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Jacques Rancière estava acompanhado por Oliveira Martins que se esforçou por aprofundar a «questão democrática»: começou pelas greves contra as reformas da administração pública. Grande aprofundamento, sim senhor! Para continuar e teimar com este regime sustentado pelos «n' importe qui». Repetiu esta afirmação cinco vezes. Os «n' importe qui»! Teremos revelação sociológica pela certa em próximas páginas do Público!
Guy Debord e Marx foram as almas errantes da comunicação de JR e do período das perguntas-respostas. O primeiro, um nostálgico de esquerda (!!) que não trazia consigo a solução dos problemas sociais já que, segundo ele, o espectáculo é indissociável da própria sociedade. Marx, porque foi recuperado logo em 1917! Fica-nos a luta pela democracia e pela igualdade como uma revisitação moderna do comunismo, questão já exposta no Ódio à Democracia, publicado muito recentemente pela Mareantes Editora. O que nunca é explicado convenientemente por estes arautos da sociologia é que a Sociedade do Espectáculo de Debord é, também, o desequilíbrio das relações de produção bem expressas no valor de uso e no valor de troca das mercadorias; ora isto é de Marx e do Capital (tanto como é de Debord) como muito bem sabemos. Porquê teimar sempre na sociedade do espectáculo como «coreografia do poder», «circo mediático» ou outra coisa qualquer? A não existir alternativa, fiquemos, então, pela miséria da filosofia...
De resto, António Guerreiro e Serralves estão de parabéns pela ideia e organização destes Ciclos de Política. O próximo é a 3 de Maio com o alemão Peter Sloterdijk com o tema "A técnica na sua relação com o humano". As entrevistas deste filósofo com Carlos Oliveira estão publicadas pela Fenda.
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