terça-feira, fevereiro 05, 2013

A grande mentira do cinema «independente»


Hollywood descobriu um razoável filão de dólares com a tanga do cinema dito independente. É possível que a indústria cinematográfica americana (sabiam que faz mais milhões que o petróleo?) tenha encontrado a fórmula para conquistar uma faixa etária que se divorciou da insuportável indigência dos filmes em 3D ou com recurso mais que insultuoso de efeitos especiais por minuto e por filme. Vem isto a propósito do filme Seis Sessões que anda por aí e que apresenta as tais caraterísticas obrigatórias: para ter o rótulo de «independente»» é necessário ter sido premiado em Sundance ou em Cannes; arranjar uns atores na Fox ou Axn, canais dos cinquentões ou quarentões; promover a lágrima fácil através de uma doença incurável ou uma deficiência arrasadora; uma paixão improvável entre o deficiente e uma «terapeuta sexual» que se estafa em todo o filme para dizer que não é nenhuma prostituta, sem que se perceba bem onde está a diferença; construir diálogos melodramáticos e «estilo profundo-filosófico-ensaístico» com o padre da freguesia; despir sistematicamente, em cada sessão, uma atriz que pretende um orgasmo com o deficiente, dando-lhe outro em troca. Como acaba? Isto não acaba nunca: o paraplégico morre, vai tudo ao funeral, com quatro mulheres quatro apaixonadíssimas pelo defunto que deixa um rasto da tal filosofia comprada nos livros de Paulo Coelho. Tédio do camandro!