A 11 de Outubro no Clube Literário do Porto, e com sala cheia, Filipa Leal disse poemas, por ela traduzidos de uma maneira exemplar, de Lawrence Pettener. De Liverpool, este galês irlandês, de copo de gin na mão, disse poemas em inglês e em gaélico. Foi um dos raros momentos de magia que aconteceu por ali, junto ao rio e ao fim da tarde, a ouvir uma língua antiquíssima que nos coloca na verdadeira dimensão do mundo das palavras e das coisas que nos animam. Ali, entre a Foz e a Ribeira do Porto, cheirou-se por um momento à Guiness, ao barulho das gaivotas, ao cheiro a peixe de Dublin e às palavras trocadas nos pubs por homens de barba ruiva e mulheres bonitas. Com velhos barcos de velas brancas ao fundo.