É no Dia Mundial da Criança, a 1 de Junho, que Bárbara Guimarães entrevista João Pedro Mésseder no Páginas Soltas da SIC-Notícias. A primeira emissão é às 20:45 horas, mas repetirá muitas vezes nos dias e semanas seguintes. A conversa terá como tema central os livros infantis da autoria deste autor onde sobressai O Aquário. No entanto, serão lidos poemas de Meridionais. E não dizemos mais nada...
quinta-feira, maio 31, 2007
Páginas Soltas: João Pedro Mésseder entrevistado por Bárbara Guimarães. Dia 1 de Junho, pelas 20:45h
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João Pedro Mésseder,
notas
sexta-feira, maio 25, 2007
A Deriva nas Feiras do Livro de Lisboa e Porto
O programa das feiras? É o de sempre. Nada a registar. Os livros da Deriva? Ah, sim, estão lá e a bons preços:
Feiras do Livro:presente nos Pavilhões da CENTRALIVROS.
Feira do livro de Lisboa: Pavilhão 127, 131, 135, 139
Feira do Livro do Porto: Tenda C3 e C5
Boas feiras!
Feiras do Livro:presente nos Pavilhões da CENTRALIVROS.
Feira do livro de Lisboa: Pavilhão 127, 131, 135, 139
Feira do Livro do Porto: Tenda C3 e C5
Boas feiras!
Gonçalo M. Tavares
Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco APE. Parabéns ao Gonçalo M. Tavares.
quarta-feira, maio 23, 2007
Salvem a crítica literária nos jornais?
Norman Rockwell
Preparo-me para um dia tramado. Era o dia da apresentação, no Clube Literário, de Meridionais de João Pedro Mésseder pela Paula Cruz. Correu bem, muito bem, mas não há volta a dar e o nervoso miudinho é o de sempre. E também como sempre compro uma resma de jornais e bebo café mais do que o aconselhado.
Abro o Ipsílon e deparo-me com um apelo logo na página de abertura: «Salvem a crítica literária nos jornais» (sem ponto de exclamação, como quer o Mexia, que é contra). Nada que já não escrevessemos aqui no Deriva das Palavras e já há muito tempo - aponte-se para que não se esqueça! Não deixa de ser estranho, contudo, que um jornal que apela desta maneira a que não se acabe com a crítica literária nos jornais, tenha sido o mesmo que acabou com o Milfolhas e com a colaboração de muitos jornalistas culturais, assim como diminuiu drasticamente o espaço para os livros. Tal como todos os jornais diários e semanários ditos de referência. Voltemos à notícia em questão: tratava-se de uma petição on-line da americana National Book Critics Circle que apelava ao envio de cartas de leitores para as direcções de jornais e de editores (de jornais!) para que não se acabasse, sem mais, com a crítica de livros. Não consta que mandassem para Portugal, visto que não devem ter razões de queixa. Escritores americanos em jornais portugueses é só escolher. Conseguiram ao que consta 5442 assinaturas! Nada de especial, diga-se, e que faria sorrir um qualquer candidato à Câmara de Lisboa.
Ora, eu tinha comprado a tal resma de jornais de referência. Era o dia da apresentação de Meridionais e o dia Internacional de Museus. Dos quatro jornais só um escrevia da presença de Manoel de Oliveira em Cannes, o mesmo que referia a VII edição do Imaginarius de Santa Maria da Feira, outra referência a Ricardo Pais no TNSJ e a Baptista-Bastos tudo junto com páginas de Britney Spears, Michael Moore, Wraygunn, The Who, Julio Iglesias, Madonna, Paris Hilton, o filme Zodiac, Hillary Clinton, a depressão de Lars von Trier, Anne-Nicole Smith mais a publicação dos seus diários, Mick Jagger e Demi Moore. Falta de crítica literária? Não... isto é outra coisa, mas preparemo-nos... acabe-se a crítica e venha daí o fait-divers. Pelas «tranferências» a que assistimos nos jornais de referência bem podemos ficar descansados. Eles são críticos (também de referência, claro) sempre defensores dos livros e da literatura (de referência, é óbvio) a passaarem directamente para outros suplementos e para outras «realidades» mais digitais, mais turísticas, mais mediáticas. Estamos (mais) conversados...
