sábado, dezembro 31, 2011
quinta-feira, dezembro 29, 2011
Conto da Travessa das Musas, de JOÃO PEDRO MÉSSEDER e MANUELA SÃO SIMÃO
A história que vou contar-te passou-se há muitos anos, na cidade do Porto. Ora escuta. Era uma vez um menino sem tempo para ficar quieto. Quando se cansava de ler ou de brincar sozinho, uma névoa toldava-lhe os grandes olhos castanhos. Sabia que apenas o deixavam sair se fosse para ir à escola, ou a recados à mercearia do senhor Carvalho ou à «loja das miudezas», como a mãe chamava a uma locanda onde uma doce senhora de olhos vesgos vendia carrinhos de linhas, botões, colchetes, fivelas e elásticos. Por isso, o João – era este o nome do menino passava horas sem fim à janela.
É assim que começa o Conto da Travessa das Musas, uma história de encantar e um desfiar de memórias e outras histórias. Um livro para pais, avós e netos .....
JOÃO PEDRO MÉSSEDER nasceu em 1957, no Porto, onde completou os seus estudos universitários e exerce funções docentes no Ensino Superior. Publicou mais de três dezenas de livros para a infância, além de diversos títulos de poesia. É autor de Abrasivas, Meridionais e dos livros infantis O Aquário e Vozes do Alfabeto, todos eles editados pela Deriva.
MANUELA SÃO SIMÃO nasceu em São Paulo, Brasil, em 1980. Veio com cinco anos para Portugal onde se licenciou em Artes Plásticas – Pintura, na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto. Tem desenvolvido projectos multidisciplinares que cruzam áreas como a performance, a instalação, o som, a rádio-arte, procurando em todos eles um lado relacional pelo trabalho de equipa. Orienta workshops de expressão plástica para crianças de diversas idades.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
O Homem que via passar as estrelas – Luís Mourão Prefácio de Máximo Ferreira Guia de Atividades de Astronomia na Escola de Paulo Simões Ilustrações de Sandie Mourão
O Homem que via passar as estrelas – Luís Mourão
Um texto para um espetáculo de Teatro para a Infância e Juventude onde se conta, na brevidade de uma noite de insónia ou de sonhos turbulentos, o encontro inesperado de Isaac Newton com os planetas do Sistema Solar…
É de noite. E, porque é de noite, o Sol não está.
Newton recebe no seu quarto-laboratório-cenário estranhas visitas por engano.
Os planetas vêm ver o Sol, discutir com ele, expor-lhe os seus múltiplos problemas e, à falta de melhor, vão deixando recado. O homem se encarregará de os entregar depois, mais tarde, quando nascer o dia.
Mas não falam só de problemas. Apresentam-se, saltam, sujam-se, rodopiam e brincam. A noite ainda não acabou…
Um texto para um espetáculo de Teatro para a Infância e Juventude onde se conta, na brevidade de uma noite de insónia ou de sonhos turbulentos, o encontro inesperado de Isaac Newton com os planetas do Sistema Solar…
É de noite. E, porque é de noite, o Sol não está.
Newton recebe no seu quarto-laboratório-cenário estranhas visitas por engano.
Os planetas vêm ver o Sol, discutir com ele, expor-lhe os seus múltiplos problemas e, à falta de melhor, vão deixando recado. O homem se encarregará de os entregar depois, mais tarde, quando nascer o dia.
Mas não falam só de problemas. Apresentam-se, saltam, sujam-se, rodopiam e brincam. A noite ainda não acabou…
Prefácio de Máximo Ferreira | Guia de Atividades de Astronomia na Escola de Paulo Simões | Ilustrações de Sandie Mourão
INCLUÍDO NO PLANO NACIONAL DE LEITURA - para apoio a projetos relacionados com TEMAS CIENTÍFICOS para o 3º,4º, 5º e 6º ano de escolaridade
sexta-feira, dezembro 23, 2011
terça-feira, dezembro 13, 2011
Ler à deriva.... [coleção narrativa]
...porque os livros e as leituras ficam...
....porque vale a pena ler à DERIVA...
Bebendo o Mar, Xavier Queipo
Francis, tradutor galego, radicado na Califórnia conhece Rose, informática e irlandesa. Martin, seu editor norte-americano pede-lhe para traduzir para o inglês a sua obra do momento: trata-se de um tal Saramago que, nesse ano, vai ser de certeza um Prémio Nobel. A obra deste ainda desconhecido escritor português chama-se "Ensaio sobre a Cegueira".
