sexta-feira, janeiro 29, 2010

O que há de comum entre A Estrada e A Queda de Roma?




Aparentemente nada há de comum entre A Estrada e o livro de Bryan Ward-Perkins que li de uma só vez quando foi editado pela Aletheia. Trata-se de A Queda de Roma e em ambas as situações me vi confrontado com a queda de mundos que se julgavam sólidos e, portanto, inabaláveis. Ambos são verosímeis no seu horror. Em A Queda de Roma, Ward-Perkins, professor em Oxford, avança com a teoria até agora polémica mas documentalmente forte, da rápida queda do Império sem que economica, política e militarmente houvesse uma resposta efectiva e válida ao estertor de um sistema quase perfeito. Parece que restaram 30 anos para que tudo se revolvesse e entrasse em colapso. Não houve recuperação, como todos sabemos. Em A Estrada confrontamo-nos com algo muito batido e rebatido em Holywood, mas a estrutura literária dá ao filme uma verosimilhança que nos atinge como balas. Como as duas que a personagem adulta guarda religiosamente para o seu suicídio e o do filho que procuram a saída de uma sociedade que se julgava indestrutível. Não interessa como caíu. Pouco importa. O que interessa é a sobrevivência pura e dura e a entrega do fogo. Aquele que Roma deixou apagar, sem saber depois a técnica de o reacender.

domingo, janeiro 24, 2010

Manuel Margarido escreve sobre A Inexistência de Eva de Filipa Leal


Foto retirada de Cercarte e As Folhas Ardem
No seu blog As Folhas Ardem, Manuel Margarido escreve sobre Filipa Leal mais uma vez. Agora sobre A Inexistência de Eva. Ambos conhecemo-la bem, como o leitor queira entender esta expressão: conheço, tal como Manuel Margarido, a sua poesia iniciada muito cedo e que tantas atenções mobilizaram (lembro-me de uma crítica sobre A Cidade Líquida de Eduardo Prado Coelho no saudoso Mil Folhas do Público); ambos conhecemos esse entusiasmo perante a descoberta de uma nova poeta e perante o silêncio que se impõe depois de uma sua leitura atenta, mistério de toda a poesia, esse jogo por vezes indecifrável que só alguns têm conhecimento. Conhecêmo-la pessoalmente e vimo-la em várias ocasiões apresentando e dizendo poesia, dela e de outros, como só a Filipa sabe fazer. Hoje, deparo-me com estas palavras de Manuel Margarido sobre A Inexistência de Eva, um dos mais belos livros que editei. Só me resta agradecer as palavras e sentir que, por vezes, o trabalho compensa. Aqui ficam alguns dos poemas escolhidos por Manuel Margarido de A Inexistência de Eva:

ESTE LIVRO FOI ESCRITO HÁ MUITO TEMPO.

Era uma mulher que estava dentro de uma sala muito branca.

Ouviu: – Não fujas. Não esqueças.

Era uma mulher lívida de medo de não conseguir esquecer

*
À volta da sala, havia um pomar redondo que a envolvia de maçãs

avermelhadas, difusas. Ela estava lívida e suja, entre a castidade

e o remorso.

Ouviu: – Esquece o arrependimento. Fica.

*
Ao redor do pomar, existira um rio que secara nos últimos

anos. Se o seguisse, junto à margem, em linha curva e longa,

encontraria uma cidade desconhecida. Embora nenhuma cidade

seja desconhecida se soubermos onde está.

Ouviu: – Perder-te-ás na ausência

de água do rio.
*
Não havia um único espelho na sala. Ela não sabia o que era o

princípio e o fim. Desconhecia os conceitos de vida e de morte.

Nunca medira a sala, nem o pomar, nem o terror. Se desejasse,

abriria a porta.

Ouviu: – Assustar-te-á a existência

de dia e de noite
*
Sabia o seu nome. Chamava-se Eva. Nunca questionara. Porque

haveria de questionar um nome simples e breve? Desconhecia o

texto bíblico, e o simbolismo das palavras. Se se chamasse mar,

ou cálice, ou manhã, não o questionaria.
A Inexistência de Eva, de Filipa Leal, Deriva, 2009

sábado, janeiro 23, 2010

Dragona, de Xavier Queipo

A capa de Dragona e Xavier Queipo

«Dragona» levou doze anos a ser escrito até chegar a esta versão publicada pela Deriva. Portanto, uma obra que se crê adulta e burilada, onde os pormenores aparentemente inócuos ou pouco importantes, atingem um significado muito difícil de contornar, nesta narrativa simultaneamente provocadora e atenta aos dias de hoje. A protagonista é uma imigrante argentina que choca com uma sociedade em transformações culturais e de valores profundas, como todas as sociedades modernas. Sendo bissexual e de gostos profusos, não se vê a refrear os seus impulsos agressivos ou ternos perante os outros, figurantes quase sempre de um teatro que se esqueceu de lhes dar um guião. «Dragona» prevê num futuro que é já hoje, um jogo onde nada é definitivo ou perene, de moral ou amoral. Nada, neste romance, é o que parece.

