"Gostaria que despedida não estivesse a ser tão triste, tão melancólica, tão amargurada. Ou que fosse diferente, apenas; por exemplo: poderíamos conversar tranquilamente sobre os nossos planos para o futuro, partilhando um último maço de cigarros; ou recordar estórias antigas, sorrindo. Empurrar as caixas juntos e rir com gosto (uma última vez e por ser a última, talvez fossem os melhores risos de sempre)" quando elas se rebentassem à entrada do elevador ou algum vizinho se queixasse do barulho.
As caixas vão ficando cheias, devagarinho; simultaneamente, sinto que a minha vida vai ficando mais vazia, mais leve, pronta para recomeçar."
pg.8, in Paulo Kellerman,
Chega de Fado