segunda-feira, dezembro 16, 2013

Na Livraria Utopia, as novidades da Deriva

Livraria Utopia, na Rua da Regeneração, 22, no Porto

Outra das Livrarias que marcam o Porto: a Utopia onde pontifica o Herculano que conheci nos idos de 80, em Coimbra, quando andávamos a publicar na Centelha. Ele, rock e anarcas, eu poesia, situacionistas e marxistas libertários. Seja como for ficámos amigos até hoje. Ainda lá não se pode beber um copo, mas há um café ao lado bem simpático. Como alfarrabista, encontram-se livros de História e Filosofia que nenhum «grande espaço» tem a veleidade de ter. E outra coisa: tem um stock de poesia de invejar qualquer pessoa de bom gosto. Aberto da 10h às 19h. É na Rua da Regeneração, 22 (à Praça da República). O Herculano tem lá, se não todo, grande parte do espólio glorioso da Deriva.

As novidades da Deriva que lá pode encontrar são estas:
  • Segmento, de Hugo Neto (Poesia)
  • Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho (Prosa poética)
  • Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes (Poesia)
  • Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge (Ensaio/Sociologia/Movimento Operário)
  • Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa (Poesia)
  • Ao Encontro de Max Frisch, de Teresa Martins de Oliveira (Ensaio, ILC)
  • Samuel Taylor Coleridge, Biographia Literaria, de Jorge Bastos da Silva

Na Livraria Gato Vadio as novidades da Deriva

Livraria Gato Vadio, na Rua do Rosário, 281, no Porto

Na Livraria Gato Vadio podemos encontrar todas as novidades da Deriva e o seu catálogo mais antigo. Pode-se beber um copo e falar um pouco com quem aparecer. Um local óptimo no Porto para, ao fim do dia, estar. Devagar e tudo. É na Rua do Rosário, 281 e quando dissemos ao fim da tarde é mesmo assim: só abre às 17h. Bem feito, para os adoradores do trabalho e dos ritmos sincopados dos escravos modernos! Às sextas está lá o António sempre com ideias novas e com dois dedos de conversa sempre prontos. Um amigo sincero.

São estas as novidades que lá pode encontrar:
  • Segmento, de Hugo Neto (Poesia)
  • Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho (Prosa poética)
  • Compositores do Período Barroco, de José Ricardo Nunes (Poesia)
  • Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge (Ensaio/Sociologia/Movimento Operário)
  • Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa (Poesia)
  • Ao Encontro de Max Frisch, de Teresa Martins de Oliveira (Ensaio, ILC)
  • Samuel Taylor Coleridge, Biographia Literaria, de Jorge Bastos da Silva

terça-feira, dezembro 03, 2013

Catarina Nunes de Almeida, no Porto, com alunos do Secundário

As turmas de Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa na Secundária Aurélia de Sousa, no Porto

Zaida Braga e Catarina Nunes de Almeida

Foi no dia 27 de Novembro que Catarina Nunes de Almeida se encontrou com estudantes de Língua Portuguesa e Literatura na Escola Secundária Aurélia de Sousa, no Porto. A convite do JornalESAS e do Departamento de Línguas e Literaturas Modernas da mesma escola. A moderar o debate e a apresentar a Catarina esteve Zaida Braga, também ela autora de livros de apoio à disciplina de Português e Literatura (Mensagem http://www.centroatl.pt/titulos/desafios/mensagem.php3 e Lusíadas http://www.centroatl.pt/titulo/desafios/lusiadas.php3 ).
A sessão foi esclarecedora e sentiu-se algum entusiasmo na exposição sobre poesia, como ela deve ser sentida e lida por todos. Falou-se da poesia contemporânea e de nomes marcantes que a Catarina afirmou serem importantes para o conhecimento actual e do que se faz em Portugal: para além da Filipa Leal, que esteve presente neste encontro no ano passado, leram-se poemas de Jorge Sousa Braga, de Daniel Faria e de Gonçalo M. Tavares, citando-se igualmente a obra de Maria Rosário Pedreira (aqui foram alunas que pediram), dos nossos trovadores da Idade Média, de Camões e Fernando Pessoa. 
Espaço também houve para a poesia da Catarina e para a análise, embora fugaz, dos livros Metamorfose das Plantas dos Pés e Bailias. Do seu próximo livro também se falou, mas ainda será cedo para falar nele.

segunda-feira, novembro 25, 2013

O Aquário e Perigo Vegetal na Fnac do Norteshopping


Na Fnac do Norteshopping em Matosinhos podem ser encontrados O Aquário, de João Pedro Mésseder e Perigo Vegetal, de Ramón Caride. Ambos no Plano Nacional de Leitura.

terça-feira, novembro 19, 2013

Crónicas Peugeot. O que são? Que história por detrás do livro?

