Pedro Mexia, cá o editor e José Ricardo Nunes. Em baixo, José Ramalho recitando alguns dos poemas do livro e aspecto do público presente no CCC |
Sessão memorável, esta do lançamento de Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes. Perto de 100 pessoas assistiram com interesse indisfarçável às intervenções de Pedro Mexia e de José Ricardo no Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha. Antes, já José Ramalho tinha lido alguns dos poemas do livro com viva adesão do público.
Pedro Mexia, falou dos tempos em que conheceu, em Lisboa e cremos que no DN, José Ricardo e deu conta da cumplicidade existente entre ambos, quando se iniciavam como poetas. Sobre o livro, sobre este último livro, apresentou-nos como uma espécie de paradoxo entre o tema unificador - a música barroca - e a impossibilidade de o leitor em poder sentir qualquer tipo de música, já que, para o leitor de poesia e citando Jorge de Sena, a poesia é lida e sentida através dos ritmos, cadências e até a métrica própria que é imprimida por este. Disse, igualmente, que não conhecia sequer dois terços do rol de músicos que aí aparecem, tentando questionar mesmo se eles existiam provocando José Ricardo Nunes, mas dizendo ao mesmo tempo que era indiferente a sua existência, já que para o teor destes poemas, a existência ou não desses músicos balizados entre os séculos XVI e XVIII, pouco ou nada mudaria a sua beleza e importância.
José Ricardo Nunes, lembrou que este é o seu sexto livro de poesia, o quarto editado pela Deriva e agradeceu a todos o que tornaram isto possível. Leu igualmente, e tal como Pedro Mexia, dois poemas.
Num sábado à noite, pensar-se-ia que este público se tentasse por outras paragens. Mas estar ali a ouvir e debater poesia é um sinal de satisfação para todos nós e um bom aviso à navegação. Que se quer, neste caso, à Deriva.