John Zerzan nasceu em 1943, em Oregon, EUA, e é licenciado
em Ciências Políticas pela Stanford University e em História pela San Francisco
State University. Preso em 1966, nos EUA, pela sua participação nos movimentos
de desobediência civil e contra a guerra do Vietnam, conhecidos pelos tumultos
de Berckeley. Abandonou, mais tarde, uma carreira universitária na University
of Southern California. Hoje, dedica-se à educação de crianças e à jardinagem.
Promove, ainda, conferências sobre o Primitivismo e Paleo-Anarquismo em todo o
mundo. Destaca-se como escritor e filósofo do chamado Primitivismo com a edição
de Elements of Refusal (Left Bank Books, Seattle, 1988) e deFuture Primitive
(Autonomedia, New York, 1994) livro agora traduzido para português pela Deriva
e que lhe deu projecção internacional ao serem traduzidas versões para várias
línguas. Questioning
Technology (Freedom Press, Londres, 1988), The Mass Psychology of Misery,
Tonality and the Totality, The Catastrophe of Postmodernism e The Nihilist's
Dictionary contam-se entre as suas obras mais recentes. Em 2002, edita Against
Civilization: Readings and Reflections, em Los Angeles.
Futuro Primitivo é a obra de John Zerzan traduzida pela
Deriva
Futuro Primitivo é a obra de John Zerzan traduzida pela Deriva |
As ideias de John Zerzan situam-se na crítica à tecnologia e
à cultura simbólica como origem da degenerescência da Humanidade que a iniciou
com o advento da agricultura e da domesticação de toda a vida humana e da
natureza. Rejeita, portanto, a divisão social e sexual do trabalho e o
patriarcado, assim como a separação entre a Natureza e a Cultura. Singular, na
visão de Zerzan, é a síntese de várias correntes filosóficas que elabora na
crítica à sociedade moderna e pós-moderna como suportes que fazem parte de um
mundo que se encontra moribundo. As fontes teóricas do Primitivismo a que
Zerzan dá voz vão desde Adorno, aos situacionistas, à antropologia, ao
luddismo, à ecologia e ao feminismo, assim como às correntes igualitárias e
anti-autoritárias americanas e europeias. O Futuro Primitivo é, para nós, a
obra mais marcante de John Zerzan. Para além de reflectir uma revisitação
teórica da Pré-História, ataca violentamente as ideias preconcebidas da
antroplogia oficial e dá-nos a possibilidade de encontrar uma ténue saída para
a catástrofe iminente.