No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux (França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário, o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a subjectividade dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano todos os aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as vicissitudes que representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma melhoria das condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde mais suportar as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em preservar intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer intrusões e pressões.

«Aqui estão “lançadas sobre o papel as palavras da língua falada”, palavras simples, por vezes brutais e frequentemente cómicas: as palavras de Christian Corouge, operário da fábrica Peugeot de Sochaux e delegado sindical, trocadas com o sociólogo Michel Pialoux por ocasião de entrevistas gravadas entre 1983 e 1986. Corouge analisa os métodos Peugeot de gestão da mão-de-obra, as técnicas de repressão dos militantes bem como as técnicas de resistência, a convivialidade entre operários, indissociável do sucesso de uma greve. Resistir no local de trabalho é também ultrapassar o horizonte estreito que ele poderia impor ao formular um questionamento político sobre a representação dos operários e a delegação do poder, sobre as relações com os intelectuais e com a cultura, sobre o lugar das mulheres e dos imigrantes.»
Célestin Saldana, «Compte rendu», Le Monde Diplomatique, Dezembro de 2011.

«Christian Corouge, operário da Peugeot, dialogando com o sociólogo Michel Pialoux, traz um olhar singular sobre as desilusões da causa operário no último terço de século. Um caso exemplar de produção intelectual partilhada entre um artesão do intelecto e um pensador da actividade operária. (…) Estando para lá do simples testemunho pela sua reflexividade, a pesquisa comporta um interferência original, explícita e cultivada, entre aspirações sociais e ciências sociais. Desde quando foi realizada, ela contribuiu para a renovação na etnologia e na sociologia das investigações sobre a sociedade francesa, e daquilo que podemos designar por movimento etnográfico francês.»


Nicolas Hatzfeld, «Da la chaine à la plume», La Vie des Idées, 5 de Setembro de 2011.

Congresso Trabalho e Movimento Operário. Barreiro, 28/29 de Novembro

http://www.cm-barreiro.pt/NR/rdonlyres/24A75758-06EC-45A0-A483-7465213DCF1C/102089/programapdf.pdf


Através de Vanessa Almeida (tem uma intervenção sobre a luta das mulheres nas greves de 1943) recebemos o programa do Congresso Trabalho e Movimento Operário a realizar-se no Barreiro a 27 e 28 de Novembro. Vejam, com o cuidado que merece, o programa e lá pontificam entre outros Fernando Rosas, Paula Godinho e João Carlos Louçã, este último referindo o estado de precariedade e exploração dos trabalhadores e trabalhadoras dos Call Centers (em 2014, a Deriva irá publicar um trabalho deste autor sobre o tema). Ontem como hoje, as lutas operárias e de trabalhadores têm uma palavra a dizer e, nos tempos que correm, uma iniciativa destas será sempre de louvar.

domingo, novembro 17, 2013

19º Encontros Luso-Galaicos-Franceses do Livro Infantil e Juvenil

Um dos mais bonitos cartazes que os Encontros já produziram

O programa dos 19º Encontros

Esta é a ficha de inscrição dos encontros que pode ser usada por quem está a pensar (e bem) participar nos Encontros

sexta-feira, novembro 15, 2013

Morrer na Praia, de Filipa Leal. Em exibição no Teatro de Campo Alegre

Peça provocatória de Filipa Leal sobre uma mulher que perdeu o marido na praia. Tudo o que é dito, pode não ser exactamente aquilo que é. Tudo o que não é dito, pode ser exactamente aquilo que é. Filipa Leal já nos habituou ao paradoxo, à metáfora e principalmente à inteligência crítica. São vinte minutos de uma saudável loucura, num diálogo muito bem construído. Na minha opinião é um crime não ir vê-la. Há uma sessão às 21:30 e outra às 22:00. O bilhete é a 3 euros.
Morrer na Praia, de Filipa Leal
Com Inês Veiga de Macedo e Ana Lopes Gomes
Vídeo de Tomás Baltazar

