a Eça de Queiros), é tamén o nome común dunha planta salvaxe, desas que medran á beira dos camiños. Como todas as plantas que non teñen unha utilidade culinaria ou estética -o saramago é planta ruín- nace de natural molestosa e pouco apreciada.

Ás veces as opinións do Saramago escritor eran tamén molestosas e incordiantes (que lle pregunten aos veciños portugueses sobre e unión ibérica ou a Igrexa católica sobre as relación entre Xesús e a Magadalena)

Saramago -o escritor- tivo vontade última de ser incinerado. Un xeito, se cadra, de evitar que se establezan peregrinacións ou visitas indesexadas á súa tumba (como sofren Borges, Kafka ou Castelao, por poñer exemplos de tres sistemas diferentes). Hai xente que considera que visitar camposantos e dialogar cos mortos famosos lles vai reportar un extra de sabedoría. Xa saben, hai xentiña para todo.

Eu non entro en decisións tomadas, pois isto da vida é estar e non estar, mais espero que no lugar onde repousen ou se estendan as cinzas de Saramago agromen flores, aínda que non cheguen ás cen mil das que falaba Mao, o seu próximo. Saramagos no acaso, mais tamén patalugas, margaridas, mexacáns, estralotes, abeirotase outras que iluminen o noso camiño con ideas incordiantes e molestosas. Espero que así sexa, pois diferenzas ideolóxicas e estéticas á parte, o que precisamos neste mundo absurdamente homoxéneo, é precisamente de algún que outro Saramago coas súas ideas incordiantes, que faga reaccionar a sociedade, adormecida como está polo binomio produción-consumo, pola laminación ética, polo politicamente correcto. O dito, cen mil flores, cen mil saramagos.  Xavier Queipo, Galicia Hoxe

UM POEMA DE JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)


Não me peçam razões...

Não me peçam razões, que não as tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
da mansa hipocrisia que aprendemos.

Não me peçam razões por que se entenda
A força de maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não aceito.

Não me peçam razões, ou que as desculpe,
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece
A cor de primavera que há-de vir.

José Saramago, Os Poemas Possíveis
 
[poema distribuído na sessão de autógrafos de Conto de Travessa das Musas, 20.06.2010]

terça-feira, junho 22, 2010

Do Vaticano a Belém, Manuel António Pina [JN 21.6.10]

 Do Vaticano a Belém, por Manuel António Pina

O oficioso "Osservatore romano", que o Vaticano costuma usar para atirar pedras escondendo a mão, achou que a morte de Saramago seria boa altura para o apedrejar, tanto mais que, agora, ele já não pode defender-se. O apedrejador de serviço meteu, por isso, mãos à vaticana obra e, mesmo não percebendo por que motivo terá Deus deixado Saramago viver até à "respeitável idade de 87 anos" e andar por aí a exibir uma "crença obstinada" não nos dogmas da Igreja mas nos do materialismo histórico, condenou-o às chamas do Inferno (infelizmente a Igreja já não tem poder para condenar gente como Saramago à fogueira na Terra). Também Cavaco tem queixas de Saramago mas, no seu caso, só protocolares pois, ao contrário do Vaticano, Cavaco não é rancoroso.  Saramago não teve, de facto, o cuidado de acertar a data da morte com a agenda da Presidência, o que impediu o presidente de ir ao funeral.  Saramago devia saber que Cavaco "gosta de cumprir promessas" e que prometera "à família que no dia 17 partiria com eles para a ilha de S. Miguel". Ora regras de concordância gramatical podem interromper-se, férias não.  MANUEL ANTÓNIO PINA  / JN 21-6-10

Em força para Brecht


O TEatroensaio apresenta "As Espingardas da Senhora Carrar" de Bertolt Brecht, com encenação de António Durães.
A peça será levada à cena na Oficina 1 do Cace Cultural do Porto, elas 22h, de 30 de Junho a 24 de Julho de 2010, de quarta a sábado (excepto 7 e 8 de Julho, apresentação extra a 11 de Julho).

