Nem os cães ladram assim, mercenários de bolsas antigas. Nem os cães por um osso descarnado. Um vírus transaccionado por cima da mesa, horários. Quem assim discute o tempo, a bolsa das horas, propaga a cruz de estarmos vivos. Quantas horas faltarão para que todas as horas estejam cumpridas?Ninguém luta assim pelo que não tem, suicidas. Quem se ausenta, para no mesmo instante de se ausentar comparecer diante dos juízes, não sabe que a cada tiquetaque os ponteiros se escusam. Prisioneiros da fome, enchem de ar as barrigas.Ao fim do dia caem fatigados nas passadeiras dos ginásios. Sem praia, sem horta, são o rosto calcinado de uma folha morta. Adormecem todos os dias para no dia seguinte discutirem os dias que hão-de vir. Não sabem, desconhecem, preferem não saber, que daqui a nada os relógios pararão para sempre.Até lá, brinda-se à saúde de se estar doente.
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