Ontem, na UPP. Apresentação de Crónicas Peugeot

O editor, Bruno Monteiro e José Madureira Pinto da FLUP

Foi na Universidade Popular a apresentação de Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge. Não esteve muita gente, antes pelo contrário. Doze pessoas num dia de futebol de tudo ou nada, que isto de Portugal não ir ao Mundial do Brasil ainda seria uma desgraça. Pelos vistos, foi mais uma vez o jovem Cristiano Ronaldo, o sempre eterno herói nacional a colocar-nos no mapa futebolístico. Longe da valorização merecida anda quem trabalha todos os dias para ganhar a vida e sobreviver com o que o lhe dão e tiram todos os dias. Era isso que queríamos debater. Connosco estiveram Bernard Despommadéres, adido cultural do consulado francês, responsável pela última vinda de Pialoux ao Porto, Virgílo Borges Pereira que trazia uma mensagem de Pialoux, José António Gomes, Sérgio Vinagre, José Soeiro e outras gentes não deixaram em vão a preocupação de relacionar o trabalho sociológico inovador de Pialoux com a classe operária da Peugeot de Sochaux. Para quem teima, em tempos de resistência antiliberal, em não esquecer que ainda há explorados. E exploradores. Agora, Lisboa e Coimbra. E, provavelmente, o Porto outra vez. Sem futebóis.

Hoje. Na UPP. Apresentação de Crónicas Peugeot. Às18:30


Hoje, na Universidade Popular do Porto, na Rua da Boavista, 736, a apresentação de Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux e Christian Corouge. Pelas 18:30. A luta pela dignificação do trabalho. Com José Madureira Pinto, Bruno Monteiro e António Luís Catarino.

sábado, novembro 09, 2013

As escolhas do poeta Rui Almeida, hoje, no Expresso


Gostamos das todas as escolhas de Rui Almeida, um poeta que muito respeitamos, mas enche-nos particularmente de orgulho as que nos são dirigidas quando referiu Compositores do Período Barroco de José Ricardo Nunes e Suicidas, de Henrique Manuel Bento Fialho. Hoje, no Expresso.



quinta-feira, novembro 07, 2013

Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux, o início

No início dos anos 80, o sociólogo Michel Pialoux conheceu Christian Corouge, operário e sindicalista nas fábricas Peugeot, em Sochaux (França). Ao longo de largos anos, eles mantiveram um diálogo sobre os pequenos nadas que preenchem o quotidiano do trabalho fabril, a entreajuda, galhofa e convívio entre colegas de trabalho, as resistências e increpações perante as tentativas de controlo patronal. A partir da história singular de um operário, o que, por si só, vem pôr em causa as concepções que tendem a anular a subjectividade dos próprios trabalhadores, são trazidos para o primeiro plano todos os aspectos que fazem do trabalho o que ele realmente é, sejam as vicissitudes que representa organizar uma manifestação sindical a exigir uma melhoria das condições de trabalho, seja o suicídio de um colega que não pôde mais suportar as humilhações da gerência, seja ainda o orgulho sentido em preservar intransigentemente a dignidade pessoal contra todas e quaisquer intrusões e pressões.

Florencia Abbate em Lisboa, na Fundação José Saramago, 25 de Novembro, 18:30

O livro de Florencia Abbate, Magic Resort, editado pela Deriva, irá estar disponível no encontro

Florencia Abbate vai estar em Lisboa na Fundação José Saramago, em Lisboa

Sessão de leituras - organizado pela Casa da América Latina com a Fundação José Saramago - Florencia Abbate
25 de Novembro, 18h30, na Fundação José Saramago

