Talvez, num dia próximo, consiga ver em qualquer eleição, debate parlamentar, associativo ou mediático, defender que os trabalhadores necessitam, isso sim, de deixar de o ser; que o trabalho deixe de ser assalariado e os trabalhos inúteis sejam abolidos, substituídos por horas de trabalho útil, manual ou intelectual, livre do lucro e do desperdício que alimenta o lixo. Também gostaria de ver defendido o decrescimento económico, já que o crescimento tem motivado ondas de miséria, de guerra permanente e de fenecimento do planeta. Dou por garantido que os trabalhadores, conscientes de o serem, serão protagonistas de uma nova sociedade que tenha por base a igualdade com acesso livre à educação, à saúde, à habitação, ao trabalho digno, ao ócio e à paz. Não é pedir muito - é só uma revolução, certo?
