O que pode ainda a poesia, quando as suas ilusões líricas do passado recente (proporcionar uma vista desimpedida para o Absoluto, «mudar a vida»…) foram desacreditadas? Não se terá ela tornado numa actividade anacrónica e irrisória?
E, todavia, mesmo se acabou por ter de desinchar quanto às suas pretensões, ela insiste, voltada ainda para o que não deixa de faltar às nossas existências.
Jean-Claude Pinson