Informações e Reservas
telf: 918626345 ou 937017575
mail: teatroensaio@gmail.com
blog: teatroensaio-teatreia.blogspot.com

«Asclépio, o Caçador de Eclipses», Pedro Teixeira Neves


Pedro Teixeira Neves, que escreveu O Sorriso de Mona Lisa, seguido de Quatro Contos de Fronteira, na Deriva, faz parte do restrito lote de autores que constam de um manual da Porto Editora.
O conto de Pedro Teixeira Neves intitula-se  «Asclépio, o Caçador de Eclipses».

domingo, junho 20, 2010

Conto da Travessa das Musas [sessão de autógrafos]

t
No último dia da Feira do Livro do Porto, dia 20 de Junho, com  rebuçados Flocos de Neve à mistura aconteceu uma concorrida sessão de autógrafos graças ao  Conto da Travessa das Musas (texto de João Pedro Mésseder e ilustração de Manuela São Simão).


sexta-feira, junho 18, 2010

Apresentação do "Conto da Travessa das Musas", 20 de Junho - 16 horas - Feira do Livro do Porto


Conto da Travessa das Musas - Texto de João Pedro Mésseder e  ilustração de Manuela São Simão - dia 20 de Junho - 16 horas - Feira do Livro do Porto - stand A11 e A13


quarta-feira, junho 16, 2010

Pedro Eiras, sexta, 18 de Junho, 21h30 | LEITURAS CRUZADAS [Praça Azul]


sexta, 18 de Junho, 21h30 | LEITURAS CRUZADAS [Praça Azul]

  Pedro Eiras - Tentações – Ensaio sobre Sade e Raul Brandão e Rui Zink - Anibaleitor

Se eu escrevesse, num livro, por exemplo:
… com a fúria de um envangelista…
De quem estaria a falar ?


Durante mais de dez anos desejei escrever este ensaio.
Estudei Raul Brandão em Esquecer Fausto; tentei pensar um trabalho de luto incompleto pela morte de Deus, um complexo de coveiro, motivos de irrealismo; evito repetir neste ensaio o que já desenvolvi nesse livro. Noutros lugares, dispersos, publiquei outros pequenos estudos, e discuti Húmus, O Avejão, O Pobre de Pedir com alunos. Sobre Sade, escrevi muito menos: só algumas citações, insinuações, aqui e ali.
Mas havia a tentação de ler Sade através de Brandão e vice-versa. Ler, especialmente, Húmus com Justine, e Diálogo entre um Padre e um Moribundo com O Avejão. Sobre esses encontros se gerou este livro.
Concluindo agora estas Tentações de leitura, percebo quão evidentes elas são, e ao mesmo tempo quão improváveis. Como se este livro admitisse apenas um prefácio, um posfácio uma intuição. O resto: metodologias desmontadas de um livro a haver, estranho, impossível, evanescente, meia-dúzia de palavras apenas, ou talvez nem isso.


Colecção Cassiopeia -
Através desta colecção, o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa pretende divulgar o pensamento dos seus investigadores e também dar a conhecer trabalhos que, dialogando com as linhas de pesquisa em curso, se inscrevem numa mesma constelação. Desenhando entre si nexos, relações, os livros publicados nesta colecção integram-se no campo de reflexão dos Estudos Comparatistas.

terça-feira, junho 15, 2010

sexta, 18 de Junho, 18h30 | LEITURAS CRUZADAS (auditório) António Mega Ferreira, Filipa Leal



ESTE LIVRO FOI ESCRITO HÁ MUITO TEMPO.

Era uma mulher que estava dentro de uma sala muito branca.
Ouviu: – Não fujas. Não esqueças.
Era uma mulher lívida de medo de não conseguir esquecer

*
À volta da sala, havia um pomar redondo que a envolvia de maçãs
avermelhadas, difusas. Ela estava lívida e suja, entre a castidade
e o remorso.
Ouviu: – Esquece o arrependimento. Fica.

*
Ao redor do pomar, existira um rio que secara nos últimos
anos. Se o seguisse, junto à margem, em linha curva e longa,
encontraria uma cidade desconhecida. Embora nenhuma cidade
seja desconhecida se soubermos onde está.

Ouviu: – Perder-te-ás na ausência
de água do rio.
*
Não havia um único espelho na sala. Ela não sabia o que era o
princípio e o fim. Desconhecia os conceitos de vida e de morte.
Nunca medira a sala, nem o pomar, nem o terror. Se desejasse,
abriria a porta.

Ouviu: – Assustar-te-á a existência
de dia e de noite
*
Sabia o seu nome. Chamava-se Eva. Nunca questionara. Porque
haveria de questionar um nome simples e breve? Desconhecia o
texto bíblico, e o simbolismo das palavras. Se se chamasse mar,
ou cálice, ou manhã, não o questionaria.