A escritora e jornalista argentina Florencia Abbate, autora de Magic resort, editado pela Deriva Editores, é a convidada para mais uma sessão de leituras, inserida no ciclo de leituras organizado pela Casa da América Latina com a Fundação José Saramago.
Florencia Abbate é autora dos romances  El grito (2004) e Magic resort (2007) editado pela Deriva em Portugal, bem como das obras poéticas Los Transparentes (2000), La niña bonita (2000) e Una sola alma somos: Mapuches (2006). 
Licenciada em Letras pela Universidade de Buenos Aires, com uma especialização em literatura argentina e latino-americana, Abbate é também Doutora em Filosofia e Letras pela mesma universidade. Escreveu para os jornais La Nación, Página 12, Diario Perfil e El País, entre outros.

terça-feira, novembro 05, 2013

Próximo livro da colecção A Ordem das Coisas/Deriva: Crónicas Peugeot, de Michel Pialoux

A capa do próximo livro da colecção de Sociologia, A Ordem das coisas/Deriva Editores, coordenada por Bruno Monteiro. Crónicas Peugeot é uma obra muito marcante de Michel Pialoux que a escreveu juntamente com a colaboração do operário da Peugeot, Christian Corouge que nos ano 80 se envolveu numa longa luta com a administração desta empresa automóvel. 
A apresentação pública do livro vai ser na Universidade Popular do Porto (UPP), na Rua da Boavista, no dia 15 de Novembro, pelas 18:30. 

domingo, novembro 03, 2013

«Morrer na Praia», peça de teatro de Filipa Leal no Teatro de Campo Alegre, no Porto

Soube ontem: Morrer na Praia vai estar no Teatro de Campo Alegre, no Porto em 15 e 16 de Novembro. Também não sei como se processa a compra de bilhetes, mas vão por mim, e tentem saber na bilheteira do teatro como se podem comprá-los.

Último JL: António Carlos Cortez faz a crítica de «Compositores do Período Barroco», de José Ricardo Nunes

«O livro mais recente de José Ricardo Nunes poderá não ser encontrado nas secções dedicadas à poesia. Com um título suficientemente ''estranho'' para quem não identifique a Deriva como chancela editorial que tem vindo a publicar poetas mais jovens (Catarina Nunes de Almeida, Filipa Leal, Ricardo Gil Soeiro, Pedro Eiras ou Luís Maffei são alguns dos autores do seu catálogo), este Compositores do Período Barroco pode muito bem passar por ser uma espécie de compêndio sobre a música daquele período, espécie de guia dos mais relevantes compositores daquele tempo. Em todo o caso, importa ver que o título, até por nos poder conduzir a um equívoco, é já uma relevante pista de leitura...» Assim se inicia a longa e rigorosa crítica no último Jornal de Letras, de António Carlos Cortez sobre Compositores do Período Barroco de José Ricardo Nunes, recém editado pela Deriva e presente em todos as livrarias. Vale a pena consultá-lo.

Apresentação de Segmento, de Hugo Neto. Com Filipa Leal, dia 2 em Lisboa

Hugo Neto ao fazer a sua intervenção, ladeado por Filipa Leal e cá pelo editor

Palavras também dirigidas à Filipa

Talvez um pouco degradado e a precisar de obras, o velho edifício do Ateneu soube receber a Deriva. Muita gente entusiasmada e a dar força ao Hugo encheu a sala por completo. Depois, a música, o bar e o «cumbíbio» que a vida são só dois dias.

Lançamento de Segmento, de Hugo Neto, foi ontem em Lisboa, no Ateneu. Mais concretamente no Bar Primeiro Andar, junto ao Coliseu, nas Portas de Santo Antão. Contou com a presença de Filipa Leal e houve emoção como só ela é capaz de transmitir numa passagem de testemunho sentida. Muita gente, gente interessada e com disponibilidade para conhecer um jovem poeta como o Hugo. Gente que não desiste de saber como se pode construir um novo quotidiano baseado na compreensão da poesia. No fundo, tão simples como isso. Vai ser muito difícil esquecer aqueles momentos.

quinta-feira, outubro 31, 2013

Um poema de Hugo Neto, em Segmento. Lançamento no sábado em Lisboa

Hugo Neto com o Sado ao fundo. 2013

Vista sobre a cidade

durante as obras de restauro da igreja

Subo à torre da igreja para ver a vista com as gárgulas,
sobre Lisboa.

