Tenho uma ligação distante para com os escritos de Rui Tavares. No entanto, leio-o. Hoje de manhã, ao ler o Público e a sua crónica, lembrei-me do peso das palavras, das memórias e como elas se nos infiltram na pele. Rui Tavares usou a palavra «colaboracionista» como um objecto cortante. E tudo aponta para eu começar a usá-la para aqueles tipos de direita que acordaram com o Ch3g4. Rui Rio é um colaboracionista. Os militantes do PSD e CDS que, como carneiros, não se rebelarem contra as direcções são colaboracionistas e com este adjectivo arrastam atrás de si toda a ignomínia, a indignidade e o opróbrio de se verem aliados aos neofascistas e que a História registou como sendo das mais baixas acções políticas. São colaboracionistas. Vou usar muito esta palavra no futuro.
António Luís Catarino
20 de Novembro de 2020