sexta-feira, janeiro 29, 2010
O que há de comum entre A Estrada e A Queda de Roma?
segunda-feira, janeiro 25, 2010
domingo, janeiro 24, 2010
Manuel Margarido escreve sobre A Inexistência de Eva de Filipa Leal
ESTE LIVRO FOI ESCRITO HÁ MUITO TEMPO.
Era uma mulher que estava dentro de uma sala muito branca.
Ouviu: – Não fujas. Não esqueças.
Era uma mulher lívida de medo de não conseguir esquecer
*
À volta da sala, havia um pomar redondo que a envolvia de maçãs
avermelhadas, difusas. Ela estava lívida e suja, entre a castidade
e o remorso.
Ouviu: – Esquece o arrependimento. Fica.
*
Ao redor do pomar, existira um rio que secara nos últimos
anos. Se o seguisse, junto à margem, em linha curva e longa,
encontraria uma cidade desconhecida. Embora nenhuma cidade
seja desconhecida se soubermos onde está.
Ouviu: – Perder-te-ás na ausência
de água do rio.
*
Não havia um único espelho na sala. Ela não sabia o que era o
princípio e o fim. Desconhecia os conceitos de vida e de morte.
Nunca medira a sala, nem o pomar, nem o terror. Se desejasse,
abriria a porta.
Ouviu: – Assustar-te-á a existência
de dia e de noite
*
Sabia o seu nome. Chamava-se Eva. Nunca questionara. Porque
haveria de questionar um nome simples e breve? Desconhecia o
texto bíblico, e o simbolismo das palavras. Se se chamasse mar,
ou cálice, ou manhã, não o questionaria.
sábado, janeiro 23, 2010
Dragona, de Xavier Queipo
Tradução de Isabel Ramalhete
Referência 2001017
ISBN 9972-9250-38-5
Edição: Junho 2008
PP: 216
Formato: 145 x 220
Capa: Brochado
Pedidos a deriva@derivaeditores.pt
Outros livros de Xavier Queipo editados pela Deriva: Bebendo o Mar e Ciclos do Bambu
quarta-feira, janeiro 20, 2010
A Memória nos Livros: História e histórias – Ana Margarida Ramos, José António Gomes e Sara Reis Da Silva
Na presente obra, encontram-se compilados artigos de autoria variada, que representam as versões escritas da pluralidade de intervenções que integraram a iniciativa em questão. Correspondentes, pois, às actas dos 14ºs Encontros Luso-Galaico-Franceses, este volume dá conta dos trabalhos aí concretizados pelos participantes – uma vez mais, nesta edição, oriundos de três espaços linguísticos diferentes – e dos seus contributos distintos para a abordagem, reflexão e divulgação da temática em epígrafe e, genericamente, da problemática do livro infantil e juvenil. Recorde-se que, nestes Encontros, através de conferências – asseguradas por universitários/investigadores – e debates, ateliês (por exemplo, de promoção do livro e da leitura ou de ilustração) e encontros para o público adulto e infantil, exposições (de uma grande variedade de ilustrações) e, mesmo, venda de livros, procurou suscitar--se, à semelhança das edições anteriores, a troca reflectida e aberta de saberes e experiências do domínio da literatura e ilustração para crianças e jovens, bem como da promoção do livro e/ou mediação de leitura.
José António Gomes, Sara Reis Silva e Ana Margarida Ramos
SARA REIS DA SILVA é assistente na Universidade do Minho (Instituto de Estudos da Criança – Departamento de Ciências Integradas e Língua Materna). Licenciada em Ensino de Português e Inglês, pela Universidade de Aveiro e Mestre em Estudos Portugueses, pela mesma instituição, desenvolve actualmente a sua docência e a sua investigação na área dos estudos literários e, em particular, da literatura de potencial recepção infantil.
