Na Livraria Arquivo, de Leiria, dia 1 de Março, Quinta-feira, às 21:30, com a presença do autor e de Amélia do Vale.
domingo, fevereiro 25, 2007
Lançamento, em Leiria, de Os Mundos Separados que Partilhamos de Paulo Kellerman
O «nacionalismo sadio» de Salazar na RTP1
HAJA DECÊNCIA, HAJA MEMÓRIA
Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão.Mais ainda:Podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927. Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, às ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico. Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931. Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene.
Como é que é tolerável que o regime democrático deixe a RTP fazer a apologia do principal responsável disto tudo e de muito mais, dando a Jaime Nogueira Pinto mais de meia hora para fazer o elogio de Salazar?
1931O estudante Branco é morto pela PSP, durante uma manifestação no Porto;
1932Armando Ramos, jovem, é morto em consequência de espancamentos; Aurélio Dias, fragateiro, é morto após 30 dias de tortura; Alfredo Ruas, é assassinado a tiro durante uma manifestação em Lisboa;
1934, 18 de JaneiroAmérico Gomes, operário, morre em Peniche após dois meses de tortura;Manuel Vieira Tomé, sindicalista ferroviário morre durante a tortura em consequência da repressão da greve; Júlio Pinto, operário vidreiro, morto à pancada; a PSP mata um operário conserveiro durante a repressão de uma greve em Setúbal;
1935Ferreira de Abreu, dirigente da organização juvenil do PCP, morre no hospital após ter sido espancado na sede da PIDE (então PVDE);
1936Francisco Cruz, operário da Marinha Grande, morre na Fortaleza de Angra do Heroísmo, vítima de maus tratos, é deportado do 18 de Janeiro de 1934;Manuel Pestana Garcez, trabalhador, é morto durante a tortura;
1937Ernesto Faustino, operário; José Lopes, operário anarquista, morre durante a tortura, sendo um dos presos da onda de repressão que se seguiu ao atentado a Salazar; Manuel Salgueiro Valente, tenente-coronel, morre em condições suspeitas no forte de Caxias; Augusto Costa, operário da Marinha Grande, Rafael Tobias Pinto da Silva, de Lisboa, Francisco Domingues Quintas, de Gaia, Francisco Manuel Pereira, marinheiro de Lisboa, Pedro Matos Filipe, de Almada e Cândido Alves Barja, marinheiro, de Castro Verde, morrem no espaço de quatro dias no Tarrafal, vítimas das febres e dos maus tratos; Augusto Almeida Martins, operário, é assassinado na sede da PIDE (PVDE) durante a tortura ; Abílio Augusto Belchior, operário do Porto, morre no Tarrafal, vítima das febres e dos maus tratos;
1938António Mano Fernandes, estudante de Coimbra, morre no Forte de Peniche, por lhe ter sido recusada assistência médica, sofria de doença cardíaca;Rui Ricardo da Silva, operário do Arsenal, morre no Aljube, devido a tuberculose contraída em consequência de espancamento perpetrado por seis agentes da Pide durante oito horas; Arnaldo Simões Januário, dirigente anarco-sindicalista, morre no campo do Tarrafal, vítima de maus tratos;Francisco Esteves, operário torneiro de Lisboa, morre na tortura na sede da PIDE; Alfredo Caldeira, pintor, dirigente do PCP, morre no Tarrafal após lenta agonia sem assistência médica;
1939Fernando Alcobia, morre no Tarrafal, vítima de doença e de maus tratos;
1940Jaime Fonseca de Sousa, morre no Tarrafal, vítima de maus tratos; Albino Coelho, morre também no Tarrafal; Mário Castelhano, dirigente anarco-sindicalista, morre sem assistência médica no Tarrafal;
1941Jacinto Faria Vilaça, Casimiro Ferreira; Albino de Carvalho; António Guedes Oliveira e Silva; Ernesto José Ribeiro, operário, e José Lopes Dinis morrem no Tarrafal;
