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Versos Olímpicos
José Ricardo Nunes
Deriva
Em 2008, ano das Olímpiadas de Pequim, o poeta José Ricardo Nunes escreveu um livro inteiro de «versos olímpicos», sobre os atletas que «sonham com o milagre / que lhes turva os olhos de glória» e o reverso – muitas vezes irónico ou melancólico – desse espectáculo maior de superação física e mental através do desporto, transmitido para todo o mundo pela TV. Os poemas mostram-nos, em plena acção, ginastas, saltadores à vara, halterofilistas, judocas, remadores, esgrimistas, etc. Assistimos as seus gestos mil vezes treinados, ao que há neles de heróico e de falível, às suas «pequenas glórias e desumanidades». Nesse esforço homérico dos outros, medalhado ou não, José Ricardo Nunes descobre subtis artes poéticas. E é sempre de si mesmo que fala, «sentado neste sofá suburbano / que treme à passagem do comboio». [José Mário Silva, in Bibliotecário de Babel]
[Texto publicado na revista Única, do jornal Expresso]