Sobre o
autor: vive agora
em Coimbra, retornado há somente quatro anos. Tendo nascido na Sé Nova, na
Arregaça, onze anos depois do fim dos campos de concentração e cuja proximidade
cronológica com o extermínio em massa nazi o deixa, ainda, perplexo. Nessa altura,
os carros eram quase todos pretos, os caixotes de lixo eram de alumínio e
tinham o nome familiar de «Jacós». Aprendeu a ler, a escrever e não tanto a
contar. Nunca esteve muito tempo no mesmo lugar, acreditando ser um nómada algo
frustrado. Foi sedentário no Porto durante quase vinte anos, não abandonando
igualmente a frustração inerente a essa condição. Fundou e desligou a luz da
Deriva Editores após quinze anos e muitos livros editados. Expôs, em 2018,
também no Liquidâmbar, «Anjos do Desespero» desenhos onde pontificavam os
mensageiros da destruição e do amor entre poetas luminosos, filósofos obscuros
e terroristas dos anos de chumbo.
Consegue alguma paz de espírito desenhando e escrevendo; contudo, uma
inquietação fininha acalenta-lhe esperanças, provavelmente vãs, de que venha a
ser um pessimista cínico, coisa que não consegue por mais que tente. Hoje, com
«Abjectos Surreais» tenta levantar a poeira nas estradas da subversão, do
desejo e da plenitude reparando, tarde demais, que as estradas e as ruas foram,
entretanto, cobertas com alcatrão.
Contacto para aquisição de quadros: abjectossurreais@gmail.com