1942Henrique Domingues Fernandes morre no Tarrafal; Carlos Ferreira Soares, médico, é assassinado no seu consultório com rajadas de metralhadora, os agentes assassinos alegam legítima defesa (?!); Bento António Gonçalves, secretário-geral do PCP. Morre no Tarrafal; Damásio Martins Pereira, fragateiro, morre no Tarrafal; Fernando Óscar Gaspar, morre tuberculoso no regresso da deportação; António de Jesus Branco morre no Tarrafal;
1943Rosa Morgado, camponesa do Ameal (Águeda), e os seus filhos, António, Júlio e Constantina, são mortos a tiro pela GNR; Paulo José Dias morre tuberculoso no Tarrafal; Joaquim Montes morre no Tarrafal com febre biliosa; José Manuel Alves dos Reis morre no Tarrafal; Américo Lourenço Nunes, operário, morre em consequência de espancamento perpetrado durante a repressão da greve de Agosto na região de Lisboa; Francisco do Nascimento Gomes, do Porto, morre no Tarrafal; Francisco dos Reis Gomes, operário da Carris do Porto, é morto durante a tortura;
1944General José Garcia Godinho morre no Forte da Trafaria, por lhe ser recusado internamento hospitalar; Francisco Ferreira Marques, de Lisboa, militante do PCP, em consequência de espancamento e após mês e meio de incomunicabilidade; Edmundo Gonçalves morre tuberculoso no Tarrafal;assassinados a tiro de metralhadora uma mulher e uma criança, durante a repressão da GNR sobre os camponeses rendeiros da herdade da Goucha (Benavente), mais 40 camponeses são feridos a tiro;
1945Manuel Augusto da Costa morre no Tarrafal; Germano Vidigal, operário, assassinado com esmagamento dos testículos, depois de três dias de tortura no posto da GNR de Montemor-o-Novo; Alfredo Dinis (Alex), operário e dirigente do PCP, é assassinado a tiro na estrada de Bucelas; José António Companheiro, operário, de Borba, morre de tuberculose em consequência dos maus tratos na prisão;
1946Manuel Simões Júnior, operário corticeiro, morre de tuberculose após doze anos de prisão e de deportação; Joaquim Correia, operário litógrafo do Porto, é morto por espancamento após quinze meses de prisão;
1947José Patuleia, assalariado rural de Vila Viçosa, morre durante a tortura na sede da PIDE;
1948António Lopes de Almeida, operário da Marinha Grande, é morto durante a tortura; Artur de Oliveira morre no Tarrafal; Joaquim Marreiros, marinheiro da Armada, morre no Tarrafal após doze anos de deportação; António Guerra, operário da Marinha Grande, preso desde 18 de Janeiro de 1934, morre quase cego e após doença prolongada;
1950Militão Bessa Ribeiro, operário e dirigente do PCP, morre na Penitenciária de Lisboa, durante uma greve de fome e após nove meses de incomunicabilidade;José Moreira, operário, assassinado na tortura na sede da PIDE, dois dias após a prisão, o corpo é lançado por uma janela do quarto andar, para simular suicídio;Venceslau Ferreira morre em Lisboa após tortura; Alfredo Dias Lima, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Alpiarça;
1951Gervásio da Costa, operário de Fafe, morre vítima de maus tratos na prisão;
1954Catarina Eufémia, assalariada rural, assassinada a tiro em Baleizão, durante uma greve, grávida e com uma filha nos braços;
1957Joaquim Lemos Oliveira, barbeiro de Fafe, morre na sede da PIDE no Porto após quinze dias de tortura; Manuel da Silva Júnior, de Viana do Castelo, é morto durante a tortura na sede da PIDE no Porto, sendo o corpo, irreconhecível, enterrado às escondidas num cemitério do Porto; José Centeio, assalariado rural de Alpiarça, é assassinado pela PIDE;
1958José Adelino dos Santos, assalariado rural, é assassinado a tiro pela GNR, durante uma manifestação em Montemor-o-Novo, vários outros trabalhadores são feridos a tiro; Raul Alves, operário da Póvoa de Santa Iria, após quinze dias de tortura, é lançado por uma janela do quarto andar da sede da PIDE, à sua morte assiste a esposa do embaixador do Brasil;
1961Cândido Martins Capilé, operário corticeiro, é assassinado a tiro pela GNR durante uma manifestação em Almada; José Dias Coelho, escultor e militante do PCP, é assassinado à queima-roupa numa rua de Lisboa;