Odeio as Manhãs, Jean-Marc Rouillan
Jean-Marc Rouillan está preso desde 1987, desde o desmantelamento da Action Directe, cumprindo uma pena de prisão perpétua. Esta crónica foi escrita em 2001 na central de Lannemezan e conta o quotidiano da sua vida prisional sob um regime ultra-severo. Denuncia também a ligação muito discutível entre a medicina e a prisão.
Tempos de Fuga, Ramón Caride
Numa cidade desconhecida, um escritor atormenta-se com o desaparecimento da mulher. Em Nova Iorque, uma hospedeira trafica estranhas pedras e, em Vivier-Sur-Mer, Bretanha, outra mulher terá um inesperado encontro que mudará a sua vida. Os caminhos destas personagens vão confluir de um modo impensável através dos efeitos desses cristais, os "oders".
Prémio Risco de Literatura Fantástica Espanhola
Armai-vos uns aos Outros,Sérgio Almeida
Composto por dois maxi-contos (ou duas mini-novelas, consoante a perspectiva e/ou tara), "Armai-vos uns aos outros" apresenta-nos uma galeria dos espelhos e das deformidades, dos tiques e dos clichés da irrelevância humana.
A Estranha Estrela, Xabier López López
Romance de aventuras onde Emílio Amarante, o protagonista, está submetido a encontros extraordinários onde as leis naturais não ocupam grande lugar. Filósofos, corsários, navegantes de todos os feitos arrastam o leitor para o prazer puro da liberdade e da fruição da narrativa. Um romance onde se cruza o estilo oitocentista e o pós-moderno.
Ser ou Não, Xurxo Borrazás
A extrema fluidez com que se lê Ser ou Não liga-se fundamentalmente com a estrutura narrativa directa e, por vezes, cruel com que Xurxo Borrazás trata as emoções e os desejos. A história centra-se na realização da própria obra literária numa aldeia perdida no interior da Galiza e onde duas personagens, o autor e uma velha aldeã, se encontram de uma forma estranha e intensa. A atribuição de um prémio literário acompanha paralelamente o desenrolar da história. A ironia encontra-se sempre presente numa obra já marcante da nova literatura galega.
As Rolas de Bakunine, Antón Riveiro Coello
As Rolas de Bakunine de Antón Riveiro Coello não é só a construção literária do anarquismo galego durante os anos da Guerra Civil de Espanha. É, também, uma ex-celente narrativa tendo por base a vida de Camilo Doldque pouco têm a perder a não ser a dignidade de homens verdadeiramente livres. Um retrato real dos que deram a vida por uma utopia estampada nas páginas desta excelente obra na nova literatura galega a quem foi atribuído o Prémio García Barros.
Ex, Patrick Raynal
De Lorient a Dublin, de Nice a Bamako, Jo Randa, a personagem deste romance, faz remontar o tempo. Inventário das trajectórias e derivas pessoais, regresso aos anos de chumbo, morte das utopias, término das ilusões políticas, um destino de um homem emerge das sombras do passado.
Patrick Raynal, nascido em 1946, é autor de numerosos romances, entre os quais Fenêtre sur Femmes (prémio Mystére da Crítica francesa), Arrêt d'urgence, Né de fils inconnu e En Cherchant Sam.
Morto com Defeito, Vítor Pinto Basto
Existe, neste livro de Vítor Pinto Basto, uma estranha deriva que nos leva facilmente do Porto, revisto nas nossas memórias, para a Rússia oligarca dos dias de hoje. Só uma boa ficção pode ligar naturalmente Pusckin a Camões, faz sentar esse anti-herói de nome Carlos Palhal, a personagem principal, no Bar Surrealista em Moscovo, ou obriga a perscrutar o olhar de Irina pelas enormes telas de Vasily Perov ou tenta voar pela densidade psicológica das persona-gens de Dostoievski. Só uma ficção plenamente conseguida nos transporta do Portugal «moderno», esquecido de si, para a Rússia dos Czares, de um país que resistia como podia, para a União Soviética das grandes manifestações de massas, do Portugal bombista e revolucionário para a Rússia a preço de mercado.
Uma obra resoluta, sem concessões, de leitura urgente para quem quer perceber de como são feitas as pessoas iguais a nós. De sentimentos caóticos e desencontrados, da solidão que pesa à alegria esfusiante, de raiva e de amor.
Erros e Tanatos, Gonzalo Navaza
Colectânea de pequenos contos de uma ironia extremamente cáustica, escritos com um rigor assinalável e com finais inesperados.
mais aqui
terça-feira, dezembro 06, 2011
O Homem que Via Passar as Estrelas, de Luís Mourão - TEATRO para a Infância e Juventude
Quarto de Isaac Newton. Roupas, vidros, lunetas, máquinas desmontadas,livros, restos de comida em pratos, copos, tabuleiros,duas cadeiras, rolos de papel de todos os tamanhos, mapas, um telescópio. Tudo a um canto. No centro, um escadote.
