Eu nem me apetece sequer dar atenção a uma certa moção que nos enojou, neste domingo. Quero lembrar-vos que a extrema-direita nunca aceitou o corpo humano. Porque este lhe é profundamente estranho. Cortar, impedir, sufocar, matar, retirar, fazer ablações, castrar, torturar, ferir, são propostas recorrentes da extrema-direita cuja ideologia é o triunfo da morte pela morte, tal como foi proferida por José Millán-Astray. Este culto da força, do músculo, atrofia no corpo humano toda a hipótese de desejo, do acto comum, solidário, dramatizado por dois corpos juntos. Eles não o conhecem, por isso são contra.