ANA MARGARIDA RAMOS é professora auxiliar do Departamento de Línguas e Culturas da Universidade de Aveiro, onde lecciona disciplinas da área da Literatura Portuguesa e da Literatura para a Infância. Tem apresentado várias comunicações em colóquios e congressos nacionais e internacionais.
JOSÉ ANTÓNIO GOMES é professor adjunto na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico do Porto. Dirige a revista Malasartes: Cadernos de Literatura para a Infância e a Juventude. É membro da Rede Temática LIJMI («Las literaturas infantiles y juveniles del marco ibérico. Su influencia en la formación literaria y lectora»). Participou com comunicações e conferências sobre Literatura para a Infância e Juventude e Literatura Portuguesa Contemporânea em congressos nacionais e internacionais, sendo autor de numerosas publicações nestes âmbitos. Com o nome literário João Pedro Mésseder assinou livros de poesia e cerca de dezena e meia de títulos no âmbito da literatura para crianças
terça-feira, janeiro 19, 2010
A ementa para hoje são palavras e música, por António Pedro Pereira no DN de 14/01. Filipa Leal e Catarina Nunes de Almeida presentes
Depois do Verão, Raquel Marinho (é jornalista na SIC) teve uma ideia. E, por vezes, "o homem sonha, a obra nasce", como escreveu oportunamente Fernando Pessoa. "Desafiei o Luís Filipe Cristóvão [que gosta de ser tratado como "gestor criativo na área do livro" e escreve e estuda poesia] para criarmos uma iniciativa de divulgação da poesia, depois do Verão. Ele gostou da ideia". Palavra puxa palavra: hoje (21.30), no Restaurante Vinyl (junto à antiga FIL), nasce o primeiro de 12 Poesias em Vinyl, que será mensal (interrompe para férias em Julho e Agosto) até Fevereiro de 2011.
Ser sempre às quintas não é uma novidade (as Quintas deLeitura decorrem no Teatro do Campo Alegre, no Porto, há alguns anos). A não ser em Lisboa: "Não havia nada semelhante por cá", pontua Raquel Marinho, que dará início às sessões a cujo formato final se chegou, pode-se dizer, depois de uma avalancha de ideias.
E de um sonho colectivo, pode--se depreender pela forma como a bola foi crescendo sem o típico obstáculo - o dinheiro. "Não há dinheiro para ninguém, nem eu nem o Luís Filipe, nem para os artistas", garante a jornalista. Curioso? "Ainda ninguém me disse que não." Soma: um poeta, um músico/banda e uma figura que projecte as palavras (e a imagem) por sessão, multiplique-se por 12. O programa está quase, na totalidade, alinhavado: Pedro Mexia (em Fevereiro), José Luís Peixoto, Jorge Melícias, Nuno de Almeida, Filipa Leal, Catarina Nunes de Almeida, entre os poetas; Samuel Úria (Fevereiro), Filipe Melo, Joana Rios, entre os músicos; Fernando Alves, Ricardo Araújo Pereira, Nicolau Santos, entre as figuras que lerão poemas.
Ou seja, "o Homem sonha, a obra nasce" - deixe-se o "Deus quer" de parte, esta á uma acção de gente terrena que se envolve em palavras e música. "Foi muito gratificante ver que a ideia cresceu. Pensamos associarmo-nos a uma rádio, a Inês Menezes e o Pedro Ramos gostaram, a Radar aceitou, com o OK do Luis Montez [proprietário da estação]", exemplifica. "Depois, tenho uns amigos numa agência de publicidade e um deles, designer, fez-nos o logótipo e o cartaz de borla".
Hoje, lança-se, além da primeira sessão, o sítio na Internet da iniciativa, que tem uma meta definida: "Promover poetas nascidos a partir de 1970 e com obra publicada, para garantir alguma qualidade", explica Raquel Marinho. "Queremos descomplicar a poesia, fazê-la chegar a todas as pessoas, e isso é muito importante para nós".