Adolescente, várias vezes me fascinou a imagem de uma vaga
que afogasse outra vez este país.
Via corpos anónimos e destroços levados na corrente,
e enchia-se o espírito de um alívio amoral,
como se aquilo fosse o mar da pacificação.

Mas escolher a raiva contra o mundo seria a derrota,
seria alimentar-se do ódio até ao fim.
Deixa-se depois de culpar o exterior. Acata-se a evidência:
jamais confiar ao mundo a paz que nos couber.

Mas o adulto conservará o direito à amoralidade
na ferida íntima; sempre capaz da intolerância. Capaz de fugir
ou de morder a mão que lhe ensombra a comida,
ou de morder a mão que dá a comida, capaz de odiar
 e por um rasgo obscuro, por vingança, merecimento de paz,
vislumbrar a morte a quem lhe é querido.

– Num milhão de anos pouco restará da cidade de Lisboa.
De, Segmento, Deriva 2013 a editar no sábado às 19 horas. Bar Primeiro Andar, Rua da Porta de Santo Antão, 110, 1º andar, Lisboa

terça-feira, outubro 29, 2013

Ler Que se Lixe a Troika, de João Camargo. 2ª edição

2ª edição

João Camargo na última manifestação do QSLT, Lisboa, 26 de Outubro de 2013
Foto Paulete Matos

Um livro com em excelente levantamento das principais manifestações dos últimos três anos em Portugal e que marcam indelevelmente a política portuguesa. A contestação ao sistema partidário actual, de modo a aprofundar a democracia, é uma constante do livro de João Camargo, assim como o levantamento das principais causas da chamada «crise» austeritária que nos (des)governa. Fundamental ler. Já na 2ª edição.

domingo, outubro 27, 2013

Apresentação de Segmento, de Hugo Neto

Eis a primeiríssima obra de Hugo Neto que a Deriva vai publicar já a 2 de Novembro. Setubalense, Hugo Neto é um jovem estudante de Letras de Lisboa e que trabalha em restauro de obras de arte. Esta semana iremos dar notícias e propor às pessoas irem conhecê-lo no Bar Primeiro Andar, junto ao Coliseu (nas Portas de Santo Antão, 110, 1º andar, claro!), em Lisboa. A apresentação ficará a cargo de Filipa Leal.

sábado, outubro 26, 2013

Fotos da apresentação de Dos Espaços Confinados, Coimbra


A Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho soube criar um espaço agradável numa verdadeira homenagem ao livro. Foi um prazer conhecê-la e conversar com as dezenas de amigos e indefectíveis da poesia de Catarina Costa. O ambiente era, portanto, óptimo e foi assim até ao fim da conversa que se manteve com a Catarina. A Sandra leu alguns textos do livro e as pessoas ficaram a saber da nítida diferença entre o seu último livro e este. Ouviram atentas (até emocionadas, como foi dito) as palavras construídas com o cuidado e rigor que a autora imprime à sua escrita. Uma certeza: Catarina Costa foi convidada in loco para estar presente no próximo Mal Dito, Festival de Poesia em Coimbra, e em Novembro, Aurelino Costa disponibilizou-se para apresentar Dos Espaços Confinados, na Póvoa de Varzim, no Diana Bar.
Esperemos agora que a Fnac e a Bertrand se apercebam da novidade que constitui esta poesia e sejam pródigos na distribuição. O público de poesia só terá a ganhar. 

