Como se pode medir a ausência de um poeta? Não sabemos, nem nos atrevemos a fazer muitas considerações sobre essa falta que nos faz não ter aqui o Joaquim. Faz-nos falta o seu viver poético, faz-nos falta o seu sorriso irónico, faz-nos falta a sua mordacidade, faz-nos falta a sua incapacidade partilhada em viver a vidinha. Um abraço, Joaquim.
Uma aura
Numa folha branca
se passa a mão
e apetece marrar
ficam marcados
na areia dorida
os passos que se dão
para deixar a maré
e rasgar uma outra
à água que rebenta
em espuma a praia
se o corpo se entrega
a uma concha aberta
Mágoa das Pedras, Deriva, 2008