A Inexistência de Eva, de Filipa Leal, Deriva, 2009

sábado, junho 12, 2010

Catarina Nunes de Almeida na próxima Poesia em Vinyl (17 de Junho)

Depois de Filipa Leal, Catarina Nunes de Almeida é a convidada da próxima edição do Poesia em Vinyl. que terá  lugar no próximo dia 17 de Junho, pelas 21 horas, como habitualmente, no Restaurante Vinyl, em Lisboa.
 Catarina Nunes de Almeida  recebeu o Prémio Internacional de Poesia Castello di Duino, em Trieste, Itália e o Prémio Daniel Faria, em 2006.
Na Deriva Editores, publicou A Metamorfose da Planta dos Pés.


 
Para ler a sua poesia, estará presente a actriz Margarida Cardeal.
O momento musical estará a cargo dos Dead Combo.

O Poesia em Vinyl é um evento mensal, organizado por Raquel Marinho e Luís Filipe Cristóvão.

Fernando Pinto Amaral, Paulo Kellerman [Chega de Fado], domingo, 13 de Junho, 17h30 | LEITURAS CRUZADAS (auditório)



Em dia de Santo António, pelas 17.30, Paulo Kellerman e  Fernando Pinto Amaral estarão no Auditório da feira do Livro para  algumas Leituras Cruzadas.

Chega de Fado, o quarto volume de contos de Paulo Kellerman editado pela Deriva, representa a consolidação do percurso discreto mas sólido, e em diversos aspectos ímpar, que este escritor tem vindo a desenvolver. Explorando ao máximo as potencialidades da narrativa breve e marcado por uma construção original, Chega de Fado é um livro habitado por vinte personagens que, unidas em duplas, compõem os dez capítulos que o formam; em cada um destes capítulos (verdadeiros esquissos de potenciais romances), as estórias vão-se sucedendo sob diversas formas narrativas (contos, micro-narrativas, diálogos dramáticos) e evoluindo ou desevoluindo até à inevitável, e por vezes inconsequente, confrontação final.

quarta-feira, junho 09, 2010

Hoje, na Feira do Livro do Porto, Miguel Carvalho e Álvaro Domingues. Pelas 21:30 no Auditório

«Pelos Caminhos de Portugal» será o tema que levará hoje o jornalista Miguel Carvalho e o geógrafo Álvaro Domingues a encontrarem-se na Feira do Livro do Porto pelas 21:30, no Auditório. A moderação será de António Costa e o tema promete mais pelas afinidades das obras de ambos - compreender este Portugal que nos surpreende a cada esquina: para o mal e para o bem, aliás.

sexta-feira, junho 04, 2010

O Conto da Travessa das Musas [texto de João Pedro Mésseder, ilustração de Manuela São Simão]

Dia Mundial da Criança: Manuela São Simão numa workshop na Fnac do Gaiashopping

No dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, Manuela São Simão apresentou as suas ilustrações de Conto da Travessa das Musas a uma plateia de 44 alunos do 1º Ciclo, no Gaiashopping. Pelo que vemos, a sessão foi animada e a Manuela não se fica só pelas belíssimas ilustrações que fez para este novo livro de João Pedro Mésseder. Foi ter com os miúdos e conquistou-os. E olhem que não é fácil.

quarta-feira, junho 02, 2010

Os autores da Deriva na Feira do Livro do Porto [programação]

Sábado 5 de Junho, 21h30 |  LEITURAS CRUZADAS [Praça Azul]
João Paulo Sousa (O Mundo Sólido) e valter hugo mãe



domingo, 6 de Junho, 18h
Bando dos Gambozinos (Com quatro pedras na mão)
(praça ESMAE)




quarta, 9 de Junho, 21h30 | Pelos Caminhos de Portugal (auditório)
Álvaro Domingues, Miguel Carvalho (Aqui na Terra)













domingo, 13 de Junho, 17h30 | LEITURAS CRUZADAS (auditório)
Fernando Pinto Amaral, Paulo Kellerman [Chega de Fado]




sexta, 18 de Junho, 18h30 | LEITURAS CRUZADAS (auditório)
António Mega Ferreira, Filipa Leal



sexta, 18 de Junho, 21h30 | LEITURAS CRUZADAS [Praça Azul]

Pedro Eiras, Rui Zink