A luta operária, determinada e motivada pelas humilhações constantes em que a quiseram remeter, causada pela exploração desenfreada do capitalismo que não poupava crianças, mulheres e homens foi uma marca do século XIX e dos inícios do século XX. Em Portugal, país de brandos costumes e eternos comedimentos, a classe operária soube erguer-se e dizer que não ao capitalismo e propôs-se lutar e resistir, num país medroso de insurreições, de uma religiosidade doentia e com um respeitinho atávico às hierarquias e aos chefes. Mais: conseguiu mostrar-nos um mundo novo. O comunismo surgiu como uma esperança para os produtores e a modernidade veio com os anarco-sindicalistas, sindicalistas revolucionários e finalmente, em 1921, com os comunistas organizados. O PCP nasceu aí. E a modernidade que os operários imprimiram à época é inesquecível e impossível de contornar por historiadores honestos. Em Julho de 1921 começava uma história de 100 anos. O incontornável manifesto podem lê-lo aqui https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=4482255
António Luís Catarino