Sobre Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa


«Nessa época fui trabalhar para longe, um sítio urbano, mas agreste. Não respirava nem ar de cidade nem de campo, a atmosfera era em mim um peso abafado, de exalações entorpecidas a corroerem por dentro as divisões da hospedaria, o meu quarto.» É a poética muito própria de Catarina Costa que assim se exprime, sendo criada por estranhas linhas que se interceptam e cruzam em cidades imaginadas, estruturas urbanas constituídas por centros e arrabaldes, campos que sugerem proximidades contraditórias, que se relacionam com vultos que agem e se movem num aparente caos, metáfora da modernidade.
Não deixa de ser notável que a autora consiga de um modo tão eficaz ligar ruas, espaços, escadas, janelas,  soleiras, vultos esquivos que se movem à noite, envoltos em halos de luz, mas com o aviso do tempo sempre presente, fustigado em cada criação poética. Tempo e luz, acção e claridade apresentam-se quase sempre, na poesia de Catarina Costa, como uma dialéctica necessária ao poema. Será por isso que diz: «Os espaços, os objectos, o próprio horizonte estão dentro da nebulosidade própria de uma época e só os reconhecemos pelo hábito de darmos forma ao que nos rodeia.»
É com esse desassombro poético que as palavras de Catarina Costa assumem, no papel, uma identidade tão própria, quase ao ponto da emoção, quando, numa escultura formada de palavras se deixa envolver por possíveis nostalgias: «Escrevia-te para que chegássemos a um acordo sobre o nada. E sem que me respondesses eu continuava a escrever-te cartas e mais cartas porque, tal como tu, também eu queria perceber o porquê de uma tão grande percentagem de matéria negra.»

Cidade, tempo, linhas, palavras, luz, noite, gente, seriam as chaves óbvias para acalmar o caos criado por Catarina Costa, mas que ninguém certamente terá a ousadia de usar, porque esse contraponto seria a ordem, o fim da poesia.
António Luís Catarino
Coimbra, 25 de Outubro de 2013

sexta-feira, outubro 11, 2013

Apresentação de Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa com nova data e local

Confirma-se: dia 25 de outubro, sexta-feira, pelas 21:30 horas terá lugar a apresentação de Dos Espaços Confinados, de Catarina Costa. Será na Livraria Alfarrabista Miguel de Carvalho, em Coimbra. Seguirá convite para todos. 


Lembramos que o lançamento deste livro esteve agendado para este fim de semana, mas problemas técnicos levaram aos seu adiamento.

Neofascismos e apatias


Não sei se, hoje, Portugal não simpatizaria com uma solução parecida com a de Marine Le Pen que entretanto atinge já os 24% de votos em França. Não digo isto para provocar o que quer que seja. Não tenho grande vontade de provocar alguém, muito menos essa entidade cada vez mais abstracta que é o «povo». 
Digo-o porque me incomoda verdadeiramente a extrema-direita e tudo o que ela representa como o regresso a valores que julgava já ultrapassados: a submissão da mulher, a estupidez do racismo, as hierarquias infalíveis, a força como finalidade última da acção humana, o preconceito e a homofobia, a eliminação dos fracos, o ódio à paz e à cultura, a valorização da guerra. Basta isto para me pôr a penantes para resistir. Com qualquer forma de resistência, diga-se. E sei de muita gente que o fará com alegria, até. O que me incomoda verdadeiramente (repito) é a aliança que o fascismo actual faz com a tecnologia e o capitalismo banqueiro e de tipo «asiático». Isto sim, faz um caldo que pode levar a vitórias eleitorais com o símbolo último da austeridade como argumento fundador. 
Entretanto, sairei hoje para ir ver Hanna Arendt. E pensar que Eichman era um tipo vulgar. É essa vulgaridade que cria os piores monstros. A apatia do povo português assusta-me tanto como ele.

quarta-feira, outubro 09, 2013

terça-feira, outubro 08, 2013

Alteração da data de lançamento de Dos Espaços Confinados


Devido a problemas técnicos que não foram resolvidos em tempo útil pela tipografia com que trabalha a Deriva, o lançamento do livro de Catarina Costa, Dos Espaços Confinados, que estava previsto para este fim de semana, em Coimbra, foi adiado para dia 26 de outubro, em local a anunciar. Lamentamos muito este facto e pedimos desculpa a todos e em especial à autora. 

segunda-feira, outubro 07, 2013

Recensão de Literatura para a Infância e a Juventude e Educação Literária no El Correo Gallego



Recensão a "Literatura para a infância e juventude e educação literária", um volume coletivo organizado por Madalena Teixeira da Silva e Isabel Mociño González, com a chancela da Deriva Editores. Também foi publicada no "El Correo Gallego".

