segunda-feira, dezembro 12, 2022

«Cabaret Vian» recital da Escola da Noite nos seus 30 anos

 

Já 30 anos! Parece que foi ontem. A Escola da Noite tem cumprido o seu papel e comemorar este número redondo com Boris Vian, parece-nos muito bem. Noite bem passada com a disposição dos espetadores na plateia em mesas de quatro lugares, que iam variando conforme o número de amigos. Um ambiente intimista e de cumplicidade com o Teatro. Os atores em dois, três palcos à nossa volta. Uma orquestra e canções de cabaret com muitos trechos de Vian a serem recitados e cantados já que não valerá a pena aqui falar do seu evidente carácter de criador multifacetado e crítico, irónico. António Augusto Barros criador do guião e da direção cénica, lembra-nos isso na folha de sala que circulou pelo espaço. A direção musical foi de Jorri e Luís Pedro Madeira.

Mais surrealista do que existencialista - foi ele que criou o nome sarcástico ao papa desta corrente de pensamento, de Jean-Saul Partre e colaborou com o Colégio de Patafísica de Alfred Jarry - teve o condão de ser um homem das caves noturnas parisienses do pós-guerra, tocando jazz no seu trompete e não deixando a tradicional canção francesa com poemas da sua autoria. Pelo espaço do Teatro da Cerca, A Escola da Noite, pela mão de António Augusto Barros levou-nos a trechos de «A Espuma dos Dias», «As Formigas», «O Arranca Corações» e a variadas canções em que sobressai o libelo antimilitarista «Le Déserteur». 

Uma noite bem passada. Venham mais trinta.