Hoje, a poesia (e a música, já agora) é a ementa no restaurante. Comida, só ligeira. É preciso silêncio para as palavras na boca.
segunda-feira, janeiro 18, 2010
A Deriva Histórica
Haiti, o desastre e a falta de informação
quinta-feira, janeiro 14, 2010
Chega de Fado, de Paulo Kellerman: em breve nas livrarias
quarta-feira, janeiro 13, 2010
Gabriela Llansol, ou a construção de uma comunidade
quarta-feira, janeiro 06, 2010
Lista de Finalistas do Prémio Correntes d' Escritas
São elas, e por ordem alfabética:
A Mão Esquerda de Deus, Pedro Almeida Vieira
A Sala Magenta, Mário de Carvalho
Myra, Maria Velho da Costa
O apocalipse dos trabalhadores, valter hugo mãe
O Cónego, A. M. Pires Cabral
O Mundo, Juan José Millás
O verão selvagem dos teus olhos, Ana Teresa Pereira
Rakushisha, Adriana Lisboa
Três Lindas Cubanas, de Gonzalo Celorio
Esta lista de dez obras finalistas foi seleccionada pelo júri, constituído por Carlos Vaz Marques, Dulce Maria Cardoso, Fernando J.B. Martinho, Patrícia Reis, Vergílio Alberto Vieira. No total, foram submetidos a concurso 160 livros de autores de língua portuguesa, castelhana ou hispânica, com obras em 1ª. edição, em português e editadas em Portugal entre Julho de 2007 e Junho de 2009, excluindo-se as obras póstumas e ainda aquelas da autoria de galardoados com o Prémio Literário Casino da Póvoa nos últimos seis anos.
O Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor de 20 mil euros, é o único prémio de cariz internacional que, em Portugal, ultrapassa as fronteiras da Língua Portuguesa. Este ano distingue uma obra em prosa (em anos ímpares distingue poesia). A 23 de Janeiro, dia anterior ao arranque da 11ª edição do Correntes d’Escritas, o júri reúne pela última vez para decidir qual o vencedor do prémio, decisão que será anunciada no dia 24, na sessão pública de abertura do Encontro. O prémio é entregue no dia 27, na sessão de encerramento.
Para além do Prémio Literário Casino da Póvoa, o Correntes d’Escritas incluiu outros dois prémios: o Prémio Literário Correntes d’Escritas/Papelaria Locus, para jovens entre os 15 e os 18 anos, no valor de 1.000 euros; e o Prémio Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas/Porto Editora, para alunos do 4º ano do Ensino Básico.
A próxima edição do Correntes d’Escritas – Encontro de Escritores de Expressão Ibérica contará com a participação de cerca de 60 escritores e incluirá, à semelhança de edições anteriores, uma série de outras iniciativas: espectáculos de teatro e cinema, sessões de poesia, lançamentos de novos livros, sessões com público escolar, entre outros. Será também lançado, no decorrer da sessão de abertura, o nº 9 da revista “Correntes d’Escritas”, cujo dossiê é dedicado a Agustina Bessa-Luís.
Uma das novidades deste ano prende-se com a parceria com a Booktailors, Publishing Magazine, que vai distribuir uma edição da revista B:MAG inteiramente dedicada ao Correntes, com textos de vários autores sobre o evento.
Dez anos passados desde a primeira edição, e tendo sido o Correntes d' Escritas, desde logo, eleito como um espaço de diálogo entre literaturas de várias geografias e entre várias escritas, o Encontro é reconhecidamente considerado o maior encontro literário que se realiza em Portugal e o mais prestigiante. Neste contexto e tendo em conta que o Correntes, marca, sem dúvida, a rentrée literária, a organização dos Prémios de Edição elegeu a Póvoa de Varzim e o Encontro para a divulgação e atribuição dos vencedores de 2009. Assim, a cerimónia de entrega dos Prémios de Edição Ler/Booktailors, em 20 categorias diferentes, será realizada durante esta edição do Correntes d' Escritas .
Siga todo o evento no portal municipal, em www.cm-pvarzim.pt/go/correntesdescritas