1. Entrada
Próspero
(Paciente. Em cima do escadote. Newton, de pé, mãos atrás dascostas, cá em baixo) Repete lá, devagar.
Newton
(Recita) Newton. Isaac Newton. Nasceu em 1642 e morreu em 1727. Quando nasceu a Terra era redonda, quando morreu era achatada nos pólos. Quando nasceu o peso da Lua pressionava o mar e fazia-o subir e descer, quando morreu são o Sol e a Lua quem atrai as águas provocando as marés. Quando nasceu…
Próspero
Já chega. Como é que acaba?
Newton
Acaba assim. “Não sei como o Mundo me verá mas, a mim, parece-me que fui sempre um rapazinho a brincar na praia que por diversão encontrou de vez em quando uma pedra mais redonda ou uma concha mais bonita do que as outras, enquanto o grande Oceano da verdade continuava ali, à minha frente, todo por descobrir.”
Próspero
Quem disse?
Newton
Newton. Isaac Newton. Bonito, hã? (Escuro. Próspero acende uma lanterna. Som do mar, talvez também o canto das baleias. Próspero perscruta o Mar de cima do escadote. Chuva. Newton, senta-se. Próspero, desce do escadote e afasta-se. Toda a luz em Newton. Chuva. Mais forte. Entra a mãe. Fecha o chapéu de chuva e pousa-o)
Mãe
(A Próspero) Boa noite, que chuva horrível. (A Newton) Estás pronto? Estás nervoso? (Não há resposta. Ao público) Este é o meu filho… vem fazer teatro. (Justifica-se) É a primeira vez que vem fazer teatro e por isso ninguém leva a mal com certeza que eu venha com ele... para fazer companhia. Afinal de contas
ele sempre é meu filho. E eu sou a mãe dele, claro… (Exagera) Já sei o que me vão dizer: “Oh, ela é tão nova e já com um filho daquele tamanho”. (Suspiro) Já estou habituada. (Suspiro desmedido) Ele, o meu filho, tem a mania que é o Isaac Newton. Já lhe disse centenas de vezes que não era mas, ele não acredita.
Newton
Sou, sou.
[Para continuar a ler, comprar o livro aqui]
1. Entrada
Próspero
(Paciente. Em cima do escadote. Newton, de pé, mãos atrás dascostas, cá em baixo) Repete lá, devagar.
Newton
(Recita) Newton. Isaac Newton. Nasceu em 1642 e morreu em 1727. Quando nasceu a Terra era redonda, quando morreu era achatada nos pólos. Quando nasceu o peso da Lua pressionava o mar e fazia-o subir e descer, quando morreu são o Sol e a Lua quem atrai as águas provocando as marés. Quando nasceu…
Próspero
Já chega. Como é que acaba?
Newton
Acaba assim. “Não sei como o Mundo me verá mas, a mim, parece-me que fui sempre um rapazinho a brincar na praia que por diversão encontrou de vez em quando uma pedra mais redonda ou uma concha mais bonita do que as outras, enquanto o grande Oceano da verdade continuava ali, à minha frente, todo por descobrir.”
Próspero
Quem disse?
Newton
Newton. Isaac Newton. Bonito, hã? (Escuro. Próspero acende uma lanterna. Som do mar, talvez também o canto das baleias. Próspero perscruta o Mar de cima do escadote. Chuva. Newton, senta-se. Próspero, desce do escadote e afasta-se. Toda a luz em Newton. Chuva. Mais forte. Entra a mãe. Fecha o chapéu de chuva e pousa-o)
Mãe
(A Próspero) Boa noite, que chuva horrível. (A Newton) Estás pronto? Estás nervoso? (Não há resposta. Ao público) Este é o meu filho… vem fazer teatro. (Justifica-se) É a primeira vez que vem fazer teatro e por isso ninguém leva a mal com certeza que eu venha com ele... para fazer companhia. Afinal de contas
ele sempre é meu filho. E eu sou a mãe dele, claro… (Exagera) Já sei o que me vão dizer: “Oh, ela é tão nova e já com um filho daquele tamanho”. (Suspiro) Já estou habituada. (Suspiro desmedido) Ele, o meu filho, tem a mania que é o Isaac Newton. Já lhe disse centenas de vezes que não era mas, ele não acredita.
Newton
Sou, sou.
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