Tradução de Isabel Ramalhete
Referência 2001017
ISBN 9972-9250-38-5
Edição: Junho 2008
PP: 216
Formato: 145 x 220
Capa: Brochado
Pedidos a deriva@derivaeditores.pt
Preço: 13:50

Outros livros de Xavier Queipo editados pela Deriva: Bebendo o Mar e Ciclos do Bambu

quarta-feira, janeiro 20, 2010

A Memória nos Livros: História e histórias – Ana Margarida Ramos, José António Gomes e Sara Reis Da Silva

Na presente obra, encontram-se compilados artigos de autoria variada, que representam as versões escritas da pluralidade de intervenções que integraram a iniciativa em questão. Correspondentes, pois, às actas dos 14ºs Encontros Luso-Galaico-Franceses, este volume dá conta dos trabalhos aí concretizados pelos participantes – uma vez mais, nesta edição, oriundos de três espaços linguísticos diferentes – e dos seus contributos distintos para a abordagem, reflexão e divulgação da temática em epígrafe e, genericamente, da problemática do livro infantil e juvenil. Recorde-se que, nestes Encontros, através de conferências – asseguradas por universitários/investigadores – e debates, ateliês (por exemplo, de promoção do livro e da leitura ou de ilustração) e encontros para o público adulto e infantil, exposições (de uma grande variedade de ilustrações) e, mesmo, venda de livros, procurou suscitar--se, à semelhança das edições anteriores, a troca reflectida e aberta de saberes e experiências do domínio da literatura e ilustração para crianças e jovens, bem como da promoção do livro e/ou mediação de leitura.

José António Gomes, Sara Reis Silva e Ana Margarida Ramos

SARA REIS DA SILVA é assistente na Universidade do Minho (Instituto de Estudos da Criança – Departamento de Ciências Integradas e Língua Materna). Licenciada em Ensino de Português e Inglês, pela Universidade de Aveiro e Mestre em Estudos Portugueses, pela mesma instituição, desenvolve actualmente a sua docência e a sua investigação na área dos estudos literários e, em particular, da literatura de potencial recepção infantil.
ANA MARGARIDA RAMOS é professora auxiliar do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, onde lecciona disciplinas da área da Literatura Portuguesa e da Literatura para a Infância. Tem apresentado várias comunicações em colóquios e congressos nacionais e internacionais.
JOSÉ ANTÓNIO GOMES é professor adjunto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Dirige a revista Malasartes: Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude. É membro da Rede Temática LIJMI («Las literaturas infantiles y juveniles del marco ibérico. Su influencia en la formación literaria y lectora»). Participou com comunicações e conferências sobre Literatura para a Infância e Juventude e Literatura Portuguesa Contemporânea em congressos nacionais e internacionais, sendo autor de numerosas publicações nestes âmbitos. Com o nome literário João Pedro Mésseder assinou livros de poesia e cerca de dezena e meia de títulos no âmbito da literatura para crianças

terça-feira, janeiro 19, 2010

A ementa para hoje são palavras e música, por António Pedro Pereira no DN de 14/01. Filipa Leal e Catarina Nunes de Almeida presentes

Filipa Leal e Catarina Nunes de Almeida presentes nas Poesias em Vinyl


Esta é a primeira de 12 edições mensais do Poesias em Vinyl: tertúlias com poetas e músicos num restaurante.

Depois do Verão, Raquel Marinho (é jornalista na SIC) teve uma ideia. E, por vezes, "o homem sonha, a obra nasce", como escreveu oportunamente Fernando Pessoa. "Desafiei o Luís Filipe Cristóvão [que gosta de ser tratado como "gestor criativo na área do livro" e escreve e estuda poesia] para criarmos uma iniciativa de divulgação da poesia, depois do Verão. Ele gostou da ideia". Palavra puxa palavra: hoje (21.30), no Restaurante Vinyl (junto à antiga FIL), nasce o primeiro de 12 Poesias em Vinyl, que será mensal (interrompe para férias em Julho e Agosto) até Fevereiro de 2011.

