segunda-feira, novembro 03, 2025
«A Vegetariana», Han Kang
quarta-feira, outubro 29, 2025
«Idade da Perda», Daniel Jonas
«O PREC e o Relógio das Revoluções», Aldo Casas e António Louçã
segunda-feira, outubro 20, 2025
«A Consciência de Zeno», Italo Svevo
quinta-feira, outubro 09, 2025
«Livres de Obedecer», Johann Chapoutot
segunda-feira, outubro 06, 2025
Sobre Gaza
domingo, outubro 05, 2025
«Perto do Coração Selvagem», Clarice Lispector
segunda-feira, setembro 29, 2025
«Como Ler um Poema», Terry Eagleton
É evidente que os exemplos que abundam em «Como Ler um Poema», são essencialmente ingleses e com traduções que vão de Daniel Jonas (Milton, Wordsworth...), José Agostinho Baptista (Yeats), Fernando Guimarães (Shelley), Manuel Corrêa Barros (Elizabeth Barrett Browning), Jorge Vaz de Carvalho (Blake). De resto, o trabalho de Eagleton é ilustrado profusamente com exemplos de poemas de raízes anglo-saxónicas o que não deixa de ser interessante. Alvo de alguma curiosidade e mesmo de apreensão é compararmos as traduções com o original em inglês. Bem sei que uma tradução poética será sempre de uma grande liberdade para o tradutor, mas reparem neste verso de Edward Thomas:
«(...) That once were underwood of hazel and ash» é traduzido por «Que foram raminhos de aveleira e freixo». Bom, adiante Eagleton tem necessidade de ir a este verso e escreve «(...) e em breve serão consumidos até se tornarem outro tipo de ''ash'' - cinzas». Quais cinzas? A tradução engoliu-as.
e esta tradução de Wordsworth:
«Among Arabian sands:» é traduzido por «Por entre a Arábia plana:» em que ficamos perplexos quando o autor nos chama a atenção, mais à frente, com a frase «Ou que é mais bem-vinda do que o som do rouxinol cantando perante o rebuliço dos viajantes num abrigo esconso das areias da Arábia.» Areias?
Terry Eagleton termina deste modo este excelente livro com um pensamento com o qual me identifico completamente e que vos deixo aqui: «(...) Vale a pena notar que, de todos os géneros literários, a poesia parece ser o que mais tenazmente resiste à crítica política, o mais isolado dos ventos da história. Tem a sua própria espessura e densidade, que não podem ser sumariamente reduzidos a sintomas de outra coisa.» (pág.329)
alc
«A Vingança», John Grisham
domingo, setembro 21, 2025
Pode ser sempre bem pior
The Worst is not / So long as we can say ''This is the worst''
Shakespeare, Rei Lear
Quando um lagostim, uma morcela e um vinho branco baratinho de 75 euros, se juntam na forma de Isaltino para borregar um fascista que diz que o vai meter na prisão, como se algemar e confinar na prisão as pessoas fosse a única verdade que lhe sai da boca e a previsível forma de cumprir verdadeiramente o seu programa político, conseguimos antever o que aí vem e ao que chegámos. Quando vejo a esquerda a glorificar a morcela de Oeiras, então batemos no fundo, cujo alçapão escondido se abriu para bater ainda mais fundo e assim sucessivamente até que o poço em que caímos todos se transforme em masmorra. Claro que então será tarde demais. Shakespeare tinha toda a razão quando Edgar diz: «Não é o pior enquanto conseguirmos dizer ''Isto é o pior''.» Muitas lições retiramos com a leitura avisada deste inglês ainda assim com origem galesa.
A questão não está tanto na multiplicação deste tipo de ''reels'' nas redes sociais que, evidentemente, têm o algoritmo completamente dominado pela agenda ideológica da extrema-direita. Sabemo-lo e calculamos que as opiniões que são publicadas defendendo posições, mesmo em bases mínimas, a solidariedade, a dignidade e a humanidade (que não o ambíguo ''humanismo'') são alvo de diminuição clara de visibilidade e mesmo de censura aberta e sem recurso a protestos, visto que as nossas opiniões estão privatizadas e reguladas em empresas multinacionais. O antifascismo já mal cabe aqui, não tem lugar e se repararem bem, como importante indicador, as páginas «antifa» já quase despareceram há muito.
O problema maior reside no jornalismo autointitulado de «referência». O fascínio mal contido ao fascista maior e ao partido que ele criou, através das páginas destes jornais e televisões, é enorme nas redes sociais. Completamente desproporcionada, chamam Ventura para os seus posts a todo o momento, mesmo quando é atacado, por vezes de uma maneira pífia, que só serve para lhe darem mais poder. É evidente que isto é feito para aumentar audiências que perdem todos os dias pelos meios tradicionais. Duvido muito que a informação, ou «debates», ainda sejam procurados como há uns anos, o que indica que as direcções e administrações estão a perder o controlo da própria informação. Os comentários das televisões privadas e jornais nas redes sociais tornaram-se um autêntico esgoto em que tudo é possível dizer e defender: a pena de morte, as prisões a esmo, o aumento das penas já de si enormes para pequenos crimes, o gozo pela miséria, a denúncia, o boato torpe, a mentira, a menorização da mulher, a boçalidade, a abertura à caça de transgéneros, o racismo, o ódio à pobreza e por aí fora. Isto é permitido por quase todos os meios de informação conhecidos e com ainda alguma expressão no país. Nada é regulado. As caixas de comentários são, neste momento, o pior de que falava no início. E em Rei Lear, o pior ainda não é o pior, porque se disse que isto era o pior!
alc
Listagem de conteúdos tóxica
Gostaria de partilhar convosco a listagem de conteúdos nos últimos 10 minutos na minha página de FB, onde a grande maioria dos amigos é antifascista. Não disse "de esquerda" propositadamente, mas também são muitos. Inegável. Tento não ter fachos por aqui por uma razão simples: não consigo argumentar com o fascismo. É como argumentar com alguém que acredita em milagres. Não dá. Quando os topo, clico numa barra preta que me pergunta se os quero bloquear. Quero.
quinta-feira, setembro 18, 2025
"O Ruído do Tempo", Julian Barnes
domingo, setembro 14, 2025
«Uchronie», Emmanuel Carrère
segunda-feira, setembro 08, 2025
"Luís de Camões", Aquilino Ribeiro
sábado, agosto 23, 2025
"Os Frutos da Terra", Knut Hamsun
quinta-feira, agosto 14, 2025
"Flauta de Luz" 11
"Memórias do Subterrâneo", Fiódor Dostoievski
sábado, agosto 09, 2025
"Adém, Arábia", Paul Nizan



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