domingo, maio 20, 2007
Futuro Primitivo de John Zerzan, a publicar dentro de dias
Capa de Gémeo Luís
John Zerzan nasceu em 1943, em Oregon, EUA, e é licenciado em Ciências Políticas pela Stanford University e em História pela San Francisco State University. Preso em 1966, nos EUA, pela sua participação nos movimentos de desobediência civil e contra a guerra do Vietnam, conhecidos pelos tumultos de Berckeley. Abandonou, mais tarde, uma carreira universitária na University of Southern California. Hoje, dedica-se à educação de crianças e à jardinagem. Promove, ainda, conferências sobre o Primitivismo e Paleo-Anarquismo em todo o mundo. Destaca-se como escritor e filósofo do chamado Primitivismo com a edição de Elements of Refusal (Left Bank Books, Seattle, 1988) e de Future Primitive (Autonomedia, New York, 1994) livro agora traduzido para português pela Deriva e que lhe deu projecção internacional ao serem traduzidas versões para várias línguas. Questioning Technology (Freedom Press, Londres, 1988), The Mass Psychology of Misery, Tonality and the Totality, The Catastrophe of Postmodernism e The Nihilist's Dictionary contam-se entre as suas obras mais recentes. Em 2002, edita Against Civilization: Readings and Reflections, em Los Angeles.
As ideias de John Zerzan situam-se na crítica à tecnologia e à cultura simbólica como origem da degenerescência da Humanidade que a iniciou com o advento da agricultura e da domesticação de toda a vida humana e da natureza. Rejeita, portanto, a divisão social e sexual do trabalho e o patriarcado, assim como a separação entre a Natureza e a Cultura. Singular, na visão de Zerzan, é a síntese de várias correntes filosóficas que elabora na crítica à sociedade moderna e pós-moderna como suportes que fazem parte de um mundo que se encontra moribundo. As fontes teóricas do Primitivismo a que Zerzan dá voz vão desde Adorno, aos situacionistas, à antropologia, ao luddismo, à ecologia e ao feminismo, assim como às correntes igualitárias e anti-autoritárias americanas e europeias. O Futuro Primitivo é, para nós, a obra mais marcante de John Zerzan. Para além de reflectir uma revisitação teórica da Pré-História, ataca violentamente as ideias preconcebidas da antropologia oficial e dá-nos a possibilidade de encontrar uma ténue saída para a catástrofe iminente.
«Definir» um mundo não alienado seria impossível e talvez indesejável, mas creio que podemos e deveríamos tentar revelar o não-mundo dos nossos dias e como se chegou até ele. Caímos num monstruoso erro ao adoptarmos a cultura simbólica e a divisão do trabalho, abandonando um mundo de deslumbramento, compreensão e totalidade e esperando por um Nada que nós encontramos, hoje, na doutrina do progresso. Vazia, cada vez mais vazia, a lógica da domesticação, com as suas exigências de domínio total, mostra-nos a ruína de uma civilização que destrói tudo em que toca. Presumir a inferioridade da natureza favorece o domínio de sistemas culturais que não tardarão a tornar a Terra inabitável.
O pós-modernismo diz-nos que uma sociedade sem relações de poder não é mais que uma abstracção. É uma mentira, a menos que aceitemos a morte da natureza e que renunciemos para sempre ao que foi e que poderá, um dia, vir a ser de novo. Turnbull falou-nos da intimidade entre os Mbuti e a floresta, e da sua maneira de dançar como se fizessem amor com ela. Na fímbria de uma vida onde todos os seres são iguais, onde não existia nenhuma abstracção e que se esforça ainda por manter-se viva, eles «dançam com a floresta, dançam com a lua». (Futuro Primitivo, 2007, Deriva). Esta edição portuguesa da Deriva é acompanhada por um prefácio do autor.