Ser sempre às quintas não é uma novidade (as Quintas deLeitura decorrem no Teatro do Campo Alegre, no Porto, há alguns anos). A não ser em Lisboa: "Não havia nada semelhante por cá", pontua Raquel Marinho, que dará início às sessões a cujo formato final se chegou, pode-se dizer, depois de uma avalancha de ideias.

E de um sonho colectivo, pode--se depreender pela forma como a bola foi crescendo sem o típico obstáculo - o dinheiro. "Não há dinheiro para ninguém, nem eu nem o Luís Filipe, nem para os artistas", garante a jornalista. Curioso? "Ainda ninguém me disse que não." Soma: um poeta, um músico/banda e uma figura que projecte as palavras (e a imagem) por sessão, multiplique-se por 12. O programa está quase, na totalidade, alinhavado: Pedro Mexia (em Fevereiro), José Luís Peixoto, Jorge Melícias, Nuno de Almeida, Filipa Leal, Catarina Nunes de Almeida, entre os poetas; Samuel Úria (Fevereiro), Filipe Melo, Joana Rios, entre os músicos; Fernando Alves, Ricardo Araújo Pereira, Nicolau Santos, entre as figuras que lerão poemas.

Ou seja, "o Homem sonha, a obra nasce" - deixe-se o "Deus quer" de parte, esta á uma acção de gente terrena que se envolve em palavras e música. "Foi muito gratificante ver que a ideia cresceu. Pensamos associarmo-nos a uma rádio, a Inês Menezes e o Pedro Ramos gostaram, a Radar aceitou, com o OK do Luis Montez [proprietário da estação]", exemplifica. "Depois, tenho uns amigos numa agência de publicidade e um deles, designer, fez-nos o logótipo e o cartaz de borla".

Hoje, lança-se, além da primeira sessão, o sítio na Internet da iniciativa, que tem uma meta definida: "Promover poetas nascidos a partir de 1970 e com obra publicada, para garantir alguma qualidade", explica Raquel Marinho. "Queremos descomplicar a poesia, fazê-la chegar a todas as pessoas, e isso é muito importante para nós".

Hoje, a poesia (e a música, já agora) é a ementa no restaurante. Comida, só ligeira. É preciso silêncio para as palavras na boca.

segunda-feira, janeiro 18, 2010

A Deriva Histórica

São dois os livros de História que a Deriva editou: a Relação das Medidas de Defesa do Vouga contra o Exército de Soult em 1809, de Alexandre Tomás de Morais Sarmento que pertenceu ao Corpo Académico de Coimbra e combateu ao lado de Trant e Estudo Histórico sobre a Campanha do Marechal Soult em Portugal, considerada nas suas relações com a defesa do Porto, por Alfredo Pereira Taveira, escrito em 1898.
Há dois anos, encontrei-os na Biblioteca Nacional e não resisti à sua edição posterior. A Deriva foi apoiada pela Comissão para a Evocação do Bicentenário das Guerras Peninsulares e o primeiro deles pela Comissão Portuguesa de História Militar e Associação de Municípios das Terras de Santa Maria. Os pedidos podem ser feitos directamente para a Deriva ou em qualquer boa livraria.

Haiti, o desastre e a falta de informação

Haiti, setembro de 2009

Tenho evitado falar do Haiti. Não porque haja muita coisa para dizer a não ser dar conta da revolta da impotência perante a brutalidade e o horror de um desastre natural como foi o terramoto. O terror associado a este país já vem detrás. Lembro-me, ainda antes do 25 de Abril, de ouvir descritas por associações de defesa dos direitos humanos estrangeiras as torturas bárbaras dos Tonton Macoutes sobre a oposição haitiana aos Papa e Baby Doc e sobre a população em geral. Esta morria literalmente à fome sem que se mexesse uma palha, sequer, em seu favor. Tal como o modo como os EUA tratava deste seu vizinho caribenho e como nos explicam as páginas de Graham Greene. Os golpes de estado haitianos multiplicavam-se como cartadas de jogos de poker baratos. E com o seu correspondente cortejo de sangue.

Mas, se não ouso falar do terramoto do Haiti, porque recuso dar voz à vulgaridade e à multiplicação barata das emoções via internet e cadeias de comunicação, não posso calar a minha desconfiança perante as «informações» que nos chegam (de lá?). Durante três dias vimos os «directos» da RTP para o estúdio ao lado, com Márcia Rodrigues a descrever as mensagens do twitter, do facebook, do youtube e de bloggers, sem que houvesse qualquer confirmação de identidade de quem se consultava. O mesmo para as televisões privadas pelas quais me marimbo. Não lhes pago nada, pelo menos directamente.