1962António Graciano Adângio e Francisco Madeira, mineiros em Aljustrel, são assassinados a tiro pela GNR; Estêvão Giro, operário de Alcochete, é assassinado a tiro pela PSP durante a manifestação do 1.º de Maio em Lisboa;
1963Agostinho Fineza, operário tipógrafo do Funchal, é assassinado pela PSP, sob a indicação da PIDE, durante uma manifestação em Lisboa;
1964Francisco Brito, desertor da guerra colonial, é assassinado em Loulé pela GNR; David Almeida Reis, trabalhador, é assassinado por agentes da PIDE durante uma manifestação em Lisboa;
1965General Humberto Delgado e a sua secretária Arajaryr Campos são assassinados a tiro em Vila Nueva del Fresno (Espanha), os assassinos são o inspector da PIDE Rosa Casaco e o subinspector Agostinho Tienza e o agente Casimiro Monteiro;
1967Manuel Agostinho Góis, trabalhador agrícola de Cuba, more vítima de tortura na PIDE;
1968Luís António Firmino, trabalhador de Montemor, morre em Caxias, vítima de maus tratos; Herculano Augusto, trabalhador rural, é morto à pancada no posto da PSP de Lamego por condenar publicamente a guerra colonial; Daniel Teixeira, estudante, morre no Forte de Caxias, em situação de incomunicabilidade, depois de agonizar durante uma noite sem assistência;
1969Eduardo Mondlane, dirigente da Frelimo, é assassinado através de um atentado organizado pela PIDE;
1972José António Leitão Ribeiro Santos, estudante de Direito em Lisboa e militante do MRPP, é assassinado a tiro durante uma reunião de apoio à luta do povo vietnamita e contra a repressão, o seu assassino, o agente da PIDE Coelha da Rocha, viria a escapar-se na "fuga-libertação" de Alcoentre, em Junho de 1975;
1973Amilcar Cabral, dirigente da luta de libertação da Guiné e Cabo Verde, é assassinado por um bando mercenário a soldo da PIDE, chefiado por Alpoim Galvão;
1974, 25 de AbrilFernando Carvalho Gesteira, de Montalegre, José James Barneto, de Vendas Novas, Fernando Barreiros dos Reis, soldado de Lisboa, e José Guilherme Rego Arruda, estudante dos Açores, são assassinados a tiro pelos pides acoitados na sua sede na Rua António Maria Cardoso, são ainda feridas duas dezenas pessoas.A PIDE acaba como começou, assassinando.
Aqui não ficam contabilizadas as inúmeras vítimas anónimas da PIDE, GNR e PSP em outros locais de repressão.Mais ainda:Podemos referir, duas centenas de homens, mulheres e crianças massacradas a tiro de canhão durante o bombardeamento da cidade do Porto, ordenada pelo coronel Passos e Sousa, na repressão da revolta de 3 de Fevereiro de 1927. Dezenas de mortos na repressão da revolta de 7 de Fevereiro de 1927 em Lisboa, vários deles assassinados por um pelotão de fuzilamento, às ordens do capitão Jorge Botelho Moniz, no Jardim Zoológico. Dezenas de mortos na repressão da revolta da Madeira, em Abril de 1931, ou outras tantas dezenas na repressão da revolta de 26 de Agosto de 1931. Um número indeterminado de mortos na deportação na Guiné, Timor, Angra e no Cunene.
Um número indeterminado de mortos devido à intervenção da força fascista dos "Viriatos" na guerra civil de Espanha e a entrega de fugitivos aos pelotões de fuzilamento franquistas. Dezenas de mortos em São Tomé, na repressão ordenada pelo governador Carlos Gorgulho sobre os trabalhadores que recusaram o trabalho forçado, em Fevereiro de 1953. Muitos milhares de mortos durante as guerras coloniais, vítimas do Exército, da PIDE, da OPVDC, dos "Flechas", etc.»
quarta-feira, fevereiro 21, 2007
Colagem para Futuro Primitivo, de John Zerzan
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Registos mais do que importantes no tempo que passa
Esta vista espantosa do Pico, mandou-ma o Chico Lima que vive, hoje, em Angra. Será que todos os dias se levanta, pela manhã, com esta vista?