quinta-feira, outubro 03, 2013

Entrevista a Catarina Costa, autora de Dos Espaços Confinados

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Catarina Costa

No dia 11 de outubro, pelas 21:30, na Casa da Escrita, em Coimbra, Catarina Costa apresentar-nos-á o seu Dos Espaços Confinados, o último livro de poemas que publicou, em conjunto com a Deriva Editores. Temos a certeza que este seu novo livro irá ser um acontecimento poético que obrigará à atenção que merece. Eis a entrevista que a autora nos deu:
Catarina, não é a primeira vez que edita. Fale-nos da sua criação poética anterior.
De facto, publiquei um livro em 2008, “Marcas de urze”, pela Editora Cosmorama. É um livro de poemas curtos escritos em verso e com uma linguagem mais apoiada em imagens herméticas. Em virtude de a minha escrita ter-se modificado muito desde então, este meu primeiro livro provoca-me hoje alguma estranheza.
Como surgiu Dos Espaços Confinados
     Comecei a escrever os textos que compõem Dos espaços confinados ainda sem ter uma ideia para o livro que daí iria resultar. Depois verifiquei  que os motivos de muitos dos textos se desenvolviam tendo como pano de fundo espaços físicos que acabavam por ser interiorizados e onde ressaía uma certa ideia de fechamento, ou de confinamento, como se houvesse algo mais ou menos indefinido a prender as personagens.
Enganamo-nos quando dizemos que Dos Espaços Confinados é um livro de poesia (excelente por sinal) onde se cruzam vários caminhos em espaços quase sempre urbanos? Porquê essa procura na cidade?
Essa procura faz-se na cidade, que associo, com a ilusão que lhe possa estar subjacente, à pluralidade das escolhas. De qualquer modo, a referência explícita à cidade é mais patente na primeira parte do livro, que foi a que escrevi há mais tempo.

As pessoas que aparecem em Dos Espaços Confinados são vultos fugidios. Limitam-se às suas actividades repetitivas, enquadradas na sociedade, dando ideia que fogem de qualquer coisa. Do tédio? De que fogem, afinal?
Não sei. Algumas das personagens foram baseadas em pessoas com quem me fui cruzando e que me apareceram efectivamente como vultos. Nunca as conheci o suficiente para decifrar os seus movimentos.
Qual a situação actual, no país, para os jovens poetas? Em Coimbra há a Casa da Escrita, mas é suficiente?
Todos os espaços culturais, como a Casa da Escrita, são valiosos na divulgação de novos trabalhos. Penso que a situação actual que o país atravessa afecta a poesia apenas enquanto objecto de mercado. A poesia parte não poucas vezes de algum tipo de conflito e por isso não julgo que as crises sejam um obstáculo à sua escrita, que continuará a ser realizada marginalmente ou não.
Catarina, já pensa no seu próximo livro? 
    De certo modo, sim. Eu escrevo de uma maneira mais ou menos continuada consoante os diferentes períodos de vida sem pensar em termos de construção de um livro. Ciclicamente, olho para aquilo que escrevi e começo a dar-lhe uma estrutura. 

segunda-feira, setembro 23, 2013

António Ramos Rosa - A Mão de Água e a Mão de Fogo


A Mão de Água e a Mão de Fogo : antologia poética / António Ramos Rosa ; posf. Maria Irene Ramalho Sousa Santos. Capa: António Luís Catarino PUBLICAÇÃO: Coimbra : Fora do Texto, 1987 DESCR. FÍSICA: 279 p. ; 21 cm COLECÇÃO: Poesia nosso tempo ; 45

Em 1987 a Fora do Texto, de Coimbra, editou A Mão de Água e Mão de Fogo, uma antologia de António Ramos Rosa que acompanhou, junto com António Martins, a edição da obra. Tem posfácio de Maria Irene Ramalho sendo que a capa é cá do editor, nessa ocasião vivendo nessas paragens. Marcou-me imenso o trabalho que tive com António Ramos Rosa e vivi intensamente os seus períodos de euforia e também de profundo silêncio que alternavam entre si. Marcou-me a profundidade da sua inteligência e os seus gestos de grande generosidade traduzidos pela oferta de um desenho ou pelas palavras escolhidas e que se nos dirigia, como se fosse um poema que construía. Até sempre.