Mais, nunca vi uma questão colocada ao modo como estava a ser organizada a ajuda humanitária que, ao que sabemos, era conduzida no terreno pelos EUA, com um autêntico exército no aeroporto. Mas a segurança faltava (?), as ajudas não eram distribuídas e as coisas básicas não chegavam à população que, entretanto, se revoltava empilhando cadáveres em protesto nas ruas. Que segurança era esta? Porque nunca se falava em retroescavadoras? Por que razão, um país como os EUA que não hesita em invadir o Iraque e o Afeganistão a dezenas de milhar de quilómetros dali, teme a segurança de uma pequena ilha? E as imagens repetidas imensas vezes nos dias que se seguiram pelas mesmas agências que as vendem às mesmas cadeias de televisão? Já para não falar do espectáculo obsceno da TV Globo que entrevista um soldado brasileiro que, por sua vez, entrevista uma mulher quase emparedada nos escombros. E que nós seguimos, alarvemente.
A ajuda tenderá a organizar-se. Irá chegar e com gente que sabe o que faz, embora cheguem sempre em último lugar, não vá o staff político perder o controlo da situação. Mas tenho todas as razões para crer que não há meios que cheguem para esta catástrofe, mesmo das dimensões infernais que atingiu o Haiti. É tudo uma questão de prioridades. A guerra e o lucro da guerra serão sempre mais prioritárias que as supostas ajudas do Império. Não gostei do que vi. Resta-me ajudar a AMI ou outra qualquer organização idónea e esperar que haja jornalistas que denunciem o que merece ser denunciado, que perguntem as nossas óbvias dúvidas e lutar para que se perceba que o único exército digno desse nome e que vale a pena ser formado é este: um enorme arsenal humanitário que valha às pessoas. Os EUA têm uma enorme know how que pode ser reconvertido de imediato. Mas dependerá das prioridades, claro.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Chega de Fado, de Paulo Kellerman: em breve nas livrarias

Chega de Fado é o novo livro de Paulo Kellerman cujo lançamento vai ser nas Correntes d'Escritas entre 24 e 27 de Fevereiro. A foto da capa é de Licínio Florêncio

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Gabriela Llansol, ou a construção de uma comunidade

«Por isso, todo o discurso educativo me parece uma conversa fiada atravessada por falhas. Falhas na realidade, falhas no sentido, falhas na nascente globalidade humana.
Desde a nossa implantação na Rua de Namur produzimos uma enorme variedade de textos que atravessaram, agindo ou não agindo, a opacidade do nosso caminho. Davam-nos como que uma estrutura falante a juntar ao modo de viver que, às vezes, concluíam. Princípio era a nossa grande feira quotidiana com as crianças porque só ainda ligeiramente suspeitávamos que, no campo do vazio conhecimento, nada de definitivo acontece.»
De O Livro das Comunidades, Maria Gabriela Llansol, Relógio d'Água, 1999

Ler um livro assim, liberta. Dá-nos novas perspectivas de vida refeitas na construção das coisas comuns, na aprendizagem livre, na procura das personagens que povoam todos os nossos livros e desenham as palavras que lemos e escrevemos.

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Lista de Finalistas do Prémio Correntes d' Escritas



Foi divulgada a lista das dez obras finalistas do Prémio Literário Casino da Póvoa, para a edição de 2010 do Correntes d’Escritas, que irá decorrer entre 24 e 27 de Fevereiro.
São elas, e por ordem alfabética:

A Eternidade e o Desejo, Inês Pedrosa
A Mão Esquerda de Deus, Pedro Almeida Vieira
A Sala Magenta, Mário de Carvalho
Myra, Maria Velho da Costa
O apocalipse dos trabalhadores, valter hugo mãe
O Cónego, A. M. Pires Cabral
O Mundo, Juan José Millás
O verão selvagem dos teus olhos, Ana Teresa Pereira
Rakushisha, Adriana Lisboa
Três Lindas Cubanas, de Gonzalo Celorio