Livro muito bom, este que Vasco Santos editou, na Fenda e que ando a ler com verdadeiro gosto. Um abraço para ele, daqui da Deriva. Isto hoje vai direitinho para os amigos.
E por continuar a falar de amigos: aqui vai o novo site do Gémeo Luís. Podem vê-lo aqui.
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
Em contagem decrescente...até 25 de Fevereiro
domingo, fevereiro 11, 2007
Esta semana que passou
Faz lembrar-me que a Charlie Hebdo foi condenada pelos tribunais franceses por caricaturas alegadamente ofensivas a Maomé. Os tribunais franceses, que fazem parte do Estado francês, que reiteradamente tem medidas discriminatórias para com cidadãos árabes e muçulmanos, é o mesmo que mostra este zelo pelos bons costumes e leva a tribunal Philippe Val sob a acusação de «injúria». Se isto não é um atentado à liberdade de expressão, que se chame já o Voltaire que deve estar aos pulos na tumba.
A obscenidade sentida na capa do Público de Quarta-feira: uma fotografia de dois esqueletos de 6000 anos abraçados e descobertos perto de Mantova, na Itália, com a legenda «abraçados para a eternidade». O jornalista descobre que «estão mesmo a abraçar-se»; que «são jovens»; que o par «deve ser de um homem e de uma mulher». Ninguém questionou que esse abraço acabou naquele mesmo momento em que foi registada na película de uma qualquer foto, à luz do dia.
Carlos Quiroga (reintegracionista e lusista) com António Cícero são entrevistados na Póvoa de Varzim por Paula Moura Pinheiro, no Câmara Clara, da RTP2. Choque e pavor: Quiroga (que se esforçava por aproximar a fala à expressão portuguesa) é absurdamente legendado. Poderia não saber, é certo. Mas, as vezes que António Cícero e Paula M. Pinheiro o interrogaram falando de Espanha (!!) sem um única objecção, sem uma única correcçãozita aos interlocutores por parte de Quiroga que, ademais, é galego. Registe-se...
O «SIM» ganhou. Estamos mais livres, mas não esqueceremos que se vive num país de rancores e de papistas. Depois da natural comoção, não desfaçam os movimentos criados que ainda há muito para fazer. Parece-me que aquela gente quer ver as mulheres condenadas de qualquer maneira. Bastam-lhes dez semanas e um dia. Ignóbil.
Amanhã, Os Mundos Separados que Partilhamos, de Paulo Kellerman vai para a tipografia. Hoje acabou-se a tradução de Future Primitive, de John Zerzan. O café sabe sempre bem, pela manhã.
segunda-feira, fevereiro 05, 2007
Xosé Manuel Pereiro escreve sobre tradução galega no El País
No dia 2 de Fevereiro, a edição do El País trata da «questão» da tradução galega. Para nós sempre foi evidente a necessidade de tradução das obras que pretendemos divulgar. Muito se tem dito sobre isto e, para ser totalmente franco, mal. Algumas opiniões assumem mesmo posições ridículas e pouco inteligentes, no mínimo. Contudo, não desesperemos: ainda existem alguns editores que preferem uma tradução do galego à inclusão dos tais glossários de pé de página (defendidos por alguns críticos) que obrigariam o leitor a um exercício de autêntica tortura, pelo menos, ao nível do pescoço! Quanto à descrição que Rosa Aneiros faz sobre a audição do hino espanhol brindado no final de um passeio no Douro (!!) só nos resta desejar que escolha bem as companhias quando vem cá ao Porto. Aí vai o artigo de Xosé Manuel Pereiro:
«Hai unha ducia de anos, o escritor e xornalista portugués Fernando Assis Pacheco estrañábase de que a súa novela Traballos e paixóns de Benito Prada (Editorial Ir Indo, 1994) na que rememoraba as súas orixes ourensáns, fose editada aquí traducida ó galego. Agora, sen embargo, foi a propia Nélida Piñón a que insistiu en que primeiro A república dos soños (Galaxia, 2004) e logo A casa da paixón (2006) se publicasen traducidas. A teoría comunmente admitida sostén que un lector culto en galego non ten dificultades ningunha para ler en portugués, e viceversa, pero na práctica non sempre se cumpre. É máis, a proximidade parece que torna do interese e é unha escusa para o descoñecemento.
