Pela Escola da Noite. De Igor Lebreaud
Penso em algumas arestas a limar depois de ver com interesse «Aqui, onde acaba a estrada», de Igor Lebreaud, talvez um conhecido do teatro, não tanto do público. Pelo menos como encenador, pois terá sido a sua primeira vez a encenar uma peça escrita igualmente por si.
O tema, esse, é de imediato entendido visto que o choque entre duas culturas é bem explícito. A tragédia dos refugiados está à nossa frente, incontornável, absurda. Mas igualmente absurdo é o facto do comandante da fronteira estar de camuflado, botas altas e ser tratado como «professor». Professor de quê, ao certo? O seu comportamento nazi é histriónico e não se consegue perceber o objectivo da sua recusa em deixar entrar quer o homem, quer a caixa. Ou seja, há algum sentido na peça que conseguimos ver, mas há zonas de algum nevoeiro que gostaríamos de ver mais claras. E aquela do soldado bom e do soldado mau não é coisa já estafada? E não há ressentimento entre o dominado e o dominador? Não que fosse obrigatório, mas...