Esta lista de dez obras finalistas foi seleccionada pelo júri, constituído por Carlos Vaz Marques, Dulce Maria Cardoso, Fernando J.B. Martinho, Patrícia Reis, Vergílio Alberto Vieira. No total, foram submetidos a concurso 160 livros de autores de língua portuguesa, castelhana ou hispânica, com obras em 1ª. edição, em português e editadas em Portugal entre Julho de 2007 e Junho de 2009, excluindo-se as obras póstumas e ainda aquelas da autoria de galardoados com o Prémio Literário Casino da Póvoa nos últimos seis anos.
O Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros, é o único prémio de cariz internacional que, em Portugal, ultrapassa as fronteiras da Língua Portuguesa. Este ano distingue uma obra em prosa (em anos ímpares distingue poesia). A 23 de Janeiro, dia anterior ao arranque da 11ª edição do Correntes d’Escritas, o júri reúne pela última vez para decidir qual o vencedor do prémio, decisão que será anunciada no dia 24, na sessão pública de abertura do Encontro. O prémio é entregue no dia 27, na sessão de encerramento.
Para além do Prémio Literário Casino da Póvoa, o Correntes d’Escritas incluiu outros dois prémios: o Prémio Literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, para jovens entre os 15 e os 18 anos, no valor de 1.000 euros; e o Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas/Porto Editora, para alunos do 4º ano do Ensino Básico.
A próxima edição do Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica contará com a participação de cerca de 60 escritores e incluirá, à semelhança de edições anteriores, uma série de outras iniciativas: espectáculos de teatro e cinema, sessões de poesia, lançamentos de novos livros, sessões com público escolar, entre outros. Será também lançado, no decorrer da sessão de abertura, o nº 9 da revista “Correntes d’Escritas”, cujo dossiê é dedicado a Agustina Bessa-Luís.
Uma das novidades deste ano prende-se com a parceria com a Booktailors, Publishing Magazine, que vai distribuir uma edição da revista B:MAG inteiramente dedicada ao Correntes, com textos de vários autores sobre o evento.
Dez anos passados desde a primeira edição, e tendo sido o Correntes d' Escritas, desde logo, eleito como um espaço de diálogo entre literaturas de várias geografias e entre várias escritas, o Encontro é reconhecidamente considerado o maior encontro literário que se realiza em Portugal e o mais prestigiante. Neste contexto e tendo em conta que o Correntes, marca, sem dúvida, a rentrée literária, a organização dos Prémios de Edição elegeu a Póvoa de Varzim e o Encontro para a divulgação e atribuição dos vencedores de 2009. Assim, a cerimónia de entrega dos Prémios de Edição Ler/Booktailors, em 20 categorias diferentes, será realizada durante esta edição do Correntes d' Escritas .
Siga todo o evento no portal municipal, em www.cm-pvarzim.pt/go/correntesdescritas

segunda-feira, janeiro 04, 2010

Licínio Florêncio ilustra contos de Paulo Kellerman

«Descoberta», uma ilustração de Licínio Florêncio para Silêncios Entre Nós de Paulo Kellerman

Vamos por partes: Paulo Kellerman tem um blogue, aqui, muitas vezes, referido - A Gaveta do Paulo. O Paulo conhece Licínio Florêncio, um ilustrador, designer e fotógrafo que fez alguns dos mais bonitos desenhos que nos últimos tempos me foi dado a ver. Silêncios Entre Nós foi a desculpa para uma, desejamos, profícua relação. Porque o desenho parece sair naturalmente das palavras escritas pelo Paulo. Por outro lado, as fotografias de Licínio são excelentes. Um blogue a seguir com atenção e um trabalho que devemos registar com agrado.

domingo, janeiro 03, 2010

João Paulo Sousa editado no Brasil?

As ligações já existem e esperamos que se concretizem em breve. Depois dos primeiros contactos com editoras espanholas e catalãs com Filipa Leal e Paulo Kellerman, chegou a vez de João Paulo Sousa apresentar o seu Mundo Sólido a pedido de uma editora brasileira. Em breve daremos mais pormenores.

Beatriz Hierro Lopes, uma autora

Já a acompanho há um tempo. Primeiro, na Criatura, depois no seu Klein. Agora, Manuel Margarido, após uma avisada declaração de interesses, dá-nos a conhecer em As Folhas Ardem um magnífico texto da Beatriz Hierro Lopes. A lembrar que há quem escreva bem.

Ceci n'est pas une Chronique, de Pedro Eiras, ou a história de um GPS

Clicar na imagem para ler

Dia 16 de Setembro de 2009, Miguel Carvalho, Pedro Eiras e eu fomos em viagem à Rádio Universidade do Minho para gravarmos dois programas com António Levy Ferreira. Dessa viagem acompanhada de GPS (talvez percebam agora o nome de Deriva dado a uma editora), talvez tenha nascido este conto (não é uma crónica) do Pedro. Foi editado no JUP (www.espacosjup.blogspot.com) de Outubro de 2009

José Mário Silva elege Telefunken, de Luis Maffei, um dos livros de poesia de 2009

José Mário Silva, no seu Bibliotecário de Babel, elege Telefunken, de Luís Maffei, como um dos mais importantes livros de poesia de 2009.