Un dos máis activos constructores de pontes entre as dúas culturas foi o libreiro Xesús Couceiro, que na década dos 70 e mediados dos 80 foi un activo difusor do libro galego en Portugal e o luso en Galicia, "con moita máis axuda alí que aquí", recorda. "Daquela había moito descoñecemento mutuo, pero tamén moita máis ilusión por coñecer", compara Couceiro, defensor de sempre de que é escusado traducir de/para o galego ou o portugués, porque, argumenta, "é unha mesma lingua, incluso un mesmo país".
Un colega seu, Xaime Nogueira, responsable de Andel, unha difusora de libro galego e portugués está relativamente de acordo: "Quen le en galego podería ler en portugués, pero non o fai", sinala. Así e todo, estima que os libros portugueses son o 30% da súa facturación. "Algúns, atraídos por autores como José Saramago ou António Lobo Antunes, atrévense co idioma orixinal. Tamén teñen saída clásicos como Eça de Queiroz".
Na outra beira do Miño coinciden en lamentar o mutuo descoñecemento. "Non temos moita información de parte a parte. Dunha literatura rica e virtuosa como é a galego coñecese pouco máis que Rivas ou Ferrín", asegura Nelson de Matos, un dos máis prestixiosos editores de Portugal, fundador de Publicações Dom Quixote e agora responsable de Âmbar-Ideias no Papel. De Matos admite que o achegamento ortográfico do galego ó portugués podería facilitar a difusión da literatura galega nos mercados lusófonos "mais os pobos deben manter as súas culturas propias, e desmontar as conquistas que Galicia e a súa lingua teñen acadado non é un camiño certo", considera o editor que apostou por Saramago ou Lobo Antunes.
Desde unha posición máis alternativa, António Catarino, de Deriva Editores, coincide exactamente con De Matos ó definir as relacións transmiñotas. Deriva ten un considerable catálogo de autores galegos traducidos. Vén de publicar Abrasivas, de João Pedro Mésseder, en edición bilingüe galego-portuguesa, e está ó tanto das posturas que consideran innecesario traducir os galegos ó portugués, e non as comparte. "Son idiomas que estiveron moito tempo separados, e hai falsos amigos [palabras iguais con significados distintos] e os tempos verbais non son os mesmos", di Catarino. A traducción que publicou de Xurxo Borrazás, Ser ou não, "foi acedamente criticada por reintegracionistas que dicían que era unha versión do español, chea de castelanismos, cando a nosa foi a primeira tradución a outra lingua".
A escritora Rosa Aneiros confesa que cambiou de opinión sobre este tema logo de que lle publicaron Resistência en Dom Quixote. "Os portugueses son bastante cómodos e queren ler na súa lingua, mesmo hai atrancos para a distribución de libros editados en Brasil. E quitado algunhas excepcións, teñen moitísima menos percepción de Galicia ca de Madrid. Un grupo de poetas galegos participou nun encontro en Porto, e estiveron tres días Douro arriba, Douro abaixo, explicando de ónde viñan. Homenaxeáronos na despedida tocándolle o himno español".»
Un dos máis activos constructores de pontes entre as dúas culturas foi o libreiro Xesús Couceiro, que na década dos 70 e mediados dos 80 foi un activo difusor do libro galego en Portugal e o luso en Galicia, "con moita máis axuda alí que aquí", recorda. "Daquela había moito descoñecemento mutuo, pero tamén moita máis ilusión por coñecer", compara Couceiro, defensor de sempre de que é escusado traducir de/para o galego ou o portugués, porque, argumenta, "é unha mesma lingua, incluso un mesmo país".
Un colega seu, Xaime Nogueira, responsable de Andel, unha difusora de libro galego e portugués está relativamente de acordo: "Quen le en galego podería ler en portugués, pero non o fai", sinala. Así e todo, estima que os libros portugueses son o 30% da súa facturación. "Algúns, atraídos por autores como José Saramago ou António Lobo Antunes, atrévense co idioma orixinal. Tamén teñen saída clásicos como Eça de Queiroz".
