“Á ilha de Palembang chegou uma manada de golfinhos. Passados três dias, a manada partiu, mas um golfinho ficou desorientado e só. Quando souberam que aquele ficara atrasado, os rapazes sentiram pena dele, e decidiram ir visita-lo todos os dias. Ao primeiro não foi fácil estabelecerem contacto, pois não e simples perceberem o que dizem nem o que querem.
Umas semanas após, atendia ao chamado dos miúdos, que lhe acarinhavam no focinho, e ele deixava-se fazer, coma se estivesse á vontade. Uma tarde, uma criança, que atendia por o Kim, botou-se ao mar por imitar aos mais velhos. Não sabia nadar e começou balançar os braços ao tempo que afundava, e quando semelhava ir afogar, apareceu de súbito sentado no golfinho, pegando na barbatana dorsal, como se cavalgasse. O Kim agachou a cabeça para lhe falar ao ouvido, e o golfinho empreendeu o caminho do largo. Saíram na sua procura, mas por muito que vogaram não deram com o golfinho nem com o Kim, que desapareceram no mar para sempre jamais.
Passados os anos chegou á angra de Palembang uma manada de golfinhos. Todos lembravam a história do Kim, que os pais contavam ás crianças, para alerta-las dos perigos do mar, e temeram que acontecesse qualquer desgraça. Assim, armados com arcos e com setas, saíram navegar para expulsa-los da baía. Os golfinhos semelhavam não quererem internar-se no mar, e quando lhes disparavam mergulhavam de contado reaparecendo a várias braças de distância. Um golfinho mais branco que os outros afastou da manada, ergueu sobre a cauda, e viron que tinha barba e bigodes, e uns olhos distintos dos que têm os golfinhos, com pálpebras e pestanas, e abriu as barbatanas laterais, que eram braços unidos ao corpo com uma membrana.
Desde aquele dia, nas águas de Palembang, há um golfinho que fala a língua dos locais e conta mil historias, que leva aos rapazes de cavalo, que diz chamar-se o Kim e ter percorrido o mar oceano, que come peixe e vitela, frutas e deleites.”
Xavier Queipo, Dezembro de 2006
Umas semanas após, atendia ao chamado dos miúdos, que lhe acarinhavam no focinho, e ele deixava-se fazer, coma se estivesse á vontade. Uma tarde, uma criança, que atendia por o Kim, botou-se ao mar por imitar aos mais velhos. Não sabia nadar e começou balançar os braços ao tempo que afundava, e quando semelhava ir afogar, apareceu de súbito sentado no golfinho, pegando na barbatana dorsal, como se cavalgasse. O Kim agachou a cabeça para lhe falar ao ouvido, e o golfinho empreendeu o caminho do largo. Saíram na sua procura, mas por muito que vogaram não deram com o golfinho nem com o Kim, que desapareceram no mar para sempre jamais.
Passados os anos chegou á angra de Palembang uma manada de golfinhos. Todos lembravam a história do Kim, que os pais contavam ás crianças, para alerta-las dos perigos do mar, e temeram que acontecesse qualquer desgraça. Assim, armados com arcos e com setas, saíram navegar para expulsa-los da baía. Os golfinhos semelhavam não quererem internar-se no mar, e quando lhes disparavam mergulhavam de contado reaparecendo a várias braças de distância. Um golfinho mais branco que os outros afastou da manada, ergueu sobre a cauda, e viron que tinha barba e bigodes, e uns olhos distintos dos que têm os golfinhos, com pálpebras e pestanas, e abriu as barbatanas laterais, que eram braços unidos ao corpo com uma membrana.
Desde aquele dia, nas águas de Palembang, há um golfinho que fala a língua dos locais e conta mil historias, que leva aos rapazes de cavalo, que diz chamar-se o Kim e ter percorrido o mar oceano, que come peixe e vitela, frutas e deleites.”
Xavier Queipo, Dezembro de 2006
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