Ana Teresa Pereira e o elogio de José Tolentino Mendonça

Foto de José Miguel Rodrigues

Há algo de muito justo e nobre no último artigo de José Tolentino Mendonça na Revista do Expresso desta semana, quando se refere a Ana Teresa Pereira como «uma das mais extraordinárias escritoras (que) continua a ser uma perfeita desconhecida». Assim é. Pessoalmente, nunca compreendi este silêncio à volta da autora, mesmo depois de ter ganho o Grande Prémio de Romance e Novela da APE de 2012. Mas deparo-me, mesmo assim, com outro mistério: é que já não é o primeiro prémio, nem o segundo, nem sequer o terceiro que ganha. Tem perto de trinta livros publicados e conheço-a desde os anos 80 fidelizando um público entre o qual me incluo, desde a célebre colecção da Caminho policial. Avanço outras hipóteses: Ana Teresa Pereira tem uma escrita gótica, nada fácil, rebuscada e muito centrada nas teias do corpo e do invisível, das emoções. Mas não me fio que seja isso, porque há quem escreva mal e tenha a distinta lata de pensar que o faz e ainda por cima seja reconhecido. Avento mais uma: viver na Madeira, com as tais insularidades que se pagam caro, no afastamento dos círculos literários do continente. Mas não, não pode ser isso, porque há vários exemplos que o negam. E, paulatinamente, vejo-me na contingência de dar razão a Paulo Kellerman, outro escritor premiado com um APE e a Henrique Manuel Bento Fialho que já escreveu sobre isso. É possível que este «esquecimento» tenha a ver com a escolha pelo conto que Ana Teresa Pereira realizou e, ainda por cima, com uma grande qualidade literária. E tenho receio que tenha razão o Paulo quando diz que, neste país, o conto é um estilo maldito. Talvez seja, mas existir José Tolentino Mendonça que a fez lembrar dá-me outro alento e pensar que ainda há justiça por cá.

Jovens Ensaístas Lêem Jovens Poetas, coord. Pedro Eiras


O encontro «Jovens Ensaístas Lêem Jovens Poetas» aconteceu no Auditório da Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos, a 11 de Outubro de 2007, organizado pela Câmara Municipal de Matosinhos, com concepção inicial e coordenação de Pedro Eiras.
Nesse dia, a todos os títulos memorável pelo seu interesse e pela novidade no campo da crítica e do ensaio literário, ouviram-se as intervenções de Marinela Freitas, Mariana Leite, João Paulo Sousa, Catarina Nunes de Almeida, Miguel Ramalhete Gomes, Raquel Ribeiro, Margarida Gil dos Reis, Helena Lopes, Joana Matos Frias, José Ricardo Nunes, Andréia Azevedo Soares e Daniel Jonas.

Jovens Ensaístas Lêem Jovens Poetas começou por ser um ciclo de palestras em torno de um desafio comum. Realizou-se no dia 11 de Outubro de 2007, em quatro sessões de comunicações e debates, no Auditório da Biblioteca Florbela Espanca, com organização da Câmara Municipal de Matosinhos. (…)
Durante todo o dia 11 de Outubro, um público numeroso e fidelíssimo acompanhou e dialogou com estas leituras da mais jovem poesia. O livro que agora se publica corresponde aos doze textos, revistos, eventualmente repensados a partir dos debates. (…)
Da mais premente contemporaneidade se fala também neste livro. Os doze autores chegaram ao ensaio precisamente no momento em que os poemas aqui lidos eram escritos. Pretende-se dar conta desse encontro. Alguns dos autores deste livro, embora se apresentem aqui como ensaístas, são também poetas revelados nas décadas de 1990-2000, e chegam a ser estudados em alguns ensaios.
Geram-se pois, ao mesmo tempo, coincidências e dispersão – igual-mente produtivas. Por um lado, há referências que se cruzam, repetem, permitem definir projectos do que seja a poesia hoje. Para uma escrita necessariamente em transformação, dizem-se assim algumas cartografias possíveis.

Do Prefácio, por Pedro Eiras

Preço: 10,80 euros
Referência 1504006
ISBN 978-972-9250-37-8
Edição: Maio 2008
PP: 184
Formato: 210 x 145

Capa: Brochado