quarta-feira, junho 27, 2012

Europa, segundo Filipa Leal




[Poema de Filipa Leal integrado no poema em cadeia "Renshi.eu - um diálogo europeu em versos" do Festival de Poesia de Berlim.]


Apontas para o rosto sarcástico do sol de Inverno
E disparas. Há tantos meses que não chove – reparaste?
É o próprio céu a desistir de ti. E mesmo assim tu disparas, só sabes disparar.
Estás enganada, Europa. Envelheceste mal e perdeste a humildade.
Não é contra o sarcasmo que disparas, não é contra o Inverno,
Nem sequer contra o insólito, contra o desespero.
Tu disparas contra a luz.
Podes atirar-nos tudo à cara, Europa: bombas, palavras, relatórios de contas.
Podes até atirar-nos à cara um deputado, uma cimeira.
Mas os teus filhos não querem gravatas. Os teus filhos querem paz.
Os teus filhos não querem que lhes dês a sopa. Os teus filhos querem trabalhar.
Há tantos meses que não chove – reparaste?
A terra está seca. Nem abraçados à terra conseguimos dormir.
Enquanto te escrevo, tu continuas a fazer contas, Europa.
Quem deve. Quem empresta. Quem paga.
Mas os teus filhos têm fome, têm sono. Os teus filhos têm medo do escuro.
Os teus filhos precisam que lhes cantes uma canção, que os vás adormecer.
Eu acreditei em ti e tu roubaste-me o futuro e o dos meus irmãos.
Se estamos calados, Europa, é apenas porque, contrários ao teu gesto,
Nós não queremos disparar.

(audio aqui)


[Renshi.eu é um poema em cadeia escrito por 28 poetas de 28 países europeus, que abordam de forma literária as questões do presente e futuro da Europa. Cada poeta começa a escrever a partir do último verso do poema anterior, dando origem a a uma obra gigantesca que espelha uma miríade de olhares e referências culturais. Este poema foi lido pela autora em português, na sessão de apresentação da obra conjunta, na Akademie der Künste de Berlim.]

segunda-feira, junho 18, 2012

Feira do Livro do Porto: o fim


Foto de Pedro Ferreira
E foi assim, em dia de chuva copiosa (não por muito tempo, diga-se) e 250 mil pessoas depois, que fechou mais uma edição da Feira do Livro do Porto. Muita gente, compras mais ou menos iguais às do ano passado e a coisa faz-se como sempre, conquistando pessoas que gostam dos livros e cimentando amizades já despertas. Até breve.

sábado, junho 09, 2012

Feira do Livro do Porto: a Deriva no Pavilhão B31 da Companhia das Artes

Livros da Deriva com grandes descontos no
Pavilhão B31 da Companhia das Artes

quarta-feira, junho 06, 2012

Comprar Livros: à venda na Feira do Livro do Porto (B31-Companhia das Artes)


Os livros mais vendidos na Feira de Saldos, também à venda na Feira do Livro do Porto no Stand B31 da Companhia das Artes:


ERROS E TANATOS - Gonzalo Navaza

ODEIO AS MANHÃS - Jean-Marc Rouillan



A ESTRANHA ESTRELA - Xavier Lopéz Lopéz


SER OU NÃO - Xurxo Borrazás

A FORMAÇÃO DA MENTALIDADE SUBMISSA - Vicente Romano

O ESPÍRITO NÓMADA - Kenneth White



DORREGARAI, A CASA-TORRE - Anjel Rekalde

A INTOXICAÇÃO LINGUÍSTICA- Vicente Romano 


A MOBILIZAÇÃO GLOBAL - S.López-Petit 

segunda-feira, junho 04, 2012

Hoje, no infantário do Carolina Michaelis - O Aquário, de João Pedro Mésseder



Hoje mesmo, pelas 10:00, João Pedro Mésseder com os meninos do Infantário do Carolina Michaelis a ler O Aquário. Atentos e entusiasmados tiveram a sorte, ainda, de ouvirem uma caixa de música e um conto extra - o da Cabra Cabrês!