No Porto, já nos habituámos ao costume nefando: quando uma acção cultural de prestígio se mobiliza para uma nova aventura, quase sempre anual, os representantes autárquicos do burgo insultam e desprezam os promotores. Aconteceu, agora, com o Intercéltico cujo responsável foi apodado de «caçador de subsídios», ou lá o que foi dito, quando, de uma maneira completamente legítima se dirigiu à vereação para pedir os apoios do costume. Pelo que conheci, nem eram nada de mais. Estamos conversados sobre a má-educação do tal representante político. Mas estamos (ainda mais) esclarecidos sobre o programa cultural da CMP. Tudo o que não meta automóveis de corrida e o insuportável La Feria, mais os prejuízos aos bolsos dos contribuintes que essa popular opção implica, não tem lugar no Porto. Entretanto, perdemos o Intercéltico num ano em que se ia comemorar a Irlanda.