John Zerzan
segunda-feira, maio 14, 2007
«Meridionais» de João Pedro Mésseder no Clube Literário a 18 de Maio, Sexta-feira, pelas 21:30. Apresentação de Paula Cruz
“Um mito como outros, o sul, ou apenas um lugar, um ponto cardeal? Para o que habita esse lugar, existe sempre, todavia, um outro sul. E, por isso, um qualquer norte – ou desnorte – é a sua morada. Aí elabora sobre a distância que o separa do cenário inatingível. Uma vez mais, “o nada que é tudo”. Desse nada, desse tudo, uma escrita emerge. Sustentando o mito.” Assim se apresenta o novo livro do poeta João Pedro Mésseder: «Meridionais». Em dois tempos – “I. De um Caderno Grego”, “II. De um Caderno Antigo” – vai retomando tempos e lugares às vezes junto ao mar, às vezes próximos da lentidão da terra. Às vezes, também, lugares sem explicação, como este: “Casa branca no centro da planície. E um nome escrito na cal: mãe ou morada” (no poema “Nome”). João Pedro Mésseder (nome literário de José António Gomes) nasceu em 1957, no Porto, onde completou estudos universitários e exerce funções docentes. Colaborador do suplemento «das Artes das Letras», publicou, entre outros livros de poesia, «A Cidade Incurável» (1999), «Fissura» (2000), «Elucidário de Youkali seguido de Ordem Alfabética» (2006) e «Abrasivas» (Deriva, 2005). Retirado de Das Artes, das Letras, 14/05/07.
Esta é a notícia de Meridionais no «Das Artes, das Letras» de O Primeiro de Janeiro. Nós acrescentamos que o lançamento deste mesmo livro é no Clube Literário, aqui no Porto (mais concretamente na Rua Nova da Alfândega, 22, à Ribeira, frente ao parque de estacionamento), às 21:30 e terá apresentação de Paula Cruz.
segunda-feira, maio 07, 2007
António Mega Ferreira escreve sobre a poesia de Filipa Leal na Os Meus Livros de Maio.
Trata-se do último número da revista Os Meus Livros de Maio. Lá, António Mega Ferreira escreve duas páginas sobre a poesia de Filipa Leal de Talvez os Lírios Compreendam até A Cidade Líquida e Outras Texturas, este último publicado pela Deriva, em 2006.
Arriscando-me a reduzir o excelente artigo sobre a Filipa, não posso deixar de citar AMF quando escreve: «O mundo da sua poesia é o das memórias que se acumulam e se perdem (e esta aparente perda, este parecer que vê tudo a partir do esquecimento, é uma das pulsões mais estimulantes da sua escrita), o mundo das partidas que se encenam e não se concretizam, das mudanças que trazem sempre consigo o rasto do que é deixado para trás, do desacerto entre as vozes que "caem como estrelas nómadas" e como estrelas se reerguem, na noite continuamente renovada da Poesia. (...)». Um artigo, portanto, não perder.
domingo, maio 06, 2007
O J. foi baleado
O J. foi baleado no bairro onde mora e onde se encontrava a jogar futebol. Conhecia-o. Tinha 11 anos. Estive com ele em várias ocasiões num programa de acção tutorial. Miúdo inteligente, respondão, provocador, mas acabava por fazer o que lhe propunhamos: uma ficha de cálculo, outra de português, ou de História (aí escapava-lhe a preferência para as tácticas de caça e armas da Pré-História). Lembro-me de o ter ajudado a fazer cálculos de médias de viagens em distância e tempo. Não se interessava muito até conseguir captar-lhe a atenção atribuíndo marcas sonantes aos carros e falando da VCI ou da A1. «Se o teu Ferrari for a 210 km/h, pela A1 fora, e quiseres ir a Coimbra que fica a 150 Km, chegas lá daqui a quanto tempo?» Era assim o J. Na sexta-feira, depois de ter sido baleado por um bando rival, ainda me dirigi a amigos para saber o seu estado. «Mal, mal...deram-lhe dois tiros. Um no braço e outro na perna!». Fiquei, mais uma vez, com um aperto no estômago e pensei por que razão não tinha este puto um boletim clínico à disposição? Pensei na «lógica dos sentimentos» que o Vasco Pulido Valente critica (e bem), de Rousseau e dos filhos dos inúteis que saem todos os dias na merda das revistas e comparei tudo isto com a vida de J. e o silêncio de um ataque brutal aos seus onze anos de vida. Mesmo que saiba que não é um santo, mesmo que saiba que a tal lógica dos sentimentos é a única coisa igualitária porque junta o irreconciliável, julgo sempre que a acção política é responsável por isto. Porque, voltando a VPV e a J.: não me interessa saber se o Rousseau é percursor da «lógica do sentimento». Mas sei qual a sua posição (contra Voltaire, diga-se) no terramoto de 1755 de Lisboa: se houve aquele desastre foi porque se construiu a cidade em cima de uma falha sísmica. Quais deuses? Quais falhas de previsão? Que ciência poderia salvar Lisboa se os homens a construiram contra ela?
