A
investigação realizada por João Carlos Louçã dá-nos conta essencialmente das
consequências deste tipo de situações para os trabalhadores, através da
observação das formas de intensificação do trabalho e de gestão (controlo) da
mão-de-obra, bem como das formas de resistência por parte dos trabalhadores. A
sua análise detalhada permite-nos concluir por uma regressão das formas de
trabalho, em que os direitos sociais associados ao trabalho são cada vez menos
uma realidade. (...)
Inês Fonseca
Serão
estes trabalhadores e trabalhadoras de call
center exemplo de “proletarização” da
modernidade? Até que ponto os call
centers serão as novas fábricas do século XXI
remetendo os trabalhadores destes serviços a uma existência na base da pirâmide
social? Serão as novas técnicas de gestão de recursos humanos e de organização do
trabalho em call centers equivalentes atuais das teorias de Ford e Taylor no início
do processo de produção em massa das sociedades industriais do início do século
passado?
Questões
que poderão sempre obter respostas a vários níveis, mais ou menos convergentes,
mas que não poderão nunca deixar de tomar em consideração os homens e as
mulheres que desta maneira vendem a sua força de trabalho, as consequências
para as suas vidas na continuidade e divergência entre estes dois períodos
históricos. (...)
João Carlos Louçã