Deriva das Palavras
quinta-feira, agosto 14, 2025
"Flauta de Luz" 11
"Memórias do Subterrâneo", Fiódor Dostoievski
sábado, agosto 09, 2025
"Adém, Arábia", Paul Nizan
domingo, agosto 03, 2025
«Casa de Barcos», Jon Fosse
sábado, agosto 02, 2025
sexta-feira, agosto 01, 2025
"O Medo do Céu", Fleur Jaeggy
quarta-feira, julho 30, 2025
"O Sentido do Fim", Julian Barnes
sexta-feira, julho 25, 2025
"Cossacos", Lev Tolstói
quarta-feira, julho 23, 2025
"Khadji-Murat", Lev Tolstoi
sábado, julho 19, 2025
«Criador de Estrelas», Olaf Stapledon
quinta-feira, julho 17, 2025
segunda-feira, julho 14, 2025
"Abrandar ou Morrer - A economia do decrescimento", Timothée Parrique"
«Termino com o meu livro preferido, ''The Future is Degrowth: A Guide to a World beyond Capitalism'' (Junho de 2022), de Matthias Schmelzer, Andrea Vetter e Aaron Vansintjan. Verdadeira enciclopédia do decrescimento, encontramos nele a integralidade da literatura (quase uma centena de conceitos) cuidadosamente organizada em tipologias: ste críticas do crescimento económico (ecológica, socio-económica, cultural, anticapitalista, feminista, anti-industrialista e internacionalista), cinco correntes de decrescimento consideradas de diferentes ângulos (as instituições, a suficiência, as economias alternativas, o feminismo, tal como o pós-capitalismo e a alter-globalização), três princípios do decrescimento (justiça ecológica; justiça social; autodeterminação e a vida boa; independência em relação aos imperativos do crescimento) e seis famílias de propostas (democratização, economia solidária, e bens comuns; segurança social, redestribuição e limites quanto à acumulação de riqueza; tecnologias conviviais e democráticas; revalorização e redestribuição do trabalho; democratização do metabolismo social; solidariedade internacional). este livro, por si só, resume perfeitamente o vasto campo de estudos em que se tornou o decrescimento.» (pág.163)
alc
quarta-feira, julho 09, 2025
"Intelectuais Portugueses e a Ideia de Esquerda num Tempo de Transição (1968-1986)",João Moreira
quinta-feira, julho 03, 2025
Camille Claudel. Uma nota sobre biografias
segunda-feira, junho 30, 2025
"Um Quarto só Seu", Virginia Woolf
terça-feira, junho 24, 2025
«Panegírico», Guy Debord
domingo, junho 22, 2025
«Não São Para Valsas Todas as Noites», José Miguel Gervásio
quinta-feira, junho 19, 2025
domingo, junho 15, 2025
sábado, junho 14, 2025
«A Estação da Sombra», Léonora Miano
domingo, junho 08, 2025
"Electra 28"
Embora os artigos sejam muito díspares relativamente à sua qualidade, há alguns, dir-se-ia na sua grande maioria, que vale a pena ler, sublinhar, guardar e memorizar como argumentos necessários à conservação do livro tradicional, ainda assim, e até hoje, mais rápido de consultar do que o digital. Aliás, coisa que nenhum artigo do "Assunto" da Electra 28 releva é o paradoxo do livro digital copiar, no ecrã luminoso, a textura do papel, a passagem visual de uma página para a seguinte ou, até, o som de uma página a ser voltada por dedos inexistentes. Toda uma retro-tecnologia, pelos vistos! E o valor do preço dos livros digitais é tanto mais caro, quanto maior for a imitação do velho livro em papel.
Sobre a indústria livreira actual com a série interminável de títulos que nos afogam em espaços comerciais que vendem toda a parafernália electrónica (já vi um carro eléctrico da Citroën e batedeiras para sumos à venda junto aos livros de Valter Hugo Mãe; mas, pensando bem, por que não?) é analisada com algum pormenor, principalmente nas entrevistas a John B. Tompson e a Roger Chartier. Este último afirma na entrevista, o seguinte:
"A originalidade radical do mundo electrónico foi o de estabelecer uma separação drástica entre o suporte e o discurso. O ecrã é o suporte de todos os textos que o seu utilizador convoca ou produz. Não está de modo algum ligado a um discurso particular, como acontece com os livros. Um 'livro electrónico' não é verdadeiramente um livro, uma vez que a identidade do seu discurso já não é materializada pelo objecto que o contém e transmite. No mundo da textualidade digital, os discursos já não estão inscritos em objectos que permitam reconhecê-los na sua identidade própria. O mundo digital é um mundo de fragmentos descontextualizados, justapostos, passíveis de serem indefinidamente recompostos, sem que seja necessário ou desejável compreender a relação que os inscreve no livro de onde foram extraídos".
Entre mais considerações que aqui se poderiam plasmar, vale a pena ler os artigos sobre o que se entende pela novíssima "leitura acelerada" dos dias de hoje e da profusão de temas 'invasores' com que nos deparamos todos os dias e que nos leva a uma outra questão não menorizada pela revista: a da nova censura empresarial radicada nas redes sociais e do papel da Amazon na canibalização das editoras (ainda há editores que escolhem a coerência dos seus catálogos, ou são autores que, cada vez mais, pagam a sua própria edição?) e livrarias que ainda tentam ser independentes.
A não perder igualmente: "O livro, esse objecto mágico", artigo de António Guerreiro, "A Biblioteca de Alexandria e as bibliotecas", de Robert Darnton, "O livro numa encruzilhada" de Diogo Ramada Curto e "Pod.Cast", de Diogo Vaz Pinto.
alcterça-feira, junho 03, 2025
«Os Sonâmbulos», Hermann Broch
Ler os autores de cultura alemã que descrevem o império e, depois, a República de Weimar é uma lição actual, em que a realidade, tantas vezes analisada por Hermann Broch, se funde com o irracional como demonstra o texto acima. O onírico pode transformar-se rapidamente (mais depressa do que julgamos possível) num pesadelo em que ninguém sai ileso. A resistência queda-se perante o absoluto do totalitarismo, porque há o sonambulismo das massas e, dentro delas, a individualidade pouco mais é do que um arrobo, uma mentira que se vende a quem dá mais por ela, pela subjugação do tal mal de que fala Arendt.
alc