quarta-feira, abril 11, 2012

Guias Sonoras, de João Pedro Mésseder. Posfácio de Ana Margarida Ramos


«Devotara-se por inteiro à poesia, pelo que o seu ideal se tornara puramente estético. Jamais político - acreditava. Os deuses sorrriam com benevolência. E os homens de negócios, na sua filantrópica bonomia, aprovaram em silêncio essa tranquilizadora separação das águas.»
João Pedro Mésseder, Guias Sonoras, Deriva, página 22

«(...) A condensação e a força pedidas por empréstimo ao aforismo, o humor fino e penetrante, tomado da greguería, e a contemplação estóica a que se segue, quase de imediato, o choque da sensação fulminante provocado por uma aparição súbita, que define o haiku, combinam-se na construção de textos que, soba a égide do fragmento, apostam na leitura enquanto experiência limite, fricção mais ou menos abrasiva entre o leitor e o texto, capaz de suscitar, de igual modo, deslumbramento e sobressalto, agindo e agitando, através de uma certa vibração poética, a sensibilidade e, por que não, a consciência.»
Ana Margarida Ramos, do Posfácio a Guias Sonoras