quinta-feira, dezembro 22, 2022

«Cães de Caça», de Jorn Lier Horst


É evidente que um livro, uma história policial, que é contada com alguma competência por um ex-polícia ao serviço da instituição norueguesa durante 20 anos tem de dar resultado, sabendo igualmente que os policiais nórdicos têm uma aceitação pública que se tem mantido estável fruto de uma política de marketing bem sucedida e vendendo-se com regularidade séries de TV relativamente em conta até para a nossa televisão. Neste caso, a série em causa foi «Wisting» (nome da personagem principal) que deu na cadeia de cabo AMC. 
Mas no caso de «cães de caça» de Jorn Lier Horst a coisa torna-se verosímil pela experiência profissional do autor o que lhe dá credibilidade. Só não percebo a teimosia vikingue, quase uma caso de estudo, por que razão existem sempre pessoas, geralmente mulheres, a desaparecerem e a surgirem em caves, presas e acorrentadas. Ou é uma coisa que Freud terá explicado em detalhe, ou é uma mania local que veio desde Stieg Larsson, esse sim, um jornalista que conhecia os meandros da polícia e da política sueca e um escritor fora de série. Horst encontra-se a meio caminho, mas ainda lhe falta alguma coisa para atingir a mestria daquele.