Na Relâmpago nº24, Luís Quintais escreve sobre Arrastar Tinta de Nuno Barros e Pedro Eiras: «Na sua constante reificação da intencionalidade, estamos perante um livro sobre a indeterminação, sobre a hesitação, sobre a dúvida, em suma, sobre a cegueira do gesto que arrasta a tinta, que pinta, que escreve. Como se dirigir a mente para o mundo (a intenção) se revelasse em permanente confronto com o acaso que parece governar cada traço, cada inscrição que a arte deixa na pele do mundo. Como se a hipótese de clareza procurada nas águas profundas da mente se confrontasse sempre com o escuro, esse escuro que ecoa infinitamente na opacidade da arte: ''Fecha-se a tinta sobre ti como uma porta se fecha. Como se fecha sobre uma parede de cimento e tijolos ou pedra, ou água. Onde estava, agora mesmo a clarabóia, onde estava o poço?'' (p.33).