Não me venham, portanto, com merdas: o J. conheceu cedo demais a violência física bem longe dos lares da classe média. Num bairro cada vez mais gueto, onde a droga impera e até baixou de preço. Estamos a educá-lo numa falha sísmica. Nem Rousseau nos pode valer. Trata-se de estupidez e avidez de lucros e, aí, as defesas que temos são políticas.
Não me venham, portanto, com merdas: o J. conheceu cedo demais a violência física bem longe dos lares da classe média. Num bairro cada vez mais gueto, onde a droga impera e até baixou de preço. Estamos a educá-lo numa falha sísmica. Nem Rousseau nos pode valer. Trata-se de estupidez e avidez de lucros e, aí, as defesas que temos são políticas.
Curso de Línguas e Literaturas ou o poeta ofendido
O poeta ofendido dirige-se a Nunes, o secretário
Para quem anda com mais um pouco de atenção às coisas da educação isto já não era novidade - o Curso de Línguas e Literaturas está a morrer. Há uns seis anos, o Departamento a que pertencia enviou um documento ao ME (os tais que tentam demonstrar a participação dos professores) denunciando, entre outras coisas, que um aluno que fosse para o 10º ano para o Curso de Línguas e Literaturas poderia, através de uma política estúpida de opções, nunca vir ter a disciplina de Literatura Portuguesa. Ou seja, chegaria à Universidade sem a disciplina! (Aliás passa-se o mesmo a Medicina: um aluno pode ter de optar entre Química ou Biologia no 10º! Mas isso é outra conversa.). Até hoje não houve resposta do ME tendo o meu departamento enviado, para que não houvesse extravio, o mesmo documento por e-mail. Sei que houve centenas de pareceres nessa altura. Disseram, na ocasião, que estavamos a «corporizar». Hoje, os media acordaram para o «problema». Há cada vez menos alunos para este curso no secundário. Como haverá certamente para História e para Filosofia (hoje equiparadas às inócuas Educação Tecnológica, Área de Projecto ou Estudo Acompanhado, em tempos atribuídos por semana) . O ataque a estas últimas já começou há bué (palavra inscrita no Dicionário da Ac. das Ciências).
Solução do secretário de estado Nunes: «que sim, já pensámos nisso, vamos agir!» (não tinha pensado nada, mas está bem!). No dia seguinte veio a resposta: o Curso de Línguas e Literaturas vai integrar as Ciências Sociais!! Não há melhor. A ratio da disciplina de Latim, em Portugal, é de 1 aluno para 1000, a mais baixa da Europa. Na Alemanha é de 100! Logo, junta-se a desgraça à desgraça alheia - Literaturas e Ciências Sociais - e a coisa tem de dar resultado. Talvez haja, até, mais uns distraídos de CS que escolham Latim e Grego até os pais os demoverem por causa da média final! Mas aí encontra-se-á mais uma solução óbvia como fizeram com a Filosofia. Abaixo os exames no Secundário! E a coisa vai. Mas façam-me um favor: nunca mais me falem em rigor e exigência com as vossa caras de actores manhosos de um filme de série B da TVI, está bem?
quinta-feira, maio 03, 2007
Exposição de fotografias de Paulo Gaspar Ferreira
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Recebemos este convite: é a 4 de Maio na Serv'artes (ali numa transversal da Constituição, nº2105, no Porto) pelas 22h a inauguração de fotografia Espíritos Elementares de Paulo Gaspar Ferreira. São fotografias baseadas em textos de poetas portugueses. A ir.
terça-feira, maio 01, 2007
Mayday, o precariado rebela-se
Estiveram na cauda da manifestação do 1º de Maio em Lisboa. É um movimento representativo (mas ainda muito embrionário) dos precários que em Portugal são já 600 mil. É necessário que estejam em manif's e que saibamos qual o seu projecto. O precariado rebela-se? Saibamos mais aqui
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