Na outra beira do Miño coinciden en lamentar o mutuo descoñecemento. "Non temos moita información de parte a parte. Dunha literatura rica e virtuosa como é a galego coñecese pouco máis que Rivas ou Ferrín", asegura Nelson de Matos, un dos máis prestixiosos editores de Portugal, fundador de Publicações Dom Quixote e agora responsable de Âmbar-Ideias no Papel. De Matos admite que o achegamento ortográfico do galego ó portugués podería facilitar a difusión da literatura galega nos mercados lusófonos "mais os pobos deben manter as súas culturas propias, e desmontar as conquistas que Galicia e a súa lingua teñen acadado non é un camiño certo", considera o editor que apostou por Saramago ou Lobo Antunes.
Desde unha posición máis alternativa, António Catarino, de Deriva Editores, coincide exactamente con De Matos ó definir as relacións transmiñotas. Deriva ten un considerable catálogo de autores galegos traducidos. Vén de publicar Abrasivas, de João Pedro Mésseder, en edición bilingüe galego-portuguesa, e está ó tanto das posturas que consideran innecesario traducir os galegos ó portugués, e non as comparte. "Son idiomas que estiveron moito tempo separados, e hai falsos amigos [palabras iguais con significados distintos] e os tempos verbais non son os mesmos", di Catarino. A traducción que publicou de Xurxo Borrazás, Ser ou não, "foi acedamente criticada por reintegracionistas que dicían que era unha versión do español, chea de castelanismos, cando a nosa foi a primeira tradución a outra lingua".
A escritora Rosa Aneiros confesa que cambiou de opinión sobre este tema logo de que lle publicaron Resistência en Dom Quixote. "Os portugueses son bastante cómodos e queren ler na súa lingua, mesmo hai atrancos para a distribución de libros editados en Brasil. E quitado algunhas excepcións, teñen moitísima menos percepción de Galicia ca de Madrid. Un grupo de poetas galegos participou nun encontro en Porto, e estiveron tres días Douro arriba, Douro abaixo, explicando de ónde viñan. Homenaxeáronos na despedida tocándolle o himno español".»
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
Puristas da língua, acordai, caneco!
Luís Badosa, Bilbau
Ele haverá maior dislate? Ele haverá maior insulto? Então não traduziram o Banqueiro Anarquista do Fernando Pessoa para galego, a nossa língua irmã que toda a gente entende? E não deram o Prémio Placido Castro 2006 ao tradutor Xoán Montero? E logo ex aequo com Ekaterina Guerbek pela tradução de O Diário de um Louco, de Gogol? Acordai, puristas da língua! Nem um glossáriozito a acompanhar as funestas páginas traduzidas para galego! Eles, os galegos, que faziam fila nas nossas livrarias para lerem Fernando Pessoa em português de Portugal, vêem-no agora assim traduzido, reduzido à ínfima expressão castelhanizada da língua! Vede, vede, como caíu a nossa língua e reagi contra Castela que nos sufoca! Maldita normalização que nos castelhaniza o imo. Vede, pois, aqui!
Xavier Queipo, poeta do mundo
Diz-nos o Voz de Galicia que Xavier Queipo (Bebendo o Mar e Ciclos do Bambu) foi convidado pelo Município de Bruxelas, a cidade onde vive, a escrever poemas que serão expostos em cartazes com o fim de espelhar a sua multiculturalidade e a sua condição de «urbe internacional, multiracial e multilinguística». Xavier Queipo estará acompanhado de poetas de origem espanhola, belga, marroquina, camaronesa e romena e serão poemas inéditos que, a partir de agora, serão lidos pelos cidadãos de Bruxelas. Também Manuel Bragado nos informa, no seu Brétemas, que Xavier estará presente dias 8 e 9 de Fevereiro, em Vigo, a fim de apresentar o seu novo livro Dragona, que editaremos aqui na Deriva, em Junho, e que está a ser traduzido por Isabel Ramalhete.
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