quarta-feira, dezembro 09, 2009

O balanço da década, por Eduardo Pitta, na última Ler



Já aqui dissemos que a nova Ler está melhor. A última Ler, a nº 86, tem vários motivos de interesse, embora nos tenha tocado muito particularmente o balanço que Eduardo Pitta faz da década que está a passar (já, dez anos?).
A Deriva vai fazer oito anos e tal como não discutimos o balanço de Eduardo Pitta, também não terá muito sentido pôr em causa o nosso caminho que foi traçado com escolhas pessoais evidentes. O que nos moveu foi sempre a qualidade literária e a relevância da obra do autor que se nos dirigia ou que procuravamos. Fizemos grandes amizades que hoje perduram, sólidas. Houve outros que preferiram correr caminhos diferentes e que se afastaram de nós. Neste deve e haver de quase uma década, por vezes sossobra o entusiasmo inicial perante tantas dificuldades: a distribuição, as vendas, a promoção que falha, a crítica que não diz tão bem quanto gostaríamos, a gralha que arrelia naquele livro; mas o nosso balanço é muito positivo, porque temos amigos, porque há quem acredite no nosso projecto, porque continua connosco mesmo com muitos escolhos pelo caminho. Nós acreditamos na Deriva, porque há leitores que acreditam em nós. Cada vez mais, aliás, o que muito nos satisfaz. Mas muito melhor que tudo são as palavras de alguém que, no momento certo, sabe dizê-las com limpidez e rigor. Estamos a falar de uma simples referência à Deriva neste mesmo balanço da década que nos faz Eduardo Pitta na Ler. Foi bom, como bom foi ter lido a referência a O Mundo Sólido e a João Paulo Sousa e a Apócrifo de José Ricado Nunes, assim como a Pedro Teixeira Neves.
Provavelmente Eduardo Pitta nunca vai entender estas palavras. Mas hoje apeteceu-me dizê-las para todos.