Capa sobre foto de Lucília Monteiro
Encontrei-me hoje, num fim de tarde quente, com o Miguel Carvalho. Precisava de uma conversa assim - produtiva e de tema livre; uma deriva constante entre este e aquele assunto, uma água que se faz tarde e o café do Guarany que até é bom. O Miguel sabe ser bom conversador e falámos em jeito de volta ao mundo em vários eixos imaginários.
O Aqui na Terra surge devagar e com uma força de arranque que leva tudo e todos. Um livro belíssimo de contos reais, daqueles que não se ajustam a um critério literário sólido, que fogem dele, dos estereótipos comuns, porque é feito de gente bem real. E surrealista, porque a realidade brinca connosco como quem não quer a coisa e dá-nos registos assombrosos da vida que vamos tendo. Feito de vida e de morte, do bem e do mal, do melhor e do pior que poderemos ter entre nós, Portugal, país fadado, o Aqui na Terra sobrepõe-se na mesa do café e sorri para nós em esgar irónico. Como quem brinca.
Hoje, no Guarany, fizemos uma quadrícula de ataque com as coordenadas de amigos do Miguel: Bragança, Porto, Lisboa, Vila Real, Chaves, Coimbra, Castelo de Paiva, Guimarães, Braga, e mais lugares que de um salto havemos de ir dar conta. Aqui na Terra, aqui entre nós.